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Terceira Igreja Batista do Plano Piloto // EBD: Visão certa, mundo incerto // 09 agosto 2009 1

Visão certa, mundo incerto


Aula 01: Uma introdução

“O cristianismo não é uma série de verdades no plural, mas é a Verdade escrita com V
maiúsculo. É a Verdade sobre a realidade total, não apenas sobre assuntos religiosos. O
cristianismo bíblico é a Verdade concernente à realidade total; é a propriedade intelectual
dessa Verdade total, e então vive segundo essa Verdade.” (Francis Schaeffer)

O que é uma cosmovisão?


Cosmovisão não é algo que se passa a ter em algum momento. Todos já temos uma cosmovisão, uma maneira de enxergar
o mundo e nós mesmos. Assim, quando nos propomos a participar de uma escola bíblica para discutirmos esse assunto,
não pretendemos adquirir uma visão de mundo, como se não tivéssemos uma. Queremos, na verdade, identificar a
cosmovisão que carregamos e conformá-la ao padrão bíblico.

Para começar, usaremos a definição de cosmovisão apresentada por James W. Sire, em seu livro “O Universo ao Lado”:

“ É um conjunto de pressuposições (hipóteses que podem ser verdadeiras, parcialmente verdadeiras

inconsistentemente) sobre a formação básica do nosso mundo.


ou inteiramente falsas) que sustentamos (consciente ou inconscientemente, consistente ou

Para dialogar com sua cultura, o cristão deve aprender a identificar cosmovisões diferentes do Cristianismo. Além disso,
sobrepor um pensamento verdadeiramente bíblico às falsas visões que o mundo propõe nos auxiliará a apresentar e
defender com maior eficácia nossa fé, além de ser um guia para todas as áreas de nossa vida. Por isso, apresentaremos a
seguir três formas básicas de se estruturar uma cosmovisão, seja ela cristã ou não.

Primeiramente, uma visão de mundo completa deve dar respostas a algumas perguntas fundamentais. Muitos preferem
não pensar nesses assuntos, por considerarem questões complicadas, e dizem não ter opinião (esquecendo-se que isso
já é uma resposta que revela uma cosmovisão!). Assim, todas as pessoas acabam tendo soluções para essas perguntas,
estejam elas conscientes disso ou não. Isso significa que, apesar de não responderem essas questões, o padrão de vida que
é desenvolvido está alicerçado em princípios que remetem a ela.

Essas respostas acabam definindo todo modo de pensar e agir de quem as carrega. Vejamos algumas das questões
fundamentais, propostas por James W. Sire:
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Sete perguntas necessárias


1) Qual é a realidade final? Isto é, de onde veio tudo? Poderíamos responder: Deus,
os deuses, da própria matéria, acaso, etc.

2) Qual é a natureza do que nos cerca? A Criação (ou a Natureza) é boa ou ruim?
Existe algo além da matéria? Existe o sobrenatural?

3) O que é o ser humano? Trata da dignidade do homem. Somos apenas animais


evoluídos, máquinas ou realmente há algo especial no homem e na mulher?

4) O que acontece quando alguém morre? Há a possibilidade de uma extinção total,


de uma ressurreição, reencarnação, etc.

5) É possível conhecer alguma coisa? Esta pergunta trata de como adquirimos


conhecimento verdadeiro. Seria por meio da razão, da revelação, dos sentidos?

6) Como sabemos o que é certo e errado? Uma cosmovisão precisa responder se


existe um padrão de justiça no Universo. Existe uma lei universal, como proposta por
Deus? O certo é aquilo que a evolução nos levou a crer como certo? Ou não existe
certo e errado, mas tudo é relativo?

7) Qual o propósito de tudo? A história humana tem algum significado final? No final
nos encontraremos com um Criador ou simplesmente tudo acabará sem significado?

Como cristãos, devemos tirar essas respostas da Bíblia, com humildade e bastante discernimento. O texto a seguir, por
exemplo, nos mostra algumas respostas a essas sete perguntas.

