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SEMINÁRIO VALE DA BENÇÃO

CURSO SUPERIOR DE TEOLOGIA

CARTAS ECLESIAIS

JAIRO AJALA MIELNIK

ARAÇARIGUAMA
2008
JAIRO AJALA MIELNIK

AS INFLUÊNCIAS GREGA, JUDAICA E CRISTÃ NO PENSAMENTO


PAULINO

As Influências Grega, Judaica e Cristã no Pensamento Paulino

Como trabalho para a aprovação parcial da disciplina de Cartas Eclesiais

Orientador do trabalho: Professor Hamilton Perninck Vieira

ARAÇARIGUAMA

2008
INFLUÊNCIAS GREGA, JUDAICA E CRISTÃ NO PENSAMENTO
PAULINO

“É difícil determinar até o embasamento variado de Paulo influenciou seu


pensamento. Certamente sua conversão não esvaziou sua mente de todas as
idéias religiosas anteriores, subsistituindo-as por uma teologia já pronta”. 1

Paulo nasceu em Tarsis, a capital e a principal cidade da Cilícia. Era


muito famosa por sua cultura, autonomia política e comércio. Suas escolas
atraiam filósofos e professores de renome internacional. Ali havia grandes
poetas, médicos, oradores e filósofos. Havia um grande teatro ao ar livre, onde
eram apresentadas peças gregas, música e poesia. O teatro ocupava um lugar
importante na vida dos ricos e pobres.

“Essa cidade se tornou uma região de síntese entre o Oriente e o


Ocidente, entre a cultura grega, a cultura oriental e, finalmente, a cultura
romana”.2

Uma das influencias no pensamento de Paulo, antes de ser apóstolo foi


a grega.

INFLUÊNCIA GREGA

A arte a ciência e a literatura se desenvolveram mais na Grécia do que


em qualquer outra parte. Embora o império fosse romano, a língua grega foi
reconhecida como o idioma empregado pelas pessoas cultas. Os professores e
filósofos gregos eram os intelectuais reconhecidos da época. Eles divulgaram
em todas as nações a literatura, a arquitetura e o pensamento científico de seu
país. Muitos judeus, nos dias de Paulo, liam as Sagradas Escrituras na
tradução grega – a Septuaginta, pois o hebraico estava rapidamente se
tornando uma língua morta. 3
1
LADD, George Eldon, Teologia do Novo Testamento. 2. ed. Rio de
Janeiro:Juerp,1986, p. 341.

2
CHAMPLIN, Russel N. Enciclopédia de Teologia e Filosofia. Vl. 5, 6. ed. São
Paulo: Hagnos, 2002, p. 120.

3
BALL, Charles Ferguson. A Vida e os Tempos do Apóstolo Paulo. 3. ed., Rio de
Janeiro: CPAD, 2000, p. 09.
Carson pensa que Paulo não foi influenciado por idéias helenísticas,
mesmo que pudesse tê-la conhecida ou que tivesse contato com ela:

“Se sua infância e instrução foi em Jerusalém aos pés de Gamaliel,


Paulo teria tido amplas oportunidades de absorver idéias helenísticas durante
sua instrução em Jerusalém (o helenismo não era de forma alguma
desconhecido em Jerusalém) ou durante seu ministério de cerca de dez anos
em Tarso, após a sua conversão. Por outro lado mesmo que Paulo tenha
passado aproximadamente os dez primeiros anos de sua vida em Tarso, ele
não foi influenciado por idéias helenísticas” 4

Champlin nos diz que “o exame detido das epístolas de Paulo mostra
que ele deve ter estudado a filosofia estóica (por causa da grande similaridade
aos escritos de Sêneca, o estóico romano), e o seu grego é uma excelente
variedade do grego helenista, não dando evidências de ter sido uma linguagem
adquirida”. Há uma grande diferença na maneira com o ele tratava os escritos
gregos.5

Fica claro, pelo conhecimento que Paulo tinha da língua grega, que
todos os tesouros da literatura grega estavam abertos para ele, mas em todos
os seus textos ele cita autores gregos apenas duas vezes (1 Co 15.33, Tt 1.12,
Lucas fala de mais uma citação, esta num sermão, em At 17.28).6

Contudo Ladd pondera que “Não há evidência de que Paulo tenha tido
algum contato real com a filosofia e a literatura grega, e é também bastante
improvável que fariseus rigorosos tenham mandado seu filho estudar em uma
escola pagã”.

