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A FCCE é a mais antiga Associação de Classe dedicada CÂMARAS DE COMÉRCIO DAS AMÉRICAS, organismo
exclusivamente às atividades de Comércio Exterior. que representa as Câmaras de Comércio Bilaterais dos
Fundada no ano de 1950, pelo empresário joão Daudt seguintes países: ARgENTINA, BOlÍVIA, CANADÁ,
de Oliveira (a ele se deve, 5 anos antes, a fundação da CHIlE, CuBA, EQuADOR, MÉXICO, PARAguAI,
Confederação Nacional do Comércio – CNC ), a FCCE SuRINAME, uRuguAI, TRINIDAD E TOBAgO e VE-
opera ininterruptamente, há mais de 50 anos, incenti- NEZuElA.
vando e apoiando o trabalho das Câmaras de Comércio Além de várias dezenas de Câmaras de Comércio Bi-
Bilaterais, Consulados Estrangeiros, Conselhos Empre- laterais filiadas à FCCE em todo o Brasil, fazem parte da
sariais e Comissões Mistas a nível federal. Diretoria atual, os Presidentes das Câmaras de Comércio:
A FCCE, por força do seu Estatuto, tem âmbito nacio- Brasil-grécia, Brasil-Paraguai, Brasil-Rússia, Brasil-Eslo-
nal, possuindo Vice-Presidentes Regionais em diversos váquia, Brasil-República Tcheca, Brasil-México, Brasil-Be-
Estados da Federação, operando também no plano interna- larus, Brasil-Portugal, Brasil-líbano, Brasil-Índia, Brasil-
cional, através “Convênios de Cooperação” firmados com China, Brasil-Tailândia, Brasil-ltália e Brasil e Indonésia,
diversos organismos da mais alta credibilidade e tradição, a além do Presidente do Comitê Brasileiro da Câmara de
exemplo da International Chamber of Commerce (Câmara Comércio Internacional, o Presidente da Associação Bra-
de Comércio Internacional – CCI), fundada em 1919, com sileira da Empresas Comerciais Exportadoras – ABECE,
sede em Paris e que possui mais de 80 Comitês Nacionais, o Presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferro-
nos 5 continentes, além de operar a mais importante viária – ABIFER, o Presidente da Associação Brasileira dos
“Corte Internacional de Arbitragem” do mundo, fundada Terminais de Contêineres, o Presidente do Sindicato das
no ano de 1923. Indústrias Mecânicas e Material Elétrico, entre outros.
A FEDERAÇÃO DAS CÂMARAS DE COMÉRCIO Some-se, ainda, a presença de diversos Cônsules e diplo-
EXTERIOR tem sua sede na Avenida general justo no matas estrangeiros, dentre os quais o Cônsul-geral da
307, Rio de janeiro, (Edifício da Confederação Nacional República do gabão, o Cônsul do Sri lanka (antigo “Cei-
do Comércio – CNC) e mantém com essa entidade, há lão”), e o Ministro Conselheiro-Comercial da Embaixada
quase duas décadas “Convênio de Suporte Administrativo de Portugal.
e Protocolo de Cooperação Mútua”. Em passado recente A Diretoria
a FEDERAÇÃO DAS CÂMARAS DE COMÉRCIO EXTE-
RIOR – FCCE assinou Convênio com o CONSElHO DE
Diretoria 2006-2009
Presidente
1 st V i c e - P r e s i d e n t e
Diretores
Brasil e Rússia se destacam pela grandeza em várias esferas: extensão territorial, abun-
dância de recursos naturais, forte presença política nas regiões onde se encontram, graves
crises financeiras do passado e grandes promessas de se tornarem potências econômicas
em algumas décadas. Mas, apesar dessas semelhanças existirem e fazerem com que os dois
países pertençam ao grupo Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), é verdadeiro, também,
apontar que as relações russo-brasileiras sempre se pautaram por certo distanciamento,
tanto político como comercial. Nesse contexto, movimentações de políticos e empresários
tentam fazer com que essa tendência se reverta e, cada vez mais, se abram oportunidades
para o comércio e investimentos no Brasil e na Rússia.
Objetivando fortalecer esse processo, a FEDERAÇÃO DAS CÂMARAS DE COMÉR-
CIO EXTERIOR (FCCE) promoveu, no dia 09 de junho de 2008, o Seminário Bilateral de
Comércio Exterior e Investimentos Brasil-Rússia, convidando empresários, representantes
dos dois governos e de entidades de classe para discutirem os meios e as ações que possam
estreitar os contatos entre os dois países. Esta foi a 37a edição da série de seminários orga-
nizados pela FCCE, um dos mais bem-sucedidos encontros do setor de comércio exterior
no Brasil, e que conta com o apoio e participação do governo federal, através dos Ministé-
rios das Relações Exteriores e do Desenvolvimento da Indústria e Comércio Exterior, das
principais associações de classe, tais como a Confederação Nacional de Comércio (CNC), CONSELHO DE
a Câmara de Comércio Internacional – ICC, a Associação de Comércio Exterior do Brasil CÂMARAS DE COMÉRCIO
(AEB) e o Conselho das Câmaras de Comércio das Américas. Depois de passar por turbu- DAS AMÉRICAS
lências econômicas e financeiras na década de 1990, resultados de um complexo período
de transição política, a Rússia volta a figurar entre as nações de grande prestígio dentro
do tabuleiro mundial. Muito disso, é claro, se dá em razão da alta cotação do petróleo no
mercado internacional (a Rússia é um dos produtores líderes globais desse combustível
fóssil). Porém, não se pode negligenciar o papel político do ex-presidente Vladmir Putin
para o atual processo de estabilização político-econômica, ainda que o caminho centrali-
zador adotado ainda gere muitas controvérsias. Concordâncias e divergências a respeito da Expediente
condução política da era Putin à parte, o fato é que os números da economia russa atestam
Produção
dinamismo exuberante, atraindo investimentos do mundo inteiro, e demonstrando uma Federação das Câmaras de Comércio Exterior – FCCE
média de crescimento de 7% nos últimos cinco anos. E, ao que tudo indica, continuará a Av. General Justo, 307/6o andar
manter este ritmo, a despeito da crise financeira que assola o mundo em 2008. Tel.: 55 21 3804 9289
e-mail: fcce@cnc.com.br
Do lado do empresariado brasileiro, o fluxo de investimento das nossas empresas para Editor
a Rússia já é uma realidade. A recente inauguração de uma fábrica de processamento de O coordenador da FCCE
alimentos da Sadia e a atuação no fornecimento de carne do Frigorífico Bertin são exemplos Textos e Repor tagens
Brunno Braga
de sucesso das empresas brasileiras naquele país. Esse movimento é resultante de uma con-
Edição e Ar te
juntura econômica interna russa que permite maior consumo, sobretudo oriundo do setor Editora Aduaneiras
de alimentação. Contudo, faz-se necessário encontrar outros nichos que apresentem maior Rua da Consolação, 77
Tel.: 55 11 2126 9200
valor agregado. Isso porque quase três quartos da corrente de comércio russo-brasileira e-mail: comercial@aduaneiras.com.br
estão nas trocas de produtos primários: petróleo, por parte da Rússia; e alimentos (carne Impressão e Fotolito
e açúcar), por parte do Brasil. Com efeito, estimular parcerias e planos de cooperação Graphic Express
tecnológica e científica poderá representar um salto de qualidade nas relações bilaterais. Jornalista Responsável
Brunno Braga (MTB 050598/00)
As páginas a seguir comprovarão os esforços empreendidos pela FCCE no tocante a e-mail: carbrag29@yahoo.com.br
trazer o debate sobre a necessidade de se estreitar as nossas relações com esse importante Tel.: 55 21 9415 9365
país localizado na região conhecida pelo nome de Eurásia. Acreditamos, portanto, que, Estagiário:
Vinicius Henter
mais uma vez, cumprimos a nossa missão, propiciando um foro de alto nível e levando uma e-mail: viniciushenter@gmail.com
maior gama de conhecimento a respeito do comércio exterior com uma das mais pujantes Fotografia
potências emergentes do século XXI. Ismar Ingber
Secretaria
Maria Conceição Coelho de Souza
Boa leitura Sérgio Rodrigo Dias Julio
As opiniões emitidas nesta revista são de
responsabilidade de seus autores. É permitida a
reprodução dos textos, desde que citada a fonte.
