O domínio do destino individual é controlado por uma interação de
muitas forças cósmicas, fundamentalmente benignas; mas, na atual sociedade mundial, devido à má compreensão dos propósitos terrestres e celestiais pela espécie humana, estas forças têm sido utilizadas para outros fins, em geral caóticos e desintegradores. A alquimia, originalmente, pretendia ser um meio de valorizar o destino individual, colocando à disposição a técnica de transformação dos metais vis em ouro, produzindo assim a opulência nos negócios do praticante bem-sucedido. A dedicação dos primeiros alquimistas ao conhecimento de seus segredos foi total, santificada pela coordenação de suas mentes com os trabalhos de suas mãos. Estes alquimistas realizaram suas experiências sob a perseguição das forças reacionárias fortemente arraigadas daquela época; e a sua persistência na busca é um tributo às suas vidas e honra. Assim, eles produziram e legaram à humanidade os resultados genuínos de seus esforços, como realizações científicas e conhecimento filosófico reconhecidos, para abençoar a cultura e os arquivos da ordem mundial. Deve-se tornar cada vez mais claro para os estudiosos deste curso que estou determinado a introduzir em suas mentes e sentimentos um novo conceito de liberdade. Os conceitos globais aqui apresentados mostram, a seu ser total, que a chave da alquimia, que deve preceder a aquisição de todas as outras chaves, é a mestria pessoal, em nível maior ou menor. Esta chave deve ser reconhecida como aquilo que é, pois a mestria pessoal é a chave de todo auto-conhecimento. Então, ela deve ser compreendida e utilizada, ao menos em parte. E você deve
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reconhecer, sem qualquer dúvida, que é você o alquimista que
determinará o desígnio de sua criação. Ademais, você deve conhecer seu eu como o Eu Verdadeiro e sua criação como algo proveniente deste Eu. Algumas pessoas poderão surpreender-se ao saber que os vórtices fervilhantes dos pensamentos e sentimentos discordantes do homem exercem diariamente um efeito hipnótico sobre praticamente todos os habitantes da terra. Estes tendem a anular a grande concentração do poder criativo e inteligente que é direito inato de todo homem, mulher e criança deste planeta, embora seja empregado conscientemente por muito poucos. Conquanto um número cada vez maior de pessoas esteja buscando a liberdade, os elementos reacionários, sejam eles dotados ou não de um propósito, procuram sobrecarregar a espécie com novos grilhões, a cada vez que é assegurada a libertação de uma ou outra forma de cativeiro humano. O alquimista, para obter sucesso, deve estar consciente de sua liberdade de criação, concedida por Deus. As restrições e barreiras impostas à alma como formas de cativeiro humano devem ser evitadas. Contudo, em todos os casos, elas devem ser diferenciadas das leis necessárias que estruturam a sociedade. A beleza e a integridade devem ser colocadas nos lados esquerdo e direito, a fim de lembrar ao futuro alquimista sua responsabilidade para com Deus e o homem de contemplar suas obras antes de revelá-las e verificar se de fato são boas e benéficas para todos os homens. Estou incluindo nestes estudos sobre a alquimia métodos de visualização que irão conferir aos estudiosos que os aplicarem, como eu fiz, a capacidade de realizar para Deus e o homem um serviço da maior importância. Confio que o mito da igualdade humana será dissipado e que, na dignidade das oportunidades iguais, as evoluções deste lar planetário passarão a conhecer e amar em todos o potencial do Cristo em expansão. Assim, a evolução da humanidade será caracterizada por uma maior maleabilidade da alma e por menor desconhecimento do propósito universal do homem, para desenvolver seus talentos individuais, superando o que até então existiu na Terra.
