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PROBARE
Índice
Expediente
Vamos tirar o chapéu para a ética? .....................................................4
Caderno Especial do PROBARE
Reconhecimento e agradecimento aos apoiadores ..............4
Diretores
Vilnor Grube
Tamanho é documento, sim!......................................................................... 6 editor@clientesa.com.br
Solange Teles
solange@clientesa.com.br
Administração
PROBARE amadurece setor de call center .................................... 8 Solange Teles
Lia Martins (assistente)
www.clientesa.com.br
especial
PROBARE
Artigo
Há mais ou menos dois anos, o Superada esta fase, algumas dúvidas surgiram: Como
projeto da Auto-Regulamentação vamos realizar o projeto? Com que recurso? Neste ponto
era um sonho. Entretanto, para sentimos a receptividade do mercado. Em pouco tempo
nos proteger e continuarmos cres- conseguimos 20 empresas para financiar o programa
cendo era necessário nos auto-re- de Auto-Regulamentação. Contratamos o Instituto
gulamentar. Precisávamos mostrar Totum para a elaboração dos documentos e rapidamente
para a sociedade que o mercado formamos grupos de discussão presenciais e virtuais
de relacionamento ultrapassava envolvendo mais de 70 profissionais. Ao longo de sete
as fronteiras das duras críticas meses em 500 horas de trabalho e milhares de e-mail’s,
atribuídas ao Telemarketing. O garantimos a consistência do material e a transparência
foco foi valorizar a ética e punir as do processo.
empresas que operavam de forma Após todo este trabalho tínhamos na mão não mais
Só um mercado maduro e seguro
que congrega empresas e profissio- inadequada. O mesmo já estava um projeto e sim um Programa de Auto-Regulamenta-
nais sérios poderia se expor desta sendo feito com as empresas de ção. Assim nasce o PROBARE, primeiro canal voltado
maneira, dando o exemplo para publicidade, através do Conar. ao consumidor, afinal em última análise é para ele que
construir um País, o respeito ao
consumidor, a ética e a responsabi-
Para tornar o mercado forte e trabalhamos. Com o PROBARE, o mercado de Relacio-
lidade com o desenvolvimento competitivo, mais importante que namento Brasileiro demonstra o seu tamanho, tendo a
Alexandra Periscinoto punir é desenvolver e orientar. coragem de vir a público valorizando a ética, instituindo
Além de descobrir a saída para a ouvidoria aberta para o recebimento das manifestações
que a Auto-Regulamentação não fosse apenas o “xerife” do consumidor e entendendo que as eventuais críticas
da turma, existia a necessidade de alinhar, em um único são oportunidades concretas de melhoria. Lançamos
projeto, representantes de todo o ecossistema do relacio- também a Norma de Maturidade de Gestão, onde as
namento: empresas, contratantes, funcionários, consumi- empresas serão avaliadas em seus principais pontos,
dores, sindicatos, governo, enfim, todos aqueles que de permitindo a correção dos mesmos.
alguma forma se relacionam com clientes, cada um com Um segmento que tem números impressionantes,
sua visão e interesses representados. Neste momento, em como mais de 600 mil funcionários, 45% deles em pri-
uma conta simples foi possível entender que este projeto meiro emprego, mostra que é grande também pela sua
poderia alterar o cotidiano de mais de 700 mil pessoas. atuação. Só um mercado maduro e seguro que congrega
Foram horas e horas de consultas, pesquisas, empresas e profissionais sérios poderia se expor desta
conversas acaloradas ou não, junto com empresários, maneira, dando o exemplo que para construir um País,
sindicalistas, colegas, políticos e profissionais ligados à o respeito ao consumidor, a ética e a responsabilidade
qualidade. O sucesso do programa dependia da soma de com o desenvolvimento são fundamentais.
esforços e convergência de todo mercado e este papel de- Portanto, tamanho é documento sim!
veria ser representado por associações do segmento que
trabalhassem em conjunto. Neste momento foi realizada Alexandra Periscinoto, Presidente da SPCOM e
a aliança das entidades Abemd, Abrarec e ABT. Coordenadora do Projeto - PROBARE
História
Em meados de 2004, três Associações – ABT (Associação sites das Associações nesse mesmo dia. Além disso, recebeu
Brasileira de Telemarketing), Abemd (Associação Brasileira apoio de mais três entidades: a ABA (Associação Brasileira de
de Marketing Direto) e Abrarec (Associação Brasileira das Anunciantes), o Sintratel (Sindicato dos Trabalhadores em Te-
Relações Empresa-Cliente) – decidiram se unir para elaborar o lemarketing) e o Sintelmark (Sindicato Paulista das Empresas
código de auto-regulamentação do setor de callcenter, contact de Telemarketing, Marketing Direto e Conexos).
center, SAC, help desk e telemarketing. O objetivo era proteger Nível de maturidade - Foi quando se confirmou a idéia do
o mercado de eventuais leis abusivas, oferecer parâmetros para selo de ética. Não bastava seguir e cumprir o código. Seria inte-
o crescimento da qualidade, e melhorar a imagem do setor ressante que as empresas do setor pudessem, também, demonstrar
junto à sociedade. esse cumprimento. Mostrar à sociedade quem efetivamente segue
Depois de uma pesquisa sobre que consultoria indepen- o código. Já a idéia da Ouvidoria, que seria instalada um mês
dente que poderia auxiliar nos debates e na formatação do depois, existia anteriormente e seu objetivo seria exatamente o
código, chegaram ao Instituto Totum, organização que já de acompanhar e orientar o cumprimento do código.
