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DA BACIA DO DOURO
1995
EXECUCÀODE
MARTINS &IRMAo, LDA
RUA DA W\~EIÇÀO, 31 ~ü.-\{) PORTO
TELEF.IFAX 2OO2OJ~
Eça de Queiroz
in A Cidade e as Serras
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PREFÁCIO
Paulo Vallada
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ALIJÓ
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Rios Tinhela, Tua e Pinhão que lhe conferem uma área aproximada de
300 Km2 com 19 freguesias, 49 povoações e quase 20 000
habitantes.
O concelho foi criado por decreto em 24 de Outubro de 1855
(D. Pedro V), tendo a VILA DE ALIJÓ, segundo alguns autores,
origem datada da época dos Romanos, sendo-lhe dado foral por
D. Sancho II, em 1225, o qual também mandou proceder ao seu
povoamento. Foi donatório desta Vila o Marquês de Távora.
Porém, a presença humana neste concelho vem da "noite dos
tempos", como o testemunham entre outros, a existência de Castros,
as Pinturas Rupestres da Pala Pinta em Carlão e a Anta da Fonte
Coberta na freguesia de Vila Chã.
O património arqueológico é ainda enriquecido por Igrejas e
Santuários dispersos neste concelho.
A actividade agrícola é a principal fonte de riqueza
nomeadamente Produtos Alimentares (Batata, Fruta, Azeite e Vinho)
o Sector Florestal (Pinheiros, Castanheiros e Carvalhos). Permite-se
destacar o Vinho Fino, comercializado sob o nome de PORTO, o
Vinho Moscatel, ex-libris de Alijó e Favaios e as laranjas de São
Mamede de Riba Tua.
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ARMAMAR
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As artes tradicionais quase em vias de extinção têm ainda
llguma presença na cestaria (cestos vindimos), na tamancaria e na
anoana.
O cesto vindimo, genuíno símbolo da actividade vinícola do
)ouro tem, na robustez da verga de castanho na morfologia da sua
onstrução sobre a altura, a melhor adaptação aos ombros do homem
[ue o transporta nos declinosos e estreitos caminhos das vinhas.
Os tamancos, de brando pau de amieiro e couro por vezes
lvrado com desenhos tradicionais eram a mais eficaz forma de calçar
gente do povo para os maus caminhos da encosta.
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BAIÃO
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CARRAZEDA DE ANSIÃES
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suas alfaias e utensílios, equipar a sua habitação, produzir bens para
venda. Muitas peças de uso continuam a ser artesanais: cestaria em
castanho, tanoaria, tecelagem e latoaria.
Há ainda um tipo de artesanato que se revela pelo valor
artístico das sua obras, e esculturas em madeira para arte sacra.
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CASTELO DE PAIVA
6asis de Ternura
4..ctividades Produtivas:
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Monumentos e Locais de Interesse:
* Monumento Funerário de Sobrado
* Fonte existente nos jardins da Quinta da Boavista
* Pelourinho da Freguesia de Raiva
* Solar e Quinta da Fisga
* Capela da Quinta de Vegide
* Igreja da Freguesia de Real
* Penedo de Vegide, com 2 sepulturas escavadas
* Edifício da Cadeia - Vila
* Monte de S. Domingos
* Monte de Santo Adrião
* Margens dos tios Douro, Paiva e Arda.
Feiras e Romarias de Maior Interesse:
* S. Domingos (Romaria religiosa) - 3 e 4 de Agosto
* Santa Eufémia (Romaria religiosa / profana) - 14, 15 e 16 de
Setembro
* Nossa Senhora das Amoras (Festa religiosa / profana) - 6, 7,
e 8 de Setembro
* Festejos Populares de S. João - mês de Junho
* Feira de Castelo de Paiva - dias 6 e 21 de cada mês
Artesanato:
* Fabrico de objectos artísticos em cobre, latão e estanho
* Manufacturação de mantas e cestos.
Praias Fluviais:
Nas margens dos rios Paiva e Douro
Pesca:
Nos rios Douro, Paiva e Arda, do muge, tainha, enguia, boga,
lampreia, barbo e truta.
Cozinha Regional:
Arroz de lampreia, na época devida, bacalhau e cabrito
assados, doces de Serradêlo e o vinho verde renomado da região.
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CINFÃES
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Talvez devido a um certo isolamento que se tem mantido já por
demasiado tempo, muitas das actividades artesanais resistiram e ainda
hoje se podem encontrar artefactos de latoaria, tanoaria, trança de
palha (chapéus e ceiras), marcenaria, correaria, tamancaria, tecelagem
e cestaria (vime, verga, palha e silva).
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FIGUEIRA DE CASTELO RODRIGO
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Jacques, em comemoração da vitória de 3 de Julho de 1664 obtida no
local durante a Guerra da Restauração. A 8 km a NNE encontra-se
Escalhão com os restos de um castelo medieval e uma igreja
grandiosa, de raíz medieval, com pinturas murais de valia riquíssima,
talha dourada. Escarigo, 15 km a SE, na fronteira espanhola,
apresenta uma igreja com tecto hispano-árabe de laçaria graciosa e
original.
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FREIXO DE ESPADA À CINTA
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Vestigios castrejos em Lagoaça, Castelo de Alva em Poiares,
Convento de S. Filipe de Neri.
A gravura rupestre de Masouco e as pinturas rupestres das
Minhas da Fonte de Santa em Lagoaça, AltarMor de talha dourada,
(século XVII), da Capela de Fornos.