Mas Israel será salvo pelo Senhor com uma salvação eterna; vocês jamais
serão envergonhados ou constrangidos, por toda a eternidade. Pois assim diz o
Senhor, que criou os céus, ele é Deus; que moldou a terra e a fez, ele fundou-a;
[ Isaías 45.17-19 ] não a criou para estar vazia, mas a formou para ser habitada; ele diz: “Eu
sou o Senhor, e não há nenhum outro. Não falei secretamente, de algum lugar
numa terra de trevas; eu não disse aos descendentes de Jacó: Procurem-me à
toa. Eu, o Senhor, falo a verdade; eu anuncio o que é certo.

Precisamos ter pressupostos corretos, de onde sairão as respostas para essas perguntas. Assim, uma outra forma de
estudarmos cosmovisões é a pirâmide proposta por Edith Schaeffer, e reproduzida na Teologia Sistemática de Franklin
Ferreira e Alan Myatt.
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Por fim, toda cosmovisão pode ser construída com base em três fundamentos da fé cristã: Criação-Queda-Redenção. Isto
é, todas têm um princípio semelhante à Criação, o estado original, uma explicação de como tudo que existe surgiu, e uma
narrativa de quando a realidade era harmoniosa; à Queda, algo que rompeu esse estado de felicidade e afetou o mundo;
e à Redenção, uma proposta para que tudo seja restaurado àquele estado normal e o que foi afetado seja corrigido. Por se
tratarem de distorções da Verdade, a maioria das visões de mundo acabam adotando esse modelo também.

Vida prática
Hoje, uma das frases mais comuns é a afirmação “isto pode ser verdade para você, mas não é para mim”. Por incrível que
pareça, atualmente, esta é uma das maiores barreiras para a pregação do evangelho em nossa sociedade. Muitas vezes a
conversa com um não-crente para nesse ponto, pois o cristão não sabe como prosseguir seu evangelismo, ao ver sua crença
transformada em apenas mais uma verdade.

Infelizmente, muitas vezes nós também agimos assim. Não pensamos no Cristianismo, o pensamento bíblico, como A
Verdade, mas como apenas uma religião que se escolhe seguir aos finais de semana. Não queremos dizer com isso que
alguém assim vive uma vida de pecado durante os “dias úteis” e faz-se de santo no sábado e domingo. Queremos dizer
que a grande maioria dos cristãos pensa como crente para assuntos religiosos, mas sua mente é semelhante à do incrédulo
sobre todos os outros grandes temas.

Por exemplo, vejamos como agem alguns profissionais. No domingo certo psicólogo cristão pode defender a salvação por
meio de Cristo como única forma do homem ser curado de seus males. No entanto, ao tratar alguém durante a semana,
a mesma pessoa acaba ignorando a idéia de queda do homem e aceitando outra teoria para os problemas de seu paciente,
que nada falam de pecado. Da mesma forma, um publicitário pode se dizer evangélico e ao mesmo tempo criar anúncios
usando apelo sexual ou mentiras para atrair o consumidor. É como se a Bíblia valesse apenas no círculo eclesiástico.

Sem percebermos, nossa fé é abalada por um falso entendimento de como a realidade funciona. Ao aceitar a noção de
que cada um tem sua verdade, o cristão acaba sem querer reduzindo suas crenças à idéia de uma verdade simplesmente
pessoal. E se algo é verdade para mim, mas não para o outro, então talvez este algo não seja verdade, afinal de contas.

O estudo da cosmovisão cristã começa pela aceitação de que há uma verdade absoluta. Pois, a partir dessa convicção,
não só vivemos sob essa verdade, como nos preocupamos em espalhá-la. Entendendo o cristianismo como cosmovisão,
o crente deixa de lado a visão limitada da Bíblia como apenas uma verdade religiosa e passa a encarar a Palavra de Deus
como autoridade a respeito de todas as coisas. E assim, a missão do crente não se limita a ser apenas um instrumento de
salvação pessoal, mas também a tornar-se um agente de transformação da realidade em que vive.


Temos de rejeitar a divisão da vida em uma esfera sagrada, limitada a coisas como adoração e
moralidade pessoal, em oposição a uma esfera secular que inclui ciência, política, economia e o


restante do cenário público. Esta dicotomia em nossa mente é a maior barreira para liberar o
poder do evangelho por toda a cultura hoje. (Nancy Pearcey)

É necessário que levemos todas as áreas de nossa mente ao senhorio de Cristo se quisermos realmente ser defensores e
proclamadores da Verdade.

