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A Campanha da Fraternidade não acabou

Capturar, espancar “negros e negras fujões”, além de proteger o


patrimônio da classe rica foram os fatos que motivaram a criação da
polícia no Brasil.

O tema da segurança pública idealizado pela CNBB (Conferência

Nacional dos Bispos do Brasil) e debatido durante a última Campanha da

Fraternidade, no tempo da quaresma, começa a dar seus primeiros

resultados, após a realização da 1a Conferência Nacional de Segurança

Pública (I CONSEG) realizada nos 27 a 30 de agosto, na cidade de

Brasília. O evento contou com a participação de 2.097 delegados.

Antes da Conferência Nacional aconteceram encontros

municipais e estaduais envolvendo mais de meio milhão de

brasileiros. Em Brasília, os participantes representaram três grupos

diferentes. Os trabalhadores na área da segurança (policiais, guardas,

agentes penitenciários) tiveram direito a 629 representantes, 30% do

total dos delegados. O mesmo número de delegados teve os gestores

das políticas públicas (governo federal, estadual e municipal). Já os da

sociedade civil somaram 839 delegados, equivalente a 40% dos

participantes.

Não será de um dia para o outro que acontecerá mudanças na

estrutura no sistema de segurança pública. Por um ponto final no

sistema de corrupção que envolve setores das polícias e o crime

organizado e, que em muitas oportunidades, conta com o apoio da

população, exige um trabalho de algumas gerações. Um sistema de

segurança eficiente e honesto passa por reformas nas instituições e


por uma mudança no pensar e planejar a segurança do publica. Não

haverá mudanças sem o entrosamento entre órgãos de governos, as

polícias e a participação efetiva e controladora da sociedade civil,

alertaram os participantes da Ia CONSEG.

Prender escravo

A idéia, ainda em vigor, nos bastidores das polícias vem do

período da escravidão. Capturar, espancar “negros e negras fujões”,

além de proteger o patrimônio da classe rica, são alguns fatos que

motivaram a criação da polícia e, essa idéia repressiva perdura até

nossos dias. Mudar a mentalidade tipicamente repressiva em vigor

levará algum tempo.

No ponto de vista dos direitos humanos, a Ia CONSEG resultou

em avanços, apesar do pouco destaque dado pela mídia (rádios, TV`s

e jornais), que ganham milhões com o “espetáculo da violência”. Os

avanços sinalizam a valorização do SUSP (Sistema Único de

Segurança Pública) e do PRONASCI (Programa Nacional de Segurança

Pública com Cidadania). As propostas devem ser acolhidas pelo

próximo governo, que será eleito em 2010. Muitas das propostas

refletidas e aprovadas no encontro foram motivadas pela Campanha

da Fraternidade realizada nas igrejas cristãs de todo o país.

Antonio Carlos Frizzo, 51, padre católico na Igreja Santa Cruz, Jd.

Presidente Dutra. E-mail: acfrizzo@uol.com.br

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