Gastronomia: Empadas e enchidos, queijo de ovelha e cabra,
doces de amêndoa Vinho Fino, laranjas, azeitonas de conserva.
Romarias: Romaria da Senhora dos Montes Ermos (15 de
Agosto) em Freixo. Festa de Nossa Senhora das Graças em Lagoaça
(Setembro). Festa de Nosso Senhor da Rua Nova (Setembro) em
Fornos. Festa de Santa Bárbara (2a semana de Agosto) em Ligares.
Festa de S. Isidoro em honra de Santa Bárbara (última semana de
Agosto).
Artesanato: Colchas em seda e lã, tapetes, toalhas e colchas
de renda.
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GONDOMAR
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A actual igreja, datada de 1727, contém na frontaria as
imagens expressivas dos seus padroeiros, os médicos São Cosme e
São Damião. São de 1713 os cruzeiros do monte Calvário. Os Paços
do Concelho, construídos entre 1899 e 1901, ocupam um amplo
edifício neoclássico com fachada simétrica. A Casa da Quinta é uma
moradia senhorial do século XVIII com uma capelinha singela em
honra de Nossa Senhora dos Homens. A vila possui algumas casas do
século XVIII dignas de nota e uma ou outra do século XIX revestidas
de azulejos.
Típico de Gondomar é o fabrico da filigrana: as suas arrecadas,
brincos, corações e cordões, feitos de ouro, são jóias
indissociavelmente unidas ao tradicional trajo das lavradeiras de Entre
Douro e Minho.
A sua principal romaria, em honra de Nossa Senhora do
Rosário, realiza-se no primeiro fim-de-semana de Outubro, havendo
simultaneamente a Feira das Nozes, anual. No monte Crasto a festa
em honra do patrono, Santo Isídro, realiza-se no domingo de pascoela,
e em memória de São Cosme e São Damião a 27 de Setembro. A festa
do monte Calvário ao Senhor dos Aflitos ocorre no último domingo
de Agosto.
Há na vila o Grupo de Futebol de Gondomar.
Ergue-se em Gondomar, a 194m de altitude, o arborizado
Monte Crasto, encimando pela capela dedicada a Santo Isídro, em
cujo terreiro há cruzeiros datados de 1757 e 1759: a subida ao monte
faz lembrar, em escala diminuta, a da serra de Sintra e lá no alto
desfruta-se duma vista admirável sobre a cidade do Porto. Jovim, 5
km a E, a 173m de altitude, oferece amplos panoramas de além-
Douro, em direcção às históricas Terras de Santa Maria. Andando
mais 3 km para E chega-se à Foz do Sousa, com a sua moderna e
esbelta ponte de betão e as instalações da captação de água para o
Grande Porto. Em Melres, 19 km a E de Gondomar, que foi vila até
1834 e mantém o topónimo Largo do Pelourinho, pode admirar-se o
ziguezague do rio Douro, que forma uma utêntico cotovelo, fruto do
seu trabalho desgastador para abrir caminho para o mar vencendo a
muralha silúrica que vai do Pejão a Valongo. Fronteira a Melres, na
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margem esquerda do rio Douro - única freguesia situada além-Douro -
ergue-se a povoação da Lomba, que no alto do Camouco, a 145m de
altitude, oferece um miradouro donde se obtém um espectáculo
desconcertante sobre o rio Douro, pois não se descortina facilmente
para que lado corre o rio que banha o concelho numa extensão de 30
km.
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LAMEGO
A Fé e a Espada
À sombra do Castelo e da Catedral, da Espada e da Fé, cresceu
Lamego. O Castelo, construido no século XII, com a sua emblemática
c altaneira Torre de Menagem é o melhor ex-libris da cidade. No seu
lnterior conserva uma curiosa cisterna, obra única e admirável, prova
lnequívoca da influência mourisca.
A Sé Catedral com a bela Torre, também do mesmo século, e a
ma rica fachada já do século XVI é um imponente e vistoso exemplar
:lo gótico flamejante da época aurea dos Descobrimentos. A preciosa
alha dourada, os azulejos histriados, os gradeamentos trabalhados em
'erro forjado, os frescos das abóbodas da autoria de Nasoni e os
'espeitosos orgãos da Capela Mor, tornam-no um monumento de
)eleza ímpar.
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A romaria dos Portugueses
Sobranceiro à cidade, distinto no alto dos seus quase 600
metros de altitude, incrustados corno um pérola no meio de um
verdejante parque, está o Santuário da Nossa Senhora dos Remédios,
a padroeira de Lamego.
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MARCO DE CANAVESES
(um concelho de desenvolvimento)
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Tâmega, daí a expressão "Entre o Douro e o Tâmega, onde começa o
Marão". Esta condição fluvial é favorável ao turismo baseado nos
desportos: a vela, o windsurf, a canoagem... As albufeiras artificiais
de Carrapatelo (no Douro) e do Torrão (no Tâmega) prestam-se à
maravilha para essas saudáveis actividades. O rio Douro é, além,
disso, uma ampla estrada liquida por onde circulam barcos turísticos,
percorrendo um dos mais impressionantes itenerários que é possível
encontrar seja onde for.
Paisagisticamente, os rios completam-se com a montanha,
numa simbiose quase perfeita. Quem, um dia, desceu uma das muitas
estradas secundárias que levam ao Douro, dificilmente esquece o
momento em que, no desfazer de uma curva, o rio surgiu finalmente
lá no fundo - uma superficie preguiçosa, repousada, em vivo contraste
com o ritmo agitado dos acidentes da oro grafia. As serras da
Aboboreira e de Montedeiras são uma sequência quase ininterrupta de
pontos de vista de uma grandiosidade esmagadora. Além disso, o
primeiro interesse no plano arqueológico; ali se encontram
importantes vestigios pré-históricos, nomeadamente antas e mamoas.
