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DESENVOLVIMENTO DE SISTEMA PARA AUTOMAÇÃO DE

UM DESTILADOR DE CACHAÇA E ÁLCOOL DE PEQUENO


PORTE
Alexsandre T Silva, Carlos F. Martins, Laércio Rosa e Ronaldo dos S. Duarte
Centro de Tecnologia em Automação e Informática - SENAI/CTAI
Rodovia SC 401, nº 3730 CEP 88.032-005 - Florianópolis-SC
ats@ctai.rct-sc.br martins@ctai.rct-sc.br laercio@senai-sc.ind.br rduarte@senai-sc.ind.br

Resumo - O projeto Automação da Produção de Cachaça faz comercializam regionalmente seus produtos, envasados
parte do Programa Catarinense de Melhoria da Qualidade da normalmente em garrafões e garrafas, a granel ou em barris. O
Cachaça, visando a geração de trabalho e renda ao pequeno que se verifica, na estrutura de produção dominante, é a
produtor catarinense. O processo de produção de cachaça em fabricação da cachaça num sistema de produção artesanal,
alambique continuo, desenvolvido pelo Dr. Eng. Jack Eliseu
que na grande maioria dos casos, carece dos preceitos básicos
Crispim, EPAGRI/URUSSANGA/SC, exige uma temperatura
constante de 95ºC para o fracionamento dos componentes da quanto à higiene e ao controle de qualidade. Raros são os
guarapa fermentada e uma vazão inversamente proporcional produtores que adotam técnicas, mesmo que simples, para a
ao grau Alcoólico da cachaça. Para tais funções são utilizadas: melhoria da qualidade do produto. O caldo da cana-de-açúcar
válvula de vazão de gás, válvula de vazão de líquido, sensor de é o elemento básico para a obtenção, através da fermentação,
temperatura e um alcoômetro. A idéia principal que norteou o de vários tipos de álcool, entre eles o álcool etílico. A produção
desenvolvimento desta pesquisa foi a utilização de recursos de em Santa Catarina se situa na faixa de 6 milhões de litros anuais,
automação industrial com tecnologia desenvolvida dentro das com um consumo na ordem de 35 milhões de litros. De acordo
unidades do SENAI para melhoria do processo produtivo da com Tagliari (2001), Santa Catarina possui 14.664 ha de cana-
cachaça visando padronizar e aumentar sua qualidade,
de-açúcar plantados, localizados predominantemente nas
agregando valor ao produto catarinense com investimento viável
ao pequeno produtor. regiões mais quentes do estado, no Litoral, Vale do Itajaí e
A unidade do SENAI/CTAI, Centro de Tecnologia em Oeste. A produção total de cana-de-açúcar em 1998, segundo
Automação e Informática, responsável pelo controle e integração o mesmo autor, foi de 483 mil toneladas, com produtividade
em conjunto com o SENAI/CEDEP, Centro de Educação e média de 33 toneladas pôr ha. Santa Catarina consegue atingir
Desenvolvimentos Empresarial, responsável pelo rendimentos de 150 a 180 toneladas de colmos pôr há quando
desenvolvimento das válvulas e sensores, desenvolveram durante as lavouras são conduzidas tecnicamente, mas em média, um
6 meses os equipamentos necessários para a automatização do pequeno produtor rural consegue, em terras férteis,
processo. Após este período de pesquisa, foi possível uma redução produtividade de 80 a 120 toneladas.
de custos da ordem de 80% em relação a equipamentos prontos
no mercado e uma previsão para a redução ainda maior com a II. DESTILADOR CONTINUO
continuidade da pesquisa e utilização de outras técnicas e
dispositivos. O novo modelo de destilador contínuo para produção de
aguardente e álcool para atendimento aos pequenos
Palavras-chave - alambique, guarapa, vinho, alcoômetro. produtores de cachaça e fumo, visa obter produtos com maior
qualidade final. Com o desenvolvimento deste novo tipo de
I. INTRODUÇÃO
destilador para as pequenas propriedades os produtores de
Os registros da história da destilação remontam a 3.500 fumo terão uma nova alternativa de energia para secagem do
anos a.c., sendo que a fabricação de perfumes e cosméticos fumo, evitando os problemas de desmatamento ou
era conhecida e a destilação servia para elaboração destes desenvolvimento de projetos de produção de eucalipto para
preparados. Foi nos meados do século XII, que as bebidas queima nas fornalhas, alem do álcool poder servir como
destiladas passaram definitivamente a fazer parte do hábito combustível pala impulsionar carros ou motores.
das pessoas. A partir desta data, a evolução do processo de
destilação foi crescente, bem como o consumo de bebidas. O
incremento no consumo nacional e a abertura do mercado
europeu e americano, principalmente o mercado alemão italiano
e francês, representam possibilidades de rápida expansão desse
setor da economia, a exemplo do que já vem sendo feito pôr
estados como Minas Gerais e São Paulo, atualmente os
principais estados exportadores do produto. Atualmente a
cachaça de um modo geral é produzida em nosso estado de
forma pulverizada, em centenas de pequenos fabricantes que