obtivera sucesso em processos de auto-regulamentação de Para se chegar à quarta coluna do programa, as Normas
outros segmentos. E solicitaram um pré-projeto ao Instituto. de Gestão, sabia-se que deveria ser uma análise crítica do
A concepção do programa, desde esse pré-projeto, já previa, em comportamento das empresas do setor. A idéia era demonstrar
esboço, seus quatro pilares básicos de sustentação: Código de aos agentes do segmento os vários níveis de gestão. Com as
Ética, Selo de Ética, Ouvidoria e Normas de Gestão (conheça discussões, análises e debates, chegou-se à conclusão de que
o Código de Ética, na íntegra, a partir da pág. 20). as normas deveriam apontar para o nível de maturidade.
Desde o início, as pessoas envolvidas na gestação desse Após as discussões iniciais, foram feitas as compilações do que
programa, queriam que ele se pautasse por duas sólidas verten- existia, em quatro partes: Planejamento Estratégico, Processos
tes: o compromisso com a ética e a busca da gestão excelente. Operacionais, Tecnologia da Informação e Pessoas.
Seria uma forma de dar uma resposta à sociedade, de um setor Foi constituído um grupo de trabalho para cada item
que se mostraria ético e que buscasse o auto-aperfeiçoamento. – quatro grupos de 10 a 15 pessoas cada, todas indicadas pe-
“Mais do que um programa de normatização, é de auto-apri- los patrocinadores e pelas Associações. Estavam, ali, cerca de
moramento, que requer muito de atitude e quase nada de 70 profissionais do setor envolvidos, representando pratica
investimento”, destaca Alexandra Periscinoto, presidente da mente todas as empresas.
SPCOM e coordenadora do Probare. Em seguida, o Instituto reuniu os resultados das discussões,
Milhares de e-mails - A primeira parte do trabalho do Insti- mais as compilações fruto de pesquisas, acrescentou novas idéias,
tuto, de acordo com seu diretor, Melvin Cymbalista, foi fazer uma e foi elaborado um documento. Este era de novo devolvido aos
compilação, a mais abrangente possível, de todos os códigos de grupos para nova bateria de discussões. Foram aproximadamente
ética dos vários segmentos do país e do exterior. Depois de conso- 6 reuniões presenciais dos grupos, mais os encontros virtuais
lidadas essas informações, o projeto do código de ética foi passado debatendo o conteúdo das normas. Até que, no final, houve
para as três Associações. Em seguida, através de e-mails, cerca de aprovação dos representantes das 400 empresas.
400 empresas (os associados das entidades e os patrocinadores O Programa de Auto-Regulamentação do setor estava
do programa) receberam também o projeto para análise, críticas pronto. No dia 24 de novembro, na presença de centenas
e sugestões. A seguir, nova consolidação. E todo o movimento de de empresários e executivos das empresas e representantes
avaliação geral se repetiu. Foram milhares de e-mails até tudo se das Associações e Sindicatos, no auditório da Pinacoteca do
consolidar. “Um processo totalmente transparente e amplamente Estado, em São Paulo/SP, o código foi sacramentado. Com
participativo”, ressalta o professor Melvin. suas assinaturas de adesão e compromisso, presidentes das
No dia 10 de outubro deste ano, os presidentes das três entidades e empresas patrocinadoras davam início a uma
Associações, mais a coordenadora, assinaram o código de ética verdadeira revolução no setor que mais emprega profissionais
do PROBARE, durante evento no auditório do Centro Bra- no Brasil. Nesse dia, também, concretizou-se o apoio da CUT
sileiro Britânico, em São Paulo/SP. O código de ética – cujas – Central Única de Trabalhadores – “numa união entre capital
obediência e aplicação são obrigatórias a todas as empresas e trabalho jamais conseguida por qualquer outro segmento no
associadas dessas entidades – passou a vigorar e constar dos país”, concluiu Alexandra.
Artigo
Artigo
Artigo
Política
Auto-regulamentação se insere no
sistema democrático
O envolvimento do governo nas iniciativas da atividade garante a concretização de projetos
futuros, como o PROBARE, dando mais credibilidade às iniciativas políticas
O Brasil tem o que é mais importante para que tanto principalmente agora. Acredito que, cada vez mais,
os clientes quanto os eleitores possam expressar sua von- essa idéia do bom relacionamento empresa-cliente será
tade e avaliação: um sistema democrático consolidado. plenamente consolidada.” O governador entende que
E o programa de auto-regulamentação do setor de rela- a principal estratégia tanto do homem público quanto
cionamento com clientes se insere nesse quadro. Como à do bom empresário, é basicamente uma: responsabi-
tem afirmado o governador do Estado de São Paulo, lidade. “É preciso identificar os principais problemas e
Geraldo Alckmin, “as coisas têm melhorado muito nas coragem para ir até o fim em busca da solução. A partir
relações do cliente, do consumidor, com as empresas, daí, vem o poder de gestão. O resultado será bom para
principalmente porque o direito do consumidor é algo todos.”