Também no plano cinegético: ali foi recentemente criada uma zona de
caça turística, repartida pelos concelhos de Marco de Canaveses e
Baião, fazendo justiça à abundância de espécies.
Por falar em arqueologia, um outro local merece atenção e
visita detalhada; os vistígios de Tongóbriga, numa chamada Área
Arqueológica do Freixo. Tongóbriga era uma importante povoação
romana, de que restam ( e são objecto de cuidadoso estudo e
preservação) as termas, o forum, zonas habitacionais e uma
necrópole.
Depois, ao longo dos tempos, o homem foi deixando outros
vestígios artísticos e hoje é possivel falar, por exemplo, de um
importante circuito románico (de igreja, sobretudo; Vila Boa de
Quires, Tabuado, Santo Isidoro, Sobretâmega, São Nicolau ... ), que se
prolonga pelos concelhos de Penafiel e Amarante. O barroco está
também presente com grande força em igrejas (designadamente dos
conventos de Vila Boa de Bispo e de alpendorada) e sobretudo casas
solarengas:· as Obras do Fidalgo (interessante palacete inacabada, em
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Vila Boa de Quires), o solar dos Mourões (cidade), o solar do Ribeiro
(São Lourenço do Douro), a Casa Grande (Ariz), as Casas de Quintã
(Soalhães) e da Picota (Tuias), de Carrapatelo (Penhalonga), do Cabo
(Várzea de Ovelha e Aliviada), de Cavalhõesinhos (Vila Boa do
Bispo), de Bustelo (Banho e Carvalhosa), etc.
Qualquer igreja é capaz de nos surpreender ou então de nos
emocionar nem que seja apenas por um pormenor de talha dourada
(Vila Boa do Bispo, Soalhães, Alpendorado, Manhuncelos e São
Nicolau), de azulejo (Soalhães, Vila Boa do Bispos e Vila Boa de
Quires) ou uma pintura interior (frescos em Santo Isidoro, Tabuado e
São Nicolau).
Depois há os castros, sobressaindo o de Arados, na partilha de
Alpendorada, Ariz e Fuís as sepulturas antropomóricas, os
pelourinhos (São Nicolau, Vila Boa de Quires, Soalhães), o curioso
memorial de Alpendorada...
Próximo da sede do Concelho existe uma estância hidrológica
de grande potencial, as Caldas de Canaveses, de águas sulfurosas
arsenicais muito activas, utilizadas e famosas já em tempos romanos.
O termalismo é, assim, mais uma valência turística deste Concelho
mulifacetado.
Nenhum prospecto promocional fica completo sem uma alusão
aos aspectos etnográficos nomeadamente hoje que o interesse pela
antropologia não cessa de crescer. Assim, refira-se o artesanato, em
iue avultam os cobres, a cestaria, os chapéus de palha, a tanoaria, as
rendas, os bordados e a cantaria. Refira-se também a gastronomia,
:om destaque para o caldo verde, o cabrito com arroz de forno, o anho
lssado e a famosa lampreia, ali mesmo ao lado, em Entre-os-Rios.
\Jão se esqueçam, obviamente, os vinhos verdes, únicos no mundo,
ios quais existem uma dúzia de bons produtores engarrafadores, e a
ioçaria regional, onde pontificam o pão-de-ló, as cavacas de Freixo e
ie Favões, os biscoitos da Duriense e as fatias de Casa dos
:"-enteirões, em Freixo. As Feiras, Festas e Romarias são outra·
valência capazes de motivarem o turista, pelo seu colorido e pelo que
'evelam da alma do povo. Na cidade há feiras animadas a 3 e 15 de
~ada mês; em Feira Nova, (Ariz), a 12 e 27. Quanto a festas, uma
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capitosa mistura de sagrado e profano, mencionam-se as Festas da
Cidade, em honra de Santa Marinha (Julho); da Senhora da Livração
(Maio), em Toutas; da Senhora do Socorro (último Domingo de
Julho), em Vila Boa de Quires; da Senhora da Ascensão (15 de
Agosto), em Vila Boa do Bispo; e da Senhora do Castelinho (8 de
Setembro), em Avessadas, feriado municipal.
A prosperidade de que falámos acima manifesta-se de modo
especial na cidade de Marco de Canaveses, povoação moderna e
arejada, com uma notável animação urbana e comercial e dotada,
além disso, de muito bom equipamento desportivo (estádio de futebol,
complexo de piscinas, pavilhão gimnodesportivo) e cultural (Museu
Carmen Miranda, cujo nome homenageia uma célebre vedeta da
canção e do cinema, no Brasil e em Hollywood, nos anos 30 e 40,
nascida no Concelho; Biblioteca e Auditório Municipais e Posto de
Turismo; etc.).
Por fim, e porque é ponto que interesse particularmente ao
visitante, refiram-se os equipamentos hoteleiros e da restauração.
Diversas intenções de investimento nestas áreas, quer na sede do
Concelho, quer na área de influência da albufeira do Torrão, virão
brevemente reforçar uma oferta que já é apreciável.
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MESÃO FRIO
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PENAFIEL
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Actualmente, o concelho representa o mais importante Centro
de Comércio de toda a região circundante.
