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Terceira Igreja Batista do Plano Piloto // EBD: Visão certa, mundo incerto // 04 outubro 2009 1

Visão certa, mundo incerto


Aula 07: Educação segundo a Bíblia

“Tudo aquilo em que instruirmos a juventude cristã depois das Sagradas Escrituras
(ciências, artes, línguas, etc.), devemos ensiná-la, subordinando às Sagradas Escrituras,
para que se possa advertir e ver claramente que tudo é vaidade se não se encaminha
para Deus.” (Jan Amos Comenius)

A educação ocupa um espaço importantíssimo na vida do cristão. Passamos boa parte de nossas vidas em instituições de
ensino, como a escola e a universidade. Outros talvez não estudem há algum tempo, mas provavelmente se preocupam com
o ensino que seus filhos têm ou terão. Por esse motivo, é importante que o crente saiba quais são os princípios educacionais
que a Bíblia apresenta a nós.

O fato de estarmos estudando a educação numa sala de aula nos mostra como estamos envolvidos com esse assunto. Assim,
veremos primeiro alguns erros que o cristão pode, inconscientemente, cometer ao se deparar com o tema da educação.

O mito da escola neutra

“ ”
A grande falácia de nossa era é a afirmação da neutralidade da pedagogia, no que diz respeito a
sua abstração da fé. (Solano Portela)

Qual é o propósito da educação? A resposta para essa pergunta influencia a maneira como veremos o sistema educacional.
Por exemplo, muitos acreditam o motivo para alguém estudar é simplesmente ganhar dinheiro com um bom emprego no
futuro. Essa pessoa terá uma visão estreita do assunto e a motivação para seus estudos será apenas isso.

A maioria dos pedagogos seculares, por outro lado, não pensa dessa forma, e apresenta outras razões para que cada pessoa
receba educação. No entanto, quando não se tem Deus como centro de sua cosmovisão e a Bíblia como regra de fé e prática,
a motivação para o ensino pode ser algo distorcido e bastante distante do proposto pela Palavra.

Já vimos que um artista ou um economista expressam a cosmovisão que os guia em seus trabalhos. Da mesma maneira
acontece com um educador, e até mesmo com uma escola – há uma visão de mundo por trás de decisões como a filosofia de
ensino e o currículo escolhido para os alunos. Assim, quando um colégio ignora completamente a existência de Deus, ele
claramente está tomando uma posição em relação ao assunto.

Existem, é claro, disciplinas que são pouco influenciadas pela filosofia dos seus professores. Mas os alunos e pais cristãos
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devem estar atentos para a maneira como cada assunto é tratado nas salas de aula. Não podemos ser ingênuos achando que


existe um “terreno neutro” onde educação e fé não se misturam.

As escolas não são, nunca foram, nunca poderão ser neutras. O sistema escolar que ignora a Deus,
ensina seus alunos a ignorarem a Deus. Isso não é neutralidade, é a pior forma de antagonismo,


porque julga que Deus não é importante; ele é irrelevante à raça humana. Isso é ateísmo.
(Gordon Clark)

Uma conseqüência da falsa idéia de neutralidade pode ser a forma como as instituições apresentarão diferentes cosmovisões.
Como o educador considera-se em uma posição neutra ou acima dos outros pensamentos, as diferentes perspectivas
(entre elas, o cristianismo) podem ser apresentadas apenas como opiniões ou verdades pessoais. Às vezes, isso é feito com
boa intenção, para dar a mesma oportunidade para diferentes religiões.

No entanto, para alguém que entende que Cristo é a Verdade e o centro de sua vida, isso é bastante problemático, e até


ofensivo. Tanto o aluno quanto o professor cristão não podem ser ingênuos e relegar sua fé à mera crença pessoal.

O professor marxista de sociologia na universidade secular não está interessado em neutralidade,


antes, certifica-se de que sua posição ideológica seja transmitida em sala de aula. Outra vez, eu
diria que na área da academia, o mundo evangélico tem rotineiramente falhado em tomar uma


posição clara… tem havido e há uma crescente acomodação ao espírito da época, como expresso
nas várias disciplinas.(Francis Schaeffer)

Premissas anticristãs
Existem alguns princípios que norteiam a educação secular e que são anti-bíblicos. A grande maioria das escolas se
guia, declaradamente ou não, por eles, e muitas vezes os aceitamos sem perceber.

1) O surgimento espontâneo e aleatório da vida na terra: Essa premissa parte de um princípio naturalista – o ser
humano é fruto do acaso e da evolução. A Bíblia, por outro lado, nos ensina que Deus criou tudo, inclusive o homem.