consolidado no País”. E o governador se sente muito à vontade para falar
O que existe, segundo análise de Alckmin, é a disso. Afinal, foi o autor do projeto que criou o Código
necessidade de uma consolidação do direito daqueles de Defesa do Consumidor (CDC), em 1990, em seu
que compram e também daqueles que vendem. “E sou segundo mandato como deputado federal. Mas, em sua
otimista em relação ao amadurecimento dessa relação, avaliação, “ainda há muito o que melhorar no dia-a-dia
Orientação
Ajuste de Conduta) com prazos monitorados pelo em busca da excelência no gerenciamento de callcenter,
Comitê Executivo; contact center, help desk, SAC e telemarketing. Tratam-se
d. Divulgação das estatísticas de ocorrências das em- das Normas de Maturidade de Gestão, que são formadas
presas; por quatro itens (e seus subitens): Planejamento Estra-
e. Suspensão do Selo de Ética; tégico, Processos, Tecnologia da Informação e Pessoas.
f. Cancelamento do Selo de Ética; E a análise do perfil de cada empresa levará em conta cada
g. Divulgação da posição da Ouvidoria com relação um desses aspectos classificados por quatro níveis (1 é o
aos responsáveis pelo serviço (empresa/contratante nível inicial e 4 é o estado da arte).
e central de relacionamento), através de veículos de A partir da análise de cada item, é desenhado o Perfil
comunicação. de Maturidade de Gestão da empresa, que também é
voluntário. Assim como no caso do selo de ética, as em-
Termo de Ajuste de Conduta – T.A.C - Esse termo, presas do setor poderão explorar mercadologicamente seu
exigido da empresa envolvida, deve englobar todos os perfil. Embora o objetivo não seja indicar se uma empresa
recursos necessários para correção de rumos, seus respon- é melhor ou pior que a outra. O perfil de maturidade ade-
sáveis e os prazos bem definidos. Mesmo assim, o Plano quado de uma empresa depende muito das necessidades
pode ou não ser aceito pelo Comitê Executivo. Mas o dos contratantes. Um dado item pode ser adequado no
importante, de acordo com os criadores e coordenadores nível 2, por exemplo, enquanto outro precisa mesmo ser
do programa, “a meta é a de buscar o aprimoramento, do nível 4, dependendo das características do serviço a
o estado da arte, e não punir ninguém. O PROBARE ser executado. Por isso, não há um selo comprobatório
não surgiu para castigar ou, muito menos, banir empre- de empresa madura gerencialmente. O mercado que
sas do setor. O objetivo nuclear tem de ser a luta pela vai, no final das contas, definir os níveis de maturidade
ORIENTAÇÃO, aperfeiçoamento e amadurecimento adequados para cada contratação específica.
do segmento. Quando todos saem ganhando”. O Perfil de Maturidade ajudará a orientar os inves-
timentos e desenvolvimento necessário de cada empresa
Selo de ética, o começo de tudo – Além de respeitar dentro do seu plano estratégico e junto ao mercado.
e seguir sem deslizes o código de ética do PROBARE,
as empresas do setor podem demonstrar à sociedade Qualidade para exportar - No caso da exportação
que o fazem. Isso é possível através do selo de ética. – em vista do crescente mercado offshore que já reco-
O símbolo visível das atitudes sérias da organização. E nhece o talento quase inato dos brasileiros para um
qualquer empresa do setor, seja de que porte for, pode atendimento de qualidade – a empresa poderá solicitar
solicitar o selo de ética. O selo é voluntário. um selo que comprove sua capacidade de vender serviços
A auditoria será feita por uma das certificadoras ao exterior. Não só de vender, mas de atender bem os
independentes que estão credenciadas no PROBARE, contratos firmados e sem comprometer a imagem do
ficando livremente para a escolha da pleiteante. O selo setor. Para a exportação, foram estabelecidos, a partir
é o começo de tudo. Sem ele, a empresa não conseguirá da norma de maturidade de gestão, os requisitos míni-
obter seu Perfil de Maturidade de Gestão e nem o selo de mos, além de itens de responsabilidade sócio-ambiental
exportação, como veremos adiante. A solicitação poderá (preservação de direitos , eco-eficiência e respeito à
ser feita à consultoria independente contratada para propriedade intelectual). Para ter o selo de exportação, é
acompanhar todo o processo da ouvidoria, ou diretamen- preciso ter o perfil de maturidade e, conseqüentemente,
te à instituição certificadora. As três certificadoras que já o selo de ética.
fizeram adesão formal: Fundação Vanzolini, SGS System A idéia – expressa de forma incisiva e generalizada
& Services Certification e ABS Quality Evaluations,Inc. por parte dos criadores do Programa - é que todos pos-
Mas o importante é saber o seguinte: só vai conseguir sam ter o selo de exportação. “Um setor com empresas
ostentar esse selo se a empresa se mostrar completamente capazes de demonstrar seu nível de maturidade, inclusive
aderente ao código de ética. Qualquer item destoante já para exportar. Isso é o que vai atrair bons contratos,
inviabiliza o selo. Poderá ser solicitado o selo por “site”, abrir o mercado e melhorar as condições comerciais
que deve ser especificado na divulgação. de todos”.
Gestão com excelência - O quarto pilar do PROBARE A seguir – para que você tenha sempre à mão – publi-
foi edificado para promover o aprimoramento contínuo camos a íntegra do Código de Ética do PROBARE.