O território do Concelho é igualmente rico em monumentos
histórico-culturais: a Igreja Matriz em estilo Renasccentista um dos
mais valiosos monumentos reconstruídos em 1561, a Igreja da
Misericórdia (outrora sede episcopal), o Santuário neogótico-
bizantino da Nossa Senhora da Piedade (Parque do Sameiro), o que
constitui um excelente miradouro donde se vislumbra todo o Vale do
Sousa e uma extensa área que vai desde a Serra de Arouca até ao
Gerês; os Paços do Concelho cuja construção remonta ao século
XVIII, o Castro do Monte do Mozinho (da Idade do Ferro), a Anta,
também conhecida pelos Fornos dos Mouros, em Santa Marta, a 2 Km
da cidade e que consta praticamente de todos os manuais de História,
o Mosteiro de S. Salvador de Paços de Sousa, notável conjunto
medieval (milinário/1994), a Torre e as Termas de S. Vicente, as ruas
típicas da cidade e os monumentos em diferentes estilos Uá referimos
alguns), o Convento de Bustelo e os ricos solares espalhadas pelo
concelho, com as suas belas capelas, a Torre de Coreixas, a Casa e
Honra de Barbosa, as Igrejas Romãnticas de Boelhe, Eja, Gandra e
Abragão, as ruínas do Castelo, o curioso Cruzeiro das Lampreias, etc.
As festas e romarias populares sobretudo a do Corpo de Deus
na Primavera, a de S. Bartolomeu no Verão e a do S. Martinho no
Outono (as duas últimas são feiras anuais que se realizam no dia 24 de
Agosto e 11 de Novembro - Feriado Municipal - respectivamente),
acompanham uma etnografia rica e uma gastronomia preservada.
Destaque-se aqui a Feira Agrival - Feira Agricola do Vale do Sousa
que tem lugar em Agosto e no qual participam os Municipios
associados, e não só, bem como industriais, comerciantes, associações
várias, etc; é a maior feira representativa da lavoura e expoente da
Região, visitada por milhares de pessoas.
Da riqueza gastronómica, deste concelho, fazem parte o cabrito
assado com arroz do forno e o cozido à portuguesa, pratos
recomendados por excelência.
Nas freguesias ribeirinhas de Entre-os-Rios, Rio Mau e
Sebolido, a ligação ao Douro faz da Lampreia, na época própria, um
prato típico e muito apreciado, tal como o sáve1.
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PESO DA RÉGUA
Pequena História
"A Régua é uma terra nova". Não pode esta frase ser de todo
verdadeira. Se sabemos que em meados do Século XVIII, foi criada a
companhia das Vinhas do Alto Douro, pelo Marquês de Pombal o que
a partir dessa data a Régua teve um crescimento e ganhou uma
importância invulgar, não é menos certo, que também há
conhecimento, embora um pouco encoberto pela voragem do tempo,
que esta terra foi habitada nas épocas remotas das invasões Romanas
e Bárbaras.
O seu nome, deriva mesmo da existência de uma casa romana
de campo presumível soterrada em lugar da cidade - A Villa Regula.
Durante a existência do Condado Portucalense passou a ser
pertença por doação de D. Teresa, dos Bispos do Porto. Já nessas
épocas recuadas aqui se fazia o cultivo da vinha que encontrava nesta
região um clima propício ao seu desenvolvimento.
Até que se chegou ao tempo em que o Marquês de Pombal,
criou a companhia da Vinhas do Alto Douro e a partir dessa altura a
Régua passou a ser uma terra próspera, desenvolvida económicamente
e em crescimento populacional.
No ano de 1836 foi elevada à categoria de Concelho e hoje é
uma Cidade que se quer em constante mudança correndo para o
progresso mas não esquecendo a sua origem de terra agrícola onde o
bucolismo da natureza deveria estar sempre ligado à criação de novos
suportes económicos, não deixando perder o perfume do seu passado
na ganância do presente.
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PORTO
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Cinco grandiosas pontes ligam, na área do Porto, as duas margens do
Douro. A cidade está dotada de porto fluvial podendo os barcos ir até
à Régua graças ao sistema de comportas existente nas albufeiras, e de
porto marítimo em Leixões, a uma légua do centro da cidade. O
aeroporto internacional, em Pedras Rubras, fica a 13 km.
O núcleo primitivo da cidade do Porto tudo indica ser anterior
à ocupação romana. Chamava-se Cale e localizar-se-ia em Miragaia;
teria essa denominação por ser o lugar de "passagem" (por barco)
para a outra margem. Com os Romanos o local tornou-se o lugar
obrigatório da travessia do rio para quem seguia a via militar que ia de
Braga a Lisboa, e por isso ficou a ser conhecido por portus ("porto")
de Cale, e daqui o topónimo. Para refúgio dos moradores do pequeno
povoado, em caso de ataque de piratas ou outros invasores, construiu-
se um castro no monte da Pena, depois chamado Ventosa devido à sua
exposição aos ventos, onde viria a erguer-se a actual Sé. Este castro
luso-romano caiu, em 417, na mão dos Suevos que não tardaram a
construir ali a primeira muralha do núcleo populacional - o burgo -
depois denomidado Porto. Nas actas do Concílio de Lugo, realizado
em 569, a diocese do Porto vem designada por Portucale castrum
novum. O topónimo Portucale aparece em moedas dos reis visigodos
(567 -620), o que denota a importância do Porto naquela época.