O Editor
Sumário
6 E ntrevista 36 con j u nt u ra
Vladimir Lvovitch Tyurdenev
“O Brasil é a última fronteira agrícola do
“É impossível solucionar mundo”
os atuais problemas sem
a participação ativa da Rússia e do Brasil”
3 8 comércio bi l ateria l
“Estamos prevendo um fluxo de investimentos
1 4 A bert u ra US$ 50 bilhões”
Brasil e Rússia: relações emergentes
40 empresas
43 C onfer ê ncia
Parcerias estratégicas
25 Paine l I I
A força dos agronegócio nacional
44 Ag rone g ó cios
“A Rússia é um mercado que o Brasil tem um
apreço muito grande”
2 8 Paine l I I I
Investindo em serviços e
infra-estrutura 46 c u lt u ra
A batuta russa
3 0 E ncerramento
Futuro promissor 5 0 R e l aç õ es B i l aterais
Intercâmbio Comercial Brasil – Rússia
5 4 C u rtas
3 4 empresas
Marca brasileira na Rússia
Entrevista
“É impossível
solucionar os atuais
problemas sem a
participação ativa da
Rússia e do Brasil”
Embaixador da Rússia no Brasil avalia como
promissora as relações entre os dois países
cooperação entre a Gazprom e a Petrobras, podem ser resolvidas com uso de força, somos da opinião de que é impossível
duas empresas gigantes mundiais no campo elas devem ser efetivamente tratadas na solucionar os atuas problemas sem a par-
do petróleo. E acredito que essa parceria fonte da sua formação, indo ao fundo dos ticipação ativa da Rússia e do Brasil, países
será muito benéfica, pois o Brasil tem tec- problemas que geram as ameaças reais. de enorme potencial de desenvolvimento,
nologia para prospectar petróleo em águas com economias em alto ritmo de cresci-
profundas, enquanto a empresa russa detém mento, de importantes regiões de grande
tecnologia para exploração, armazenamen- É possível dizer que Brasil e Rússia extensão territorial como a Amazônia e a
to e transporte de gás. têm papel relevante para atuar con- Sibéria. Então, é preciso trabalhar mais e
mais para a cooperação entre Brasil e Rús-
tra a atual crise internacional?
sia se estreite em todas as esferas, inclusive
A crise atual tem múltiplas facetas: Tyurdenev – Sim, sem dúvida. Nós na econômica.
inflação dos preços dos alimentos,
aquecimento global, alta nos pre-
ços do petróleo. Como o governo Dados da Rússia
russo está encarando esses desafios
Nome oficial: Federação da Rússia
existentes na corrente conjuntura
Capital: Moscou
internacional? Presidente: Dmitri Medvedev
Tyurdenev – De fato, o mundo enfrenta Área territorial: 16,995,800 km2
novos e grandes desafios como mudanças Localização: do Nordeste Europeu ao Oceano Pacífico (Eurásia)
climáticas globais, pobreza em muitas par- População: 140,702,094 (estimativa de Julho de 2008)
tes do nosso planeta entre outros. Por isso Moeda: Rublo
é muito importante e oportuno o apelo do População alfabetizada (homens e mulheres com mais de 15 anos que
sabem ler e escrever): Homens: 99.7% / Mulheres: 99,2%
presidente Dmitriy Medvedev à comuni-
PIB em 2007 (em dólares): US$ 2,076 trilhões
dade internacional de agilizar os esforços,
PIB per capita (em dólares): US$ 14.600
inclusive reduzindo as despesas bélicas, Índice de inflação em 2007: 12%
para superar os complexos problemas Exportação em 2007 (em dólares): US$ 365 bilhões
que o novo século coloca perante a nossa Importação em 2007 (em dólares): US$ 260,4 bilhões
civilização. É claro que essas questões não
Da direita para esquerda: Teophilo Azeredo Santos, Saturnino Braga, embaixador Vladimir Tyurdenev, Boris Komissarov, Gustavo Capanema, Diana
Viana de Souza.
O presidente da FCCE, João de Conselho das Câmaras de Comér- FCCE convidou o secretário-geral
Souza Lima abriu os trabalhos do cio das Américas e lembrando que do Conselho de Comércio Exterior
Seminário Bilateral de Comércio encontro é o 37o realizado dentro da Associação Comercial do Rio de
Exterior e Investimentos Brasil- de um programa de comum acor- Janeiro, Marco Aurélio de Andrade;
Rússia dizendo aos presentes que o do estabelecido com o Governo o presidente da Câmara Bilateral
evento contou com a colaboração da Federal, através do Ministério das Brasil-Bielarussia, Alexander Zhe-
Confederação Nacional de Comér- Relações Exteriores e do Ministério bit; o presidente da Câmara Bilate-
cio (CNC), da Câmara de Comércio do Desenvolvimento Indústria e ral Brasil-Rússia, Gilberto Ramos;
Internacional, da Associação do Comércio Exterior (MDIC). Para o vice-presidente do Conselho
Comércio Exterior do Brasil, e do compor a mesa, o presidente da Superior da FCCE, Gustavo Capa-
O
ex-senador Saturnino Braga iniciou impulsionar essa aproximação” nunciamento ressaltando a importância
o seu discurso elogiando a série de S at u r n i n o B r a g a do evento e lembrando estar satisfeito
seminários promovida pela FCCE, pelo fato de ser o segundo encontro
afirmando que os resultados dos seminá- Brasil-Rússia promovido pela FCCE em
rios representam um foro importante para Não obstante Brasil e Rússia estarem a
dois anos. “Tenho grandes expectativas a
aproximação comercial e política do Brasil milhares de quilômetros distantes, Satur-
respeito dessa reunião. Espero que, como
com vários países. “Sempre que tenho nino Braga disse que ambos os países têm
o último seminário sobre o mesmo tema
podido, compareço a esses seminários. E, analogias em comum. Entre elas, encon-
tram-se os recursos naturais em abundân- realizado em fevereiro de 2006, se incen-
com razões muito maiores, sinto-me hon- tive a ampliação dos contatos empresariais
rado e satisfeito com a missão de presidir cia e semelhanças na trajetória política,
este último destacado pelo palestrante. e o desenvolvimento geral da cooperação
a sessão, por ser a Rússia um dos países multifacetada entre os nossos países”,
mais importantes do mundo”, disse. Ele “Os dois países não têm tradições demo-
cráticas. A democracia brasileira ficou afirmou o diplomata.