ções ou planos de pagamento, a existência de quaisquer reclamações, alteração em tempo da transação efetuada,
despesas extras (fretes, impostos, seguro, manipulação de inclusive nos casos de devolução e cancelamento.
produto), o tempo de garantia do produto/serviço, o prazo Parágrafo 3º. Os canais de comunicação para reclama-
de desistência do contrato, endereço ou telefone para que ções não devem ser mais onerosos que os canais de venda,
o Consumidor possa entrar em contato com a Empresa/ para atendimento via telefone.
Contratante ou Central de Relacionamento e confirmação
expressa do consentimento do Consumidor. Artigo 4º - Crianças e Adolescentes
Parágrafo 5º. A Central de Relacionamento deve pos-
suir declaração formal da Empresa/Contratante de que as É vedada a formulação de ofertas por telefone/internet
informações prestadas são verdadeiras e factíveis para cada e o fechamento de vendas para crianças e adolescentes.
serviço, incluindo adendos e modificações. Essa declaração
pode estar contida dentro do contrato de prestação de ser- Parágrafo 1º. Os responsáveis pelo serviço devem
viços, no caso de Centrais de Relacionamento terceirizadas possuir instrumentos para verificação se as transações não
e no próprio instrumento de adesão ao Código de Ética, no estão sendo feitas com crianças e adolescentes.
caso de Centrais de Relacionamento próprias. Parágrafo 2º. O fechamento de vendas para adoles-
Parágrafo 6º. A Central de Relacionamento se, durante centes poderá ser realizado apenas quando há liberdade
a operação de um serviço, descobrir que as informações autorizada dos pais ou responsáveis para consumo, como
são falsas ou inviáveis, deve formalmente reportar o fato à cartão de crédito em seu nome.
Empresa/Contratante, para que sejam tomadas ações.
Parágrafo 7º. São vedadas publicidade ou alegações Artigo 5º - Relacionamento com Consumidor
inverídicas, enganosas ou fraudulentas.
Parágrafo 8º. Informações sobre organizações concor- O relacionamento com o Consumidor deve ser respei-
rentes devem ser passíveis de comprovação. toso e não discriminatório.
Parágrafo 9º. Qualquer produto ou serviço ofereci-
do ao Consumidor sem custos ou obrigações pode ser Parágrafo 1º. É vedada a discriminação de qualquer
apresentado como “grátis”. Quando a oferta exigir que pessoa ou grupo com base em raça, cor, religião, naciona-
o Consumidor compre outro produto ou serviço, todos os lidade, sexo, idade ou estado civil.
termos e condições devem ser apresentados junto à palavra Parágrafo 2º. Táticas de coerção ou constrangimento
“grátis” ou ao termo semelhante. não devem ser usadas de forma alguma.
Parágrafo 10º. Os responsáveis pelo serviço devem Parágrafo 3º. A Empresa/Contratante deve assegurar
conduzir os processos de sorteios ou loterias, de acordo que qualquer modificação em relação à transação original
com a legislação vigente. seja imediatamente comunicada ao Consumidor, inclusive
Parágrafo 11º. As condições de participação em pro- recusa ao crédito.
cessos de premiação e existência de eventuais taxas devem
ser previamente informadas. Artigo 6º - Relacionamento com Equipe de Agen-
Parágrafo 12º. Nas ações feitas pela Internet, como tes
suporte às operações da Central de Relacionamento, todo
texto ou imagem deve ser redigido de forma que possibilite A Central de Relacionamento deve garantir condições
o perfeito entendimento pelo destinatário. de trabalho adequadas à equipe de Agentes.
Parágrafo 13º. Nas ações de arrecadação de fundos e
doações para instituições sem fins lucrativos, os respon- Parágrafo 1º. É vedada a discriminação de qualquer
sáveis pelo serviço deverão certificar-se da autenticidade pessoa ou grupo com base em raça, cor, religião, naciona-
da instituição. lidade, sexo, idade ou estado civil.
Parágrafo 2º. Coerção ou constrangimento não deve
Artigo 3º - Acessibilidade ser usado de forma alguma.
Parágrafo 3º. A Central de Relacionamento deve pos-
Deve ser respeitado o direito do Consumidor de entrar suir práticas escritas de monitoração e divulgadas para a
em contato com a Empresa/Contratante após a transação equipe de Agentes.
ser efetuada. Parágrafo 4º. A Central de Relacionamento deve
possuir infra-estrutura mobiliária e de equipamentos que
Parágrafo 1º. Em qualquer transação ativa, deverá ser atendam às condições de ergonomia adequadas e normas
fornecido canal de comunicação para o Consumidor. aplicáveis.
Parágrafo 2º. Os canais de comunicação devem prever Parágrafo 5º. Os Agentes devem ser treinados e capaci-
possibilidade de obtenção de informações adicionais, tados antes de iniciar os contatos (ativos ou receptivos) com
Nenhuma lista ou informação nela contida poderá ser Artigo 10º - Contatos Receptivos
usada em violação aos direitos legais ou contratuais do
proprietário da lista. Os responsáveis pelo serviço devem assegurar padrões
adequados para atendimento receptivo dos Consumido-
Parágrafo 1º. A Empresa/Contratante deve garantir res.
a idoneidade da lista (origem comprovada e métodos de
formação), antes de utilizá-la. Parágrafo 1º. Fora dos horários pré-definidos pela
Parágrafo 2º. Informações advindas de um Contratante Empresa/Contratante devem ser usadas mensagens infor-
não podem ser utilizadas em abordagens para um outro mativas sobre horários e dias de atendimento.