Portucale foi totalmente destruída pelos Mouros de Ablelazis que a
conquistaram em 716. Uma frota de Gascões, chefiada por Vímara
Peres, reconquistou Portucale em 868, ficando ele a administrar a
presúria da Terra Portucalense então criada (ou reconstruída) como
delegado de Afonso III das Astúrias. O renascido burgo, que deu o
seu nome ao Condando Portucalense e ao País que se chamaria
Portugal, levou vida atribulada e obscura até os seus destinos serem
confiados ao bispo de Porto, cuja diocese foi restaurada após a
presúria de Vímara Peres e confirmada a 15 de Agosto de 1115. A
Rainha D. Teresa, a 18 de Abril de 1120 fez doação de couto do burgo
do Porto ao bispo D. Hugo e seus sucessores; D. Hugo, por seu lado, a
14 de Julho de 1123, outorgou carta de foral aos habitantes do burgo
portucalense. Durante a 1a dinastia a autonomia do Porto provocou
graves litígios entre os monarcas e os bispos. É que a crescente
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importância económica do burgo portuense, dependendo da mitra,
provocava a cobiça dos poderosos e dos próprios reis, que por
concessão régia não se podiam instalar dentro dos muros da cidade;
até ao século XV nenhum porto português dispunha de mais barcos
próprios, que faziam comércio com a Flandres, a França, a Inglaterra
e os portos do Mediterrâneo. D. João I pôs termo aos insanáveis
conflitos resgatando as concessões outorgadas por D. Teresa, mas
concedendo autonomia judicial à cidade, com a eleição dos juízes a
ser feita pelos moradores. Esta última prerrogativa autonómica veio a
ser revogada por D. Manuel I ao conceder à cidade o foral novo
datado de 20 de Junho de 1517. Entretanto a expansão da cidade e a
sua importância na vida do País levou os monarcas a amuralharem
devidamente o casario: a construção da forte muralha, depois
cognominada "Fernandina", iniciou-a D. Afonso IV e concluíu-a D.
João I, que residiu por largas temporadas no Porto, onde casou com
D. Filipa de Lencastre a 2 de Fevereiro de 1387 e onde a 4 de Março
de 1394 nasceria o infante D. Henrique. Este veio a organizar na sua
cidade natal uma poderosa esquadra que se juntou à de D. João I, em
Lisboa, e se cobriu de glória na conquista de Ceuta em 1415. Tal foi o
empenho das gentes do Porto em abastecer de alimentos as naus que
armaram para a expedição a África, que entregaram toda a carne que
possuíam para alimentação própria guardando para si apenas as tripas
- daqui a alcunha de "tripeiros" dada aos habitantes do Porto. Não
menos valioso foi o contributo dos Portuenses para as descobertas,
conquistas, colonização e contribuíra para a conquista de Lisboa em
1147 com forças chefiadas pelo seu bispo D. Pedro Pi tões que
acompanhou os cruzados ingleses, participou nas expedições a
Alcácer Ceguer e Arzila, e perdeu o seu bispo D. Aires da Silva que
morreu lutando em Alcácer Quibir. Graças ao "vinho do Porto",
iurante o século XVIII a cidade conheceu grande prosperidade,
:endo-se instalado no Porto muitos comerciantes ingleses, surgindo
~m 1717 a Feitoria Britânica. No último quartel do século XVIII
iveram acção preponderante na expansão urbanística da cidade os
Jois Almadas, pai e filho. O Porto, durante a 2 a invasão
lapoleónica, foi cenário da tragédia da Ponte das Barcas ocorrida a 29
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de Março de 1809: a entrada das forças francesas provocou o pânico
fazendo com que uma multidão buscasse refúgio em Gaia através da
oscilante ponte que, ou por excesso de peso ou por medida protectora
ignorada dos populares, através dos alçapões abertos lançou ao rio uns
cinco milhares de pessoas que pereceram afogadas. O movimento
liberal, iniciado no Porto com a revolução de 24 de Agosto de 1820,
nesta cidade consolida-se com a derrota dos miguelistas ao fim de
onze meses de cerco após o desembarque de D. Pedro IV a 8 de Julho
de 1832 em Arnosa de Pampelido a Sul de Mindelo, o que levou este
monarca a legar o seu coração à cidade "invicta". O Porto foi teatro
da fracassada revolução de 31 de janeiro de 1891, a 1a rebelião
republicana na qual se viu envolvida a figura aureolada de Antero de
Quental e que teve como dirigente inspirador o filósofo portuense
José Sampaio Bruno. De 19 de Janeiro a 23 de Fevereiro de 1919 o
Porto foi sede da Junta Governativa do Norte, que restaurara a
monarquia, tendo a presidi-la o coronel Henrique Paiva Couceiro. Em
começos de 1927 de novo nesta cidade eclode um movimento
político-militar em ordem a repor a Constituição de 1911 suspensa
pela revolução de 28 de maio de 1926: após mn cerco de três dias (3 a
6 de Fevereiro), dirigido pelo general Passos e Sousa, os revoltosos
depõem as armas. A área urbana foi-se alargando ao longo dos
séculos. Até 1583 a cidade contava apenas a paróquia da Sé; neste ano
foram criadas as paróquias de São Nicolau,Vitória e São João de
Belmonte (esta viria a ser extinta em1592). A partir do século XVII a
área citadina extravasou para além da cerca ou muralha, abrangendo
Cedofeita, Massarelos, Miragaia e Santo Ildefonso. A 26 de
Novembro de 1836 são integradas na cidade as então criadas
freguesias de Campanhã, Lordelo do Ouro e São João da Foz. Em
1837 foi anexada ao Porto a freguesia de Paranhos pertencente à
Maia. Em 1841 é construída a freguesia de Bonfim com áreas
extraídas da Sé e de Santo Ildefonso. A divisão em dois barirros,
Ocidental e Oriental, data de 21 de Outubro de 1868; em 1895 foram
criadas as novas freguesias de Aldoar, Nevogilde e Ramalde. O Porto
tem por epítetos: "Cidade da Virgem" em virtude das armas da cidade
incluírem a imagem de Nossa Senhora de Vandoma, padroeira do
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Porto; "leal cidade, donde teve / origem (como é fama) o nome
eterno / de Portugal" (Lusíadas) "antiga, muito nobre e sempre leal
cidade do Porto" (decreto de D. Maria II).
