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1. Para os núcleos mais leves, observando-se os isótopos mais comuns, N
é aproximadamente igual a Z;
2. Para os núcleos mais pesados a partir de Z=20, o número de nêutrons N
começa a ficar consideravelmente maior do que o número de prótons Z.
Quanto mais pesado for o núcleo, mais essa diferença aumenta;
3. O bismuto é o núcleo estável mais pesado. Núcleos mais pesados do
este existem, mas eles são todos instáveis. Isto quer dizer que todos
eles acabam espontaneamente submetendo-se a certos processos
naturais em que está presente a radioatividade. Núcleos a partir de Z=84
(polônio) até Z=92 (urânio) são encontrados na natureza e todos os seus
isótopos são radioativos;
4. Os núcleos mais pesados do que o urânio existem, mas são todos
artificiais, pois foram criados por cientistas em laboratórios (aceleradores
de partículas). O núcleo mais pesado que existe é o de número Z=119
criado recentemente.
Desintegração Radioativa
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com a fórmula de Einstein 𝐸 = 𝑚𝑐 2 , permite a transformação de matéria em
energia.
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campo elétrico sem sofrer desvio nenhum. Uma análise quantitativa dos
desvios de trajetória em um campo magnético permitiu calcular a razão
carga/raio das partículas constituintes dessas radiações, uma vez que as
partículas carregadas descrevem circunferências em campos magnéticos
constantes. Assim, as partículas α foram identificadas como núcleos de hélio-4,
as partículas β como elétrons e as partículas γ como fótons de alta energia
(comprimentos de onda de 10−12 m a 10−14 m e freqüências de 1020 a 1022 Hz.
Ele estudou também a penetração dessas partículas na matéria e observou
que as partículas α eram as menos penetrantes na matéria (uma folha de papel
é capaz de barrá-la) e a γ é a mais penetrante e mais perigosa, pois uma
parede de concreto é completamente transparente a ela.
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partículas ganham certa estabilidade permanecendo coesos e assim se
movimentando dentro do núcleo. Quando alguma instabilidade transitória
acontece no interior do núcleo, pode ocorrer a ejeção desses aglomerados
para o núcleo recuperar alguma estabilidade. Em geral, há a emissão de
núcleos de hélio-4 (partículas α), que são aglomerados bastante coesos e
estáveis, mais estáveis do que outros núcleos leves como 32He, 31H, or 21H.
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Observe que uma série radioativa exibe a transmutação de diversos elementos,
podendo envolver diversos decaimentos (α, β e γ). Por exemplo, no
decaimento do urânio-238, tem-se:
238 234
92𝑈 → 90𝑇ℎ +𝛼
234 234
90𝑇ℎ → 91𝑃𝑎 +𝑒
234 234
91𝑃𝑎 → 92𝑈 +𝑒
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Em Física Nuclear, a idéia de criar matéria a partir do nada parece estranha,
mas na época em que o decaimento beta começou a ser estudado, os
cientistas aprenderam algumas outras coisas que fizeram com que o processo
do decaimento do nêutron já não parecesse assim tão inacreditável, pois de um
lado da equação há um nêutron e do outro lado há três partículas: próton,
elétron e antineutrino. Mas olhando outro aspecto, a luz pode ser pensada
como um fluxo de partículas, os fótons. Esses fótons têm energia, mas não têm
massa de repouso. Contudo, eles se transformam em matéria pela fórmula
𝐸 = 𝑚𝑐 2 e, assim, não é correto dizer que as partículas são criadas a partir do
nada, pois elas são criadas a partir da energia. Essa possibilidade dada pela
Teoria da Relatividade de Einstein de converter massa em energia é uma
propriedade fundamental do mundo físico, já que além da possibilidade de
converter fótons em partículas com massa, ainda há outra possibilidade que é
a conversão de energia de ligação em massa incorporada. Dizendo de outra
forma, a massa total de um sistema estável de partículas ligadas é sempre
menor do que a soma das massas de todas as partículas constituintes livres.
