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2 • Brasília, quarta-feira, 12 de novembro de 2008 • CORREIO BRAZILIENSE

REFÉNS DO ABANDONO

O desafio O projeto que deu origem a esta reportagem recebeu menção honrosa
no 4º Concurso Tim Lopes para Projetos de Investigação Jornalística,
realizado pela Agência de Notícias dos Direitos da Infância (Andi) e pelo

de investigar
Childhood Instituto WCF-Brasil, com o apoio do Fundo das Nações
Unidas para a Infância (Unicef), da Organização Internacional do Trabalho
(OIT), da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e da Associação
Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji).A equipe recebeu como
prêmio R$ 6 mil para a produção desta reportagem. Os recursos
complementares foram assegurados pelo Correio Braziliense.

Monique Renne/CB/D.A Press


O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em vigor há 18 anos, determina
que as políticas públicas para a infância e a juventude sejam prioridades
absolutas no país. Os cidadãos com até 18 anos merecem preferência na prestação
de socorro em quaisquer circunstâncias. No caso das vítimas de abuso e
exploração sexual, o que se vê é o descumprimento das normas legais e o
abandono de quem sofreu as agressões no corpo e na alma.
Para desvendar o que acontece depois da violência, o Correio entrevistou 37
crianças e adolescentes e 110 pessoas envolvidas com a proteção dos direitos da
infância, como promotores, juízes, conselheiros tutelares, delegados e
representantes de ONGs. Durante 29 dias, duas equipes de reportagem visitaram
17 municípios em quatro regiões brasileiras, além do Distrito Federal. Ao todo,
foram 15 mil quilômetros percorridos de avião, carro, ônibus e barco.
O acolhimento é longe do ideal tanto nas capitais como nos grotões do país. Sem
a atenção que as faça recuperar a auto-estima e os planos para o futuro, as vítimas
tornam-se pessoas inseguras, agressivas, propensas a vícios e com dificuldades de
manter relacionamentos. Nas confidências de quem viveu a agressão e nos relatos
dos especialistas, o mesmo tom de abandono. Em todos os locais visitados, há falhas
desde a apuração da denúncia até a responsabilização do agressor.
Pela filosofia do ECA, as vítimas seriam amparadas por uma rede de proteção
assim que as situações de abuso ou exploração sexual fossem descobertas. Esse
atendimento deveria incluir assistência médica, psicológica, social e jurídica. As
crianças teriam direito ainda a uma atenção especial no ambiente escolar, para
que não fossem discriminadas, nem tivessem a educação prejudicada.
Mas, na prática, o que se vê é um jogo de empurra entre as autoridades e
instituições. De um ponto da rede para o outro, as crianças passam por inúmeros
“encaminhamentos”, sem que ninguém assuma efetivamente a responsabilidade
pelo tratamento garantido em lei. Abaixo, um fluxograma mostra o esquema ideal
de atendimento de acordo com a legislação. Nas páginas seguintes, uma
representação gráfica vai identificar em que momento ocorre a falha na assistência
a meninos e meninas atingidos pela violência sexual. PRAIA DE PONTA NEGRA, EM NATAL:
Em respeito ao ECA,todos os nomes de crianças,adolescentes e respectivos AÇÃO DA PREFEITURA É INSUFICIENTE
parentes citados no caderno são fictícios. PARA CONTER A EXPLORAÇÃO SEXUAL

Roteiro da
reportagem
O Correio selecionou as 17 localidades para
produzir o caderno Reféns do Abandono a
partir de dados oficiais. Os registros coletados
pelo disque-denúncia da Secretaria Especial de
Direitos Humanos da Presidência da República
serviram de parâmetro para apontar as regiões
Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste como
locais onde as crianças estavam mais
vulneráveis à violência e à falta de
atendimento. Além das capitais, os jornalistas
do Correio foram a pequenos municípios,
alguns com menos de 5 mil habitantes. Nessas
localidades, os casos de abuso e exploração
crescem sem que a rede de atendimento seja
preparada para socorrer as vítimas.

correiobraziliense.com.br EXPEDIENTE: correiobraziliense.com.br


Conteúdo especial: Diretor de Redação: Josemar Gimenez, Editora-chefe: Ana Dubeux, Editor- Conteúdo especial:
Lista completa das 110 pessoas executivo: Carlos Marcelo, Edição: Carlos Alexandre, Editor de Arte: João Bosco, Entrevista em vídeo com as jornalistas
entrevistadas para a matéria Editor de Fotografia: Luís Tajes, Projeto gráfico e diagramação: Anderson Araújo responsáveis pelo caderno

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