No Porto há: o Museu Nacional de Soares dos Reis, instalado
no Palácio dos Carrancas (século XVIII) e que apresenta um rico
espólio de pintura antiga e moderna, de escultura, cerâmica,
numismática, ourivesaria e arte religiosa; o Museu de Etnografia e
História, que ocupa 28 salas duma castiça moradia do século XVIII,
em São João Novo; Museu do Instituto de Zoologia Dr. Augusto
Nobre; Museu e Laboratório Antropológico; Museu e Laboratório
Mineralógico e Geológico; Museu Nacional de História e Medicina
Maximiliano Lemos; Museu Romântico, na Quinta da Macieirinha;
Museu Municipal de Etnografia e História; Casa-Museu de Guerra
Junqueiro; Casa-Oficina de António Carneiro; Casa de Vitorino
Ribeiro; Jardim Botânico. A cidade, além da Universidade do Estado,
tem algumas faculdades da Universidade Católica Portuguesa· e as
Universidades Portucalense e Lusíada; que possui Instituto
Politécnico.
As agremiações desportivas mais importantes são: o Futebol
Clube do Porto com o seu grandioso complexo desportivo das Antas,
o Boavista Futebol Clube com o Estádio do Bessa, o Sport Comércio
e Salgueiros com o campo Engenheiro Vidal Pinheiro e o clube
Fluvial Portuense.
Proporcionam excelentes vistas panorâmicas: na cidade, a
Torre dos Clérigos, o torreão dos Paços do Concelho, a torre da Igreja
ia Lapa, , a Ponte de D. Luís e a Ponte da Arrábida; nos arredores, a
varanda da igreja da serra do Pilar e sobretudo, o monte da Virgem,
~m Vila Nova de Gaia, a serra de Valongo, do alto de Jovim e o monte
io Crasto em Gondomar.
Dentro da área do Porto encontram-se as pequenas praias da
=<'oz do Douro até ao Castelo do Queijo, para além do qual se estende
1 grande praia de Matosinhos. Em plena cidade situa-se o parque de
~ampismo da Quinta da Prelada.
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RESENDE
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As artes e ofícios tradicionais permanecem vivos e firmes
graças a diversos apoios e incentivos. Enumeram-se: a olaria de barro
negro, a chapelaria, a cestaria de verga e de palha, a pirotecnia, a
tamancaria, a esteiraria de junco (graças), os pentes de tear, a
tecelagem de linho e de lã, a execução de violinos.
O construtor de violinos de Felgueiras, tem o génio de um
artista. As madeiras que selecciona e combina, a melodia que arranca
das cordas tensas constituem velhos segredos de família. Ranchos de
vindimas, tunas de festa, voltas de romarias, fizeram-se ao som detes
violinos.
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Os oleiros de Fazamões usavam há mil anos uma roda baixa,
repetem modelos castrejos e romanos de louça comum vendida para o
vale do Douro e serra do Montemuro. Cozem louça numa cova aberta
no chão - a soenga - e utilizam torrões de turfa arrancados da velha
lagoa da serra.
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SABROSA
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Tem 7 500 habitantes e compõe-se de 15 Freguesias.
A sua economia assenta nas vinhas e no vinho, fruta, azeite,
batata e legumes.
Assiste-se à produção artesanal de: Socaria, Cestaria, Tanoaria e
Latoaria.
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SANTA MARIA DA FEIRA
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categoria de cidade por lei de 14 de Agosto de 1985 a povoação
passou a ter a denominação de Santa Maria da Feira.
O castelo da Feira é um dos monumentos mais representativos
do Portugal medieval, quer pela sua história quer pela sua
arquitectura. Assenta num alto morro, a 195 m de altitude, dominando
a parte meridional da povoação onde antes terá havido uma santuário
luso-romano e, posteriormente, uma fortificação visigótica que terá
servido de núcleo embrionário para o edifício actual (séculos XII-
XV): em 1127 desde essa pequena fortaleza ergueu o grito de
rebelião, secundando os barões das Terras da Maia e das de
Ribadouro, o senhor da Terra da Feira de nome Ermígio Moniz; o que
conduziu ao combate de São Mamede, em Guimarães, decisivo na
formação de Portugal. O possante castelo românico, como o deixam
antever as Inquirições de 1251, com o rodar dos tempos e as
vicissitudes guerreiras da primeira dinastia caiu na ruína; D. Afonso
V, em 1448 concedeu-o a Fernão Pereira, senhor da Feira, com a
obrigação de o reparar, e deste modo surgiu o actual edificio, em
estilo gótico e feição provençal como nenhum outro se apresenta em
todo o território português. Rodeado de sólido cinto de muralhas
emerge imponente a torre de menagem quadrangular coroada por
quatro torreões cónicos. Na Rua Direita, que desce a encosta do
castelo no sentido N-S, podem ver-se exemplares de moraias dos
séculos XVIII e XIX, os Paços de Concelho e o gracioso chafariz,
com duas taças sobrepostas, do século XVIII. Do antigo rossio da vila
parte um escadório que conduz ao que foi Convento de Santo Elói
com um robusto templo barroco, de granito, com fachada revestida de
azulejos do século XVII, e que actualmente serve de igreja matriz. Em
Romariz, 8 km a E, há uma citânia.