Como toda energia de ligação é negativa, a ligação em si faz com que haja
uma diminuição da massa total. Como as ligações que mantêm um núcleo
coeso (ligado) são enormes, esse fenômeno torna-se muito mais aparente para
esses sistemas. Todavia, na desintegração de um nêutron, do lado esquerdo
há a massa do nêutron que é 939.56563 MeV. Do lado direito há a massa do
próton que é 938.27231 MeV e a massa do elétron que é 0.51099906 MeV;
ambas somadas resultam em uma massa de 938. 78 MeV. Portanto, há uma
diferença de massa de 0.78563 MeV que não pode ser atribuída à massa do
antineutrino pois ela é nula. Assim, o nêutron possui mais massa do que as
demais partículas livres, o que pareceria antagônico se ele fosse estável, mas
ele é um estado ligado instável. Ele tem massa o suficiente para formar a
massa de um próton mais a de um elétron e ainda dar energia cinética para o
elétron e o antineutrino (o próton fica praticamente parado em relação ao
nêutron antes do decaimento). Por outro lado, se o nêutron se ligar a um próton
formando um dêuteron (hidrogênio pesado, formado por um próton e um
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nêutron), a ligação irá consumir 2.2245 MeV. Perceba que para um núcleo
qualquer
isto é, a massa nuclear é a soma das massas dos prótons e dos nêutrons e a
energia de ligação 𝐵(𝑍, 𝑁) entre eles é subtraída. Em geral, a energia de
ligação é da ordem de 1% da massa de repouso do núcleo, 𝐸 = 𝑚𝑛𝑢𝑐 𝑐 2 .
Experimentalmente, as massas dos íons atômicos ao invés da massa dos
núcleos nus (núcleos sem os elétrons), usualmente são as quantidades
medidas diretamente. Se 𝑚𝑎 (𝑍, 𝑁) é a massa do átomo neutro,
𝐵 𝑍, 𝑁
𝑚𝑎 𝑍, 𝑁 = 𝑍(𝑚𝑝 + 𝑚𝑝 ) + 𝑁𝑚𝑛 − − 𝑏𝑒𝑙𝑒𝑡𝑟 ô𝑛𝑖𝑐𝑜 /𝑐 2
𝑐2
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amostra de material. É aproximadamente a radioatividade presente em 1
grama de rádio. O curie não mede quanto de uma dose radioativa uma pessoa
absorverá, uma vez que irá depender, entre outras coisas, de quão próxima a
pessoa estará da fonte. Uma unidade para a dose de radioatividade é o rad,
que é definida em termos de uma dada energia das partículas que decaem que
é absorvida por quilograma de peso do corpo. O rem é uma unidade similar ao
rad, mas definida de forma a levar em conta o fato que o efeito sobre o corpo
depende não apenas da energia da partícula radioativa, mas do tipo de
partícula (alfa, beta, gama e nêutrons). O tempo de vida de uma dose que um
indivíduo recebe de radioatividade natural do meio ambiente (urânio e outros
minerais da Terra, raios cósmicos do espaço) é de aproximadamente 7 rem.
Uma chapa de raios X do tórax dá uma dose de cerca de 0.03 rem. Doses
maiores de radiação podem causar sérios danos ao corpo humano, mas há
ainda controvérsia acerca de quão sérios os efeitos de uma dose serão. O
conhecimento dos efeitos da radioatividade sobre o corpo humano advém dos
estudos de curto e longo prazo das vítimas de Hiroshima e Nagasaki, dos
relatórios de estudos médicos de usos da radiação e de pesquisas com
animais. A radiação danifica uma célula quando uma única partícula radioativa
rompe uma molécula da célula pelo processo de ionização, ou seja, as quebras
de ligações que mantêm presos os elétrons à molécula. O principal efeito
fisiológico característico é um dano às células da medula óssea responsável
por produzir os derivados do sangue, como os glóbulos vermelhos. Entre
outras coisas, uma falha na produção dos glóbulos brancos pode expor o corpo
a infecções, reduzindo a imunidade. Danos ao DNA e outras moléculas podem
levar a um aumento quanto ao risco de câncer por um período de várias
décadas. Doses na faixa de 100 a 200 rem podem produzir fadiga, vômitos,
perda de cabelo e efeitos moderados no sangue, mas o índice de
sobrevivência é próximo a 100%. Uma dose de 500 rem produz severos efeitos
no sangue e uma taxa de sobrevivência de cerca de 50%. Em 1000 rem a taxa
de sobrevivência é 0%. Esses números são controversos até agora. Em altas
exposições poucos casos foram estudados até agora. Na faixa intermediária de
várias centenas de rem, estudos baseados nas vítimas japonesas são incertos
por causa que essas pessoas foram sujeitas a outros efeitos da bomba que
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poderiam ter causado doença ou morte. Alguns pesquisadores reinvindicam
que a dose em que a taxa de sobrevivência é de 50% deva ser reduzida de 500
rem para cerca de 200.
