Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
12/01/2009
Central Destino de Produção Cap. 06
Inspirada no original de
Janete Clair
Colaboração de
Eduardo Secco
Direção
Claudio Boeckel e Marco Rodrigo
Direção Geral
Luiz Fernando Carvalho
Núcleo
Luiz Fernando Carvalho
Personagens deste capítulo
Atenção
“ Este texto é de propriedade intelectual exclusiva da TV DESTINO LTDA e por conter informações confidenciais, não
poderá ser copiado, cedido, vendido ou divulgado de qualquer forma e por qualquer meio, sem o prévio e expresso
consentimento da mesma.No caso de violação do sigilo, a parte infratora estará sujeita às penalidades previstas em
lei e/ou contrato.”
FOGO SOBRE TERRA Capítulo 06 Pag.: 2
ARTHUR — Fala homem! Tenho mais o que fazer do que ficar aqui olhando pra sua
cara!
ARTHUR — Continue.
HOMEM — Bom coroné. É que eu ouvi dizê. (p) Eu ouvi dizê que o senhô
costuma ajudá. (p) Ainda mais quando tem filha. (p) Qui nem essa minha
aqui.
HOMEM —Num tem pobrema coroné. Só de o senhor consegui uma colocação pra
ela, já tá bão demais. (p) Assim é bão pra ela e bão pra mim. É menos uma
boca coroné. E ela ainda pode ajudá a gente.
ARTHUR — Eu vou ajudar a sua filha. Ela vai ficar aqui comigo uns dias e depois
eu vejo algum lugar pra ela trabalhar. (p) Vou fazer mais que isso. Vou lhe
FOGO SOBRE TERRA Capítulo 06 Pag.: 3
dar uma ajuda. Uma ajuda em dinheiro enquanto ela não começa a
trabalhar e lhe dar algum.
ARTHUR — Eu acho que isso aqui tá bom. Você veja se tá do seu agrado.
ARTHUR — Você pega a menina e vai pelos fundos da casa. Lá na cozinha tem
comida pros dois.
CORTA PARA:
ARTHUR — Mandei os dois pra cozinha. Você serve alguma coisa pra eles
comerem.
ARTHUR — Bom.
ARTHUR — Vai. Você prepara aí um quarto pra ela. A menina fica uns dias. (p) Até
eu arranjar alguma coisa pra ela. O mesmo de sempre.
CORTA PARA:
LUCENA — Isso é bom. Num quero sabe de roubo de gado aqui por essas terra.
PEDRO — Isso nunca aconteceu com boi que tava debaixo das minhas vistas,
Lucena.
LUCENA — Eu sei disso, Pedro. Por isso mesmo que eu... Eu tenho um serviço pra
você.
CORTA PARA:
PEDRO — Você quer que eu leve uma boiada pra São Paulo, hoje?
LUCENA — É. Seu Heitor disse que só confia em ocê pra esse trabalho.
LUCENA — Vão, mas o seu Heitor quer que ocê acompanhe tudo. Que entregue as
cabeça na mão do dono.
RITA ENTRA, TRAZENDO CAFÉ PARA TODOS. ELA OS SERVE ENQUANTO ELES
CONTINUAM A CONVERSA.
LUCENA — Bom, se ocê preferi, Pedro, eu ligo pro seu Heitor e digo que ocê num
qué ir.
LUCENA — Ocê sabe que o Nilo num cuida desse tipo de assunto. E pra essa
história de boi, de terra, seu Heitor gosta que ocê trate.
RITA VOLTA PARA A COZINHA ENQUANTO PEDRO FICA PENSATIVO SOBRE O QUE
LUCENA FALOU.
CORTA PARA:
RITA — E desde quando seu Heitor se preocupa com os boi daqui? Ele quase
nem vêm. Nem telefoná, telefona.
SANDOVAL — Então por que ocê acha que o Lucena tá querendo mandá o Pedro
nessa viagem?