comentou que a Rússia desempenha papel Ele informou que, em outubro de
de grande relevância na conjectura mun- truncada durante vinte anos na segunda
metade do século passado, e a Rússia só 2008, as relações diplomáticas entre o
dial atual, refletindo a importância do país
recentemente adotou o regime democrá- Brasil e a Rússia completam 180 anos. E,
ao longo da sua trajetória na história do
tico. Porém são países que vivenciam um de acordo com o palestrante, esta data
mundo ocidental. Além disso, Saturnino
momento especial no aperfeiçoamento do representa uma boa oportunidade para
Braga ressaltou a destacada contribuição
cultural da Rússia. “A Rússia é o país de seu sistema político, exatamente por não avaliar o histórico dessa relação e traçar
Dostoievski e de Tolstoi. É um país que se possuírem, ao longo da sua história, uma novas metas de cooperação bilateral. Ele
destacou na música, no balé, e nas artes tradição sedimentada, o que demanda uma considerou, ainda, que o atual estágio das
em geral, tendo acumulado um acervo troca de experiências mais freqüente entre relações está em um bom momento. “Os
que impõe respeito à humanidade”. Ele os dois países”, afirmou. nossos países estão avançando, de forma
acrescentou, ainda, os avanços do país nas Para o ex-senador, há certa semelhança precisa, rumo à formação e à geração de
áreas científica e tecnológica. “A Rússia entre a população brasileira e russa. Se- parceria estratégica baseadas na fidelidade
tem feitos extraordinários na área cientí- gundo ele, os dois povos se caracterizam aos valores da paz, da democracia, do de-
fica. Enfim, a história registra a presença pela criatividade e sensibilidade apurada. senvolvimento e do respeito e defesa dos
da Rússia sob vários aspectos, em vários “Brasil e Rússia têm um encontro marcado direitos humanos”, disse.
momentos, com um destaque muito es- na história e estamos aqui exatamente para Na avaliação de Tyurdenev, a coope-
pecial” afirmou. impulsionar essa aproximação, pelo lado ração bilateral desempenha um papel
As mudanças política e econômica vivi- comercial, sim, pois ele é propiciador dessas importante no fortalecimento do co-
das pelo país recentemente também foram aproximações. Mas eu, pela minha vida po- mércio russo-brasileiro. Ele comentou
temas tratados pelo palestrante. “A Rússia lítica, também quero crer que é importante que o intercâmbio comercial entre os
passou por momentos extremamente di- cuidarmos dessa aproximação entre esses dois países, que têm crescido nos últimos
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P ainel I
Da direita para a esquerda: Alexander Sheykin, Andrei Potemkim, Fábio Martins Faria, Gilberto Ramos, Alexey Labetskiy, Cynthia Maria Xavier da Silva
e Marcio Reis.
O Painel I do seminário teve como Cynthia Maria Xavier da Silva, o foi um entusiasta do incremento das
tema: A cooperação energética e as diretor-executivo da Rusbrageo, relações bilaterais russo-brasileiras.
parcerias Brasil-Rússia nos setores de Andrei Potemkim; o vice-diretor “Estou há mais de 20 anos atuando
petróleo e fontes alternativas de energia. Internacional da Gazprom, Alexan- nessa área”, afirmou. Ele classificou
Presidido pelo presidente da Câma- der Sheykin; e o sócio-gerente da como importante as conversações
ra Bilateral Brasil-Rússia, Gilberto Siqueira Castro-Advogados, Marcio entre os dois países sobre biocom-
Ramos, e moderado pelo diretor de Reis. O cônsul-geral da Rússia no bustíveis. “Defendo que há boas
Planejamento e Desenvolvimento Rio de Janeiro, Alexey Labetskiy, possibilidades de conversarmos
do Comércio Exterior do MDIC, fez o pronunciamento especial da com empresas russas a respeito dos
Fábio Martins Faria, o Painel teve sessão. biocombustíveis. Apesar de a Rússia
como expositores a gerente da Área Ao abrir os trabalhos do painel, ser a maior produtora mundial de
de Biocombustíveis da Petrobras, Gilberto Ramos disse que sempre gás e petróleo, acredito que pode
18 Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B r a s i l • R ú ss i a
ser uma questão de investimento.
Com grande orgulho, afirmo que
somos praticamente os pioneiros
dessa tecnologia, que podemos tra-
balhar em conjunto com a Rússia”,
afirmou. Com relação à Gazprom, o
presidente da Câmara Bilateral Bra-
sil-Rússia informou que em março
deste ano a estatal russa de energia
planeja investir bilhões de dólares
até 2010 em campos e oleodutos.
Ele afirmou, ainda, que o Brasil
tem interesse em importar algumas
tecnologias dessa empresa russa e
trabalhar em investimentos. “A Ga-
zprom é a segunda maior do mundo Gilberto Ramos, presidente da Câmara de Comércio Brasil-Rússia: “Empresas russas vão investir
US$ 10 bi no Brasil até 2010.”
na área de energia e o Brasil tem
que estar atento às oportunidades minários e foros de debates para que se limitado para que haja construções de
que podem surgir para negociar ”. possa trocar informações e conhecimentos usinas nos rios da Sibéria”, disse.
sobre os dois países. “Sem informação,
Em seguida, o presidente do Painel nada avança”, considerou.
passou a palavra para o cônsul-geral Petróleo e gás
“Em 2007, o PIB russo cresceu
da Rússia no Rio de Janeiro, Alexey O diplomata classificou a promoção e
acima de 7%”
Labetskiy, responsável pelo pronun- a extração do petróleo como o segundo
Alexey Labetskiy pilar no setor energético russo. Ele lem-
ciamento especial da sessão. brou que em 2006, a Rússia se tornou o
Em seguida, o palestrante fez um breve primeiro país em exportação de petróleo,
comentário histórico da economia russa. ultrapassando a Arábia Saudita. “É muito
Ele contou que a partir de 2000, a Rússia importante. O nosso país dispõe de várias
conseguiu crescer a taxas consideráveis. áreas ricas em hidrocarbonetos de todos os
Evolução do PIB russo “Em 2007, o PIB russo cresceu acima de tipos, tendo o petróleo em primeiro lugar.
A
o iniciar a sua participação, o di- 7%. Quais são as bases desse crescimento? Conseguimos, no ano passado, atingir o ní-
plomata comentou que um dos Quais são os recursos que foram utilizados vel de produção de petróleo de 120 bilhões
principais problemas existente nas para atingir essa velocidade impressionan- de barris mensais. Desta quantidade, 55%
relações russo-brasileiras reside no pouco te? Há duas bases. A primeira é a consoli- está destinada à exportação”. Em razão
conhecimento que ambos os países têm um dação do Estado, que promoveu reformas disso, Labetskiy disse que o montante
do outro. “Apesar de vivermos em época estruturais que ocorrem no país”, analisou. de divisas que entrou no país aumentou
de internet, se perguntarem a um russo em Em seguida, Labetskiy comentou sobre o muito, influenciando a velocidade do cres-
Moscou ou em qualquer outra província cenário de energia russo. De acordo com cimento do PIB e abrindo a possibilidade
russa sobre o que é o Brasil, a resposta ele, o primeiro pilar do setor energético da Rússia resolver os problemas ligados à
será muito simples: Corcovado, Pelé, Rio russo é o setor de energia elétrica. O dívida externa. “Basta dizer que as nossas
de Janeiro, futebol, Amazônia. A mesma diplomata informou que este setor foi reservas cambiais hoje ultrapassam US$ 50
coisa se perguntarem a um brasileiro sobre criado nos anos 20 e 30 do século passa- bilhões. O fundo soberano já ultrapassou
o que é a Rússia. Ele dirá: Revolução de do. No entanto, o diplomata apontou que US$ 160 bilhões. E isso foi atingido muito
outubro, balé, primeira nave cósmica”, há problema de ordem financeira para o em função da exploração do petróleo”,
declarou o diplomata. Neste contexto, desenvolvimento do setor hidrelétrico. “O ressaltou.
