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I - Qual o objeto dos estudos estratégicos? Qual a perspectiva que deve prevalecer
que deve prevalecer em relação a eles? Em que sentido é, ou não, a guerra o objeto por
excelência dos estudos estratégicos? II - “Relações Internacionais e Estudos estratégicos
são dois campos de conhecimentos distintos e autônomos que se dedicam à análise de
objetos distintos”. III - A mistura entre a vontade popular e de autoridades políticas de que
as FFAA intervenham na “guerra urbana” brasileira aparentemente existe, contudo o papel
constitucional dessa instituição vem ainda sendo debatido: defesa de perigos externos?
Somente em casos específicos para a defesa interna?
Também tem relevância a perspectiva teórica que atenta para o papel que os
estados nacionais expressam na construção e utilização de suas políticas
(segurança e defesa). Assim como é notável o argumento que propõe a entender o
papel do poder militar na política internacional, concernente ao alcance de metas
dos Estados5. Trata-se de uma assertiva Clausewitziana decisiva para as potências
centrais e pouco valorizadas pelas que giram em suas órbitas.
3³ Ibidem. p.30
4 FIGUEIREDO, Eurico de Lima. Notas sobre os Estudos Estratégicos: O estado-da-arte na área.
5 FIGUEIREDO, Eurico de Lima. Op cit.
No entanto, dizer que a guerra é o objeto por excelência dos estudos
estratégico, poderia diminuir sua capacidade de atuação, seria negligenciar outras
formas de entendimento dos relacionamentos entre os estados nacionais - o que se
pode confundir com o objeto das Relações Internacionais -, mas relevante para os
Estudos Estratégicos. Seria omitir estudos a respeito de cultura, estudos históricos,
antropológicos, sociológicos, etc. que contribuem para o conhecimento de
processos que vão além do bélico, ou nele está inserido.
De acordo com Domício Proença Junior (7), “os Estudos Estratégicos têm por
objeto o estudo do emprego dos meios de força do Estado”, desde as forças
armadas até as polícias, para propósitos politicamente determinados. Em termos
estruturais, eles correspondem a abrangente vínculo interdisciplinar, com
contribuições das mais diversas ciências sociais e exatas – em suas vertentes
teórica e aplicada – e do estudo da dinâmica política; por isto mesmo, os Estudos
Estratégicos distinguem-se de todos estes outros campos do conhecimento.
6 BAYLIS, Jonh; Wirtz, J. Et All. Introduction. In: Strategy in the Conteporary World (An Introduction to
Strategic Studies). Oxford University Press, 2002. P.3
7 JUNIOR, Domício Proença. Guia de Estudos Estratégicos. Rio de janeiro: Jorge Zahar Ed., 1999.p.9.
como a evolução das motivações e meios de conflitos potenciais ou concretos. Para
isso, formulam e interpretam teorias que estabelecem um conjunto lógico ou sistema
de proposições sustentáveis ou plausíveis, com validade e aceitação
contextualizadas, que refletem a dinâmica interativa entre os conflitos e as
sociedades nas quais estes têm lugar.
8 Ibid, p.19.
9 FIGUEIREDO, Eurico de Lima. Op cit.
Necessariamente teríamos conclusões que auxiliariam na formatação de
políticas de Estado que reflitam o uso dos meios violentos com finalidades advindos
do plano político, em termos endógenos e exógenos.
Daniel Colard, por sua vez, afirma que “o estudo das relações internacionais
engloba as relações pacíficas ou belicosas entre Estados, o papel das organizações
internacionais, a influência das forças transnacionais e o conjunto das trocas ou das
atividades que cruzam as fronteiras dos Estados.”12
Assim, de modo estrito, o campo das relações internacionais não se atem aos
relacionamentos entre aqueles governos do mundo, como por exemplo, aqueles que
são Estados membro da ONU. Mas esses relacionamentos não podem ser
entendidos isoladamente. Eles estão fortemente conectados com outros atores
(como as organizações internacionais, corporações multinacionais, e indivíduos);
com outras estruturas sociais (incluindo economia, cultura e política doméstica); e
com as influências históricas e geográficas não determinísticas, mas relevantes.
10GONÇALVES, Williams. Relações Internacionais. P. 5
11 Ibidem, p. 5-6.
12 Ibidem, p.6.
Segundo Williams Gonçalves existe nessa disciplina uma ambigüidade. A
duplicidade é que as Relações Internacionais estudam as relações internacionais.
Isto é, a disciplina e a “realidade” buscada têm o mesmo nome. Para contornar essa
ambigüidade e, dessa forma, possibilitar o entendimento do discurso, os estudiosos
convencionaram diferenciar o nome da disciplina do nome do objeto mediante o uso
de iniciais maiúsculas para a primeira (Relações Internacionais) e de iniciais
minúsculas para o objeto do conhecimento (relações internacionais).
Como ocorre em todas as demais Ciências Sociais, parte dos estudiosos das
Relações Internacionais está permanentemente envolvida na reflexão
epistemológica sobre a definição do seu objeto de estudo, num exercício
absolutamente necessário, uma vez que a realidade está em permanente mutação,
conduzindo as mudanças de pensamento, ângulo ou enfoque.
III
Dos militares ouvimos tanto que estão prontos para servirem a nação em
todos os momentos e situações, quanto que não são preparados e não tem a função
de intervir em defesa interna. Nesse caso, a duvida é perigosa, é necessário definir.
19MUNIZ, Jacqueline de Oliveira; JÚNIOR, Domício Proença. Forças armadas e policiamento. Revista
Brasileira de Segurança Pública. Ano 1, Edição 1, 2007. P. 50.
elas podem produzir decisões, soluções ou usos da força inapropriados. Isso pode
provocar estragos a imagem da Instituição difíceis de reverter.
É por isso que os desvios de funções das FFAA poderia se fazer “sempre que
necessário”, e principalmente em duas ocasiões: ou se prepara e faz a passagem
temporária das Forças Armadas pela tarefa policial, ou a sua conversão em polícia,
preservando outras pessoas como combatentes. Uma e outra ajudam a preservar as
Forças Armadas, afastando-as do contexto e da tentação da “tomada do poder”, pelo
menos por este caminho e do uso excessivo da violência.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BAYLIS, Jonh; Wirtz, J. Et All. Introduction. In: Strategy in the Conteporary World (An
Introduction to Strategic Studies). Oxford University Press, 2002.
JUNIOR, Domício Proença & DUARTE, Érico Esteves. Os estudos estratégicos como
base reflexiva da defesa nacional. Rev. bras. polít. int., ene./jun. 2007, vol.50, no.1,
p.29-46. http://www.scielo.br/pdf/rbpi/v50n1/a02v50n1.pdf (acessado em 05 de
agosto de 2008).