2) A neutralidade moral das pessoas: Significa que o ser humano nasce como uma tabula rasa (isto é, sua mente é
uma folha em branco), e assim seria igualmente capaz de fazer o mal ou o bem, aprendendo isso pela experiência. Os
valores morais seriam relativos e frutos da cultura e/ou do meio.

De fato, quando os gentios, que não têm a Lei, praticam naturalmente o que
[ Romanos 2.14,15 ] ela ordena, tornam-se lei para si mesmos, embora não possuam a Lei; pois
mostram que as exigências da Lei estão gravadas em seu coração. Disso dão
testemunho também a sua consciência e os pensamentos deles, ora acusando-os,
ora defendendo-os.

No entanto, se lermos os primeiros capítulos de Romanos, veremos que todos nascemos com certa consciência para
julgamentos morais, mas que a vontade do homem, após a Queda, tende ao mal. A Palavra também nos diz que Deus
é o padrão de justiça absoluto e aquele que define o que é certo ou errado.
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3) A autonomia intelectual e moral da humanidade: O homem por suas próprias forças e capacidades poderia
encontrar respostas para seus questionamentos e problemas, independente de qualquer padrão externo à humanidade.
Contudo, vemos que somente por intervenção divina a humanidade é capaz de encontrar redenção.

4) O conhecimento não se transmite: Essa premissa parte da idéia de que o professor seria incapaz de transmitir aos seus
ouvintes as informações de cada disciplina. O aluno é levado a construir por si só o conhecimento, independentemente
de qualquer padrão. Porém, a Bíblia nos diz que Deus é a fonte de todo conhecimento, que pode ser transmitido dele
para nós, e de pessoa a pessoa.

Além de ser sábio, o mestre também ensinou conhecimento ao povo. Ele escutou,
[ Eclesiastes 12.9 ] examinou e colecionou muitos provérbios.

Pois Esdras tinha decidido dedicar-se a estudar a Lei do SENHOR e a praticá-


[ Esdras 7.10 ] la, e a ensinar os seus decretos e mandamentos aos israelitas.

5) Ausência de um propósito maior que a própria humanidade: Para o educador secular, o propósito da educação é
simplesmente melhorar a vida do homem, individual ou coletivamente. Para o cristão, o propósito supremo de toda
atividade humana é glorificar a Deus e desfrutar do relacionamento com ele. A educação é parte do mandato cultural,


um propósito dado pelo Criador a Adão e Eva.

O pensamento secular escolhe entre diversas pressuposições, tais como a ausência de finalidade, o
homem e/ou a sociedade como um fim em si mesmo, e suas várias declinações, tais como estoicismo,
hedonismo, existencialismo e daí por diante. A fé cristã bíblica crê que a finalidade principal do
homem é ‘glorificar a Deus’ (refletir a glória de seu caráter) e ‘gozá-lo para sempre’ (usufruir
o processo de glorificação)... Em decorrência disto, cremos que todo conhecimento verdadeiro


glorifica a Deus, que todo conhecimento verdadeiro gera benefício para o homem e o saber per si
já é realização dos propósitos humanos.(Davi C. Gomes)

Premissas cristãs
Já vimos em aulas anteriores algumas das premissas que trataremos aqui. Muitas delas são respostas àquelas sete perguntas
que aprendemos logo no início do curso. No entanto, é necessário revermos essas respostas para alicerçarmos em nossa
mente o que seria o ideal numa visão cristã da educação.

1) Metafísica: Deus é o Criador do mundo em que vivemos, o que o torna real, e não algum tipo de ilusão. Esse Deus se
revela nas Escrituras, interage com a Criação. Ele, não o homem, deve ser o padrão e medida de todas as coisas.

2) Conhecimento (epistemologia): É possível conhecer verdades – e isso vale para crentes e incrédulos – por meio da graça
comum. A humanidade não possui conhecimento exaustivo sobre toda a realidade, mas pode conhecer e avaliar se o que
sabemos é verdadeiro ou não.

3) Ser humano: Devemos reconhecer que cada indivíduo é precioso, pois foi criado à Imagem de Deus. Ao mesmo tempo,
cada homem e mulher são únicos, e essa singularidade deve ser levada em conta pelo educador. No entanto, o ser humano
não é o padrão nem o objetivo final do ensino.

4) Lei: Existem mandamentos objetivos, ordenados por Deus para toda humanidade. Esses preceitos estão acima de valores
e costumes de épocas e lugares diferentes.
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5) Ética: As diferenças culturais devem ser levadas em consideração, mas não podem se sobrepor à Lei de Deus.