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radioativo. Após quanto tempo, dependerá do tipo de material que está
estocado. O que se deve deixar claro antes de tudo é o preciso significado do
termo meia-vida. Um núcleo instável e, portanto, radioativo, decai
espontaneamente para outro núcleo. Não se sabe se ele irá decair agora ou
daqui a 100 anos, pois o processo é aleatório. No entanto, em média há um
processo previsível em que a estatística dispersa a aleatoriedade. Há um
número fixo chamado meia-vida de decaimento de um núcleo atômico que é o
tempo para que metade de uma amostra radioativa se desintegre ou decaia.
Por exemplo, a meia-vida do alumínio-28 é 134 segundos; partindo-se de 1 g
de amostra, após 134 segundos há apenas 0.5 g de alumínio-28 e após mais
134 segundos há 0.25 g de alumínio-28 e assim por diante.
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apenas durante a explosão de estrelas, isto é, em processos violentos e
catastróficos em que há grandes acelerações de núcleos durante a explosão e
conseqüentemente violentas colisões, favorecendo a formação de uma vasta
gama de novos núcleos.
A Força Núcleon-Núcleon
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saturação significa que a energia de ligação por núcleon tem um mínimo de
aproximadamente 17 MeV em uma densidade nuclear de aproximadamente
0.15 𝑛ú𝑐𝑙𝑒𝑜𝑛𝑠/𝑓𝑚3 ).
Até agora, está bem estabelecido que a parte de longo alcance da interação
NN é gerada pela troca de mésons. Em particular, o píon executa um papel
muito importante. A interação de curto alcance, por outro lado, ainda não é bem
compreendida. Em geral, ela é tratada fenomenologicamente como um caroço
repulsivo. A esperança é que, provavelmente, a parte de curto alcance da
interação NN seja entendida em termos da QCD. O que interessante falar
acerca da interação NN é que há uma forma da força nuclear distinguir um
próton de um nêutron. Esta quantidade é parecida com o spin do elétron que
tem sua componente para cima (up) e para baixo (down): o nêutron tem isospin
-1 e o próton tem isospin +1. Logo, o isospin (não é o spin, mas “funciona” de
forma parecida) é a quantidade que diferencia o próton do nêutron na força
nuclear.
A Estrutura do Núcleo
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unidos, formando uma bolinha constituída por outras bolinhas compactadas. O
modelo de camadas afirma que os núcleons formam camadas ou níveis de
energia com regras específicas de transição de um nível para outro, valendo
ainda que ao sair de um nível mais energético para um nível menos energético
há a emissão de um fóton. Como os níveis nucleares são muito mais
energéticos do que os níveis atômicos, é claro que o fóton emitido tem uma
freqüência muito maior do que os fótons oriundos de transições de níveis
eletrônicos em átomos. A freqüência do fóton emitido está na faixa de
freqüência dos raios γ e é por isto que estes últimos são perigosos, energéticos
e penetrantes. É por isso também que é muito difícil se construir um laser de
radiação gama. Assim, quando se fala nessa radiação, nunca se deve pensar
em um processo atômico, mas sim em um processo desenvolvido no interior do
núcleo atômico.
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causar o rompimento da ligação e liberar energia. Mas se a intenção é a
utilização da fissão para a produção de energia, é importante que se utilize
uma fissão para estimular a produção de novas fissões e que o tempo médio
de cada fissão seja muito rápido, o que torna obrigatória a seleção de
processos de fissão que tenham como subproduto a emissão de dois ou mais
nêutrons com energia cinética suficiente para o rompimento de outros núcleos.
Então, o rompimento de um núcleo teria como continuação do processo o
rompimento de outros dois núcleos e assim por diante, formando uma reação
nuclear conhecida como reação em cadeia. Em um reator nuclear, a reação em
cadeia é controlada. Pode-se impedir a passagem de nêutrons diminuindo
assim a velocidade da reação em cadeia e controlando-se a quantidade de
energia liberada para que esta não seja grande de forma a se tornar perigosa,
com risco de explosão de um reator nuclear. Mas se a intenção é a pior de
todas, qual seja, a de explodir uma bomba, uma vez iniciada a reação, ela só
terminará quando todos (ou quase todos) os núcleos tiverem sofrido a fissão
nuclear. Há, para cada elemento químico, uma massa crítica em que ocorre a
reação em cadeia. Para o urânio, por exemplo, a massa crítica é de um pouco
mais de 400 g. Acima da massa crítica, a massa torna-se supercrítica e
explode e abaixo dela, a massa é subcrítica e não explode. No processo de
refino do mineral de urânio, formando o que se chama de “concentrado” e
após, ao se obter o metal puro, não se pode estocar de forma nenhuma
porções de urânio próximas umas das outras sem a separação por camadas
grossas de chumbo.