Em Santa Maria de Lamas situa-se o Museu Comendador
Henrique Alves de Amorim, com secções de etnografia e arte sacra.
Característicos da região são os trabalhos de cortiça,
mármores decorativos, objectos de cerâmica e fabrico de jugos.
As festas da cidade, conhecidas por Fogaceiras ou das Fogaças,
realizam-se em honra de São Sebastião, a 20 de Janeiro, dia de feriado
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municipal desde o século XVI. A 20 de Dezembro efectua-se a Feira
do Mel; cada dia 20 há feira mensal.
Pratos regionais são o carneiro assado servido com arroz de
forno. No capítulo da doçaria são conhecidas as suas fogaças, aletrias
e caladinhos.
Entre as agremiações desportivas contam-se o Clube Feirense e
o Club Desportivo Feirense.
Na área do concelho há vários centros urbanos como sejam as
vilas de Argoncilhe, Fiães, Lourosa, Paços de Brandão e Santa Maria
de Lamas. Na cidade proporcionam algumas visitas de interesse quer
o castelo quer o patamar do antigo Convento de Santo Elói.
Há águas minero-medicinais nas Caldas de São Jorge, a 7 km
de Santa Maria da Feira.
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SÃO JOÃO DA PESQUEIRA
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Os mestres artesãos desapareceram para além dos cesteiros de
Paredes da Beira e Trevões e, dos latoeiros da vila, de Vilarouco e de
Trevões que não deixam aprendizes.
Os latoeiros cortam folha de Flandres para candeeiros de
azeite, almotolias, regadores, cantarinhas de água ou bilhas de leite.
Quase tudo desnecessário para pastores ou camponeses que trocaram
tais artefactos pelos produtos industriais. Mas há gente que compara
estas memórias a testemunhos autênticos de um desusado viver ou
formoso enfeite dentro do lar.
Os cestos de verga e as cestas grandes ou pequenas trazem
ainda grande utilidade para o campo e a casa revelando a permanência
de um viver marcado por tão frágeis testemunhos.
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TABUAÇO
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Tabuaço. Dr. Joaquim Gomes Mota, ilustre tabuacense falecido
recentemente, escreveu um dia o seguinte poema sobre a sua terra;
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Soube D. Tedo do desgraçado sucedido fez voto de celibato e de
sepultura cristã à jovem mártir no local onde mandou erigir com o
irmão o primitivo mosteiro de São Pedro de Águias. Nas lutas que se
seguiram o rei mouro matou D. Tedo nas margens do rio ficando-lhe o
nome.
A maior parte das povoações do actual concelho, umas mais
importantes do que outras, mas todas então com fraca expressão
populacional, era ainda no século XI terra sob jurisdição do senhor do
Couto de Leomil (Leomir) por cedência do Conde D. Henrique de
antes da nacionalidade. Por isso, até ao século XIV, as Inquirições
pouco se lhes referem. Segundo o Cadastro de População do Reino
em 1527, no actual concelho de Tabuaço havia onze pequenos
concelhos que vieram a ser extintos.
À ponte romana Granja do Tedo e a outras que de sua primitiva
fábrica terão sido romanas - casos da que atravessa o mesmo rio em
Santa Leocádia e Santo Adrião e a do Fumo - acrescenta-se como
reportório monumental a justificar demanda um largo e interessante
conjunto de Pelourinhos: de Arcos, Chavães, Granja do Tedo, Aldeia
de Sendim e Valença do Douro. E falta, infelizmente, o da sede do
concelho de pé ainda por 1915 mas entretanto destruído.
Mais dois marcos graníticos, pombalinos, em Adorigo, um dos
quais na Quinta de Valongo, e outros tantos em Távora - todos
considerados imóveis de interesse público. E ainda o Mosteiro e o
Convento de São Pedro de Águias; a Igreja de Barcos e a capela
românica do Sabrosa; as casas senhoriais brasonadas por todo o
concelho; o altar sacrificial do Jardim do Calvário, o Cabeço das
Pombas, em Pinheiros; a Pedra do Cavalo, em Paradela; a mata da
forca e a Casa da Roda, em Barcos.
As festas da vila tem o São João como figura dominante e
realizam-se no dia 24 de Junho. Mas também pelas freguesias o fervor
devoto pelo santo patrono ou a ânsia de folia encontram num extenso
calendário de romarias o seu espaço próprio.
A saber: Nossa Senhora do Bom Juízo (8, 9 e 10 de Agosto),
em Adorigo; São Silvestre (31 de Dezembro) em Arcos; Senhora do
Socorro e Santa Bárbara (14, 15 e 16 de Agosto) em Barcos; Santo
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Aleixo (17 de Julho) em Santo Aleixo; Nossa Senhora dos Milagres
(1 e 2 de Agosto) em Chavões; Santo Antão (17 de Janeiro) na
Desejosa; Nossa Senhora das Neves (5 de Agosto) em Granja do
Tedo; São Pedro (29 de Junho) na Granjinha; Nossa Senhora da Saúde
(1, 2 e 3 de Agosto) em Longa; São Mamede (17 e 18 de Agosto) em
Paradela; Santa Eufémia e Santa Bárbara (11 e 17 de Setembro) em
Pinheiros; Santa Bárbara (10, 11 e 12 de Agosto) em Santa Leocádia;
Santa Barbara (10 11 e 12 de Agosto) em Sendim; Santa Bárbara em
Távora (20,21 e 22 de Agosto) e em Valença do Douro (16 17 e 18 de
Agosto).