RITA — E eu que vô sabe? As vez é só pra arrelia o pobre. Só pra mostra quem
manda.
SANDOVAL — Isso é poblema deles, Rita. Nóis num tem nada que vê com isso.
Quando a gente chegô aqui, com uma mão na frente e outra atrás, Lucena
deu emprego e casa. Se ele qué ficar arreliando o Pedro, isso é poblema
dos dois.
RITA — Ocê é muito acomodado, Sandoval. Às vez eu penso que não devia te
tê casado cocê.
SANDOVAL — Ocê num fale uma coisa dessa, Rita. (p) Ocê sabe o quanto eu lhe amo.
SANDOVAL — Acabei.
RITA — Então trata de vortá pra lida antes que Lucena veja que ocê num tá
trabaiando.
SANDOVAL — Tá bão.
RITA — Tá bão.
CORTA PARA:
PEDRO — Vontade eu tive, mas não posso, Bicho. É meu trabalho. Ainda mais na
situação que eu tô. A fazenda não se sustenta. Dependo desse dinheiro.
BICHO-BRABO — Eu sei.
PEDRO — Os dias que eu tiver fora, quero que você durma lá na fazenda. Pode
ser?
PEDRO — Não gosto de deixar a Nara sozinha lá. É cisma minha, mas não gosto.
CORTA PARA:
CORTA PARA:
ZULMIRA — Claro que não! O senhor não pára na Igreja! Se parasse ia ficar
sabendo. Vim aqui ontem à tarde, esperei, esperei e nada do senhor.
Agora já tô plantada aqui pra mais de hora.
O PADRE FICA OLHANDO PRA ZULMIRA SEM SABER DO QUE ELA ESTÁ FALANDO.
ZULMIRA — Claro. O senhor pensou que eu tivesse vindo aqui fazer o que? (p)
Padre, eu quero colaborar na quermesse.
ZULMIRA — Eu sei muito bem o que acontece, Padre. Não precisa ficar com essa
cara de quem não sabe o que dizer. Eu sei que... Não iam aceitar se eu
montasse uma barraca na quermesse.
ZULMIRA — Eu sei, Padre. Eu sei que isso é coisa daquele bando de carola. O
senhor sempre me tratou muito bem. (p) Acontece, Padre, que assim
como quase todo mundo aqui em Divinéia, eu também sou devotada da
santa. E tô vendo como a igreja tá precisando de dinheiro, de uma boa
reforma.
PADRE — Nem me fale, dona Zulmira. Eu tenho medo de que qualquer dia o teto
caia em cima dos fiéis. Eu tentei falar com o Heitor Gonzaga pra ver se
ele mexia os pauzinhos e conseguia o tombamento histórico do prédio.
Assim ficaria mais fácil conseguir que o patrimônio histórico ajudasse,
mas ele não me deu resposta nenhuma.
verdade. A igreja vem abaixo. (p) É por causa disso que eu estou aqui.
Padre. Já que eu não posso montar uma barraca como qualquer outra
pessoa, eu quero dar uma quantia em dinheiro pra festa.
ZULMIRA — Padre, eu sei que o que eu faço é... Bom, não é muito certo do seu
ponto de vista, mas o meu dinheiro é igual a qualquer outro. (p) O meu
dinheiro, pelo menos o senhor sabe de onde vem, como é ganho.
Honestamente ganho, diga-se de passagem. Já o do prefeito, o senhor
pode garantir?
PADRE — Está bem, dona Zulmira. Eu vou aceitar a sua oferta. Sei que a senhora
está fazendo de coração.
ZULMIRA SORRI.
ZULMIRA — Elas vão ficar muito contentes em saber que o senhor aceitou.
CORINA — Pa...Padre!
ZULMIRA SE LEVANTA.
O PADRE SE LEVANTA.