Contratante, a não ser que haja acordo formal entre os Parágrafo 2º. Antes de divulgar um canal (telefone,
mesmos (específico para Centrais de Relacionamento e-mail, chat, etc) para atendimento receptivo, os respon-
terceirizadas) sáveis pelo serviço devem tomar os cuidados necessários
Parágrafo 3º. A Central de Relacionamento, para não para dimensionar e controlar a infra-estrutura adequada
gerar conflitos de interesse entre seus Contratantes, não à demanda estimulada, garantindo padrões mínimos de
deve possuir base própria de listas (específico para Centrais atendimento.
de Relacionamento terceirizadas). Parágrafo 3º. Todo canal eletrônico (URA, Internet, Fax,
etc) deve oferecer opção de atendimento pessoal, durante Criança: No Estatuto da Criança e do Adolescente con-
horários pré-definidos de atendimento. sidera-se “Criança” a pessoa até doze anos incompletos.
Empresa: Pessoa jurídica que possui a Central de
Capítulo IV - Infrações e Penalidades Relacionamento. Também pode ser entendido como área,
departamento ou setor da empresa que se utiliza os serviços
O método de avaliação da conformidade em relação aos da Central de Relacionamento. Exemplos: Departamento
requisitos do Código de Ética, forma de operação do Selo de Marketing que utiliza a Central de Relacionamento
de Ética, definição de infrações e penalidades, assim como para efetuar pesquisas qualitativas e quantitativas para a
responsabilidades pela revisão, controle e aplicação deste empresa, Departamento Financeiro que utiliza a Central de
Código de Ética estão no documento do Regulamento do Relacionamento para cobrança de inadimplentes, Departa-
Selo de Ética (emitido e aprovado pelo Conselho Gestor). mento Comercial que utiliza a Central de Relacionamento
Os procedimentos de operação da Ouvidoria estão para venda de seus produtos, Direção da empresa que
no documento do Regulamento da Ouvidoria (emitido e utiliza a Central de Relacionamento para busca da opinião
aprovado pelo Conselho Gestor). do Consumidor por meio de canal de Ouvidoria.
Listas: Conjunto de informações individuais sobre
Capítulo V - Glossário Consumidores (pessoas físicas e jurídicas), que direcionam
os serviços da Central de Relacionamento.
Adolescente: No Estatuto da Criança e do Adolescente Monitoração: Atividade de escuta telefônica realiza-
considera-se “Adolescente” a pessoa entre doze e dezoito da pela Central de Relacionamento com o objetivo de
anos de idade. controlar a qualidade do serviço prestado, a consistência
Agente: Colaborador da Central de Relacionamento que do atendimento e gerar ações de melhorias internas.
interage com os Consumidores, também conhecido como Normalmente seus registros somente são usados para fins
Operador ou Representante. internos, sem o objetivo de comprovar transações junto
Ativo: Contato originado pela Central de Relaciona- aos Consumidores.
mento. Oferta: Proposta Comercial.
Central de Relacionamento: Parte da empresa (no caso Ouvidoria (como serviço): Atividade da Central de
de Central de Relacionamento Própria) ou organização Relacionamento que tem como objetivo levar a “Voz do
especializada (no caso de Central de Relacionamento Consumidor” para dentro da organização.
terceirizada) que realiza os serviços de Call Center, Con- Ouvidoria do Programa de Auto-Regulamentação:
tact Center, Help Desk, SAC (serviço de atendimento ao Organização responsável por coletar informações sobre
Consumidor) e/ou Telemarketing. Suas atividades abran- potenciais transgressões ao Código de Ética, apurar fatos,
gem, dentre outros serviços, vendas, consultas, cobrança, fazer investigações e recomendar sanções aos responsáveis
pesquisas, sorteios, campanhas de arrecadação, transações pelo serviço. Sua composição, forma de atuação e procedi-
financeiras, retenção, suporte técnico, agendamento, serviço mentos, estão descritos em Regulamento próprio, constante
de atendimento ao Consumidor, marketing de relaciona- do Programa de Auto-Regulamentação.
mento, ouvidoria, avaliação da percepção do Consumidor Posto de Trabalho: Entidade organizacional mínima que
sobre produtos e serviços, para Consumidores (ver definição responde pela execução das atividades relacionadas a um
de Consumidor). contrato ou serviço.
Consumidor/Cliente: Pessoa física ou jurídica que utiliza Receptivo: Contato recebido pela Central de Relacio-
os serviços da Central de Relacionamento. Em caso de namento.
Centrais de Relacionamento terceirizadas, normalmente, Responsáveis pelo serviço: Ver definição no Capítulo
o Consumidor é o cliente da contratante. II.