Labetskiy destacou a importância de se- recurso para o desenvolvimento é muito A exploração do gás foi apontada pelo
Gigante do petróleo
O vice-diretor da Área Internacional
da Gazprom, Alexander Sheykin, pales-
Andrei Potemkim, da Rusbrageo, disse que a empresa está executando vários projetos de expansão trou em seguida. Ele aproveitou para, de
de dutos no Brasil. início, agradecer o convite para fazer a
exposição do perfil da companhia, comen-
de administração, criou uma subsidiária “A Gazprom gostaria de suprir tando sobre os resultados e estratégias da
da Petrobras chamada Petrobras Biocom- a demanda por gás nos Estados estatal russa para os presentes. Ele contou
bustíveis S/A. “A Petrobras já faz testes que a Gazprom é a maior produtora e
Unidos e reproduzir nosso
com óleo de soja em três refinarias e exportadora de gás natural do mundo A
sucesso europeu ao entregar gás
já temos a patente registrada. Estamos empresa também é proprietária da maior
fazendo investimentos e adequação em
natural para a região da Ásia-
infra-estrutura de transmissão de gás do
cinco refinarias e avaliando as condições pacífico” mundo e cerca da metade de suas ações
para adaptação de outras. Atualmente Alexander Sheykin são do Estado russo e a outra metade de
não estamos produzindo h-bio devido ao acionistas minoritários. Para demonstrar
preço significativo do óleo de soja para a o crescimento do volume de capital da
sua produção”. Por fim, Cynthia Xavier dos trabalhos da empresa tanto na área de
Gazprom nos últimos cinco anos, Ale-
disse que o atual desafio da Petrobras é conclusão e acompanhamento do projeto,
como por exemplo, monitoramento eco- xander Sheykin disse que o mercado de
evoluir de uma tecnologia de primeira capitalização da estatal passou de US$ 33
geração para uma de segunda geração, e lógico.Temos técnicos econômicos para o
cliente autoral das obras executadas, além bilhões em dezembro de 2003, para US$
passar a tratar com a biomassa o que hoje
de próprios equipamentos e máquinas com 300 bilhões em janeiro de 2008.
se obtém com petróleo e gás. “Na nossa
certificado de qualidade e capacidade de O Grupo Gazprom emprega cerca de
visão, o caminho é evoluir do petróleo até
atuar em indústrias petrolíferas, como é 400 mil pessoas e é responsável por 90%
energias renováveis e hidrogênio”, disse,
encerrando a sua participação. o caso do nosso principal cliente que a da produção e transporte de gás na Rússia.
Gazprom”, disse o executivo. Segundo ele, A empresa possui 158 mil Km de gaso-
como a rede de gás e petróleo na Rússia é dutos e representa 20% dos impostos ao
Tecnologia de petróleo extensa, é grande a demanda por serviços governo russo. “Nossos longos termos de
Andrei Potemkim, o diretor-executivo de engenharia, como os relacionados ao contrato e a previsão de preços favoráveis
da Rusbrageo, foi o expositor seguinte. Ele campo geológico, hidrológico e ecológico, para o mercado internacional de energia
contou que a Rusbrageo possui, em toda a entre outros estudos. “As áreas principais nos ajudarão a estabelecer um estável
sua estrutura, vários departamentos de ge- de atuação da empresa são voltadas para a e significante fluxo de dinheiro para o
ologia, de área geofísica, e, recentemente, triangulação, criação de sistema de infor- futuro. Nós também solidificamos nossa
foi criado o departamento de relações ex- mação geográfica e outros serviços que posição no mercado europeu e consegui-
teriores. “Estudos fazem parte obrigatória compõem esse departamento”. Andrei mos um lucro adicional ao desenvolver as
Flexibilização
Ele fez questão de ressaltar que a fle-
xibilização do monopólio não significa a
quebra do controle estatal. Isso porque,
segundo explicou o advogado, não foi
possível retirar a expressão monopólio
em função de resistências nacionalistas.
“O governo, certamente depois de realizar
os seus estudos, entendeu que não seria
possível retirar a expressão monopólio da
Constituição, pois geraria uma resistência
tão forte que talvez impedisse a abertura
desse mercado”, analisou.
Em razão da flexibilização do mercado
de petróleo e gás, o Brasil passou a adotar
modelos de concessão nos contratos com
empresas do setor. Nesse caso, a empresa
Marcos Reis, da Siqueira Castro-Advogados, disse que a flexibilização do mercado de petróleo
concessionária para exploração de petró- brasileiro impulsionou o crescimento do setor.
leo e gás passa a assumir todos os riscos
existentes na extração. “A concessionária
negocia livremente. Em troca, ela paga cado. Além disso, a ANP estabeleceu que compras do Brasil também estão bastante
tributos e participações governamentais. os direitos da União, por meio de rodadas concentradas em energia e derivados.
E os equipamentos e instalação usados de licitações, consagrando com o direito No entanto, ele alertou para participa-
no processo pertencem a ela. O que a de exploração dos campos de petróleo e ção ainda muito pequena do Brasil e da
concessionária conseguir extrair é de sua gás os interessados que oferecem as me- Rússia no comércio global com o resto
propriedade, e comercializa livremente o lhores condições. Se essa exploração for do mundo. “Nós participamos ainda com
petróleo e derivados”, explicou Reis. bem sucedida, as empresas vencedoras do percentuais mínimos nesse comércio.
processo de licitação iniciam a produção Uma ferramenta que nós colocamos a
de gás natural. “A concessão, portanto, disposição do público na Secretaria do
Tipos de contratos concede ao concessionário a propriedade Comércio Exterior é chamada Radar
Outra possibilidade verificada na polí- do bem extraído. Isso está expressamente Comercial. Essa ferramenta procura
tica de flexibilização é o contrato de pres- constituído”. Dentro dessa atual conjuntu- apontar as potencialidades que podem
tação de serviços. Reis contou que nessa ra, o advogado disse que a flexibilização do
ser exploradas nas exportações brasileiras
modalidade de contrato o Estado continua mercado de petróleo brasileiro permitiu
para a Rússia”, afirmou. Ele acrescentou
a ser o detentor exclusivo dos direitos de que a indústria do setor lograsse cresci-
que o comércio de automóveis produzi-
exploração e produção, mas contrata uma mento satisfatório, evoluindo de cerca
dos no Brasil para a Rússia pode um dos
empresa e a paga pela tarefa que ela de- de 2% para 10% do PIB, nos dias atuais.
“Houve amadurecimento das instituições nichos a ser explorado. “O Brasil não
sempenhar. “Ela não tem nenhuma relação
com a consolidação do marco regulatório”, participou desse mercado praticamente.
com a produção. Ela recebe o valor pela
concluiu. Há uma potencialidade grande, porque,
prestação de serviço, remunerada como
em três anos, o Brasil exportou mais de
tal”, disse.