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de potencial. Mas à temperatura de alguns milhões de graus haveria energia
cinética suficiente para fundir dois núcleos. Assim, durante a explosão de uma
bomba atômica é possível fazer a fusão de uma mistura de dêuterons, trítio
(hidrogênio com dois nêutrons) e lítio-6. Uma vez que a reação termonuclear
tenha sido iniciada, a energia extra que ela libera pode manter a alta
temperatura até que grande parte do material tenha sido utilizada. Isto é o que
se chama de bomba H. Mas o interesse nobre sobre a fusão nuclear reside na
fusão controlada, que seria um processo limpo de obtenção de energia nuclear,
diferentemente da fissão nuclear que produz o lixo atômico, uma quantidade
grande de materiais altamente radioativos de meia-vida longa (de centenas e,
às vezes, de milhares de anos), poluentes, terríveis para o meio ambiente e
que exigem condições especiais de armazenamento a um custo muito alto de
manutenção.
A fusão nuclear consiste em confinar o gás que contém os núcleos que serão
fundidos em um espaço ínfimo. Confinado, sua temperatura aumenta até
chegar a uma temperatura adequada à fusão. O confinamento é obtido
ionizando-se o gás e utilizando-se um campo magnético confinante obtido por
uma bobina toroidal (em forma de uma câmara de pneu) para manter um
plasma (mistura de gás com cargas elétricas) em um filamento ao centro da
seção do toro. Tal aparelho é conhecido como tokamak. O desafio atual é
tentar manter a taxa de fusão nuclear em um patamar que ultrapasse a barreira
de décimos de segundo de duração. A fusão nuclear já é conseguida há algum
tempo em laboratório, mas ainda não é controlada e muito menos
comercialmente viável.
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então ter a organização regida por leis fundamentais e por partículas
elementares (indivisíveis) que serão os blocos básicos formadores de toda a
matéria.
Antimatéria
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antipartícula de mesma massa, mesma carga com sinal oposto, com a
característica de aniquilar a partícula correspondente, formando fótons. Então
as duas massas de repouso são transformadas em energia diretamente na
forma de fótons. A primeira antipartícula conhecida foi o pósitron, que é a
antipartícula do elétron, descoberta em 1933 em uma câmara de bolhas
exposta a raios cósmicos. O primeiro pósitron foi descoberto por acaso,
embora P.A.M. Dirac já tivesse previsto sua existência pela teoria quântica
relativística. O pósitron, que é um elétron positivo, tem a mesma massa de
cerca de 0.5 MeV, mesma carga de valor 𝑒 = 1.602 × 10−19 𝐶, mas sinal
positivo. Quando um pósitron vem parar no interior da matéria, ele é
rapidamente aniquilado por um elétron resultando em dois fótons:
𝑒 + + 𝑒 − → 2γ
Então, cada fóton deve ter uma energia de aproximadamente 0.5 MeV. Os
pósitrons são facilmente produzidos por uma reação chamada produção de
pares, em que um fóton de alta energia polariza o vácuo e arranca-lhe um par
de partícula-antipartícula, no caso, um par elétron-pósitron, uma transformação
direta de energia em massa de repouso. No decaimento beta também é
possível a produção de pósitrons juntamente com neutrinos. Bombardeando-se
partículas pesadas com outras partículas com energia maior do que o dobro da
massa de qualquer partícula pode-se formar pares de partícula-antipartícula de
qualquer partícula carregada. Por exemplo,
𝑝+𝑝 →𝑝+𝑝+𝑝+𝑝
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de emissão de neutrinos, uma descrição do neutrino é essencial. O neutrino é
uma partícula elementar que não tem carga nem massa de repouso. Além
disso, a interação entre um neutrino e qualquer outra partícula é tão fraca que é
de muito difícil detecção. Se um feixe de 1012 neutrinos fosse lançado contra a
Terra, de todos apenas um interagiria com alguma partícula da Terra, os outros
passariam diretamente pela Terra sem serem perturbados. Logo, a Terra é
praticamente transparente para os neutrinos. Como partícula elementar, o
neutrino é muito parecido com o fóton sob o ponto de vista de ter massa de
repouso nula, mas possui spin ½ como os elétrons prótons e nêutrons;
portanto, o neutrino é um férmion. Em 1958 houve um grande progresso na