Contratante: Empresa que contrata e utiliza os serviços Transação: Operação da Central de Relacionamento
da Central de Relacionamento, mediante um contrato for- com a finalidade de: venda, alteração de contrato, pedido
mal (também chamado de Cliente Institucional). de informação, cancelamento de serviços, operação finan-
Contrato: Acordo estabelecido entre a Central de Re- ceira, cobrança etc.
lacionamento e o Contratante, que pode abranger um ou
mais serviços. Para o caso de Central de Relacionamento
própria, os termos contrato ou requisitos contratuais devem Íntegra da documentação
ser interpretados como o conjunto de requisitos explícitos
ou implícitos, acordados entre a Central de Relacionamento Para ter, em mãos, a íntegra da documentação do Có-
e as áreas da organização que utilizam os serviços de digo de Ética e da Normas de Maturidade de Gestão,
acesse o site do PROBARE: www.PROBARE.org
relacionamento.
Consolidação
Eis o conselho de um senador da República aos em- “O nosso programa de auto-regulamentação só veio
presários e executivos do setor de relacionamento com o demonstrar que estamos num estágio bem mais avan-
cliente: “É melhor vocês se organizarem e promoverem çado. Já havia um amadurecimento do setor, no Brasil,
vocês mesmos a regulamentação do segmento. Caso con- e continuamos à frente. As leis norte-americanas não
trário, isso forçosamente cairá nas mãos do legislativo e... contemplam uma ouvidoria, nem selo de ética e, muito
vai ser muito duro, com conseqüências imprevisíveis”. menos, regras claras como as nossas”.
O alerta partiu de um parlamentar norte-americano e Alexandre Jau considera o PROBARE um passo
se dirigia aos seus compatriotas presentes num Con- importantíssimo dado pelo segmento brasileiro de
gresso do setor, no ano de 2000, nos Estados Unidos. relacionamento com clientes. “Evitamos que o Estado
Ao ser contado por um brasileiro, presente na ocasião interferisse com suas leis puramente punitivas, e nos
e que testemunhou o fato, Alexandre Jau, presidente da encontramos em estágio bastante avançado”. Para ele,
TMKT, mostra o que poderia ter acontecido também o fato de o setor já se preocupar desde a década de 80
por aqui, no setor congênere do País. – através dos próprios códigos de éticas das Associações
“Nossos colegas norte-americanos provavelmente – possibilitou esse amadurecimento. “Daqui em diante,
subestimaram as palavras do senador e, no ano passado, qualquer anomalia vai ser rapidamente detectada e po-
vimos que leis simplesmente inibidoras da atividade demos, com esse programa, coibir as más práticas”.
acabaram cerceando o trabalho das empresas de tele- Prevendo um crescimento de 10% a 15% ao ano no
marketing daquele país”, diz Alexandre, acrescentando: setor como um todo e de 20% a 25% especificamente
nas empresas prestadoras de serviços terceirizados den-
tro do setor, Jau considera que as normas, desde que
devidamente aplicadas e seguidas, poderão contribuir
para uma alavancagem ainda maior. Desejando que o
código do setor seja em breve reconhecido e apoiado
pela Anatel, passando pelos inevitáveis ajustes que a
prática do dia-a-dia trarão, o empresário conclama a
uma união ainda maior dos empreendedores e profis-
sionais que militam no segmento: “Juntos, já obtivemos
algumas vitórias importantes, como é um dos exemplos
a questão do ICMS, assim como o exemplo maior da
auto-regulamentação, mas podemos avançar mais, desde
que haja maior visão de união empresarial”.
Benchmark
Gestão
É consenso nos meios formadores de opinião que um Mesma opinião é manifestada por André Cândido
dos efeitos colaterais positivos do programa de auto-re- dos Santos, 21 anos, operador de callcenter em São
gulamentação será o de incrementar também o mercado Paulo/SP, segundo o qual “o código de ética e o pro-
de trabalho no setor. Basicamente, por três fatores: me- grama de auto-regulamentação como um todo irão
lhorando a imagem do segmento junto à sociedade, por facilitar e dar credibilidade à nossa profissão além de
extensão melhora também a dos seus profissionais; com as dar a tranqüilidade aos clientes de saberem que estão
normas, os programas de treinamento e desenvolvimento falando com entidades de respeito”. Já sua colega, ope-
terão parâmetros e diretrizes mais claras, favorecendo a radora de telemarketing na mesma organização, Tatiana
qualidade dos mesmos; e, por fim, com o crescimento do de Oliveira, 26 anos, afirma que “o novo código vem
setor, como conseqüência lógica de tudo isso, haverá mais trazer melhoria e reconhecimento para todos da área
valorização e mais oportunidades para os profissionais que de telemarketing, além de aprimorar o atendimento
atuam nas atividades de relacionamento. aos consumidores”.
E, é claro, tudo isso não passa desapercebido dos
próprios colaboradores. Em depoimentos feitos a este Incremento de qualidade – “Se observarmos com
Caderno Especial, diversos profissionais manifestaram atenção, no PROBARE a preocupação máxima é com
seu contentamento ainda maior em atuar na área. É a qualidade no Atendimento ao Cliente”, ressalta, por
o caso de Leandro Barros de Almeida, operador de sua vez, Júlio de Carvalho, gerente de Canais de Rela-
callcenter de organização financeira que opera em cionamento e professor de e-Learning da FGV, acres-
Minas Gerais: “Trabalhar na área de relacionamentos centando: “Eu sempre me perguntava, realizando um
a clientes é muito gratificante. É uma busca constante trocadilho, com ‘qual idade’ chegaríamos à excelência
na satisfação das necessidades e um compromisso em no atendimento aos nossos clientes. E, pelo que vejo,
exceder as expectativas de nossos parceiros. A qualidade este tempo chegou. Em ‘prosa e verso’, normatizando o
no atendimento e nos serviços prestados é o ponto que relacionamento e, por conseqüência, a qualidade”.