[ Salmo 111.10 ] O temor do Senhor é o princípio da sabedoria.


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A verdade em dois pavimentos


Leitura complementar
A dificuldade em manter a comunicação com o mundo acontece porque a grande maioria das pessoas na sociedade
ocidental – e muitas vezes os próprios cristãos - divide o mundo em algo que Francis Schaeffer, um grande filósofo e
pastor americano, chama de “dois pavimentos”. Em seu livro A Morte da Razão, ele nos apresenta um gráfico que ilustra
como se configura atualmente a mente de grande parte da sociedade ocidental:

VALORES
Escolha Individual
______________________________________________________________

FATOS
Ligados a Todos

Essa imagem simples quer dizer que existem dois tipos de informações. Algumas delas, no andar de baixo, são verdadeiras
para todas as pessoas, como os fatos científicos, a razão e o “bom senso”. São elementos neutros, que todas as pessoas
devem abraçar, pois estão destituídos de quaisquer valores.

No andar de cima temos as escolhas pessoais, como preferência religiosa, princípios morais, etc. Este é o local onde cada
um teria sua verdade, pois se tratam de elementos que não submetem à verificação racional e científica, mas ao gosto ou
a experiência de cada um. Dessa forma, o cristianismo seria apenas uma entre muitas verdades que as pessoas podem


experimentar, mas sem qualquer significado firmado na história.

A razão de ser tão importante que aprendamos a reconhecer esta divisão é que se trata da
arma mais poderosa que deslegitima a perspectiva bíblica no cenário público de hoje. Veja como
funciona: Os secularistas são politicamente muito astutos para atacar a religião de modo frontal
ou ridicularizá-la como falsa. Então, o que fazem? Eles consignam a religião à esfera do valor,
desta forma excluindo-a da esfera do verdadeiro e do falso. Assim, os secularistas podem nos


assegurar de que ‘respeitam’ a religião, ao mesmo tempo em que negam haver relevância com a
esfera pública. (Nancy Pearcey)

Assim, o gráfico pode ser expandido da seguinte forma, com algumas variações:

Esfera particular – Não-racional e espiritual – Subjetivo – Coração


________________________________________________________________

Esfera pública – Racional e verificável – Objetivo – Mente

Para crentes que não têm um pensamento crítico e separam essas dois pavimentos, a imagem também pode ser
desenvolvida, o que chamamos de “salto da fé no escuro”:
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Moral – Religião – Coisas “espirituais” – Mundo “da Igreja”
______________________________________________________________

RAZÃO
Ciência – Trabalho – Vida “secular” – Mundo “real”


Tal abordagem não apenas desonra ao Criador que nos deu inteligência, mas também empobrece
a noção que nosso interlocutor terá do Cristianismo — a fé cristã será considerada como crença


meramente subjetiva, destinada a um pavimento da existência separado da vida real ou racional.
(Misael Nascimento)

Porém, da mesma forma, os secularistas (boa parte das pessoas) acabam aceitando também sua própria versão do “salto
no escuro”. Vêem o homem como uma máquina ou um animal superdesenvolvido, mas ainda assim querem (e precisam)
dar-lhe dignidade.

“MISTICISMO” PÓS-MODERNO
Ideais Morais e Humanos não têm base na Verdade

MAS MESMO ASSIM OS AFIRMAMOS


___________________________________________________________

NATURALISMO CIENTÍFICO
Os Seres Humanos São Máquinas

Para evitar que caiamos nesta armadilha, é preciso que tenhamos uma cosmovisão solidamente alicerçada nas Escrituras.
A partir daí poderemos nos libertar do pensamento em dois pavimentos e abraçar uma visão integral da realidade.
Libertos desta prisão mental, estaremos mais capacitados a dialogar com incrédulos e mesmo com os crentes que ainda
separam a fé e a razão como coisas opostas.


Com base nas Escrituras, embora não tenhamos conhecimento completo, alcançamos conhecimento


verdadeiro e unificado. (Francis Schaeffer)

As coisas encobertas pertencem ao SENHOR, o nosso Deus, mas as reveladas


[ Deuteronômio 29.29 ] pertencem a nós e aos nossos filhos para sempre, para que sigamos todas as
palavras desta lei.

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