US$ 2 bilhões em automóveis de 1.500 a
O contrato de risco é mais uma moda-
Descobrindo oportunidades 3.000 cilindradas. Nos automóveis abaixo
lidade instituída na lei de flexibilização de
exploração do petróleo, sendo que nesse O moderador do painel, Fabio Mar- de 1.500 cilindradas, nós também expor-
contrato, os equipamentos e instalações tins Faria, diretor de Planejamento e tamos um volume bastante parecido com
continuam pertencendo ao governo, isso Desenvolvimento do Comércio Exterior que a Rússia comprou do mundo, mas não
não é passado aos particulares. Com a do MDIC, disse, em breve participação, fizemos negócios com eles. Por isso, há
promulgação da lei do petróleo, em 1997, que as relações bilaterais entre Brasil e possibilidades significativas no comércio
foi instituída a ANP (Agência Nacional do Rússia têm tido escala de crescimento entre os nossos países que precisam ser
Petróleo), que tem como função ser uma impressionante. Ele lembrou que as ex- mais exploradas”, disse. Após o seu pro-
agência reguladora independente e que portações brasileiras para a Rússia estão nunciamento, Martins Faria encerrou o
passa a regular todas as atividades do mer- dominadas pela carne e, por outro lado, as Painel I.
Da direita para esquerda: Isabel Esteves (Bertin), João Sampaio (secretário de Agricultura-SP, Arthur Pimentel (MDIC) e José Juni Neto (Sadia).
O Painel II teve como tema: As re- apresentação dizendo que a Rússia por conta das plantas industriais
lações Brasil-Rússia no setor de Agrone- é o quarto maior mercado de co- e frigoríficos colocados no nosso
gócios e foi presidido pelo secretário mércio exterior do Brasil e que o estado. Eles estão focados em aten-
de Estado da Agricultura e Abasteci- fluxo comercial com esse país tem der, da melhor maneira possível, às
mento do Estado de São Paulo, João crescido consideravelmente nos especificações colocadas por nossos
Sampaio. Para fazer as exposições últimos anos. “Em 2007, o nosso clientes. E a Rússia é um dos nossos
da sessão, foram convidados José comércio exterior representou nú- mais importantes compradores. Daí
Juni Neto, diretor do Grupo Sadia; meros superiores a US$ 3 bilhões, e a nossa necessidade e a nossa von-
e Isabel Esteves, representante do mais de 90% desse valor vieram do tade em atender, adequadamente,
Frigorífico Bertin. O moderador agronegócio, concentrado no açúcar aos requisitos que a população russa
do Painel II foi o diretor de Co- e nas carnes”. Sampaio informou
quer”, disse.
que São Paulo é o maior produtor
mércio Exterior do MDIC, Arthur No entanto, o representante do go-
brasileiro de açúcar e álcool, e é,
Pimentel. verno do estado de São Paulo alertou
também, o maior exportador de
O secretário de Estado da Agri- carne, apesar de o estado não ser que o comércio exterior não pode
cultura e Abastecimento de São maior produtor nacional. “São Pau- se pautar apenas em carnes e açúcar.
Paulo, João Sampaio, iniciou a sua lo é o maior exportador do Brasil Ele destacou a exportação de flores
Seminário Bilateral de Comércio Exterior e Investimentos B r a s i l • R ú ss i a 25
P ainel II
e frutas que, segundo o secretário, Entender o mercado russo de toneladas por ano de carne. Dessa ca-
pacidade, metade é produzida na Rússia,
O
tem crescido. Sampaio disse, ainda, secretário argumentou que Brasil 15% são fornecidos por ex-repúblicas
que o estado de São Paulo aposta e Rússia têm enormes chances de da União Soviéticas e 35% são carnes
no crescimento do mercado da incrementar o comércio. De acordo importadas. “Moscou e São Petersburgo
com ele, o fato de o Brasil ter carnes e são as duas principais cidades da Rússia.
silvicultura, em especial o da celu-
açúcar como os principais itens da pauta Em Moscou, 65% do mercado de carne
lose. “São Paulo se desenvolveu, ao de comércio com a Rússia não impedem é importada, e em São Petersburgo, esse
longo dos anos, sempre focado em com que haja outras oportunidades no percentual é de 50%. Para ser indepen-
parcerias. Nós não queremos apenas mercado desse país. “A gente tem inúme- dente das importações de carne, a Rússia
ras outras oportunidades que podem ser precisaria dobrar a sua produção. Mas, os
vender e os maiores exemplos disso desenvolvidas. Quem conseguir entender números mostram que os produtores rus-
são as empresas Bertin e Sadia que o mercado russo e trabalhar com parcerias, sos conseguem aumentar somente 1% ao
já têm esse trabalho de parceria. O como faz a Bertin e a Sadia, terá êxito. Os ano a sua produção. Portanto, existe uma
governo do estado quer ser parcei- institutos de pesquisa de São Paulo e os grande dificuldade para a Rússia se tornar
nossos departamentos de comércio estão independente na produção de carne”, afir-
ro na linha do desenvolvimento de à disposição para quem tenha interesse em mou. Isabel Esteves disse, ainda, que 70%
cooperações estratégicas”, afirmou. trabalhar conjuntamente para desenvolver das importações de carne são provenientes
Em sua avaliação, para o comércio produtos com qualidade e atuar junto no de Brasil, Argentina e Uruguai. “Temos um
exterior se torne positivo é preciso comércio bilateral com a Rússia”, disse papel muito importante nas importações
concluindo a sua apresentação. deles”, frisou.
que ele se dê em mão-dupla, ou Em relação ao tipo de carne que os rus-
seja, quando é possível exportar sos importam, a representante da Bertin
e importar de forma equilibrada. “Nós estamos atuando cada vez afirmou que eles ainda não fazem parte do
grupo de importadores de cortes nobres,
“Esse é o nosso foco do governo do mais presentes no mercado russo.
ao contrário dos consumidores dos países
estado”, comentou. A forma que nós encontramos foi da Europa Ocidental. Mas, segundo ela,
a parceria, para que possamos com o passar do tempo, os russos podem
Em seguida, Sampaio apresentou assim chegar mais diretamente se tornar compradores de cortes com
números referentes ao comércio ao consumidor final” valores mais elevados devido ao aumento
bilateral Brasil-Rússia. De acordo Isabel Esteves
de poder aquisitivo. Após o término da sua
com as estatísticas apresentadas, o apresentação, ela passou a palavra para José
Juni Neto, diretor do Grupo Sadia.
crescimento do fluxo de comércio
Bertin
entre os dois países, de 2002 a 2007,
A representante do Frigorífico Bertin,
foi de mais de 160%. “Em 2002, Sadia
Isabel Esteves, foi a segunda palestrante
a gente exportou US$ 1,2 bilhão, do Painel II. A empresa Bertin, que ano O diretor da Sadia traçou, de início,
e, em 2007, vendemos US$ 3,7 passado completou 30 anos, tem hoje forte um breve histórico da atuação da em-
bilhões para os russos. Desse total, atuação no mercado da Rússia, conforme presa, informando que a Sadia atua há 15
ela explicou. “É um mercado de bastante anos no setor de comércio exterior. “O
US$ 3,4 bilhões são produtos de mercado externo brasileiro era comple-
importância para as exportações de carne
agronegócios. E o restante refere-se da empresa Bertin. Nós estamos atuando tamente diferente do que é hoje. Nós não
à venda de tratores e implementos tínhamos a menor idéia de onde iríamos
cada vez mais no mercado russo. A forma
agrícolas”, detalhou. Ele informou, chegar. Quando eu entrei na empresa,
que nós encontramos foi a parceria para
disseram-me que havia um problema que
ainda, que o crescimento da expor- que possamos assim chegar mais direta-
necessitava ser resolvido: o mercado da
tação de carne bovina foi de 100% mente ao consumidor final”, disse Isabel Rússia”. Segundo ele, os estudos para
Esteves. Em seguida, ela informou que as inserção no mercado russo começaram
em cinco anos, o de frutas, 50%, e exportações do grupo Bertin para a Rússia,
o de produtos florestais, 140% no com a constatação de que o país era im-
em 2007, atingiram 50 mil toneladas. E, portante e era preciso entendê-lo melhor.