4
CARSON, D. A. Introdução ao Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 1997,
p.243.
5
CHAMPLIN, Russel N. Enciclopédia de Teologia e Filosofia. Vl 5, 6. ed., São
Paulo: Hagnos, 2002. p. 121.

6
MORRIS, Leon, Teologia do Novo Testamento. 1. ed,. São Paulo: Vida Nova,
2003, p. 24.
Mas faz objeções quanto a familiaridade de Paulo com o ambiente grego
“... Paulo era conhecedor da língua grega, e suas metáforas literárias refletem
mais a vida urbana do que um ambiente rural. Há deveras, elementos, no
pensamento de Paulo, que só podem ter vindo deste ambiente grego”. 7(LADD:
340)

INFUÊNCIA JUDAICA

É destacado que Paulo era um “hebreu dos hebreus” (Fl 3.5), com que
aparentemente queria dizer que tanto seus pais quanto ele próprio tinham,
lingüística e culturalmente, uma orientação judaica e palestina. Independente
de ele ter sido criado em Tarso ou em Jerusalém (pois At 22.3 é um versículo
que está em pauta de discussão e interpretação), no ambiente em que ele
nasceu falava-se o aramaico e preservava-se os costumes judaicos tradicionais
da Palestina. 8

Em Gl 1.14, mostra que ele era indivíduo intensamente religioso, desde


a juventude.9 Ele era alguém que seguia o judaísmo com seriedade e zelo, um
membro da sua “seita mais severa” (At 26.5), a dos fariseus, que “davam muita
atenção à “lei oral”, as “tradições dos anciãos”, um conjunto de regras que
tinham o propósito de interpretar e suplementar a lei mosaica escrita” 10

Em Jerusalém, Paulo foi instruído por Gamaliel I (At 26.3), um fariseu da


escola de Hillel que era altamente respeitado como mestre. Parece que Paulo
7
LADD, George Eldon, Teologia do Novo Testamento. 2. ed., Rio de Janeiro:
Juerp, 1986, p. 340.

8
CARSON, D. A. Introdução ao Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 1997,
p. 243.

9
CHAMPLIN, Russel N. Enciclopédia de Teologia e Filosofia. Vl. 5. 6. ed.,
São Paulo: Hagnos, 2002, p. 121.

10
CARSON, D. A. Introdução ao Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova,
1997, p. 244.
divergiu de seu mestre Gamaliel quanto ao seu liberalismo, que é notado no
conselho dado por ele no Sinédrio em relação à Igreja Primitiva (At 5.34-39),
pois Paulo de tão zeloso que era pelo judaísmo, perseguia o movimento cristão
primitivo.

Onde quer que fossem o povo judeu levava consigo as Escrituras


Sagradas e as profecias de um Messias vindouro. Eram homens orgulhosos e
exclusivistas, envolvendo-se em seus mantos de justiça, enquanto voltavam as
costas ao grande propósito para o qual haviam sido chamados: representar a
Deus entre os demais povos.11

Onde quer que os judeus construíssem suas sinagogas e cumprissem


seus rituais, estabeleciam um centro para a adoração do Deus Único e
Verdadeiro. Quando Paulo viajava para um novo local, sempre procurava a
sinagoga para pregar, e isso geralmente dava início a uma nova igreja. 12

Uma das crenças mais caras aos judeus, e que Paulo sem dúvida
compartilhava, era a de que Deus em breve interviria na história para salvar o
seu povo escolhido, Israel, da dominação de forças políticas estrangeiras. 13

É também evidente que Paulo herdou do judaísmo o seu conceito


monoteísta de um só Deus.