compreensão da interação fraca, a interação universal de Fermi. Esta teoria
fornece uma previsão bastante precisa do tempo de vida do múon. A
desintegração do nêutron é dada pela transformação
𝑛 →𝑝+𝑒+𝜈
Interação Eletrofraca
Pesquisar em http://pt.wikipedia.org/wiki/Modelo_padr%C3%A3o
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Será que há algum processo em que haveria alguma mudança? Até 1957 os
físicos pensavam que não haveria mudança nenhuma, isto é, o mundo das
antipartículas obedeceria às mesmas leis físicas das partículas e que não
haveria nenhuma mudança ao observar o mesmo fenômeno com partículas ou
com as rspectivas antipartículas. Em princípio não deveria haver uma maneira
de se afirmar que certo sistema físico é formado de matéria comum ou de
antimatéria. Haveria uma completa simetria entre um sistema e outro. Já que a
diferença entre uma partícula carregada e sua antipartícula reside somente no
sinal, pode-se chamar essa simetria de “invariância por conjugação de carga”
C. A conjugação é uma operação matemática que transforma cada partícula
em sua antipartícula. O princípio da simetria das antipartículas prevê, por
exemplo, que o espectro do átomo do anti-hidrogênio, formado por um
antipróton e um pósitron é o mesmo do hidrogênio comum. Em 1957 os físicos
perceberam que o princípio da simetria das antipartículas era violado pela
interação fraca. Esta situação ficou conhecida como quebra da conservação da
paridade.
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produzir moléculas de uma definida simetria especular, enquanto que as
sintetizadas pelos químicos são sempre produzidas como uma mistura em
partes iguais de variedades dextrógiras e levógiras, pode parecer um enigma.
Ainda é difícil acreditar que o espaço tenha uma preferência intrínseca pela
esquerda sobre a direita. Aqui está um caso claro de uma lei da natureza que
não é simétrica.
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conservação correspondente a cada princípio de simetria. A perda da
conservação da paridade e da simetria das antipartículas serve como aviso de
que outras leis da Física podem também não ser corretas. Um exemplo,
ninguém pode provar de maneira completa que a lei da conservação da
energia seja correta. No entanto, se uma única violação fosse apresentada, isto
é, um contra-exemplo, seria prova absoluta de que a lei da conservação da
energia, tal qual ela é enunciada, não está correta. Com este aviso, serão
apresentadas a seguir algumas leis de conservação que podem eventualmente
ter de usadas em algum fenômeno de Física de Partículas:
1. Conservação da energia total;
2. Conservação do momento linear total;
3. Conservação do momento angular total;
4. Conservação da carga;
5. Conservação do número bariônico;
6. Conservação do número leptônico;
7. Conservação do isospin;
8. Conservação da estranheza;
9. Conservação da simetria das antipartículas;
10. Conservação da paridade;
11. Simetria de paridade-antipartícula;
12. Invariância CPT;
13. Invariância de inversão do tempo.
É importante frisar que há outras leis de conservação que não foram colocadas
aqui, mas que estão presentes na Física de Partículas.
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O Modelo Padrão
A primeira pista da existência da interação fraca foi a descoberta da
radioatividade cerca de um século atrás. Boa parte do século passado foi
utilizada para estabelecer as bases do Modelo Padrão, uma descrição
surpreendentemente completa das partículas fundamentais e suas interações.
O Modelo Padrão apesar do nome é uma teoria. Os indícios mais importantes
para a construção desse modelo vieram de experimentos elegantes que
estudaram fenômenos da interação fraca. O Modelo Padrão descreve as
interações eletromagnética, fraca e forte; a gravidade é a única interação que
está faltando incluir no modelo. Enquanto há indícios ocasionais da
necessidade de revisão, nenhum experimento confirmado contradiz o Modelo
Padrão. Todavia, a despeito do sucesso, muitos físicos estão convencidos que
uma teoria mais completa da natureza irá provavelmente substituí-lo. O Modelo
Padrão tem um grande número de parâmetros livres que é perturbador, cujos
valores numéricos não são explicados: muitos aspectos do modelo não
parecem naturais.