ZULMIRA SAI, MAS ANTES OLHA CORINA DE CIMA ABAIXO E SORRI ZOMBETEIRA,
DEIXANDO A BEATA FURIOSA.
CORINA — Mas essa mulherzinha é muito petulante, Padre. Aonde já se viu ela vir
pisar aqui, na casa de Deus?
CORINA — Ajuda?! O senhor não aceitou, não é? Não me diga uma coisa dessas!
CORINA — Não. Não mandou. (p) Mas vai mandar! Logo ele vai mandar!
PADRE — Sei.
CORTA PARA:
ZULMIRA — Vocês precisavam de ter visto a cara daquela carola quando ela me viu
na igreja. Parecia que tava vendo o cão!
TIANA — Eu queria era ver a cara dela se soubesse que o marido vem aqui quase
toda noite.
ZULMIRA — Barraca nós não podemos ter, mas eu quero vocês todas muito bonitas
e perfumadas no dia, porque nós vamos sim na quermesse!
ZULMIRA — E eu lá sou de brincar com coisa séria? Tá pra nascer quem vai me
impedir de fazer alguma coisa. Posso não ter barraca, mas que elas vão ter
de me engolir, ah isso vão.
MADALENA — Faz tanto tempo que eu não vou numa festa assim que nem lembro
como é.
ZULMIRA — Não é nada. Isso vai passar logo. Balbina, me ajuda a ir até o quarto.
BALBINA — Ocês façam o que Zulmira mandou. Comecem a arrumar a casa pra
função. Daqui a pouco eu venho aqui pra vê se tá tudo direitinho.
ZORAIDE — Mas ocê é mesmo muito da lesada! Num viu que agora vira e mexe a
madrinha têm essas dor?
MADALENA — Zoraide tá certa. Não é a primeira vez que a madrinha sente isso. (p)
Será que é coisa séria?
CORTA PARA:
BALBINA — Tá bem nada. Tô vendo na sua cara que ainda tá com dor.
ZULMIRA — Só um pouco.
BALBINA — Zulmira, ocê tem que ir no médico! Não pode deixá essa doença assim,
sem fazer nada.
BALBINA — Que remédio? Ocê precisa é fazer tratamento! Aquelas coisa com um
monte de remédio.
BALBINA — Não acredito que por vaidade ocê vai deixá essa doença lhe consumi.
ZULMIRA — Não é por isso, Balbina. É que não tem mais jeito mesmo. Demorei
demais pra descobrir que tava com essa doença. Não tem mais nada que
eu possa fazer.
BALBINA — Não tô lhe reconhecendo, Zulmira. Ocê sempre foi uma mulher
batalhadora. Sempre enfrentou tudo de frente e agora vai se entregá desse
jeito?
FOGO SOBRE TERRA Capítulo 06 Pag.: 12
CORTA PARA:
HILDA — Você está querendo me dizer que aquela messalina, aquela rameira,
estava conversando com o Padre Luís e querendo ajudar na quermesse?
CORINA — Foi isso mesmo, dona Hilda. Essa fulaninha é mesmo muito abusada.
CORINA — Ele disse que não, mas eu vi que ele estava com um pacotinho nas
mãos.
HILDA — Pacotinho?
CORINA — É.
HILDA — Eu vou ter uma conversa muito séria com o Padre Luís. Eu não vou
deixar essa... Pecadora meter o dedo na nossa quermesse. Era só o que
me faltava. Uma mulher da vida envolvida na festa da santa.
CORTA PARA:
CHICA — Duvido. Isso é coisa do peste do Lucena. Ocê sabe que ele faz de tudo
pra lhe botá debaixo das bota dele.
PEDRO — Sei, mas eu não posso dizer não. Ele mandou, eu tenho que fazer. Já
pedi pro Bicho-Brabo ficá lá com a Nara.
FOGO SOBRE TERRA Capítulo 06 Pag.: 13
CHICA — Ocê tá certo. (p) E qué sabê de uma coisa? Eu vô pra lá também. Pego
Brisa e nóis passa a noite com ela.