garante o sucesso do nosso trabalho. O que deverá só Para Júlio, vai-se ter, a partir de agora, a verdadeira
se aprimorar daqui em diante”, diz ele. noção de quem-é-quem no setor. “Por isso, é com grande
satisfação que conheci o PROBARE. Não hà dúvida de
que esta regulamentação chega em um ótimo momento,
pois é crescente o emprego dos callcenters nas estratégias
de negócios”. Finalizando, o gerente de Canais declara
observar no PROBARE um tripé com os objetivos
propostos de qualidade no atendimento ao cliente:
preceitos morais (ética); disponibilidade para ouvir o
outro e a preocupação com a melhoria continua (Nor-
ma de Maturidade de Gestão). “A tendência só pode
ser o sucesso”, conclui. “Hoje em dia, existem muitas
empresas que se preocupam com o relacionamento com
os clientes e possuem áreas/setores específicos que desen-
volvem normas e técnicas para melhorar o atendimento
“Graças ao PROBARE, vamos “Se observarmos com atenção, e respeitar a privacidade das pessoas”.
nos direcionar mais para a qua- no PROBARE a preocupação Por sua vez, o gerente de Atendimento Odair Ricci,
lidade objetiva, com resolução de máxima é com a qualidade no afirma que o novo programa vai inibir a atuação daquelas
problemas” Atendimento ao Cliente”
Solange Marcos Júlio de Carvalho, da FGV
Apoio
Apenas na primeira semana de funcionamento, a ou- do que venha a ser um relacionamento mais do que
vidoria do PROBARE (www.probare.org), inaugurada satisfatório. Para Mauro Witkowski, professor-doutor
em 24 de novembro, já registrava dezenas de manifes- de Física, 48 anos, por exemplo, “regulamentando os
tações de júbilo e apoio à instituição do programa. O serviços de relacionamento e coibindo os abusos – que
sentimento generalizado, transparecido nas observações acontecem naturalmente em qualquer atividade humana
dos usuários, é o de que o consumidor em geral se lucrativa -, vai-nos possibilitar desfrutar de mais expe-
sentia sem direito a voz quando se tratava de reclamar, riências positivas no contato com nossos fornecedores
dar sugestões ou simplesmente tirar dúvidas quanto à de produtos e serviços. Mais do que uma relação, uma
relação mantida com os serviços de atendimento ativo série de verdadeiras experiências”.
e receptivo.
Em palavras que praticamente concordam plena-
“O consumidor brasileiro se sentia meio desampara- mente com esse consumidor, o músico Hilton Acioli,
do quando surgia alguma dúvida ou insatisfação frente que também é professor, por sua vez, afirma que “num
a um atendimento telefônico. Agora, já temos aonde país com tão má distribuição de renda, consumir – por
recorrer”, diz Marco Antonio Naletto, médico, 42 anos. si só – já é algo que, ao invés de ser um ato naturalmente
Ele espera que o novo código possa colaborar para que prazeiroso, causa desgastes. Os orçamentos são apertados
aconteça, no Brasil, um relacionamento empresa-cliente e, quando nos deparamos com um atendimento classe
de primeiro mundo. “Saudamos com entusiasmo essa A, até nos esquecemos da situação difícil e consumimos
oportunidade de podermos fazer nossas manifestações com mais prazer. Por isso, saúdo com alegria essa inicia-
a respeito dos serviços de atendimento”. tiva das empresas do setor”.
• “Parabéns pela criação desse serviço, estávamos solitário. E senti falta de um organismo regulador
precisando”, Edson Hirochi Takata como esse”, Luis Henrique Possatti Ferreira
• “Que bom termos este canal direto. Desejo boa • “Parabéns pela iniciativa e boa sorte”, Adroaldo Solla
sorte e que o trabalho possa contribuir com bons
resultados para todos!”, Wania Aragão Reis • “Parabéns pela iniciativa de criar um site de auto-
regulamentação”, Fabio Luiz Braggio
• “Espero que o PROBARE, em conjunto com a
Anatel, tome as devidas providências para melhora- • “Parabenizo-os pela iniciativa. Conto com vocês e
rem o panorama dos principais callcenters do país”, novamente meus Parabéns!”, Marcelo Longato
Jefferson Jerosch Pinto
• “Que bom que temos um novo meio para nos aju-
• “Enfim um órgão para nos ajudar neste sentido.”, dar”, João José Monteiro de Barros Fidalgo
Oswaldo José Batista da Silva
• “Muito legal esse site!!! Realmente era o site que
• “Numa ocasião, me senti extremamente lesado e faltava”, Andrey Abel Jankovitz
Exemplos
e programas de fiscalização e
apoio. No Brasil, programas
de auto-regulamentação se
inserem nesse panorama e têm
sido muito bem-sucedidos.
