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Índice
© 2008
Todos os direitos
Aprender a comer bem 4
reservados por • O cálculo das necessidades energéticas
DECO PROTESTE,
Editores, Lda.
• Uma alimentação equilibrada
Av. Engenheiro Arantes
e Oliveira, 13
1900-221 Lisboa Alimentação e saúde 8
Tiragem • Regras para uma alimentação saudável
30 mil exemplares
Maio de 2008
• A pirâmide alimentar
Depósito legal
n.º 274463/08 Uma dieta para cada idade 12
ISBN
978-989-8045-23-2 • Bebés e crianças
Ilustração da capa
• Adolescentes
Lluís Cadafach • Grávidas e lactantes
Contactos • Idosos
808 200 146 ou 218 410 801
(a partir de telemóvel),
das 9h às 13h
e das 14h às 18h,
Comprar, conservar e cozinhar 18
nos dias úteis • Manipular os alimentos
(17h à sexta-feira).
• Conservar e cozinhar os alimentos
www.deco.proteste.pt
A segurança alimentar 22
• As leis comunitárias
Aprender a comer bem
Vejamos um exemplo
Quais serão as necessidades energéticas de uma mulher de 45 anos, com
60 kg de peso e 1,65 m de altura, que trabalhe num escritório e caminhe
meia hora por dia ao sair do emprego? Seguindo as indicações da FAO e da
OMS, teríamos de calcular, primeiro, o Gasto Energético em Repouso (GER),
de acordo com a fórmula adequada às mulheres entre 30 e 60 anos:
GER = 8,7 x 60 + 829 = 1351 kcal
Depois, como a actividade desta mulher se pode definir como “moderada”, te-
ríamos de utilizar um factor de correcção de 1,6 (de acordo com as indicações
acima referidas). Assim, as suas necessidades energéticas totais seriam de:
comer melhor
No entanto, as necessida- bre-se de que, embora o or-
des variam em função do ganismo precise, todos os
peso, da altura, da idade, do dias, de uma determinada
sexo e do gasto energético quantidade de nutrientes,
individual. é inútil dar-lhe mais do que
o necessário. Um consumo
A energia fornecida pelos excessivo até pode provo-
alimentos expressa-se em car enfermidades graves!
quilocalorias (kcal) ou qui-
lojoules (kj). A medida mais Proteínas
utilizada é a quilocaloria, que Desempenham um papel
equivale a 4,18 quilojoules. essencial na estrutura e
funcionamento das células
Para calcular o gasto ener- e constituem a matéria-
gético, utilizam-se diversas -prima dos músculos. Po-
fórmulas (como a da caixa dem ser de origem animal
ao lado). Embora não dêem (leite e produtos lácteos;
indicações exactas, estas peixe, carne e derivados;
fórmulas permitem determi- ovos e produtos à base de
nar com suficiente rigor as ovos…) ou vegetal (cere-
necessidades energéticas de ais e derivados; legumes e
um determinado indivíduo. leguminosas…).
Aprender a comer bem
E eu? Como bem?
É possível comer, e até comer muito, rio pode ajudá-lo a perceber se a sua
sem que se tenha uma alimentação dieta é equilibrada.
adequada. Este pequeno questioná-
1
Ingiro leite ou produtos lácteos:
a nunca ou algumas 6
Como batatas, cereais e derivados:
a algumas vezes por semana
vezes por semana b uma vez por dia
b todos os dias, com o café c duas vezes por dia
7
c mais de duas vezes por dia
2
No que diz respeito ao pão:
Durante a semana, consumo: a não costumo comer
a quase nenhumas proteínas b como duas fatias por dia
de origem animal c como pão a todas as refeições
8
b mais carne e ovos do que peixe
c mais peixe do que ovos e carne Consumo produtos de pastelaria:
3
a diariamente
Consumo leguminosas: b duas ou três vezes por semana
a algumas vezes por mês c uma vez por semana
9
b uma vez por semana
c três vezes por semana Bebo refrigerantes:
4
a às refeições
Como verduras: b uma vez por dia
a algumas vezes por semana c ocasionalmente,
b uma vez por dia ao longo da semana
c duas vezes por dia
5
Como fruta:
a algumas vezes por semana
b duas vezes por dia (uma
Se a maioria das suas respostas foi a :
os seus hábitos alimentares não são
os mais recomendáveis, o que pode
delas sob a forma de sumo) ser negativo para a saúde. Se optou
c três vezes por dia mais vezes pela resposta b : a sua die-
ta é aceitável, mas tem margem para
melhorar. Finalmente, se predomina-
ram as respostas c : parabéns! A sua
comer melhor
a l i m e n taç ã o e s aú d e
Alimentação e saúde
Sabemos que Regras para uma alimentação saudável
uma alimentação A alimentação tradicional dos portugueses basea-
va-se, regra geral, no consumo de alimentos que
adequada nos contribuíam para a prevenção de doenças: muitos
permite manter cereais e derivados, muitos legumes e leguminosas
um bom estado e bastante fruta; moderação no consumo de produ-
de saúde. tos lácteos, carne e peixe; utilização de azeite para
cozinhar e temperar e de vinho tinto às refeições.
