COMPARAÇÃO DA RESPOSTA TERAPÊUTICA ENTRE AS TÉCNICAS DE
AURICULOTERAPIA CHINESA E DRENAGEM LINFÁTICA MANUAL EM
PACIENTES PÓS CIRURGIA MAMÁRIA: ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA Raquel Franco1, Fernanda Aparecida de Ornelas2, Amanda Lobo Campos3, Fernanda Amorin Pereira Simões3 1 Acadêmica do Curso de Fisioterapia da Universidade Católica de Santos (UNISANTOS) 2 Fisioterapeuta (docente da Universidade Católica de Santos em neuropediatria, doutoranda pela faculdade de medicina de Botucatu (UNESP). 3Fisioterapeuta Endereço para correspondência: Fernanda Aparecida de Ornelas. Rua Oswaldo Cochrane 185 25 E Email: professora.fernanda@ig.com.br Palavras-chave: Câncer de mama, Auriculoterapia e Drenagem Linfática Manual. Introdução: O câncer de mama tem sido alvo de atenção da comunidade médica principalmente pela alta taxa de incidência de mortalidade e morbidade e os profissionais da saúde tem se mostrado bastante atuante na equipe como forma de atenuar as morbidades adquiridas. Em 2003 foram constatados 41.610 casos novos no Brasil, sendo que 9.335 destes casos foram a óbito (REZENDE, 2006). Em 2005 foram notificados 58 milhões de mortes no mundo, sendo 502 mil casos de câncer de mama. Em 2006, a estimativa para casos novos foi de 48.9303. Para 2008 há estimativa, no Brasil, de 49 mil casos, sendo 15.640 situados no estado de São Paulo. Em 2008 e 2009 deverão surgir 466,730 novos casos. (INCA, 2008). Como forma de tratamento para o câncer de mama, pode-se citar a hormonioterapia, radioterapia, quimioterapia e o procedimento cirúrgico. Há com bastante freqüência comprometimentos físicos e/ou emocionais após intervenção cirúrgica. Uma das complicações física mais comum são as alterações de sensibilidade. As alterações das respostas sensitivas apresentam como causa básica, as lesões de nervos durante a linfadenectomia axilar. A lesão do nervo sensitivo chamado intercostobraquial (ICB) é responsável por queixa freqüente e duradoura referida pelas pacientes: a alteração da sensibilidade dolorosa na região medial e póstero-superior do braço e axila que se apresenta na maioria dos casos como anestesia ou hipoestesia, podendo ocorrer hiperestesia em alguns casos. (Warmuth, 1998; Paredes, 1989.) Como forma de amenizar esta complicação, a fisioterapia se encontra de forma bastante atuante e favorável com a utilização de recursos mecânicos e manuais como a estimulação sensitiva manual e a drenagem linfática manual. O objetivo do presente estudo foi comparar a resposta frente a perimetria, amplitude de movimento, força muscular, sensibilidade e as questões de Qualidade de Vida, entre as técnicas de Auriculoterapia chinesa e Drenagem Linfática Manual, nas pacientes submetidas à cirurgia mamária associada à linfadenectomia deste estudo. Relevância do estudo: Propor um protocolo de intervenção diferenciada as pacientes com queixa de hipoestesia pós cirurgia mamária. Materiais e métodos: O estudo foi realizado no período de Junho a Agosto de 2006, na clínica universitária Madre Paulina da Universidade Católica de Santos, com um total de dez sessões de tratamento para cada técnica. As 11 pacientes, as quais seguiram os critérios de inclusão foram divididas em dois grupos. O Grupo I - Auriculoterapia foi composto por 6 pacientes e o Grupo II - Drenagem Linfática Manual por 5. Resultados: Após a prática deste estudo foi observado que a perimetria, amplitude de movimento, força muscular, sensibilidade e as questões de Qualidade de Vida quando realizada a comparação entre as técnicas de Auriculoterapia e Drenagem Linfática Manual, apresentou melhora significativa apenas na ADM de flexão de ombro e força muscular no movimento de extensão de cúbito em ambas as técnicas, diminuição de dor na técnica de Auriculoterapia e houve melhora questões 1, 2 e 6 em ambas as técnicas, questões 3 e4 apenas na técnica de auriculoterapia, nas pacientes submetidas à cirurgia mamária associada à linfadenectomia deste estudo, apesar de sua pequena amostra. Discussão: No Grupo I (Auriculoterapia), quanto à melhora da sensibilidade tátil e dolorosa das pacientes, não foi encontrado relatos na literatura científica frente à resposta da auriculoterapia na sensibilidade. Acredita-se que por estimular o ponto do ombro, houve uma resposta reflexa na sensibilidade do membro afetado. No Grupo II (DLM), quanto a melhora da sensibilidade pelo estesiômetro no membro afetado, pode ser justificada segundo SÁ (2003), pela resposta devido ao toque realizado durante o tratamento. No Grupo I (Auriculoterapia), o qual há linfonodos presentes. No ponto do ombro, onde há um esvaziamento axilar, não houve resposta a estimulação do mesmo. Acredita-se também que houve resposta por estimular o ponto do rim, o qual é responsável por drenar e conservar o metabolismo dos líquidos corporais. No Grupo II (Drenagem Linfática Manual), esta resposta está relacionada ao fato destas pacientes não apresentarem linfonodos axilares, restando para drenagem deste braço apenas os linfonodos do ângulo venoso, justificando um acúmulo de líquido nesta região. Conclusão: Foi sugerido a técnica de Auriculoterapia como conduta para amenizar a diferença perimétrica e a dor, resposta sensitiva e a técnica de Drenagem linfática frente a diferença da perimetria, amplitude de movimento, força muscular e Qualidade de Vida. Referências bilbliográficas 1. REZENDE, L. F. et al Exercícios livres versus direcionados nas complicações pósoperatórias de câncer de mama. Revista da Associação Médica Brasileira, Brasil, v. 52, n. 1, p. 37-42, 2006. 2. Instituto Nacional do Câncer. Estimativa de câncer para 2006. Disponível em: http://www.inca.gov.br. Acesso em 11 de março de 2008. 3. WARMUTH, M.A. et al. Complications of axillary lymph node dissection for carcinoma of the breast: a report based on a patient survey. Cancer, v.83, n. , p.1362-1368, 1998. 4. PAREDES, J.P; PUENTES, J.L; POTEL, J. Variations in sensitivity after sectioning the intercostobrachial nerve. Am. J. Surg., v.160, n. , p.525-528, 1990. 5. SÁ, A. C.; SILVA, M. J. P. Aplicação do toque terapêutico em mulheres portadores de câncer de mama sob tratamento quimioterápico. O mundo as saúde, v. 27, n. 2, p. 258 – 269, abril/ junho de 2003.