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Modelos de Atenção
e Vigilância da Saúde
(Texto retirado do livro:ROUQUAYROL,MZ & ALMEIDA
FILHO,N - Epidemiologia & Saúde, Rio de Janeiro,
MEDSI, 2003, 6 ed, p. 567-71)
Os sistemas de serviços de saúde são formados por cinco componentes fundamentais: (a)
prestação da atenção (modelo assistencial); (b) organização dos recursos; (c)
desenvolvimento de recursos de saúde (infraestrutura de recursos materiais, humanos e
tecnológicos); (d) apoio econômico (financiamento); (e) gestão (Kleczkowski et ai, 1984).
Representariam "áreas-problema" do sistema de serviços de saúde, isto é, áreas nas quais
se concentrariam os principais obstáculos identificados nesse sistema. Nesse sentido, esses
componentes podem ser reconhecidos como alvos de intervenções das políticas de saúde
para a superação dos problemas diagnosticados.
Durante a 8a Conferência Nacional de Saúde em 1986, os principais problemas
identificados no âmbito da prestação da atenção foram: desigualdade no acessso aos
serviços de saúde, inadequação dos serviços às necessidades, qualidade insatisfatória dos
serviços e ausência de integralidade das ações (CNS, 1987). A partir de então, diversas
iniciativas têm sido empreendidas em universidades e algumas instituições de saúde no
sentido de superar tais problemas e construir modelos de atenção mais coerentes com o
corpo doutrinário da Reforma Sanitária Brasileira.
' Este capítulo corresponde a uma versão revisada e ampliada dos Caps. 20 e 21 da 5a
edição de Epidemiologia & Saúde (Rouquayrol & Almeida Filho, 1999) A discussão sobre
modelos de atenção vem assumindo, progressivamente, certa relevância ao ponto de o tema
central da 10a Conferência Nacional de Saúde, em 1996, ter sido "SUS: constituindo um
modelo de atenção para a qualidade de vida" (CNS, 1996). Já na XI CNS, realizada em
2000, esta questão reaparece como um dos subtemas de discussão: "Modelos de atenção
voltados para a qualidade, efetividade, equidade e necessidades prioritárias de saúde"
(CNS, 2000).
Assim, o presente capítulo tem como objetivo sistematizar estudos e reflexões sobre os
modelos assistenciais vigentes, discutindo certas propostas alternativas voltadas para a
transformação do Sistema de Saúde no Brasil.
ASPECTOS CONCEITUAIS
Modelos assistenciais ou modelos de atenção têm sido definidos como combinações
tecnológicas utilizadas pela organização dos serviços de saúde em determinados espaços-
populações, incluindo ações sobre o ambiente, grupos populacionais, equipamentos
comunitários e usuários de diferentes unidades prestadoras de serviços de saúde com
distinta complexidade (postos, centros de saúde, hospitais etc.). Nesse sentido, não
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deveriam ser entendidos como um padrão nem exemplo. Modelo também não é uma forma
de organizar serviços de saúde nem um modo de administrar o sistema e os serviços de
saúde (Paim, 2002).
Assim, modelo de atenção é uma dada forma de combinar técnicas e tecnologias para
resolver problemas e atender necessidades de saúde individuais e coletivas. É uma razão de
ser, uma racionalidade, uma espécie de "lógica" que orienta a ação. E uma maneira de
organizar os meios de trabalho (saberes e instrumentos) utilizados nas práticas ou
processos de trabalho em saúde. Aponta para um determinado modo de dispor os meios
técnico-centíficos existentes para intervir sobre riscos e danos à saúde. Incorpora uma
"lógica" que orienta as intervenções técnicas sobre os problemas e necessidades de saúde,
constituindo um modo de intervenção em saúde. Corresponde, portanto, à dimensão
técnica das práticas de saúde.
No presente capítulo, modelos assistenciais, modelos de atenção ou modos de
intervenção em saúde são entendidos como combinações tecnológicas estruturadas em fun-
ção de problemas de saúde (danos e riscos) que compõem o perfil epidemiológico de uma
dada população e que expressam necessidades sociais de saúde, historicamente definidas.
Portanto, não se trata de normas ou exemplos a serem seguidos, mas sim de racionalidades
diversas que informam as intervenções em saúde (Paim, 2002).
Os modelos assistenciais podem estar voltados para a "demanda espontânea" (modelo
médico hegemônico) ou para necessidades de saúde (campanhas e programas especiais de
saúde pública). Desse modo, dois modelos convivem no Brasil de forma contraditória ou
complementar: o modelo médico-assistencial privatista e o modelo assistencial
"sanitarista".
RESPONDA:
1- Quais são os componentes fundamentais dos sistemas de serviços de saúde no Brasil?
2- Por que esses componentes são chamados de áreas-problema?
3- O que são problemas de saúde no âmbito da prestação da atenção?
4- Quais os principais problemas identificados na 8ª Conferência Nacional de Saúde
neste âmbito. Descreva-os.
5- Defina modelo assistencial.
6- Os modelos assistenciais são modelos de serviços de saúde? Por que?
7- Os modelos assistenciais são formas de organização de serviços de saúde? Por que?
8- Os modelos assistenciais são modos de administrar os serviços de saúde? Por que?
9- Explique o que são modelos assistenciais.
10- Quais são os nomes dos principais modelos assistenciais em prática no Brasil e para
onde eles se voltam?
11- Por que o modelo Médico Assistencial Privatista não consegue contemplar o conjunto
dos problemas de saúde da população?
12- Por que se diz que esse modelo está voltado para o indivíduo?
13- O que são serviços de saúde de livre iniciativa?
14- Defina demanda espontânea.
15- Por que esse modelo é de demanda espontânea?
16- Quando, nesse tipo de modelo, os indivíduos interagem com o sistema de saúde?
17- O que determina a oferta e o consumo dos serviços oferecidos?
18- De onde se origina esse modelo?
19- Por que esse modelo também ocorre fora do setor privado?
20- Onde o modelo Médico Assistencial Privatista está presente?
21- Quais suas características assistenciais?
22- Por que ele pode prejudicar o chamado atendimento integral?
23- Por que o modelo Médico Assistencial Privatista é incapaz de alterar as níveis de saúde
da população?
24- A que corresponde o modelo Sanitarista (Sanitarismo Campanhista)?
25- O que são Campanhas e Programas Especiais?
26- Porque esse modelo também não contempla a integralidade da atenção à saúde?
27- Por que se diz que Campanha é um trabalho der bombeiro e também um mal
necessário?
28- Como é a administração dos Programas especiais de saúde pública?
29- A que se destinam seus recursos e atividades?
30- O que quer dizer que esses programas são geridos verticalmente?
31- Por que eles geram conflitos?
32- Qual é a origem dos Programas especiais de saúde pública?
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