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TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

COMARCA DE SÃO PAULO


FORO REGIONAL III - JABAQUARA
3ª VARA CÍVEL
RUA JOEL JORGE DE MELO, 424, São Paulo - SP - CEP 04128-080

SENTENÇA

Processo nº: 003.08.107736-0 - Ação Monitória


Requerente: Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo -
Bancoop
Requerido: Jonilso Felix da Silva

Em 25.02.2009, faço estes autos conclusos a MM. Juíza de Direito, Dra. MELISSA
BERTOLUCCI. Eu, _________ escrev., subscrevi.

Vistos.
COOPERATIVA HABITACIONAL DOS
BANCÁRIOS DE SÃO PAULO BANCOOP propôs ação monitória em
face de JONILSO FELIX DA SILVA, visando à constituição de título
executivo no valor de R$ 41.837,69 (quarenta e um mil, oitocentos e trinta e
sete reais e sessenta e nove centavos), com fundamento na cláusula 16ª do
Termo de Adesão e Compromisso de Participação subscrito pelas partes.
A parte requerida ingressou voluntariamente neste
processo e opôs embargos monitórios, por meio dos quais alegou,
preliminarmente, impossibilidade jurídica do pedido, em razão da existência
de ação civil pública, julgada em primeiro grau de jurisdição, que visava,
entre outros pedidos, à declaração de nulidade da referida cláusula contratual,
na qual teria sido deferida media liminar para suspender a exigibilidade do
valor ora cobrado; carência de ação, pela ausência dos requisitos que
permitem a propositura da ação monitória. No mérito, versou sobre a nulidade
da referida cláusula e ilegitimidade do débito ora cobrado (fls. 88/112).
O autor apresentou impugnação aos embargos
monitórios (fls. 195/223).
É o relatório. Fundamento e decido.
É patente a ausência de interesse de agir da autora
para a propositura desta ação, tendo em vista que o procedimento eleito não é

003.08.107736-0 - lauda 1
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o adequado a veicular sua pretensão.


A ação monitória prevê procedimento abreviado,
com cognição sumária, que objetiva à rápida constituição do título executivo.
Assim, indispensável que a prova escrita que instrui a inicial seja apta e
suficiente a demonstrar a certeza, liquidez e exigibilidade da obrigação cujo
reconhecimento se pretende.
Enquanto a certeza diz respeito aos elementos da
obrigação (natureza, objeto e sujeitos) e a exigibilidade, à possibilidade de se
exigir seu cumprimento, a liquidez exige a definição da quantidade de bens
que integram o objeto da prestação.
Por conseguinte, somente permite a utilização do
procedimento monitório a pretensão fundada em prova escrita apta a
demonstrar a certeza, exigibilidade e liquidez da obrigação que se busca fazer
cumprir.
No caso, sem adentrar nas questões sobre a
natureza da relação jurídica existente entre as partes e a validade da
disposição contratual acima referida, verifica-se que a prova documental que
instrui a inicial não é apta a demonstrar a certeza e a liquidez da obrigação
que a autora pretende que a parte requerida cumpra.
Com efeito, a cláusula 16ª do Termo de Adesão,
subscrito pela parte requerida, em que se funda a pretensão da autora,
apresenta a seguinte redação:
“Cláusula 16ª: Ao final do empreendimento, com
a obra concluída e tendo todos os cooperados cumprido seus compromissos
para com a COOPERATIVA, cada um deles deverá, exceto no que se refere a
multas ou encargos previstos no Estatuto, neste instrumento, ou por decisão
de diretoria, ou de assembléia, ter pago custos conforme a unidade escolhida
/atribuída, considerados ainda os reajustes previstos no presente Termo.”

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O referido dispositivo contratual não gera a


certeza em relação à existência da obrigação, nem quanto à liquidez desta,
pois, não demonstra que a parte requerida tenha pago valor menor que o custo
da unidade por ela adquirida e o quanto pagou a menos.
É certo que o autor pode apresentar vários
documentos, complementares uns aos outros, para demonstrar a presença de
certeza, exigibilidade e liquidez da obrigação da qual seria credor.
Todavia, para que seja idôneo, o documento não
pode ser produzido unilateralmente pelo credor.
A autora não trouxe qualquer documento idôneo
que demonstrasse que o custo da obra superou o valor pago pelos cooperados
a ela vinculados e, por óbvio, o valor da diferença devida, segundo o rateio
entre todas as unidades.
Limitou-se a dizer que tal diferença existiu e
indicou um valor, sem qualquer respaldo em prova escrita idônea.
As jurisprudências trazidas pela autora não lhe
ajudam, pois, todas elas versam sobre cobranças aprovadas pela assembléia de
cooperados, o que não existe no caso.
Confira-se o entendimento da jurisprudência sobre
casos semelhantes ao deste processo:
"Ação monitória. Prova escrita. Ausência de
liquidez. Documentos que não têm, em sua formação, qualquer participação
do parte requeridau. Autora, ademais, que leva o debate para o campo do
dever ou não de pagar quando esse não é o tema central da monitória.
Extinção mantida. Recurso desprovido" (Apelação cível nº 282 059 4/1-00
6ª Câmara de Direito Privado rel. Des. Vito Gughelmi-27 4 0 6 - V U ).
"Plano de saúde e monitória - Indeferimento da
petição inicial - Desatendimento da regra expressa no artigo 283 do CPC -

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Ausência de prova escrita a que alude o artigo 1 102 do CPC - Contrato que
embasa a pretensão inicial não esclarece o valor da dívida - Inexistência de
liquidez - Extinção corretamente decretada - Sentença mantida - Recurso
improvido" (Apelação Cível nº 217 955-4/0-00 - Guarujá - Oitava Câmara de
Direito Privado rel. Des. Salles Rossi - 16 6 05 V. U. ).
Por conseguinte, ausente prova escrita da certeza e
liquidez da obrigação que a autora atribui à parte requerida, impõe-se à
extinção do processo, sem resolução do mérito, diante da inadequação da via
eleita.
Diante do exposto e por tudo mais que dos autos
consta JULGO EXTINTO o processo, sem resolução do mérito, nos termos
do artigo 267, inciso VI, do Código de Processo Civil.
Em razão da sucumbência, condeno a autora ao
pagamento das custas e despesas processuais, bem como, dos honorários
advocatícios do patrono da parte contrária que fixo em R$ 800,00, com
fundamento no artigo 20, parágrafo 4º, do Código de Processo Civil.
P.R.I.
São Paulo, 06 de abril de 2009.

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