Quanto ao caráter essencialmente judaico de Paulo W. D. Davies


escreve: “Parece que o apóstolo da fé cristã era o florescimento pleno do
judaísmo, o seu resultado e cumprimento; sua obediência ao evangelho era
mera obediência à verdadeira forma do judaísmo”.14

11
BALL, Charles Ferguson. A Vida e os Tempos do Apóstolo Paulo. 3. ed., Rio
de Janeiro: CPAD, 2000, p. 09.
12
Ibidem, p. 10.

13
DRANE, John. Paulo: Um Documento Ilustrado sobre a vida e os escritos de
uma figura chave dos primórdios do cristianismo. 2. ed,. São Paulo: Paulinas, 1982,
p.26.
14
MORRIS, Leon, Teologia do Novo Testamento. 1. ed,. São Paulo: Vida Nova,
2003, p. 25.
INFLUÊNCIA CRISTÃ

A experiência de Conversão de Paulo

Sem dúvida, a experiência de Paulo com Cristo no caminho de Damasco


e sua conversão foram fundamentais no desenvolvimento de seu pensamento
e de sua teologia. Essa experiência na estrada de Damasco transformou o
antigo perseguidor dos cristãos, mais do que um seguidor de Jesus,
transformou-o num pregador de Jesus. “Embora o pensamento entre os dois
papéis não seja expresso da mesma maneira em todos os relatos, cada um
deles, deixa claro que a conversão de Paulo também foi um chamado para o
ministério”. 15

O Chamado apostólico de Paulo

O evangelho de Paulo era sobrenatural, pois ele diz aos gálatas que seu
evangelho veio “mediante revelação de Jesus Cristo” (Gl 1.12). Mas sem
dúvida ele teve entendimento da verdade do Evangelho através de outros
cristãos. Ele teve entendimento de que o Messias viera e que a lei não era
suficiente para a salvação, não era mais condição para ser membro do povo de
Deus. A essência do evangelho lhe fora revelada, que é o próprio Cristo, mas a
forma foi transmitida a Paulo pelos cristãos que o antecederam.

A autoridade apostólica de Paulo

Embora Paulo fizesse distinção entre o “seu ensino e o do Senhor e


talvez não tenha consciência de estar escrevendo Escritura inspirada, ele
evidenciava o seu chamado do próprio Senhor e sua autoridade apostólica.
Segundo Carson: “A condição apostólica de Paulo permite-lhe interpretar as
Escrituras do Antigo Testamento com liberdade soberana e fazer a seu povo
exigências que considerava tão obrigatórias como qualquer parte das
Escrituras”.16

A Teologia de Paulo

15
CARSON, D. A. Introdução ao Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova,
1997, p. 246.
16
CARSON, D. A. Introdução ao Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova,
1997, p. 247.
“Paulo era um pensador teológico, para quem os “conceitos” teológicos
eram fatos a respeito de Deus, do homem e do mundo, que descreviam a
desavença do mundo com Deus e a obra de Deus em Cristo em trazer o
mundo de volta para si”. 17

Quanto à justiça da Lei

Paulo entendeu a lei era boa para a vida cristã, como mandamento de
Deus, mas que essa lei não poderia salvar, somente servia para mostrar a
incapacidade do homem de se justificar e que apontava para Cristo.

Para Paulo, seguindo a forma da igreja primitiva, através da morte de


Jesus, do derramamento de sangue Deus purificou a humanidade (os que
crêem) da culpa do pecado e precisamente desse modo fez com que se
tornasse realidade a Sua justiça de amor.

Quanto ao pensamento soteriológico

“A experiência da salvação na comunidade primitiva é a premissa da


teologia de Paulo. Também Paulo vive na expectativa da aparição em breve do
Cristo ressurrecto em glória, espera até pela irrupção da salvação escatológica
ainda durante a sua vida. Tal expectativa determina a pressa insistente de sua
atividade missionária bem como suas reservas diante de uma mudança da
situação existente e sua exortação para a prontidão permanente”.18

Paulo se torna convicto de que o tempo da salvação se tornou presente


através do envio do Filho de Deus e que será consumada com a manifestação
de sua vinda: “A vinda do Filho de Deus para este mundo passageiro, sua cruz
e ressurreição, por um lado, e a expectativa de sua eminente manifestação no