6) Interdisciplinaridade: As diferentes áreas de conhecimento têm seus objetos de estudo e são distintas entre si. Porém, ao
mesmo tempo, elas se relacionam pois têm como fonte única o Deus que criou cada um desses objetos.

7) Metodologia: O conhecimento pode ser transmitido pelo professor, que cumpre um papel maior que simplesmente
ajudar o aluno a chegar a algum tipo de verdade sozinho. O docente deve levar em consideração as diferenças de cada
estudante tanto para aprender quanto para desenvolver em sua vida o que foi ensinado.

8) Estética: O ensino cristão combate o utilitarismo e mediocridade na arte. A produção artística da humanidade deve ser
apreciada como um bem em si mesmo, e pode ser avaliada por critérios objetivos como algo bom ou não.

9) Propósito: A educação não tem fins meramente pragmáticos, como sucesso pessoal, riqueza material ou a felicidade dos
homens. O ensino cristão deve nos levar a entender que há um propósito muito maior para o estudo, e ele está em Deus,
fonte de todo bem.

Retendo o que é bom


Com essa comparação de premissas, não se propõe aqui que ignoremos tudo o que foi produzido pela pedagogia moderna,
mas que avaliemos biblicamente as propostas seculares. Podemos aproveitar aquilo que não é contrário à Palavra em nossas
salas de aula. Um exemplo disso é o reconhecimento das diferenças de cada aluno, algo bastante enfatizado por Jean Piaget.
Temos características singulares ao aprender e faremos uso do que aprendemos de maneiras distintas, pois vivemos experiências
diferentes. O bom professor levará isso em consideração ao ensinar.

Piaget e outros pedagogos também nos ensinam que a tarefa de ensinar será mais eficaz se o docente usar métodos que atraiam
a atenção e facilitem a fixação do conteúdo pelo aluno. Recursos lúdicos, audiovisuais e estéticos podem ser úteis também em
escolas com confissão cristã.

Por fim, muitos autores nos lembram que a educação tem o poder de transformar a realidade de determinada sociedade. Vemos
muitos casos de pessoas que saíram “do zero” e mudaram o mundo com ajuda de bons professores e muito estudo. Ainda que
a escola não resolva o problema do pecado humano, ela é um instrumento de contenção dos males sociais. O cristão tem um
compromisso com o mundo em que vive e pode colaborar nessa reforma da sociedade por meio de uma boa educação.

E agora, como estudaremos?


Ao constatarmos a realidade da educação contemporânea, muitos podem se questionar se é possível aplicarmos os
conceitos da pedagogia cristã na nossa jornada acadêmica. Não estamos sugerindo aqui que os cristãos abandonem as
escolas seculares ou os pais proíbam seus filhos de estudar nessas instituições. Recomendamos que avaliemos a filosofia
de ensino das instituições que nós ou nossos filhos freqüentam.

O importante é sempre confrontarmos os valores oferecidos pelo mundo, disfarçados de neutralidade, com aqueles
propostos pela Palavra. A escola, a universidade, os professores e pesquisadores não são autoridade final e inerrante sobre


as disciplinas que ensinam; Deus é.

O pensamento fundamental subjacente a tudo que gostaríamos de dizer sobre educação é que
Deus é o Mestre por excelência. Ele é quem estabelece toda a verdade; ele é que deseja que os
homens conheçam a verdade; ele nos concede mentes curiosas e reflexivas para buscarmos a
verdade, compreendê-la e usá-la; ele nos concede o supremo privilégio de trabalhar em parceria
com ele no processo de ensinar e aprender. (Stephen Bayne)
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Carta a um universitário cristão por Alderi Souza de Matos


Leitura complementar

Caro irmão em Cristo,

Você tem o privilégio de freqüentar um curso superior, algo que não está disponível para muitos brasileiros como você.
Todavia, esse privilégio implica em muitas responsabilidades e em alguns desafios especiais. Um desses desafios diz respeito
a como conciliar a sua fé com determinados ensinos e conceitos que lhe têm sido transmitidos na vida acadêmica.

Até ingressar na universidade, você viveu nos círculos protegidos do lar e da igreja. Nunca a sua fé havia sido diretamente
questionada. Talvez por vezes você tenha se sentido um tanto desconfortável com certas coisas lidas em livros e revistas,
com opiniões emitidas na televisão ou com alguns comentários de amigos e conhecidos. Porém, de um modo geral, você
se sentia seguro quanto às suas convicções, ainda que nunca tivesse refletido sobre elas de modo mais aprofundado.