CHICA SORRI.
CHICA — É claro que eu faço. Sei que assim ocê vai ficá mais sossegado.
OS DOIS SE BEIJAM.
PEDRO — Deixa eu ir. Ainda tenho que arrumá as minhas coisas pra viagem.
CHICA — Tá certo. Avisa pra Nara que dispois eu mais Brisa passamo lá.
PEDRO — Aviso.
PEDRO E CHICA VOLTAM A SE BEIJAR, DEPOIS ELE VAI EMBORA EM SEU CAVALO.
CORTA PARA:
CORTA PARA:
MADALENA — Oi Nilo.
NILO — Sei.
FOGO SOBRE TERRA Capítulo 06 Pag.: 14
NILO — Eu acho que se ocê viesse uma noite, ia gostá. Principalmente se essa
noite fosse comigo.
MADALENA — Eu acho que ia gostar mais ainda de contar isso pro seu patrão. Você
não acha que o Heitor ia gostar de saber dessa proposta que você me fez?
NILO SORRI.
MADALENA — Acho bom você pensar antes de ficar fazendo essas brincadeiras. (p)
Nilo, a casa tá fechada. O que você quer?
ZORAIDE — Nilo!
OS DOIS SE BEIJAM.
ZORAIDE — Ela que não se meta a besta pro seu lado. Acabo com a raça dessa
sujeita.
OS DOIS SE SENTAM.
FOGO SOBRE TERRA Capítulo 06 Pag.: 15
BALBINA ENTRA.
BALBINA — Dexa Zulmira lhe escutá falando isso que lhe bota pra fora, Zoraide.
BALBINA — Então ocês marca outro lugar ou então de noite ocê vorta. Zulmira não
gosta de ninguém por aqui antes da função.
NILO SE LEVANTA.
BALBINA — Precisava. Ocê tá cansada de sabê que Zulmira num qué ele por aqui
com a casa fechada.
CORTA PARA:
CHICA — Porque eu tenho mais o que fazê do que ficá aqui lhe dando trela.
NILO — Ocê é mêmo brava, Chica Martins. (p) Adoro mulhé assim.
CHICA — O tipo de mulhé que ocê gosta, num me interessa, Nilo Gato. Ocê me
dá licença.
CHICA VAI SAIR, MAS NILO A SEGURA COM FORÇA PELO BRAÇO, VIRANDO-A PARA
SI.
CHICA PUXA UMA FACA E A ENCOSTA ENTRE AS PERNAS DE NILO, QUE FICA
ASSUSTADO.
CHICA — Ocê tem certeza que qué mêmo falá comigo? Se quisé, acho que ocê
vai acará perdendo umas coisa pra qual dá muito valor.
NILO — Num precisava ficá brava desse jeito. Eu só queria trocá uns dedo de
prosa.
CHICA — Eu num quero prosa nenhuma cocê, Nilo Gato. Num gosto de gente
que nem ocê. É bão ficá longe de mim.
CORTA PARA:
FOGO SOBRE TERRA Capítulo 06 Pag.: 17
FRIDA — Descobrir mesmo, não. Mas eu vou lhe contar tudo o que consegui
tirar dos forasteiros.
FRIDA — Assim como quem não quer nada, eu perguntei pros rapazes o que eles
estavam fazendo aqui.
FRIDA — Sim, mas o que eu vou lhe contar agora, você não sabia.
CHICA — O que?
FRIDA — Eles deixaram escapar que trabalham pra uma construtora lá de São
Paulo.
CHICA — Tô pensano aqui comigo, dona Frida. O Heitor Gonzaga num tem uma
construtora lá em São Paulo?
CHICA — É isso mêmo. Arguma coisa tá me dizeno que tem dedo do Heitor
Gonzaga por trás desses hóme.
CHICA — E a senhora num conseguiu discubri o que é que eles qué construí?
