Bacia Hidrográfica Bacia Hidrográfica

O uso dos recursos naturais, sem o conhecimento e Nesses compartimentos naturais - bacias/sub-bacias
observância de suas interações, vem potencializando hidrográficas, os recursos hídricos constituem
impactos ambientais negativos nos ambientes rurais e indicadores das condições dos ecossistemas no que
urbanos. se refere aos efeitos do desequilíbrio das interações dos

Os principais componentes das bacias hidrográficas - solo, respectivos componentes.

água, vegetação e fauna - coexistem em permanente e
dinâmica interação respondendo às interferências naturais
(intemperismo e modelagem da paisagem) e aquelas de
natureza antrópica (uso/ocupação da paisagem), afetando
os ecossistemas como um todo.
Assim, pode-se determinar com razoável consistência
prioridades nas intervenções técnicas para correção e
mitigação de impactos ambientais negativos que
ocorram nas bacia/sub-bacias hidrográficas.

Bacia Hidrográfica Bacia Hidrográfica

O termo bacia hidrográfica refere-se a uma
As bacias e sub-bacias hidrográficas vem se
compartimentação geográfica natural delimitada
consolidando como compartimentos
por divisores de água.
geográficos coerentes para planejamento
integrado do uso e ocupação dos espaços Este compartimento é drenado superficialmente

rurais e urbanos tendo em vista o por um curso d’água principal e seus afluentes

desenvolvimento sustentado no qual se (Silva, 1995).

compatibilizam atividades econômicas com Os conceitos de bacia e sub- acias se relacionam

qualidade ambiental. a ordens hierárquicas dentro de uma determinada
malha hídrica (Fernandes & Silva, 1994).
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Cada bacia hidrográfica se interliga com outra de

ordem hierárquica superior, constituindo, em
relação à última, uma sub-bacia.

Portanto, os termos bacia e sub-bacias

hidrográficas são relativos.

•Delimitação:
•divisor de águas: linha que passa pelo cume das
elevações periféricas e que corta a corrente somente
uma vez, na seção de saída,

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As bacias hidrográficas também constituem
Por constituírem ecossistemas com o predomínio
ecossistemas adequados para avaliação dos
de uma única saída, as bacias hidrográficas
impactos causados pela atividade antrópica que
possibilitam a realização de uma série de
podem acarretar riscos ao equilíbrio e à
experimentos (Valente & Castro, 1981).
manutenção da quantidade e a qualidade da
Silva, 1994; Baruqui & Fernandes, 1985) água, uma vez que estas variáveis são
relacionadas com o uso do solo (Fernandes &
Silva, 1994; Baruqui & Fernandes, 1985)
 Bacia Hidrográfica
A partir da Constituição Federal, de outubro de 1998, todos os
corpos d’água passaram a ser de domínio público; sendo:
•bens da União, os rios, lagos e quaisquer correntes de água
em terrenos de seu domínio, ou que banhem mais de um
Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendem a
território estrangeiro ou dele provenham, bem como os terrenos
marginais e as praias fluviais;
•bens dos estados, as águas superficiais ou subterrâneas,
fluentes, emergentes e em depósito, ressalvadas, neste caso
as decorrentes de obras da União.
Bacia Hidrográfica
Essas águas, assim podem ser federais ou
estaduais, diferente do que se popularizou como
titularidade dos Estados.
A caracterização vai depender das direções dos
fluxos subterrâneos e das áreas de recarga
(alimentação) e se as obras para sua captação
foram contratadas pelo poder público federal
(Brasil, 1997).
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Essa definição não desobriga o processo como um todo.
Há de se considerar inicialmente a real indissociabilidade
das águas integrantes do ciclo hidrológico.
Existem casos de rios federais, com afluentes estaduais e
vice-versa.
No caso das águas subterrâneas, os aqüíferos,
entendidos como estruturas que retêm águas infiltradas,
podem ter prolongamentos além das fronteiras estaduais,
passando portanto, a ser de domínio federal.
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A água é um recurso singular, pois além de servir a
uma ampla gama de usos, possui também a
qualidade de atuar como uma substância indicadora
dos resultados da manipulação da terra pelo homem.
tanto no plano espacial quanto temporal (Souza,
1996).
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O deflúvio de uma bacia hidrográfica resulta de fluxos
líquidos superficiais e subsuperficiais (Resende et al.,
1995) e pode ser considerado como o produto residual
do ciclo hidrológico, o qual é influenciado por três
grandes grupos de fatores: clima, fisiografia e uso de
solo.
Desta forma, a qualidade da água de uma bacia
hidrográfica depende das suas interações no sistema,
tanto no plano espacial quanto temporal (Souza, 1996).
Bacia Hidrográfica
As características e distribuição dos solos dentro
das bacias hidrográficas determinam, em função
das sua capacidade ambiental de suporte, as
diferentes alternativas para uso e ocupação sem
comprometimento do meio ambiente, sobretudo a
qualidade e quantidade de água em circulação
dentro da respectiva bacia hidrográfica.
Bacia Hidrográfica
A qualidade de cada corpo d’água está relacionada à
geologia, ao tipo de solo, ao clima, ao tipo e
quantidade de cobertura vegetal e ao grau e
modalidade de atividade humana dentro da bacia
hidrográfica (EPA, 1988; Valente & Castro, 1981).
Assim, o uso e ocupação das bacias hidrográficas
refletem, em última instância, na qualidade e
quantidade das águas superficiais e subterrâneas
(Ranzini, 1990).
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De um modo geral, a paisagem pode ser dividida em
zonas hidrogeodinâmicas, como se segue:
Zonas de recarga :
Os solos profundos e permeáveis localizados em
áreas de relevo suave, são fundamentais para
abastecimento dos lençóis freáticos e devem, dentro
do possível, ser mantidas sob vegetação nativa.
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Zonas de erosão :
Imediatamente abaixo das áreas de recarga, se
distribuem as vertentes em declives e comprimentos
de rampas favoráveis a processos erosivos podendo
ser acelerados pelo uso impróprio. Estas áreas,
dentro das bacias hidrográficas, são denominadas
zonas de erosão.
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Zonas de Sedimentações - Várzeas
O segmento mais baixo das bacias hidrográficas são as
planícies fluviais, vulgarmente denominadas várzeas, que
constituem a zona de sedimentação (deposição) nas
bacias hidrográficas .
Sobretudo nas regiões mais acidentadas estas planícies
apresentam considerável aptidão para o uso agropecuário,