Agora, no ambiente secularizado e muitas vezes abertamente incrédulo da universidade, você tem ficado exposto a idéias
e teorias que se chocam frontalmente com a sua fé até então singela, talvez ingênua, da infância e da adolescência. Os
professores, os livros, as aulas e as conversas com os colegas têm mostrado outras perspectivas sobre vários assuntos, as
quais parecem racionais, científicas, evoluídas. Alguns de seus valores e crenças parecem agora menos convincentes e
você se sente pouco à vontade para expressá-los. Para ajudá-lo a enfrentar esses desafios, eu gostaria de fazer algumas
considerações e chamar a sua atenção para alguns dados importantes.

Em primeiro lugar, você não deve ficar excessivamente preocupado com as suas dúvidas e inquietações. Até certo ponto,
ter dúvidas é algo que pode ser benéfico porque o ajuda a examinar melhor a sua fé, conhecer os argumentos contrários
e adquirir convicções mais sólidas. O apóstolo Paulo queria que os coríntios tivessem uma fé testada, amadurecida, e por
isso recomendou-lhes: “Examinem-se para ver se vocês estão na fé; provem a si mesmos” (2 Co 13.5). As dúvidas mal
resolvidas realmente podem ser fatais, mas quando dão oportunidade para que a pessoa tenha uma fé mais esclarecida e
consciente, resultam em crescimento espiritual e maior eficácia no testemunho. O apóstolo Pedro exortou os cristãos no
sentido de estarem “sempre preparados para responder a qualquer pessoa que lhes pedir a razão da esperança que há em
vocês” (1 Pe 3.15).

Além disso, você deve colocar em perspectiva as afirmações feitas por seus professores e colegas em matéria de fé religiosa.
Lembre-se que todas as pessoas são influenciadas por pressupostos, e isso certamente inclui aqueles que atuam nos meios
universitários. A idéia de que professores e cientistas sempre pautam as suas ações pela mais absoluta isenção e objetividade
é um mito. Por exemplo, muitos intelectuais acusam a religião de ser dogmática e autoritária, de cercear a liberdade das
pessoas e desrespeitar a sua consciência. Isso até pode ocorrer em muitos casos, mas a questão aqui é a seguinte: Estão
os intelectuais livres desse problema? A experiência mostra que os ambientes acadêmicos e científicos podem ser tão
autoritários e cerceadores quanto quaisquer outras esferas da atividade humana. Existem departamentos universitários
que são controlados por professores materialistas de diversos naipes – agnósticos, existencialistas e marxistas. Muitos
alunos cristãos desses cursos são ridicularizados por causa de suas convicções, não têm a liberdade de expor seus pontos de
vista religiosos e são tolhidos em seu desejo de apresentar perspectivas cristãs em suas monografias, teses ou dissertações.
Portanto, verifica-se que certas ênfases encontradas nesses meios podem ser ditadas simplesmente por pressupostos ou
preconceitos anti-religiosos e anticristãos, em contraste com o verdadeiro espírito de tolerância e liberdade acadêmica.

Você, estudante cristão que se sente ameaçado no ambiente universitário, deve lembrar que esse ambiente é constituído
de pessoas imperfeitas e limitadas, que lidam com seus próprios conflitos, dúvidas e contradições, e que muitas dessas
pessoas foram condicionadas por sua formação familiar ou educacional a sentirem uma forte aversão pela fé religiosa. Tais
indivíduos, sejam eles professores ou alunos, precisam não do nosso assentimento às suas posições anti-religiosas, mas do
nosso testemunho coerente, para que também possam crer no Deus revelado em Cristo e encontrem o significado maior
de suas vidas.

Todavia, ao lado dessas questões mais pessoais e subjetivas, existem alegações bastante objetivas que fazem com que você
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se sinta abalado em suas convicções cristãs. Uma dessas alegações diz respeito ao suposto conflito entre fé e ciência. O
cristianismo não vê esse impasse, entendendo que se trata de duas esferas distintas, ainda que complementares. Deus é o
criador tanto do mundo espiritual quanto do mundo físico e das leis que o regem. Portanto, a ciência corretamente entendida
não contradiz a fé; elas tratam de realidades distintas ou das mesmas realidades a partir de diferentes perspectivas. O
problema surge quando um intelectual, influenciado por pressupostos materialistas, afirma que toda a realidade é material
e que nada que não possa ser comprovado cientificamente pode existir. O verdadeiro espírito científico e acadêmico não
se harmoniza com uma atitude estreita dessa natureza, que decide certas questões por exclusão ou por antecipação.