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CTAI: R. AUTOM. TECN. INF. FLORIANÓPOLIS, V.1, N.1, JUN. 2002
Fig. 1 - Micro destilador para produção de 80 litros dia de álcool com Fig. 2 - Destilador contínuo de cachaça com produção de cachaça de
85 a 90 GL em fornalha a lenha e bagaço de cana. cabeça, coração e rabo.

Já na destilação da cachaça, para os produtos cabeça, III. FUNCIONAMENTO


coração e cauda, foi desenvolvido um destilador com O vinho, entra pôr um funil, parte superior do equipamento,
capacidade de separação destas fases, obtendo-se assim um pôr gravidade atravessa o interior da coluna de destilação,
produto com maior qualidade final. Podendo-se reutilizar a sofrendo um pré aquecimento, caindo sobre o primeiro prato
cabeça e calda para a produção de álcool combustível. A Figura de separação na parte mais superior da coluna. São vários
2 mostra o alambique contínuo, onde a coluna da esquerda pratos que pôr diferentes temperaturas vão separar os
separa a cachaça de cabeça e a coluna do meio separa o coração componentes do vinho, que vão sendo recolhidos e
e a cauda, condensando os 3 produtos na coluna da direita. A direcionado ao condensador, onde há o resfriamento dos três
energia calorífica é aplicada na base do destilador da coluna produtos finais, cabeça, coração e rabo. Este processo exige
maior, onde o vinho, guarapa fermentada, é transformado em uma temperatura constante de 95ºC, em sua base ou fornalha,
vapor para posteriormente separar os álcoois na parte superior para o fracionamento dos componentes da guarapa fermentada,
da coluna e na coluna do meio. A fonte calorífica deste chamada de vinho. A vazão do vinho é inversamente
destilador é a gás, porém a utilização de forno também é proporcional ao grau Alcoólico da cachaça, fazendo-se
possível e viável. necessário seu ajuste e monitoramento constante para a
produção de uma cachaça de qualidade e respeitado padrão.
Com a variação da vazão do vinho, a fornalha sofre alteração
de sua temperatura, necessitando de intervenção na fonte de
energia, aqui representada pôr queimadores do tipo industrias
a GÁS, exigindo maior ou menor potência calorifica. O
monitoramento dos graus da cabeça, coração e rabo é dado
pôr três alcoômetros dentro de tubos separados, logo após o
condensador, antes dos produtos serem recolhidos para
armazenamento. A leitura pode ser feita em duas escalas, Gay-
Lussac ou Cartier.

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Fig. 3 - Projeto técnico do novo modelo de destilador contínuo para
produção de cachaça.

IV. AUTOMATIZAÇÃO

Devido ao grau de complexidade e exigência de supervisão


continua, para se ter um padrão de qualidade e volume de
produção para o pequeno produtor, em reunião entre EPAGRI Fig. 4 - Alcoômetro automático desenvolvido pelo NIT, SENAI/
CEDEP de São José.
e SENAI, estabeleceu-se uma parceria para o desenvolvimento
da automatização do processo de destilação.
O processo, como citado anteriormente, necessita 3) Sensor de Presença de chama
monitorar as variáveis temperatura e grau da cachaça e atuar Controle sensível a corrente, detectando a presença de
sobre a vazão do vinho e potência calorifica. chama e, no caso de falha de ignição ou posterior falta de
chama, provocando uma parada de segurança.
A. Sensores

1) Temperatura
O sensor de temperatura utilizado é um PT100 a três fios
com um conversor de corrente de 4 a 20mA, o CLP (Controlador
Lógico Programável) converte a corrente para temperatura entre
0º e 150ºC.