Nestas áreas o escoamento superficial tende a especialmente para a agricultura familiar.

predominar sobre o processo de infiltração.

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Zonas de Sedimentações - Várzeas Zonas de Sedimentações - Várzeas

Algumas destas planícies, entretanto, apresentam sérios É neste segmento da paisagem que deve permanecer a
riscos de inundações que podem inviabilizar a instalação vegetação ciliar cuja largura é estabelecida de acordo com
de infra-estruturas e residências bem como a utilização a largura do curso d’água.
agropecuária no período das chuvas. A vegetação ciliar é de fundamental importância na
Por outro lado, neste segmento da paisagem o lençol contenção de sedimentos, erosão de margens,
freático próximo da superfície exige cuidados redobrados regularização de vazões e proteção da fauna aquática.
na implantação de fossas sanitárias, fossos para Contudo, a vegetação ciliar deve estar associada com
embalagens de agrotóxicos e na aplicação de agro- outras práticas de manejo integrado de bacias
químicos de elevada solubilidade. hidrográficas.
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No início, o processo de gerenciamento e planejamento de
bacias hidrográficas visava basicamente à solução de
o Zonas
o Zonas de de problemas relacionados à água, com prioridade para o controle
Sedimentações recarga
- Várzeas de inundações, para o abastecimento doméstico e industrial,
para a irrigação ou para a navegação.
o Zonas de
erosão
O enfoque principal dessa estratégia continua, em muitos
casos, sendo a água, sem atentar para o manejo adequado dos
outros recursos ambientais da bacia hidrográfica que também
influenciam, quantitativa e qualitativamente, o ciclo hidrológico
(Pires & Santos, 1995).
 interceptação

Bacia Hidrográfica Bacia Hidrográfica

A distribuição da água nos seus três reservatórios Durante o período de chuvas, parte da

principais - oceanos, continentes e atmosfera - precipitação retorna para a atmosfera por

evaporação direta durante seu percurso em
é mantida devido a uma troca contínua entre os
direção à superfície terrestre.
estados físicos e constitui-se no que se conhece
Esta fração evaporada na atmosfera soma-se ao
como ciclo da água ou ciclo hidrológico
vapor de água formado sobre o solo e aquele
liberado pela atividade biológica de organismos,
principalmente as plantas, através da respiração.
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Esta soma de processos é denominada • Em regiões florestadas, uma parcela de

evapotranspiração, na qual a evaporação direta é
causada pela radiação solar e vento, enquanto a
transpiração depende da vegetação.
A evapotranspiração em áreas florestadas de
clima quente é úmido devolve á atmosfera até
70% da precipitação.
precipitação pode ser retida sobre folhas e
caules, sofrendo evaporação
posteriormente. Este processo é a
interceptação.
• Com a movimentação das folhas pelo
vento, parte da água retida continua seu
trajeto para o solo.
• A interceptação, portanto, diminui o
impacto das gotas de chuva sobre o solo,
reduzindo sua ação erosiva.

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• Uma vez atingindo o solo, dois caminhos podem
ser seguidos pela gotícula de água.
• O primeiro é a infiltração que depende
principalmente das características do material de
cobertura da superfície.
• A água de infiltração, guiada pela força
gravitacional, tende a preencher os vazios no
subsolo,seguindo em profundidade, onde
abastece o corpo de água subterrânea.
• A segunda possibilidade ocorre quando a
capacidade de absorção de água pela
superfície é superada e o excesso de água
inicia o escoamento superficial,
impulsionado pela gravidade para zonas
mais baixas.
• Este escoamento inicia-se através de
pequenos filetes de água, efêmeros e
disseminados pela superfície do solo, que
convergem para os córregos e rios,
constituindo a rede de drenagem.
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• O escoamento superficial, com raras

exceções, tem como destino final os
oceanos.
• É bom lembrar ainda que parte da água de
infiltração retorna à superfície através de
nascentes, alimentando o escoamento
superficial ou, através de rotas de fluxo
mais profundas e lentas, reaparece
diretamente nos oceanos.