Uma das incontáveis vantagens da democracia, Exemplos dos mais notáveis
frente a regimes totalitários, é a possibilidade de cida- são o Conar – Código Brasileiro de Auto-Regulamenta-
dãos e empresas se organizarem. E estabelecerem regras ção Publicitária e o Programa de Auto-Regulamentação
e providências, em prol do bem social, em áreas onde da Indústria do Café.
o Estado é naturalmente incompetente para agir. É
quando a sociedade civil dá as respostas para seus pró- No caso do Conar, diferentemente do que acontece
prios problemas, como no caso de associações, ONGs com o PROBARE, seu escopo é mais fiscalizador e puni-
tivo. O Código dos publicitários atende a denúncias de Em 1978, era fundado o Conar, uma ONG en-
consumidores, autoridades, dos seus associados ou ainda carregada de fazer valer o Código Brasileiro de Auto-
formuladas pela própria diretoria. Feita a denúncia, o Regulamentação Publicitária. Desde então, e até 2003,
Conselho de Ética do Conar - o órgão soberano na fis- o Conar já havia instaurado mais de 4 mil processos
calização, julgamento e deliberação no que se relaciona éticos e promoveu um sem-número de conciliações
à obediência e cumprimento do disposto no Código entre associados em conflito.
- se reúne e a julga, garantindo amplo direito de defesa
ao acusado. Se a denúncia tiver procedência, o Conar Um café mais puro – No caso do café brasileiro, o
recomenda aos veículos de comunicação a suspensão programa de auto-regulamentação da indústria surgiu
da exibição da peça ou sugere correções à propaganda. em 1988. E nasceu mais pela necessidade de salvar um
Pode ainda advertir anunciante e agência. mercado que sofria de uma péssima imagem do que para
enfrentar ameaças do governo. Pesquisas realizadas na
Os preceitos básicos que definem a ética publicitá- época apontavam um total descontentamento dos con-
ria são os seguintes: todo anúncio deve ser honesto e sumidores e a existência de aventureiros que fraudavam
verdadeiro e respeitar as leis do país; deve ser preparado a produção. Também diferentemente do PROBARE,
com o devido senso de responsabilidade social, evitan- o programa do café tinha um objetivo mais saneador
do acentuar diferenciações sociais; deve ter presente e fiscalizador.
a responsabilidade da cadeia de produção junto ao
consumidor; deve respeitar o princípio da leal concor- Suas principais metas era as seguintes: sanear a in-
rência e deve respeitar a atividade publicitária; e não dústria do café; desenvolver a credibilidade no produto
desmerecer a confiança do público nos serviços que a ao consumidor brasileiro; desenvolver em todo o público
publicidade presta. conhecimentos sobre o produto; retornar o consumo per
capita ao nível de 5,9 kg/ano. Inicialmente, para colocar
Respondendo à ameaça - O Conselho de Ética do em prática e coordenar o programa, a entidade criou um
Conar está dividido em seis Câmaras, sediadas em São Comitê de Auto-Regulamentação e instituiu o Regula-
Paulo, Rio, Brasília e Porto Alegre e é formado por mento/Acordo de Comportamento Ético do Programa
132 conselheiros, entre efetivos e suplentes, recrutados de Controle de Pureza do Café Torrado e Moído. E foi
entre profissionais de publicidade de todas as áreas e criado o Selo de Pureza para o café brasileiro.
representantes de consumidores. Todos trabalham para
o Conar em regime voluntário. Quando foi lançado, 319 empresas representando
463 marcas, responsáveis pela industrialização de 330
O Código Brasileiro de Auto-Regulamentação Pu- mil sacas/mês, já faziam parte do programa. Hoje,
blicitária nasceu de uma ameaça ao setor no final dos conta com a participação de 500 empresas, com mais de
anos 70. O governo federal pensava em sancionar uma 1000 marcas sendo comercializadas e que representam
lei criando uma espécie de censura prévia à propaganda. 480 mil sacas/mês. Na época da implantação, mais de
Se a lei fosse implantada, nenhum anúncio poderia 30% das marcas de café analisadas burlavam a legislação,
ser veiculado sem que antes recebesse um carimbo “de ou com impurezas acima do limite de tolerância, ou com
acordo” ou algo parecido. mistura de outras substâncias.
Diante dessa ameaça - um retrocesso para um país E o programa deu certo. Atualmente, menos de 5%
que reconquistava às duras penas seu direito à liberdade das marcas são impuras ou adulteradas, e elas represen-
de expressão - surgiu uma resposta inspirada: auto-regula- tam apenas 1% do volume de café comercializado no
mentação, sintetizada num Código, que teria a função de mercado interno.
zelar pela liberdade de expressão comercial e defender os
interesses das partes envolvidas no mercado publicitário,
inclusive os do consumidor. A idéia brotou naturalmente
a partir do modelo inglês e ganhou força pelas mãos de (Fontes: Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária e
alguns dos maiores nomes da publicidade brasileira. ABIC – Associação Brasileira da Indústria do Café)
Artigo
“O PROBARE será de grande relevância para tos e do setor de relacionamento, desde que não se
assegurar a própria existência e a expansão do con- cometam erros que venham a comprometer tanto o
junto das ferramentas de relacionamento. Sem esse respeito das pessoas a essa modalidade de marketing
respeito aos consumidores, em primeiro lugar, e aos como a confiança das empresas nessa solução; o que
clientes contratantes, em segundo, o instrumento poderia também pressionar os poderes públicos a
perderá eficiência, eficácia e valor – o que o fará ser impor restrições exageradas à atividade.”
substituído por outras alternativas. Vale ressaltar que
a tendência è favorável ao crescimento dos instrumen- Rafael Sampaio, VP executivo da ABA