mesmo período. “Um número que em 2008, a empresa exportou, de janeiro a Juni Neto lembrou que, até o ano 2000,
é interessante citar é o relacionado a maio, 21 mil toneladas. “Este ano, tivemos a Rússia passava por períodos de instabi-
flores e produtos ornamentais, pois problemas de redução de gado. Portanto, lidade econômica e cambial. No entanto,
se tivéssemos uma produção maior, pro- após a eleição de Putin para a presidência
cresceu 180% em cinco anos. Esse vavelmente exportaríamos mais”. do país, o câmbio começou a se estabilizar
comércio hoje já representa US$ Ela explicou que a capacidade de con- e os agentes econômicos se posicionaram
1,6 milhão por ano”, revelou. sumo na Rússia gira em torno 1, 7 milhão melhor, fazendo com que os negócios
Investindo em serviços e
infra-estrutura
Painel III levanta debate sobre a importância dos investimentos nos setores
de serviços e logística
O relacionamento Brasil-Rússia no setor
de serviços, apoio logístico e cooperação
inter-regional foi o tema do Painel
III do Seminário. O secretário de
Comércio e Serviços do MDIC,
Edson Lupatini, presidiu a sessão.
Para fazer as apresentações do Pai-
nel foi convidado o senador da Re-
pública da Rússia e vice-presidente
do “Vnesheconombank”, Sergey
Vassiliev. O Painel contou, ainda,
com a moderação do embaixador
Ernesto Rubarth, secretário de Es-
tado de Assuntos Internacionais do
Rio de Janeiro.
Ao fazer o discurso inicial do Painel,
Edson Lupatini disse que a série de
Da esquerda para a direita: Edson Lupatini (MDIC), embaixador Ernesto Rubarth, Sergey Vassiliev
seminários promovida pela FCCE e o cônsul Alexey Labetskiy.
é uma ótima oportunidade para
aprender e trocar idéias sobre os de boa rentabilidade”, avaliou o se- Intercâmbio de bens e serviços
mais diversos países que o Brasil
L
cretário do MDIC. De acordo com upatini ressaltou que o governo
tem relações. Segundo ele, os en- Lupatini, a Rússia tem investido brasileiro está empenhando em
contros não são importantes apenas mais que o Brasil em outros países, buscar resultados importantes para
para tratar das relações comerciais, essas duas economias emergentes através
e o crescimento do PIB russo tem
mas também para aprofundar outros do fortalecimento das relações bilaterais.
sido bastante forte. “Acredito que,
contatos em outros campos, como, “Se nós pudermos, cada vez mais, alicerçar
tanto para Brasil quanto para Rússia,
por exemplo, na área de serviços o intercâmbio de bens e de serviços na
de engenharia, construção civil, ar- haja possibilidades de receberem área de investimentos, seguramente as
quitetura, transportes, distribuição um bom tratamento por parte dos nossas economias, que têm muita coisa
e vendas, setores financeiro e ban- demais parceiros e, principalmente, em comum, poderá chegar a um patamar
cário. Em relação à Rússia, Lupatini dos países mais desenvolvidos. Eles muito melhor do que elas apresentam
são dois países que estão figurando hoje”, analisou.
afirmou que esse país tem passado O palestrante citou, também, a im-
por uma evolução bastante impor- no comércio internacional de uma
portância do mercado interno russo
tante. “A Rússia é, hoje, um dos forma bastante importante nos para atração de investimentos dos mais
países que tem recebido uma grande últimos anos, e estamos dividindo variados. “A renda per capita na Rússia é
quantidade de investimentos. Isso o interesse da comunidade inter- bem maior que a brasileira. O retorno
se dá porque o retorno é rápido e nacional”. do investimento está acima da média. As
empresas russas estão relativamente com Brasil e Rússia apresentam uma estrutura setores podem ser o petrolífero, espacial,
os seus custos barateados para efeito de bastante tímida. Ele disse que, apesar de construção de rodovias e telecomunica-
aquisição e participação no capital social. o banco não permitir apoiar a exportação ções. Eu penso que esta possibilidade
São dados importantes”, disse. russa dos hidrocarbonetos para o Brasil construirá uma contribuição importante
Lupatini afirmou que o setor de servi- ou a importação russa da carne brasileira, para o desenvolvimento dos laços dos dois
ços ainda tem uma participação pequena é possível que haja cooperação em outros países”, disse concluindo.
na composição do PIB da Rússia, conta- níveis. “O nosso banco pode apoiar a ex-
bilizando 56% do total, mas há tendência portação de produtos manufaturados da
de crescimento para os próximos anos. Rússia para o Brasil e o desenvolvimento Relações Rio de Janeiro-Rússia
“A participação do setor de serviços na dos projetos conjuntos nesse âmbito bi- O último expositor do Painel, o em-
economia dos países desenvolvidos está lateral. Podemos pensar na possibilidade baixador Ernesto Rubarth, apresentou
em torno de 85%, e no Brasil, 64%. Mas, de financiar e apoiar a exportação de dados que atestam o crescimento do
a taxa de crescimento na participação no produtos manufaturados brasileiros para fluxo comercial entre Brasil e Rússia nos
PIB do setor de serviços na Rússia tem a Rússia”. Vassiliev revelou que o Vneshe- últimos dez anos, contabilizando, para o
aumentado a níveis bem superiores àqueles conombank já desenvolveu experiências Brasil, um grande superávit durante esse
apresentados dentro dos setores primário desse tipo com Portugal “Em abril último, período. “Exportamos para os russos US$
e secundário da economia russa”. Ele des- assinamos um convênio bilateral com Por- 18 bilhões, e importamos US$ 7 bilhões,
tacou que o setores de construção civil e tugal que prevê o apoio para exportação o que dá um superávit comercial de
engenharia da Rússia são vistos como um de produtos portuguesa à Rússia. Vamos US$11 bilhões”, disse. Segundo o secretá-
dos mais atrativos do mundo, em função ver, agora, quais são as possibilidades que rio de Estado de Assuntos Internacionais
do tamanho desse mercado e da expansão existem nesse sentido entre e Brasil e do Rio de Janeiro, a excessiva concentra-
do poder aquisitivo do cidadão russo. “A Rússia e quais os instrumentos financei- ção das commodities na pauta de comércio
demanda por aeroportos e a expansão e ros adequados para incentivar o projeto” bilateral deixa clara a necessidade de se
renovação da infra-estrutura dos trans- considerou.
