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Superior Tribunal de Justiça

AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº 1.052.869 - SP (2008/0110590-2)

RELATOR : MINISTRO MASSAMI UYEDA


AGRAVANTE : COOPERATIVA HABITACIONAL DOS BANCÁRIOS DE SÃO
PAULO - BANCOOP
ADVOGADO : ALEXANDRE CESTARI RUOZZI E OUTRO(S)
AGRAVADO : LIVALDINO MORATO DOS REIS
ADVOGADO : NELSON DE DEUS GAMARRA E OUTRO(S)
EMENTA
AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DECLARATÓRIA DE
INEXIGIBILIDADE DE DÉBITO - INCURSÃO NO MÉRITO DO
RECURSO ESPECIAL - JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE -
POSSIBILIDADE - ANTECIPAÇÃO DOS EFEITOS DA TUTELA -
ENTENDIMENTO OBTIDO DA ANÁLISE DO CONJUNTO
FÁTICO-PROBATÓRIO E DA INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULA
CONTRATUAL - IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME -
INTELIGÊNCIA DAS SÚMULA NS. 5 E 7/STJ - RECURSO
IMPROVIDO.

DECISÃO
Cuida-se de agravo de instrumento interposto por COOPERATIVA
HABITACIONAL DOS BANCÁRIOS DE SÃO PAULO - BANCOOP contra decisão
que negou seguimento a recurso especial (artigo 105, III, "a", da Constituição
Federal) em que se alega violação dos artigos 3º, 4º, 79, 80 e 81 da Lei n. 5764/71.
Busca a recorrente a reforma da r. decisão, argumentando, em
síntese, que houve incursão no mérito do recurso especial. Afirma, ainda, que o
contrato firmado com o autor, ora recorrido, é, em verdade, um ato cooperado,
impondo-se, segundo sustenta, a manutenção da exigibilidade do valor residual do
empreendimento em questão.
É o relatório.
A irresignação não merece prosperar.
Com efeito.
Inicialmente, afasta-se a alegação de que o egrégio Tribunal a quo
invadiu a competência do STJ, em razão de a jurisprudência desta Corte Superior
ter pacificado o entendimento de ser possível à Instância originária adentrar o mérito
do recurso especial quando da prolação do juízo de admissibilidade (AgRg nos EDcl
no Ag 521808/MG, Relatora Ministra Nancy Andrighi, DJU 3/5/2004, pág. 152).
Quanto à questão de fundo, veja-se que a Corte estadual, após
sopesar todo o acervo probatório reunido nos autos e interpretar cláusula contratual,
concluiu pela presença dos requisitos autorizativos da manutenção dos efeitos da
tutela antecipada concedida em primeira instância. Com relação ao débito que se
pretende declarar inexistente, confira-se o seguinte excerto do v. acórdão recorrido:
"O agravado efetuou os pagamentos da (sic) parcelas mensais com reajuste pelo
índice Sinduscon, portanto, tratando-se de imóvel em construção, referido índice
tem validade eficácia, mesmo porque, é praxe utilizada nos negócios jurídicos
Documento: 4125767 - Despacho / Decisão - Site certificado - DJ: 15/08/2008 Página 1 de 2
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semelhantes. Por outro lado, a construtora também teve como parte de pagamento
unidades construídas, fato que, por si só, origina na necessidade de elaboração de
cálculo pormenorizado, pois, 'a priori', não se vislumbra o motivo de existir débito,
ante os reajustes mensais das parcelas pelo índice Sinduscon. Assim, a
antecipação da tutela está apta a sobressair, haja vista a forte potencialidade do
direito do agravado, de acordo com a cláusula quinta do instrumento que
materializou o pactuado entre as partes, fls. 23/24, o que configura a presença da
verossimilhança" (fls. 92/93).
E ainda: "Ademais, ante a pendência existente, caracteriza como
factível o envio do nome do agravado para os órgãos de restrição ao crédito, o que
poderia ocasionar dano de difícil reparação. No mais, o agravo não admite emenda,
e a juntada tardia da inicial da ação, fls. 58/62, a rigor, nada acrescenta, por ora,
mesmo porque, a planilha de custos deverá ser exaustivamente analisada na fase
processual pertinente, quando deverão estar presentes os valores, inclusive sobre
suposto resíduo e rateio de despesas comuns" (fl. 94).
In casu, a ora agravante afirma: "(...) o resíduo do empreendimento
é devida (sic) já que os cooperados se unem para a consecução de um objetivo
comum, e havendo saldo devedor a ser quitado, não há motivos para a recusa em
solve-los" (fl. 121).
Entretanto, rever as premissas em que se fundou o v. acórdão
recorrido por meio do argumento supra mencionado é, por via transversa, revolver
o conjunto fático-probatório dos autos e reapreciar cláusula contratual. Providência
inadmissível na via eleita, a teor dos enunciados ns. 5 e 7 desta Corte.
Nega-se, portanto, provimento ao recurso.
Publique-se. Intimem-se.
Brasília (DF), 1º de agosto de 2008.

MINISTRO MASSAMI UYEDA


Relator

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