O mercado de Tabuaço está combinado para os sábados entre
os dias 22 e 29 de cada mês e Valença do Douro tem a sua feira anual
- Senhora da Ribeira - a 25 de Março.
A gastronomia local, não destoando da cozinha de toda a
região - e aqui não falta, por isso, o inevitável cabrito assado -
individualiza-se nos deliciosos peixinhos do rio em molho de
escabeche e no singular bolo-rei de Tabuaço. Mas de todo em todo,
não termine a sua visita sem saborear o vinho fino ou de pasto
produzido nestas encostas. E em boa hora o faça. De ponteiros
acertados pelo Rijomax, já tantas, não o sabiam "o relógio mais
completo do mundo" nesta terra construído.
Distrito: Viseu
Superfície: 141 km 2
População: 8000
Freguesias (17): Adorigo, Arcos, Barcos, Chavães, Desejosa, Granja
do Tedo, Granjinha, Longa, Paradela, Pereira, Pinheiros, Santa
Leocádia, Sendim, Tabuaço, Távora, Vale de Figueira e Valença do
Douro.
Principais actividades económica: agricultura, comércio e serviços,
panificação e a campitagem de trutas.
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TORRE DE MONCORVO
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VILA NOVA DE FOZ CÔA
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VILA NOVA DE GAIA
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demorada ocupação daquela zona pelos Mouros. A 12 de Agosto de
1288 D. Dinis outorgou novo foral a Gaia, designando-a "Vila Nova
d'El Rei". D. João I em 1423 chama à povoação "Vila Nova do Rei e
par de Gaia". No foral de D. Manuel I, outorgado a 20 de Janeiro de
1518, faz-se distinção entre Vila Nova (parte inferior da povoação) e
Vila de Gaia (zona superior do actual aglomerado urbano); ainda no
século XIX Vila Nova do Concelho de Baixo se diferenciava de Gaia
ou Concelho de Cima; em 1834 Vila Nova e Gaia fundiram-se dando
origem a Vila Nova de Gaia; este viria a ser elevada a cidade por lei
de 28 de Junho de 1984.
Os principais monumentos da cidade são o Mosteiro e Igreja
da Serra do Pilar, e o Convento e Igreja do Corpus Christi. Na serra
do Pilar, o mosteiro que pertenceu aos Cónegos Regrantes de Santo
Agostinho, ali instalados em meados do século XVI, conserva um
formoso claustro circular do século XVII, único no seu género em
Portugal; a sua igreja, com nave alta e circular, coberta por uma
cúpula com lanternim, é um templo de feição italiana dos mais
originais da Europa. O convento dominicano do Corpus Christi
remonta ao século XIV, mas o edifício sofreu profundas alterações c
acréscimos no século XVII: a igreja joanina, com forma de rotunda
poligonal, apresenta no coro um sumptuoso tecto apainelado
constituído por 49 caixotões com grandes molduras, e conserva a arca
tumular de Álvaro de Cernache, que morreu em 1442, e foi alferes da
bandeira da Ala dos Namorados em Aljubarrota, e os restos mortais
de D. Leonor de Alvim, mulher de D. Nuno Álvares Pereira, e de sua
avó, D. Maria Mendes Petite, falecida em 1355, fundadora do
convento.
Tradicionais de Vila Nova de Gaia são a olaria, que nos séculos
XVIII e XIX daria origem a uma pujante indústria de cerâmica e às
oficinas de santeiros e canteiros onde se formaram figuras que viriam
a celebrizar-se como escultores. Outras artes tradicionais são o fabrico
de bonecos de madeira e os trabalhos de ferro fOljado.
A sua romaria em honra de São Cristóvão e de São Gonçalo,
no 2° domingo de Janeiro, é das mais originais festas populares de
todo o País. Tem feira anual a 15 de Agosto, por ocasião da Festa da
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Senhora do Pilar. No alto do Monte da Virgem há uma capela aonde
ocorrem muitos peregrinos a 15 de Agosto.
Próprios da culinária local são o sável assado no espeto e
afogado em molho de cebolada, e lampreia marinada com
acompanhamento de pão torrado e arroz branco. Na doçaria são
típicos os velhotes e os doces de lamber.
Entre as agremiações desportivas contam-se o Futebol Clube
de Gaia, o Sporting Clube de Coimbrões e o Vilanovense Futebol
Clube.
Proporcionam vistas panorâmicas: o varandim circular da
Igreja da Serra do Pilar (lO m de altitude), o alto de Santo Ovídio, no
termo da artéria que dá acesso à Ponte de D. Luís e,
principalmente, o monte da Virgem (216 m de altitude), donde se
obtém um vasto e deslumbrante panorama do Grande Porto. Fica na
área do concelho o monte da Senhora da Saúde, nos Carvalhos, que é
também um belo miradouro; igualmente o é o monte de São Caetano
em Vilar do Paraíso. Dentro do Concelho situa-se, no Douro, a
Barragem de Crestuma-Lever.
Na área do concelho de Vila Nova de Gaia encontram-se as
praias da Granja, da Aguda, de Miramar, de Francelos, de Valadares,
de Madalena e de Lavadores.
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