O oposto também Este tipo de alimentação, típico da primeira metade
é verdadeiro: do século XX, era o mais parecido com o que hoje
uma dieta chamamos dieta mediterrânica. Contudo, a situa-
ção alterou-se consideravelmente, graças, por um
desequilibrada
lado, à diversificação da oferta de produtos alimen-
aumenta o risco tares industrializados e, por outro, às alterações
de doenças e socioculturais.
reduz a qualidade
Tenha em conta que nenhum alimento, por muito
de vida. equilibrado e rico que seja, consegue corrigir, por si
só, as carências decorrentes de maus hábitos alimen-
tares. A única forma de
QUAIS SÃO OS PONTOS-CHAVE?
assegurarmos um con-
• Ajustar a alimentação aos gastos de energia, o sumo suficiente de todos
que é suficiente para manter um peso adequado. os nutrientes necessá-
rios é praticar uma die-
• Dar prioridade ao azeite e aos óleos vegetais, ta variada e equilibrada,
em detrimento de gorduras de origem animal).
como a que está paten-
• Incluir na dieta diária um pouco de pão e um te na pirâmide da dieta
prato principal composto por batatas, arroz ou mediterrânica (consumo
massa. abundante de cereais e
• Moderar o consumo de alimentos açucarados. seus derivados, batatas,
fruta, verduras e legu-
• Consumir, todos os dias, um prato principal minosas, azeite…). Está
e uma guarnição à base de verduras. demonstrado que esta
• Comer, no mínimo, três peças de fruta por dia. dieta é excelente para a
saúde, desde que combi-
• Ingerir produtos lácteos diariamente (um copo nada com outros hábitos
de leite e um iogurte ou uma porção de queijo). de vida saudáveis, como
• Corrigir o hábito de fazer refeições abundan- a prática frequente de
tes de carne. exercício físico modera-
do e não fumar.
• Ingerir três vezes por semana um prato de
leguminosas, evitando acompanhá-las de ali-
mentos gordos (como costuma acontecer com
A pirâmide alimentar
as feijoadas). A pirâmide alimentar
mostra como repartir o
• Beber, pelo menos, 1,5 a 2 litros de água por dia. consumo dos alimen-
• Moderar o consumo de bebidas alcoólicas tos de forma racional e
(considera-se aceitável o padrão mediterrâni- saudável. Os alimentos
co: um pouco de vinho a acompanhar as refei- que constam da base da
comer melhor
a l i m e n taç ã o e s aú d e
Carne, peixe
e ovos: Leite e produtos
consumo semanal lácteos: consumo
diário
Legumes
e frutas
consumo diário
Cereais
e derivados:
consumo diário
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Grupo Alimentos Frequência Medidas caseiras
Batatas, arroz, 4 a 6 porções Um prato normal
pão e massas diárias Três ou quatro fatias
ou uma carcaça
Uma batata grande
ou duas pequenas
Verduras Mais de 2 Um prato de salada variada
porções diárias Um prato de verduras cozidas
Alimentos Um tomate grande e duas cenouras
de consumo Fruta Mais de 3 Uma peça média
diário porções diárias Uma taça de cerejas, morangos, etc.