FRIDA — Não. Pra falar a verdade eles nem disseram se iam construir alguma
coisa. Só falaram que estavam fazendo uns estudos.
FOGO SOBRE TERRA Capítulo 06 Pag.: 18
CHICA — É dona Frida. Essa história tá ficano cada vez mais cheia di mistério.
(p) O que será que esses hóme da tar construtora qué aqui em Divinéia?
CORTA PARA:
PEDRO — Já falei com o Bicho-Brabo e ele vai ficar de noite aqui na fazenda.
Chica também já disse que vem com Brisa.
PEDRO — Assim eu fico mais sossegado. Ocê sabe que não gosto de lhe deixá
aqui sozinha. (p) Você tem muito inimigo, Nara.
NARA RI.
NARA — Até parece que arguém se preocupa comigo. Já foi tempo que eu era
pedra no sapato dos ôtro. Agora eu fico aqui sossegada no meu canto.
PEDRO — Tá certo.
NARA SAI. PEDRO COMEÇA A PROCURAR ALGUMA COISA NOS BOLSOS, MAS NÃO
ACHA.
PEDRO — Diogo. (p) Como será que ocê tá, meu irmão? Em que parte desse
mundo?
CORTA PARA:
CORTA PARA:
CHRISTIANE — Você queria que eu ficasse como? Tô vendo você dar um passo em
direção ao precipício e não posso fazer nada pra impedir.
CHRISTIANE — Volta, mas eu te conheço, Diogo. Eu sei que se seu tio lhe pedir pra
voltar, você vai querer voltar.
DIOGO — Christiane...
CHRISTIANE — Eu sei! Eu já sei tudo o que você vai dizer. Também não vou mais ficar
perdendo o meu tempo. Tô cansada de falar a mesma coisa. (p) Eu vou
dar uma volta e depois pegar a Vivi.
CORTA PARA:
CORTAR PARA:
CORTA PARA:
LEILA — Você é passiva demais, Celeste. Heitor faz o que quer e você fica com
essa cara de rainha da Inglaterra. Ah se fosse comigo!
CELESTE — Mas Leila, o Heitor é assim mesmo. Sempre foi. Ele é um bom marido.
Me trata bem, me agrada, mas têm esse jeito meio distante. Nunca foi
amoroso, carinhoso. Mas eu sei que ele gosta de mim. Lá do jeito dele,
mas gosta.
LEILA — Tudo bem. Pode até ser. Mas ele também lhe apronta poucas e boas.
CELESTE — Não. Espera aí. Vamos ser justas. Quando eu me casei com ele já sabia
da filha. Ele me disse que havia tido um relacionamento e que dessa
história havia nascido uma filha. Eu casei sabendo de tudo.
LEILA — E teve de cuidar da filha da outra. Você sabe quem é essa mulher?
CELESTE — Não. Ele nunca fala dela. Me disse que ela morreu quando teve a
Bárbara. (p) Acabou me deixando esse fardo.
CELESTE — Ah, mas com o Diogo foi completamente diferente. Eu confesso que
quando ele me disse que ia trazer o filho do ex-sócio pra morar com a
gente, eu quase tive um ataque, mas depois que conheci o Diogo vi que
não ia ter problema. Ele era completamente diferente da Bárbara.
Educado, prestativo, obediente. (p) Você sabe que eu gosto dele como se
fosse um filho. Já que eu nunca pude ter um e que a Bárbara nunca
permitiu que eu me aproximasse dela dessa forma, o Diogo acabou
preenchendo esse espaço. Sabe que ele até me ajudou com ela? A Bárbara
adora o Diogo. Sempre obedeceu a ele. Foi quem freou um pouco a
impulsividade dela.
CELESTE — Rezo todo dia para que não seja tão cedo.
AS DUAS RIEM.
CELESTE — Eu também tenho que ir. Preciso falar com o Diogo pra ver quando ele
vem pra cá.