buscar maior diversificação. Em relação às
portes é grande, pois é um país duas vezes Em relação às parcerias no campo dos
relações entre a Rússia e o Rio de Janeiro,
maior que o Brasil, e exporta commodities investimentos na área de tecnologia, o
Ernesto Rubarth disse que o quadro é o
ao longo de milhares de rodovias e dutos palestrante disse que o banco está aberto
oposto ao apresentado nas trocas comer-
existentes lá”. para empresários brasileiros e russos que
ciais entre Brasil e Rússia. “Os números
desejem desenvolver projetos concre-
são francamente desfavoráveis ao Rio de
tos dentro dos setores citados. “Vamos
Janeiro. As importações foram dez vezes
encontrar maneiras de aproveitar esses
Banco de investimentos superiores às exportações. Além da diver-
projetos de proveito mútuo. O nosso apoio
O senador Sergey Vassiliev, que tam- será para diminuir o preço dos recursos sificação da pauta, temos que pensar em
bém é vice-presidente do banco “Vneshe- financeiros adequados para o projeto e aumentar substancialmente esse pequeno
conombank”, foi o palestrante seguinte. diminuir os riscos possíveis”, explicou. volume muito concentrado em alguns
“Existem possibilidades brilhantes para Para ele, é necessário que os dois países produtos”, disse.
o crescimento das relações econômicas trabalhem para remover barreiras exis- Para ele, a despeito das dificuldades
entre o Brasil e a Rússia. Mas, elas ainda tentes no relacionamento entre o Brasil e que foram apresentadas, há interesse do
não estão sendo aproveitadas da devida a Rússia no campo econômico. “Existem governo brasileiro em estimular uma
maneira”, disse, logo no início do seu as diferenças culturais entre as maneiras mudança dessa situação. “A Rússia pode-
discurso. Em seguida, ele explicou que de fazer negócios no Brasil e na Rússia. ria reverter esse quadro, que poderia ser
o “Vnesheconombank” é um banco de Mas há muitas coisas comuns que nos une muito maior. Ainda que esse comércio
fomento aos moldes do Banco Nacional e que na maneira de fazer negócios. Tanto não tenha chegado à sua plenitude, suas
de Desenvolvimento Econômico e Social na Rússia como no Brasil, as ligações pes- potencialidades podem ser exploradas
(BNDES). “O Vnesheconombank foi cria- soais são importantes para a realização de e, se devidamente estimuladas, poderão
do há cerca de um ano nas bases de um dos negócios comerciais. Estou convencido de progredir bastante em breve”, conside-
bancos tradicionais existente nos tempos que os políticos, tanto no Brasil quanto na rou. De acordo com o secretário, o go-
soviéticos. As funções que o nosso banco Rússia, devem se esforçar para lançar gran- verno do estado do Rio busca se colocar
tem que cumprir são semelhantes às de des projetos que servirão para ultrapassar presente para buscar maior entrosamento
qualquer banco de desenvolvimento, e tem obstáculos e barreiras que ainda existem”, e interesse em estimular o empresaria-
como foco a infra-estrutura, tecnologia afirmou Vassiliev. Ele considerou, ainda, a do para ter uma atuação cada vez mais
e exportação no âmbito da cooperação promoção da troca de estudantes do en- importante internacionalmente. Após
internacional”, disse Vassiliev. sino superior em várias áreas como fator a sua exposição, o presidente do Painel
O senador disse que as relações bila- importante para o fortalecimento das rela- III, Edson Lupatini, deu por encerrada
terais de comércio e investimentos entre ções bilaterais política e econômica. “Esses a sessão.
Futuro promissor
Palestrantes da Sessão de Encerramento falam sobre o presente e as
perspectivas futuras das relações Brasil-Rússia
O ex-ministro e presidente do Conselho Empresarial Brasil-Rússia, Pratini de Moraes, presidiu a Sessão Solene de Encerramento do Seminário.
A sessão solene de Encerramento Bilateral Brasil-Belarus; Alexey La- fazer o pronunciamento especial foi
teve como presidente o ex-minis- betskiy, cônsul-Geral da Rússia no convidado Boris Komissarov , chefe
tro da Agricultura, Marcus Vinicius Rio de Janeiro; embaixador Paulo do Departamento Internacional do
Pratini de Moraes, atual presidente Pires do Rio, diretor-Conselheiro Governo de São Petersburgo.
do Conselho Empresarial Brasil- do Conselho Superior da FCCE; Pratini de Moares disse, ao iniciar
Rússia. A mesa da solenidade foi Ernesto Rubarth, secretário de a sua exposição, que a evolução do
composta por: Edson Lupatini, se- Estado de Assuntos Internacionais comércio do Brasil com a Rússia é
cretário de Comércio e Serviços do do Rio de Janeiro, João Sampaio, extraordinária. Segundo ele, depois
MDIC; Gilberto Ramos, presidente secretário de Estado da Agricultura, de os dois países apresentarem uma
da Câmara de Comércio, Indústria e Abastecimento do Estado de São corrente de comércio inferior a
e Turismo Brasil-Rússia; Alexan- Paulo; Vladimir Tyurdenev, em- US$1 bilhão em 2000, registrou-se,
der Zhebit, presidente da Câmara baixador da Rússia no Brasil. Para em 2007, uma corrente de comér-
“E
stamos assistindo, no Brasil, Demanda por carne fazer a sua apresentação. Ao começar o
uma crescente diversifica- No entanto, apesar da necessidade de seu pronunciamento, Komissarov disse
ção dos mercados. Há 10 se buscar maior valor agregado para os ser, há muito tempo, um interessado na
anos, vendíamos 64% das exportações produtos, a aquecida demanda por carne, cultura brasileira. “Faço estudos de temas
do agronegócio para os Estados Unidos e aliada aos bons preços internacionais desse brasileiros desde meados do século pas-
União Européia. Hoje, eles representam produto, vem fazendo com que produtores sado. Posso confessar que amo este país,
Fábrica da Sadia m Kaliningrado: A expectativa é que a fábrica vai gerar 700 empregos diretos e produzir 80 mil toneladas de produtos
Fundada em 1944, a Sadia é uma das a sua presença no exterior: inau- Como está sendo o ano de 2008 para
a Sadia em relação ao ano anterior?
empresas que mais se destaca atual- gurou, na Rússia, uma fábrica de
Quais são as expectativas para os
mente no segmento agroindustrial e processamento de alimentos, que, próximos anos?
na produção de alimentos derivados quando estiver funcionando em sua Augusto Sá – Os primeiros resultados
de carnes suína, bovina, de frango plena capacidade, a fábrica vai gerar da Sadia no ano foram extremamente
e de peru. Não seria para menos. cerca de 700 empregos diretos, po- positivos. A empresa encerrou o primeiro
trimestre com faturamento de R$ 2,6 bi-
Nos três primeiros meses de 2008, dendo produzir 80 mil toneladas de
lhões e receita líquida de R$ 2,3 bilhões,
a empresa alcançou o faturamento produtos. Em entrevista concedida, valores respectivamente 20,3% e 20,9%
de R$ 2,6 bilhões, tendo um lucro por e-mail, à Revista da FCCE, José superiores aos obtidos nos três primeiros
meses de 2007. O lucro líquido totalizou
líquido de R$ 214,9 milhões, um Augusto Sá, diretor de Relações
R$ 214,9 milhões, com um incremento
aumento de 123% em relação ao Internacionais da Sadia, comentou de 123,4% em relação a 2007. O desem-
mesmo período de 2007. Atuando sobre as movimentações na Rússia, penho positivo veio confirmar a tendência
com força no mercado internacio- em outros países e dos números da de crescimento esperada pela companhia,
que continua apostando na estratégia de
nal, a Sadia deu, recentemente, um empresa nos primeiros meses de manter o foco em seu core business e na
passo importante para aumentar 2008. internacionalização. Em 2008, a companhia
O Brasil vem ocupando um espaço gentes. O ex-ministro da Agricul- agropecuário. Ele também falou
interessante no mercado mundial, tura e hoje presidente do Conselho à Revista da FCCE, e, além de
mostrando-se, cada vez mais, mais Empresarial Brasil- Rússia, Marcus comentar sobre o mercado russo,
competitivo, com capacidades de Vinicius Pratini de Moraes, par- tocou em assuntos como o sucesso
crescer. O agronegócio brasileiro ticipou do Seminário Bilateral de do agronegócio brasileiro, futuro
alcançou, no passado, US$ 60 bi- Comércio Exterior e Investimentos da Rodada de Doha e o protecio-
lhões, em volume de exportação Brasil-Rússia, onde relatou a atual nismo praticado pelos países ricos.