Duas fatias de melão…
Azeite 3 a 6 porções Uma colher de sopa
diárias
Leite e derivados 2 a 4 porções Uma chávena de leite
diárias Duas embalagens de iogurte
Duas ou três fatias de queijo
Um queijo fresco pequeno
3 a 4 porções
Peixe Um filete individual
semanais
3 a 4 porções Um filete pequeno
Carnes magras
Alimentos e ovos semanais (em Um quarto de frango
de consumo alternância) Um ou dois ovos
semanal 3 a 4 porções
Leguminosas Um prato normal individual
semanais
3 a 7 porções
Frutos secos Uma mão-cheia ou dose individual
semanais
Enchidos e
carnes gordas
Alimentos Doces, snacks
de consumo e refrigerantes Consumo ocasional e moderado
ocasional Manteiga
e produtos
de pastelaria
4 a 8 porções
Água Um copo
Água diárias
comer melhor
11
U m a d i e ta pa r a c a da i da d e
12
a criança vai assimilando novos hábi-
tos alimentares. Durante as primeiras
etapas da vida, a família desempenha
um papel fundamental, pois é a res-
ponsável pelas refeições e serve de
modelo, com comportamentos que se
repetem e se aprendem.
Dieta infantil
Idade
Que alimentos? 10-12 Com que frequência?
1-3 anos 4-6 anos 7-9 anos
anos
Leite 125 ml 250 ml 250 ml 250 ml 3 ou 4 vezes por dia
Carne 60 g 70 g 100 g 150 g 3 vezes por semana
Peixe 100 g 120 g 150 g 200 g 4 vezes por semana
Ovos um um um um 3 ou 4 vezes por semana
Batatas 60 g 80 g 100 g 150 g diariamente
Leguminosas 30 g 50 g 60 g 70 g 2 ou 3 vezes por semana
Hortaliças cruas
100 g 125 g 150 g 175 g 2 vezes por dia
e cozidas
Fruta 100 g 100 g 150 g 150 g 3 vezes por dia
Pão 70 g 80 g 100 g 125 g 3 vezes por dia
comer melhor
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U m a d i e ta pa r a c a da i da d e
Dieta do adolescente
Raparigas entre… Rapazes entre…
(anos) (anos)
Que alimentos? Com que frequência?
13 e 15 16 e 19 13 e 15 16 e 19
14
Grávidas e lactantes entre 10 e 13 quilos durante a gravidez.
O estado nutritivo da mãe antes da A partir do quarto mês de gestação, a
concepção e durante a gravidez pode grávida necessita de um aporte calóri-
condicionar o desenvolvimento e a co suplementar de cerca de 300 quilo-
saúde da criança e até influenciar o calorias por dia.
aparecimento de factores de risco du-
rante a idade adulta. Uma alimentação Mas não são só as grávidas que devem
racional é a melhor ajuda para evitar ter um cuidado especial com a alimen-
partos prematuros e problemas rela-
cionados com o desenvolvimento do
recém-nascido.
15
U m a d i e ta pa r a c a da i da d e
16
C o m p ra r , c o n s e rva r e cozinh ar
18
Manipular os alimentos têm origem em várias fontes e desen-
Pode dificultar o desenvolvimento de volvem-se rapidamente quando encon-
microrganismos conservando os ali- tram condições ideais. Mesmo que não
mentos num ambiente que lhes seja consiga evitá-las, pode pôr em prática
desfavorável, mas uma manipulação alguns procedimentos que ajudam a
correcta também permite reduzir a pos- melhorar a qualidade dos alimentos.
sibilidade de contaminação. As bactérias Vejamos o que é possível fazer…
● Quando descongelar os alimentos, evite que permaneçam muito tempo à temperatura am-
biente: deixe-os no frigorífico, use o microondas ou cozinhe-os sem descongelar, sempre que
isso for possível.
● Lave as mãos antes de começar a cozinhar e de cada vez que largar um alimento para pegar
noutro, especialmente se alternar entre alimentos crus e cozinhados.
● Os utensílios que vão estar em contacto com os alimentos devem estar limpos.