LEILA — Vamos.
CORTA PARA:
DIOGO — Hello. (p) Yes. I’m Diogo Azulão. (p) Viviane is my daughter. Is that
something wrong? (p) What? (p) Okay. I’m going right now. Thank you.
CORTA PARA:
CORTA PARA:
FOGO SOBRE TERRA Capítulo 06 Pag.: 22
CHRISTIANE — Não.
DIOGO — Não? Por acaso você não esqueceu a sua filha na escola?
DIOGO — É. A Vivi.
CHRISTIANE — Não começa, Diogo! Esqueci! O que você quer que eu faça? (p) Eu
ando com muita coisa na cabeça.
DIOGO — Eu sei com o que você anda na cabeça. É por causa da viagem, não é?
DIOGO — Christiane, eu vou lhe dizer uma coisa. Até agora eu tenho relevado
esse carnaval que você tem feito, mas dessa vez você passou dos limites.
CHRISTIANE — Diogo, você não tem o direito de me falar isso. Eu sempre faço tudo o
que você quer.
FOGO SOBRE TERRA Capítulo 06 Pag.: 23
DIOGO — Desde que seja também o que você quer. (p) Christiane, eu não
agüento mais esse tipo de atitude infantil. Tá na hora de você crescer. (p)
Eu vou viajar e quando voltar nós vamos ter uma conversa. Uma conversa
muito séria.
DIOGO — Eu tô querendo dizer que nós precisamos rever muitas coisas na nossa
vida. Vai ser bom eu ficar uns dias fora. Eu quero que você pense nas suas
atitudes. (p) Assim, desse jeito, pra mim não dá, Chris.
CORTA PARA:
CORTA PARA:
CHICA — Ocê vai descansado. Eu e Brisa ficamo aqui com Nara o tempo que
precisá.
PEDRO — Telefono. E ocê não faz nenhuma besteira enquanto eu tiver fora. Não
vai lá se meter com a dona Hilda.
CHICA — Ocê pode fica sossegado que o que é daquela surucucu véia, tá
guardado. Mas eu vô fazê na hora certa.
CORTA PARA:
ARTHUR — E o pai?
CORTA PARA:
FOGO SOBRE TERRA Capítulo 06 Pag.: 25
IVONE — O seu pai num devia de tê lhe dexado aqui. Ele num sabe o que fez. (p)
Coroné parece que é bão, que ajuda as menina, mas num é nada disso
não. Esse aí é ruim que nem o cão. Finge que é bom, mas não é. Só quem
vive aqui dentro que sabe das coisa que ele faz.
A MENINA NÃO FALA NADA. IVONE OLHA PARA ELA E DEPOIS SE SENTA NA SUA
FRENTE.
IVONE — Eu tenho uma filha mais o meno da sua idade. Um pouco mais velha.
Num dêxo ela chegar aqui perto da fazenda por nada desse mundo. Pra
móde o Coroné num bota os óio nela. (p) Já falei pro Quebra-Galho...
Quebra-Galho é o meu marido. Já falei pra ele que nóis deve de caçá
serviço em outro lugar. Mas é ruim de arranja otra colocação por essas
banda.
ISABEL — Assim que é bom. Odeio quem fala demais. (P) Venha comigo, menina.
Vou lhe preparar um banho e arranjar uma roupa decente.
CORTA PARA:
ZÉ MARTINS — Nunca vi nenhum desses peão por aqui. Será que é contratado de
arguma fazenda?
CORTA PARA:
FOGO SOBRE TERRA Capítulo 06 Pag.: 26
NILO SORRI.
NILO — E qual é?
LUCENA — Hoje nóis vai fazê uma visitinha na fazenda do Pedro Azulão. Vamo
alivia ele do peso de umas cabeça de gado.
FIM DO CAPÍTULO
FOGO SOBRE TERRA Capítulo 06 Pag.: 27