17
LADD, George Eldon, Teologia do Novo Testamento. 2. ed., Rio de Janeiro:
Juerp, 1986, p. 354.

18
KÜMMEL, Werner Georg. Síntese Teológica do Novo Testamento. São
Leopoldo: Sinodal, RS, 1983, p. 372.
céu, por outro lado, tem para Paulo a conseqüência de que o presente é o
tempo da salvação”. 19

O apóstolo Paulo “em concordância com a comunidade primitiva, mas


excedendo a Jesus, a presença da salvação tornou-se mais palpável pelo fato
de que o Cristo ressurrecto está presente em sua comunidade e através do
seu Espírito, governando assim a vida dos cristãos”.20

Quanto à decadência do homem e a verdadeira justificação

Paulo cria no perdão incondicional de Deus para o pecador que deve ser
julgado por seu modo de agir, que merece o juízo divino, que é incapaz de se
redimir.

Os homens estão distantes de Deus, por causa do pecado e Satanás e


seus demônios exercem influência nesse mundo.

“Sob a influência da Reforma, muitos estudiosos têm visto a justificação


pela fé como a essência central do pensamento paulino”.21

Quanto a crença fé na ressurreição e nos sacramentos

Paulo encara Cristo, em concordância com a comunidade cristã, a partir


da fé na ressurreição e exaltação do crucificado por intermédio de Deus. Cristo
é o Filho de Deus, a imagem de Deus, através de quem foram criadas todas as
coisas.

Quando Paulo se tornou cristão pela visão do Cristo ressurrecto,


aderindo à comunidade cristã, encontrou nela uma fé já desenvolvida na
ressurreição do Senhor, na fundação da comunidade cristã, na presença do
tempo escatológico, no batismo e a Ceia do Senhor.

Ele interpreta o Batismo e a Ceia do Senhor como participação renovada


do cristão na salvação divina provocada na vida, morte e ressurreição de
Jesus. A Igreja é o “Corpo de Cristo”, da qual fazem parte todos os cristãos que

19
Ibidem.
20
Ibidem, p. 373.

21
LADD, George Eldon, Teologia do Novo Testamento. 2. ed., Rio de Janeiro:
Juerp, 1986, p. 351.
participam da salvação escatológica iniciada pela ressurreição de Jesus e que
esperam a manifestação de Cristo em glória.

Quanto ao pensamento escatológico

“De acordo com a fé dos cristãos mais antigos, portanto, o fim dos
tempos já se iniciou na comunidade governada pelo Espírito, muito embora
também eles ainda esperassem pelo advento próximo do reinado de Deus”.22

Conclusão

Sem dúvida nenhuma a formação do pensamento do apóstolo Paulo


teve fortes influências judaicas, pois ele era judeu, alguma influência grega, por
viver num mundo helenizado, e a fé cristã foi a mais influente e catalisadora do
seu pensamento, e nos deu grandiosas contribuições para a formação do Novo
Testamento.

BIBLIOGRAFIA

BALL, Charles Ferguson. A Vida e os Tempos do Apóstolo Paulo, Rio de


Janeiro: CPAD, 2000, 3ª ed.

CARSON, D. A. Introdução ao Novo Testamento. São Paulo: Vida Nova, 1997.

CHAMPLIN, Russel N. Enciclopédia de Teologia e Filosofia. São Paulo:


Hagnos, 2002. Vl 5. 6 ed.

DRANE, John, Paulo: Um Documento Ilustrado sobre a vida e os escritos de


uma figura chave dos primórdios do cristianismo. São Paulo: Paulinas, 1982, 2ª ed.

22
KÜMMEL, Werner Georg. Síntese Teológica do Novo Testamento. São Leopoldo:
Sinodal, RS, 1983, p. 372.
LADD, George Eldon, Teologia do Novo Testamento. Rio de Janeiro: Juerp,
1986.

KÜMMEL, Werner Georg. Síntese Teológica do Novo Testamento. São


Leopoldo, RS: Sinodal, 1983.

MORRIS, Leon, Teologia do Novo Testamento, São Paulo: Vida Nova, 2003, 1ª
ed.

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