● Quando um alimento é cozinhado e imediatamente consumido, raramente há problemas, pois
a exposição ao calor intenso elimina ou reduz substancialmente a “carga” bacteriana. Mas se
o alimento cozinhado for guardado para consumo ao longo de vários dias, a “esterilidade” pode
conselho
◗ se pensa que o mais provável é não consumir uma refeição cozinhada nos dias mais pró-
ximos, é preferível congelá-la;
◗ a comida cozinhada descongelada e a que se compra já preparada são tão sensíveis aos
riscos microbiológicos como a acabada de fazer. Por isso, estas precauções também se
justificam nesses casos.
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C o m p ra r , c o n s e rva r e cozinh ar
Tratamentos de conservação
Físicos
Tradicionais Químicos
Calor Frio Radiação
comer melhor
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Vantagens e desvantagens das várias técnicas culinárias
Técnica Vantagens Desvantagens
Perda parcial de vitaminas
Cozedura As proteínas coagulam e não
e transferência de minerais
em água a ferver passam para o caldo
para o caldo
Transferência de minerais e
Cozedura a partir de uma pequena parte das proteínas
Nenhuma em particular
de água fria para o caldo e perda substancial
de vitaminas
A cozedura rápida permite
Cozedura
um melhor aproveitamento Nenhuma em particular
com pressão
das vitaminas
Não se perdem sais minerais e
Vapor Nenhuma em particular
reduz-se a perda de vitaminas
Degradação das gorduras
Fritura Nenhuma em particular
por reutilização
As proteínas coagulam rapidamen- Carbonização das proteínas,
Grelhado
te e a perda de minerais é menor quando a confecção é prolongada
21
A s e g u r a n ç a a l i m e n ta r
A segurança alimentar
As leis comunitárias o rasto de um alimento, “do prado ao
No ano 2000, as autoridades comu- prato” (veja a caixa). Em 2002, foi cria-
nitárias, através da Direcção-Geral da da a EFSA (Autoridade Europeia para
Saúde e Defesa dos Consumidores a Segurança dos Alimentos), um orga-
(DG SANCO), apresentaram o Livro nismo com a missão de prestar orien-
Branco sobre a Segurança dos Alimen- tação científica independente sobre as
tos. O seu objectivo principal era ga- questões que afectam, directa ou in-
rantir a segurança alimentar e recupe- directamente, a segurança alimentar,
rar a confiança do consumidor após o incluindo a saúde e o bem-estar dos
alarmismo provocado por crises como animais e a protecção das plantas.
a doença das vacas loucas, a febre af-
tosa ou a peste porcina. Em Portugal, a ASAE (Autoridade de
Segurança Alimentar e Económica) é
Um dos principais conceitos introdu- responsável pela avaliação e comuni-
zidos foi o da rastreabilidade: haveria cação dos riscos da cadeia alimentar,
que desenvolver mecanismos e pro- bem como pela disciplina no exercício
cedimentos que permitissem seguir das actividades económicas no sector.
Este organismo está dependente do
Ministério da Economia e da Inova-
ção. Ao Ministério da Agricultura, do
Desenvolvimento Rural e das Pescas
compete assegurar a protecção, qua-
lidade e segurança da produção agro-
alimentar e promover a defesa, protec-
ção e utilização dos recursos florestais,
comer melhor
22
Um exemplo prático: a rastreabilidade da carne
Nas explorações
Nas explorações de gado devem existir registos de
todos os animais, onde sejam anotados os nasci-
mentos e óbitos, os tratamentos veterinários, as
mudanças de proprietário, etc. Em cada animal são
colocados códigos identificativos.
No matadouro
Antes de se proceder ao abate, são confrontados
os dados que constam dos códigos presentes nos
animais com os dos documentos de identificação,
bem como os relativos ao transporte; depois, são
actualizados com os desta fase (identificação do
matadouro, data do abate…).
Na sala de desmanche
Aos dados fornecidos pelo matadouro, adiciona-se o peso
e a data de entrada. As peças são embaladas em vácuo e
rotuladas: um conjunto de embalagens forma uma caixa,
com o respectivo número de lote; um conjunto de caixas
constitui uma palete, à qual é atribuído outro número de
lote, que é partilhado por todas as caixas que contém.
No comércio
A carne chega aos pontos de venda, onde é novamen-
te desmanchada para ser vendida ao consumidor.
Os hipermercados e supermercados, que colocam a
carne em embalagens mais pequenas, efectuam a ro-
tulagem das mesmas, adicionando os dados essenciais
comer melhor
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