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Como os primeiros alquimistas obtiveram algum sucesso
sondando os segredos do universo, tornaram-se profundamente conscientes da necessidade de se unirem e de esconder do domínio público determinadas descobertas por eles feitas. Um certo número de ordens religiosas e sociedades secretas surgiu a partir destas necessidades, e seus remanescentes sobreviveram até os dias de hoje. A necessidade de, ao mesmo tempo, reprimir e expressar foi reconhecida, assim como os homens esclarecidos de hoje compreendem que a harmonia na ordem social e entre as nações, bem como a erradicação das causas da guerra e dos conflitos civis, removeriam todas as razões para subtrair qualquer conhecimento que se mostrasse universalmente benéfico. Permitam-se declarar – porquanto posso falar à luz do verdadeiro conhecimento – que os primeiros alquimistas não foram tão malsucedidos como a história gostaria que os homens acreditassem. Inúmeras foram as suas descobertas, incluindo o conhecimento secular e religioso, científico e filosófico. Acima de tudo, eles revelaram um sem-número de verdades que, posteriormente, tornou-se de conhecimento geral. O mundo não deve descartar todas as histórias que têm sido contadas acerca da supressão dos inventos e de novas idéias com finalidades políticas e econômicas. Quando é adequado a seus propósitos, homens em posições de importância frequentemente instruem seus mercenários para que mantenham em segredo o próprio conhecimento que pertence aos séculos e que é herança dos povos de todas as nações. Não obstante tais procedimentos ignóbeis, os Mestres da Sabedoria jamais transmitirão tal conhecimento à humanidade, até que a alquimia da razão cure, em um número suficiente de representantes da raça, a ruptura interna causada pelo egoísmo, para que a tocha do conhecimento possa ser eternamente erguida pela mão altruísta da Justiça. Estou preparando suas mentes, nestas três primeiras lições, para que melhor possam assimilar a plena liberação da chama da sabedoria que se tornou parte deste curso. Frequentemente, os homens se desesperam porque não entraram na posse de
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determinados conhecimentos muito antes destes lhes chegarem às
mãos. Este sentimento é sem dúvida compreensível, mas nenhum lamento desprovido de uma orientação positiva é desejável. É preferível que os homens percebam o agora do presente como o momento de Deus, em vez dos pergaminhos enrugados de eras passadas. Os hieróglifos desbotados dos erros de ontem não podem refutar a verdade atual, nem tampouco agir como panacéia para a cura de suas semeaduras desastrosas; servem apenas como contraste capaz de ampliar a atual sensação de gratidão que se glorifica em tal progresso como o que agora se manifesta, a fim de dissipar a ignorância de épocas anteriores. Espera-se do estudioso da alquimia a dedicação determinada para utilizar as energias de hoje a fim de abrir as portas das esferas futuras. Portanto, ele deve fazer com que sua presente expansão da ciência da alquimia seja suficiente para transformar as qualidades inferiores da natureza humana em um altar, no qual a chama da Realidade viva iluminará a grandiosidade da idade de ouro que está emergindo agora no interior da mente Crística. Seus esforços, da mesma maneira, devem ser suficientes para equilibrar os sofrimentos causados pela injustiça no mundo. E ele deverá trabalhar para assegurar à posteridade eras de crescente e abundante progresso, iluminação, felicidade e espiritualidade universal. Quando utilizados pelo alquimista, os símbolos e a simbologia propriamente compreendidos estão literalmente carregados de significado. Por exemplo, o mercúrio é o símbolo da velocidade e traduz para a consciência a idéia de prontidão reverente, atenta, que rapidamente dota a química da ação com a intensidade da aplicação. O sal relaciona-se com a idéia de individualidade e relembra à humanidade da necessidade de fazer com que o eu retenha o sabor1 da sua Origem Divina, em vez da cristalização da identidade dentro da Sodoma e Gomorra da materialidade indicada na figura histórica da esposa de Lot.2 O fogo, como Vida, é o catalisador que pode ser propagado a partir da luz cósmica no interior dos raios cósmicos, a fim de intensificar e purificar a radiância da vida na forma pretendida.
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Ademais, a invocação consciente da Vida torna todas as
manifestações do alquimista duplamente seguras. A terra simboliza as densidades cristalinas naturais criadas a partir das energias do Espírito e sustentadas pelos seres do reino elemental. Estes diminutos criadores, em sua mimetização das discórdia entre os homens, transferiram para a natureza os padrões desarmoniosos da espécie humana. Assim, a convergência do erro humano sobre o corpo planetário manifestou-se como espinho, cardo, inseto e feras predadoras. A caixa de Pandora de formas astrais foi aberta pelas civilizações retardatárias, cujo livre-arbítrio e egoísmo desorientados perverteram as energias da Vida até mesmo em outros sistemas de mundos. É esta discórdia, imposta aos próprios átomos da substância, que o alquimista tem de eliminar de seu laboratório antes que possa criar. É esta escória que o alquimista purificará pelo fogo. Não espero que cada leitor compreenda imediatamente todos os conceitos incluídos nesse curso. Conquanto seja verdade que defendo a simplicidade na expressão das leis básicas de Deus, tenho consciência também de que as formas-pensamento formuladas na ordem superior produzirão o bem maior, à medida que o mundo for capaz de aceita-las. Oi tipo mais insidioso de cativeiro é aquele em que o prisioneiro não tem consciência de seus grilhões. Estou certo de que a verdadeira ciência da alquimia pode servir para libertar todos os seres humanos que a aceitarem. Por conseguinte, em respeito a este propósito supremo, considero-a a ciência sagrada. Lembrem-se, filhos abençoados dos homens, que o propósito da verdadeira ciência deve ser aumentar a felicidade e libertar a raça de todas as condições externas que não se prestem a exaltar o homem na grandiosidade prístina de seu propósito cósmico original.
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Todas as postulações – sejam de natureza científica, religiosa,
econômica ou social – devem ser infundidas com a liberdade que possibilita o progresso dos homens. Todos aqueles que procuram conduzir a humanidade progressivamente em direção a esses campos devem admitir a possibilidade de mudança sem, de modo algum, desafiar aqueles sustentáculos infalíveis do espírito humano, identificados como “vida, liberdade e a busca da felicidade”. Certamente a oportunidade de progresso e a liberdade para inovar não pode afetar a imutabilidade da verdade divina ou da integridade do Logos, cujo poder profere a palavra a partir daquelas alturas desimpedidas às quais aspiramos conjuntamente. EU SOU progressivamente seu na ciência sagrada,