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Eletrodinâmica Quântica (QED do inglês), ela foi bem desenvolvida antes que a
interação fraca e a interação forte fossem incorporadas ao Modelo Padrão. A
QED é o protótipo teórico do Modelo Padrão inteiro, sendo que a confiança na
QED veio principalmente de testes da Física Atômica. Testes de precisão da
QED continuam a serem feitos com a participação de físicos nucleares de
áreas importantes. Um aspecto do trabalho moderno mais interessante envolve
um átomo simples, mas exótico, que é o muônio, consistindo de um antimúon e
de um elétron ligados entre si. Experimentos elegantes envolvendo o muônio
têm sido feitos por físicos atômicos e nucleares que exploraram a física nuclear
em aceleradores de média energia, os quais são fontes de múons. Os físicos
nucleares estão trabalhando com partículas e os físicos atômicos em sua
maioria em novos experimentos para determinar precisamente o momento
magnético do múon, a quantidade g-2. O g-2 do múon é uma medida das
correções da QED para as relações quantitativas entre o spin do múon e seu
momento magnético. Em princípio, a teoria prevê que seja exatamente g-2,
mas para melhorar a precisão do cálculo é exigido um trabalho teórico enorme.
Por décadas, novas técnicas experimentais e teóricas desenvolvidas
desafiaram-se umas às outras, procurando por uma discrepância que pudesse
indicar que a subseqüente teoria estaria errada. Experimentos modernos
repousam nas sofisticadas tecnologias de aceleradores e os múons, que têm
um tempo de vida de apenas dois milionésimos de segundo, são confinados
em anéis de armazenagem especialmente construídos. Estes experimentos
têm uma capacidade de testar predições particulares do Modelo Padrão. Mas a
principal investida nos pontos de confiança do Modelo Padrão é sobre a
interação fraca. Uma área ativa da pesquisa envolve estudos detalhados do
decaimento beta nuclear, responsável pela radioatividade natural. Os
constituintes fundamentais da matéria são quarks sem estrutura e léptons e as
forças que atuam entre eles, as quais surgem da troca de bósons. Os fótons,
glúons, os bósons W e Z são os bósons de gauge (ou de calibre) para as
forças eletromagnética, forte e fraca, respectivamente. As interações são
caracterizadas por tipos especiais de simetria classificadas como simetrias de
gauge. Na teoria quântica, uma simetria é uma mudança específica de
variáveis que preserva todas as previsões físicas. Cada simetria implica que
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uma lei de conservação é obedecida pela interação. A teoria correta da
natureza deve levar em conta as leis de conservação que são verificadas
experimentalmente. Por exemplo, uma simetria da eletrodinâmica implica que o
fóton não tem massa e que a carga elétrica é conservada. Nenhum
experimento jamais encontrou uma violação da conservação da carga elétrica
ou uma massa não zero para o fóton e sua simetria é bem fundamentada. O
fato de que os fótons em si não têm carga elétrica tornam a QED mais simples.
A força forte descrita pela QCD é mediada por glúons sem massa, porém são
auto-interagentes; conseqüentemente, a QCD é muito mais complexa do que a
QED. Uma importante implicação da auto-interação dos glúons é que, em
condições normais, os quarks ficam confinados. Os tijolos de construção de
todos os hádrons e do núcleo atômico, os quarks, aparentemente não podem
existir isoladamente. Em particular, nenhum experimento teve sucesso em
isolar um quark. Enquanto que se acredita que o confinamento de quarks está
completamente consistente com o Modelo Padrão, uma demonstração teórica
rigorosa não foi feita ainda por causa de complicações com o tratamento de
teorias não lineares.
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Mais que tudo, alguns dos parâmetros têm valores que são difíceis de
entender. Por exemplo, no presente Modelo Padrão, as massas dos neutrinos
são todas nulas (na verdade, o modelo não iria ter uma mudança significativa
se uma massa finita para o neutrino fosse incorporada). A situação é muito
diferente daquela para a massa do fóton, porque não há uma simetria óbvia no
Modelo Padrão que dê conta de neutrinos de massa zero. Em geral, as massas
das partículas são modificadas pelas interações. Mantendo as massas físicas
dos neutrinos zero parece haver uma conspiração: a magnitude das massas
nuas dos neutrinos e a intensidade das interações devem ser quase
exatamente ajustadas para dar zero no final. Os físicos têm chegado a
considerar teorias que devem ser finamente ajustadas de forma não natural e
completamente insatisfatória.
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