para variados destinos do mundo, conjuntura de comércio entre os Acompanhe, a seguir, os principais
com destaque para os países emer- dois países, sobretudo no setor trechos da entrevista.
O Grupo Bertin atua há mais de 30 Rússia é tido como um dos principais Como está sendo o ano de 2008 para
o Bertin em relação ao ano anterior?
anos nos segmentos de agroindústria, mercados da empresa nos últimos
Quais são as expectativas para os
infra-estrutura e energia renovável. anos. Em entrevista concedida à próximos anos?
Sediado no Estado de São Paulo, é Revista da FCCE, Marco Bicchieri, Marco Bicchieri – Em 2008, o setor
uma empresa de capital 100% nacio- diretor de Estratégia Comercial e se deparou com a restrição da oferta de
boi, a limitação das exportações da carne
nal e possui 42 unidades produtivas, Relações Institucionais da Bertin, bovina para a Argentina e União Européia
onde operam 35 mil colaboradores. conta o desempenho da empresa em e a baixa disponibilidade do produto no
Atualmente, o Bertin atende, além 2008, as expectativa de resultados Uruguai e Paraguai. Como conseqüência,
os preços tiveram aumentos significativos.
do mercado interno, a mais de 80 para os próximos anos e a atuação Para o Grupo Bertin, o ano tem sido ca-
países, nos cinco continentes. E a da Bertin na Rússia. racterizado pela diminuição dos volumes
São Paulo responde por 30% de acredito que deverá haver um crescimento.
já quanto aos preços, podemos verificar
todo o setor de agronegócios nacio-
que eles estão subindo no mercado inter-
nal. E a Rússia é um dos principais nacional e com o dólar cada vez mais en-
destinos dos produtos agrícolas do fraquecido, temos conseguido manter uma
boa taxa de crescimento nas exportações
estado paulista. Representando o
e acredito que isso vá se repetir em 2008.
governo do Estado de São Paulo, o Em 2007, conseguimos vender cerca de
secretário de Estado da Agricultura, R$ 35 bilhões ao exterior e a tendência é
que consigamos um crescimento de 10%
e Abastecimento, joão Sampaio con- em cima deste valor.
cedeu entrevista à Revista da FCCE.
Entre os pontos levantados, Sam-
Como o senhor vê o papel do gover-
paio, que também foi presidente no federal para a promoção do país
da Sociedade Rural Brasileira falou no campo das exportações?
sobre o mercado de agronegócios João Sampaio – Bem, como um agente
comércio bilateral só se fortalece quando do setor de exportações de bens agrí-
internacional e as perspectivas de ele é feito de mão-dupla. Por isso, esses se- colas, eu sou um crítico em relação à
crescimento do setor em 2008. minários, como este, são importantíssimos postura do governo federal de só negociar
para aproximar e conhecer os países, pois acordos multilaterais e negligenciar os
sem conhecimento, não se avança.
acordos bilaterais. Sou também bastante
cético quanto aos movimentos feitos em
Como o senhor avalia este seminário? direção a países que compram pouco em
E qual é o peso de São Paulo nesta
João Sampaio – Como um encontro corrente de comércio? detrimento de países da união Européia
muito importante. A Rússia é hoje o 4o e Estados unidos. Somados o poder de
João Sampaio – O peso de São Paulo é compra desses mercados – EuA e uE,
mercado para os produtos brasileiros. Em
enorme, porque o principal produto de representam cerca de uS$ 200 bilhões.
2007, o Brasil vendeu um total de uS$ 3
agronegócio exportado para a Rússia é o No entanto, eu, como secretário de es-
bilhões de produtos aos russos, sendo que
açúcar, e São Paulo produz 60% do açúcar tado, entendo que todos os movimentos
90% desta quantia ficaram a cargo dos
brasileiro. O mesmo acontece em relação que visem a um aumento no número de
bens agrícolas, com grande concentração
à carne bovina. Na verdade, quando se países compradores são importantes. Mas,
em açúcar e na carne. A Rússia é um mer-
fala em agronegócio, São Paulo lidera com ao mesmo tempo, o estado de São Paulo
cado que o Brasil tem um apreço muito
30% de tudo que é produzido dentro deste é crítico quanto ao entendimento de que
grande. A gente tem procurado atender
setor, apresentando uma economia agríco- o governo federal busque dar preferência
às exigências feitas pelos russos. Estamos
la muito diversificada e de qualidade. a terceiros mercados, esquecendo dos
trabalhando para que a carne suína e a
carne de frango tenham mais presença na mercados centrais. E a minha posição é a
Rússia, buscando corrigir algumas distor- de que é importantíssimo que o Brasil se
Há expectativas de crescimento em
ções existentes. Mas também é importante volte a tratados bilaterais. Pois só assim
2008?
ouvir dos russos a respeito do que eles teremos de fato um avanço na nossa linha
pretendem vender ao Brasil. Isso porque o João Sampaio – Em relação a volume, de comércio exterior.
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Nacionalismo
“A música clássica russa tem um grande público
entre os nossos ouvintes”, disse, em entrevista, o
produtor musical da Rádio MEC FM, Tiago Re-
goto. Para o produtor da emissora de rádio, que
tem a sua programação voltada, especificamente,
a música russa se destaca bastante pelo universa-
lismo, mas que teve muitos músicos preocupados
em estabelecer uma identidade nacional e Tchai-
kovsky é o melhor exemplo de compositor russo
que dedicou a sua música à Mãe Rússia.
O produtor disse, ainda, que está havendo,
cada vez mais, interesse por conhecer mais a
música clássica russa por parte dos ouvintes
da rádio e que procura produzir especiais com
diversos músicos russos para melhor divulgar
alguns nomes pouco conhecidos. “Exceção é, claro, feita a
Tchaikovsky, já que ele é bastante tocado. Há uma música
de Tchaikovsky pelo menos uma vez por dia”, disse Regoto,
acrescentando que, apesar de apresentar todas as compo-
Intercâmbio Comercial
Brasil – Rússia
ARTIgO ElABORADO PElA EQuIPE D O DEPARTAMENTO DE
PlANEjAMENTO E DESENVOlVIMENTO DO COMÉRCIO EXTERIOR – DEPlA
DA SECRETARIA DE COMÉRCIO EXTERIOR – SECEX DO MINISTÉRIO DO
DESENVOlVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR – MDIC.
Conselho Superior
Membros Vitalícios
Bernardo Cabral
Ernane Galvêas
Giulite Coutinho
Milton Cabral