Mas vamos a alguns tópicos mais específicos. Você, universitário cristão, pode ouvir em sala de aula questionamentos de
diversas modalidades: acerca da religião em geral (uma construção humana para responder aos anseios e temores humanos),
de Deus (não existe ou então existe, mas é impessoal e não se relaciona com o mundo), da Bíblia (um livro meramente
humano, repleto de mitos e contradições), de Jesus Cristo (nunca existiu ou foi apenas um líder carismático), da criação (é
impossível, visto que a evolução explica tudo o que existe), dos milagres (invenções supersticiosas, uma vez que conflitam
com os postulados da ciência), e assim por diante. Não temos aqui espaço para responder a todas essas alegações, mas
perguntamos: Quem conferiu às pessoas que emitem esses julgamentos a prerrogativa de terem a última palavra sobre
tais assuntos? Por que deve um universitário cristão aceitar tacitamente essas alegações, tantas vezes motivadas por
preferências pessoais e subjetivas dos seus mestres, como se fossem verdades definitivas e inquestionáveis?

O fato é que, desde o início, os cristãos se defrontaram com críticas e contestações de toda espécie. Nos primeiros
séculos da era cristã, muitos pagãos acusaram os cristãos de incesto, canibalismo, subversão e até mesmo ateísmo! Foram
especialmente contundentes as críticas feitas por homens cultos como Porfírio e Celso, que questionaram a Escritura,
as noções de encarnação e ressurreição, e outros pontos. Eles alegavam que o cristianismo era uma religião de gente
ignorante e supersticiosa. Em resposta a esses ataques intelectuais surgiu um grupo de escritores e teólogos que ficaram
conhecidos como os apologistas e os polemistas. Dentre eles podem ser citados Justino Mártir, Irineu de Lião, Tertuliano,
Clemente de Alexandria e Orígenes, que produziram notáveis obras em defesa da fé cristã.

Em nosso tempo, também têm surgido grandes defensores da cosmovisão cristã, tais como Cornelius van Til, C. S.
Lewis, Francis Schaeffer, R. C. Sproul, John Stott e outros, que têm utilizado não somente a Bíblia, mas a teologia, a
filosofia e a própria ciência para debater com os proponentes do secularismo. Além deles, outros autores têm publicado
obras mais populares acerca do assunto, apresentando argumentos convincentes em resposta às alegações anticristãs.
Dois bons exemplos recentes são o livro de Lee Strobel, Em Defesa da Fé (www.editoravida.com.br), que possui um
capítulo especialmente instrutivo sobre uma questão até hoje não aclarada pela ciência, ou seja, a origem da vida, e o livro
de Phillip Johnson, Ciência, Intolerância e Fé (www.ultimato.com.br), cujo subtítulo já diz muito: “A cunha da verdade:
rompendo os fundamentos do naturalismo”. É importante que você, universitário cristão, leia esses autores, familiarize-se
com seus argumentos e reflita de maneira cuidadosa sobre a sua fé, a fim de que possa resistir à sedução dos argumentos
divulgados nos meios acadêmicos.

Outra iniciativa importante que você deve tomar é aproximar-se de outros estudantes que compartilham as mesmas
convicções. É muito difícil enfrentar sozinho as opiniões contrárias de um sistema ou de uma comunidade. Por isso,
envolva-se com um grupo de colegas cristãos que se reúnam para conversar sobre esses temas, compartilhar experiências,
apoiar-se mutuamente e cultivar a vida espiritual. Muitas universidades têm representantes da Aliança Bíblica Universitária
(ABU) e de outras organizações cristãs idôneas que visam precisamente oferecer auxílio aos estudantes que se deparam
com esses desafios. Não deixe também de participar de uma boa igreja, onde você possa encontrar comunhão genuína e
alimento sólido para a sua vida com Deus.

Em conclusão, procure encarar de maneira construtiva os desafios com que está se defrontando. Veja-os não como
incômodos, mas como oportunidades dadas por Deus para ter uma fé mais madura e consciente, para conhecer melhor
as Escrituras, para inteirar-se das críticas ao cristianismo e de como responder a elas, para dar o seu testemunho diante
dos seus professores e colegas, por palavras e ações. Saiba que você não está só nessa empreitada. Além de irmãos que
intercedem por sua vida, você conta com a presença, a força e a sabedoria do Senhor. Muitos já passaram por isso e foram
vitoriosos. Meu desejo sincero é que o mesmo aconteça com você. Deus o abençoe!

Alderi Souza de Matos

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