2) Alcoômetro
Alcoômetro: Os alcoômetros automáticos disponíveis no
mercado, custam cerca de 30 mil reais, inviável para o escopo
do projeto. O alcoômetro automático desenvolvido pelo NIT,
SENAI/CEDEP, constitui-se de um recipiente contendo um
alcoômetro manual e um sensor de medição de distância a
laser. Com a variação do teor alcoólico, o alcoômetro sobe ou
desce, variando a posição de sua haste em relação ao sensor.
Esta distância é medida pelo sensor e enviada ao CLP uma
corrente de 4 a20mA, que converte esta leitura em graus Cartier. Fig. 5 - Eletrodo de presença de chama.

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B. Válvulas de duas bobinas.

1) Válvula de vazão de vinho


A válvula de vazão de vinho foi desenvolvida a partir de
uma válvula encontrada facilmente no mercado com preço
acessível e de grande precisão. O NIT encarregou-se de
desenvolver o corpo e o CTAI seu controle eletrônico,
baixando o custo para 10% de produtos similares encontrado
no mercado. As válvulas são acionadas através de pulsos.
Estes pulsos movimentam o motor de passo bipolar de duas
bobinas. Através de engrenagens a haste da válvula é desloca
no sentido perpendicular controlando proporcionalmente os
Para gerar os pulsos foi utilizado o CI 74LS194, um shift
orifícios de entrada e saída do vinho . A haste da válvula foi
register bidirecional. Como o motor é bipolar e consome 240mA
construída de maneira a facilitar sua usinagem.
em cada bobina, é utilizado uma ponte H dupla de 500mA, CI
L293, e oito diodos devido as correntes reversas. Um NE555
em configuração astavel, garante o clock para os passos. O
CLP monitora o clock para controlar os passos.

V. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
[1] TAGLIARI, P.S. Cana-de-açúcar: boa alternativa
agrícola e energética para a agricultura nacional.
Agropecuária Catarinense. Florianópolis, v.14, n.1, março,
2001
[2] ROMAI, C.; SCHERER,A. SCHERE, I. ; CRISPIM, J.E.
Programa de melhoramento da cachaça produzida em
Santa Catarina. ACAPAAQ, FIESC, EPAGRI,
FLORIANÓPOLIS, 2001, 29P.
[3] CRISPIM, J.E. Manual da Produção de Aguardente de
qualidade. Guaíba, Ed. Agropecuária, 2000, 338p.
[4] http://www.solarbotics.net
Fig. 6 - Válvula proporcional de vazão de líquidos, desenvolvida pelo [5] BRAGA, Newton. Revista Saber Eletrônica, [S.L]: Saber,
NIT SENAI/CEDEP São José para controle de vazão do vinho.. junho/2002.

2) Válvula de vazão de GÁS VI. CURRICULUM


Similarmente a válvula de vazão de vinho, esta válvula
exigiu uma maior atenção. Para um ajuste preciso do GÁS e Alexsandre T. Silva natural de
uma boa vedação, esta válvula demandou um estudo sobre a Florianópolis. Cursando a 6ª fase de
construção de seu corpo e haste. Utilizando informações da Automação Industrial pela SENAI/CTAI – SC.
hidráulica, pneumática chegou-se a uma válvula de construção Estagiário de Pesquisa Aplicada SENAI/CTAI.
pequena e excelente eficiência, mantendo a mesma economia Área de atuação: Eletrônica e Automação.
da válvula de vazão de vinho.

C. Equipamentos
Carlos Fernando Martins natural de
1) CLP Florianópolis.
O Controlador Lógico Programável utilizado é o Altus Graduado em Engenharia de Controle e
PICOLO 105/R, que possui 12 entradas e 6 saídas digitais, Automação Industrial – Univercidade (UFSC
mais modulo analógico Altus PICOLO 140 de 4 entradas e 2 –1994). Mestrado em Engenharia Elétrica:
saídas e IHM Foton 1(Interface Homem Maquina). Este Avaliação de desempenho de Sistemas da
equipamento caracteriza-se pelo baixo custo, fácil acessibilidade Manufatura (UFSC - 95-96). Doutorado em
e pelos recursos disponíveis. A IHM possui 4 andamento: Engenharia Mecânica (UFSC).
botões, permitindo a mudança das linhas do mostrador e Coordenador de Pesquisa Aplicada e Coordenador do Curso
alteração dos valores de referencia. de Especialização em Automação e Sistemas SENAI/CTAI –
SC. Área de atuação: Automação e Informática.
2) Controle das Válvulas
Laercio Rosa natural de Florianópolis.
Como dito anteriormente as válvulas são acionadas através Ronaldo dos S. Duarte natural de Florianópolis.
de pulsos. Estes pulsos movimentam o motor de passo bipolar

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