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WIKI
E OS NOVOS MODELOS DE
CONSTRUÇÃO DE CONHECIMENTO
Colaboração: EXPEDIENTE
Diretor Geral
questão de sobrevivência João Fernando Costa Júnior
Editor
E cá estamos com a terceira edição. Como devem ter percebido, mal João Fernando Costa Júnior
completamos um mês desde a edição n. 2 e já está saindo outra... Esperamos
continuar com a regularidade de disponibilizar as novas edições entre a primei- Revisão
ra e a segunda semana de cada mês. Marcelo Tonieto
Com o tema de capa, Wiki e os novos modelos de construção de conhe-
cimento, tivemos a colaboração de uma galera bacana que agregou ainda Arte e Diagramação
mais à publicação, como vocês poderão ver. Viktor Chagas, da Comunidade João Fernando Costa Júnior
Overmundo e Yuri Almeida, do Blog Herdeiro do Caos e tantos outros que
contribuiram de forma excelente com esse assunto, sobre o qual há muito que Capa
se falar. Nilton Pessanha
A entrevista desta edição é com Jimmy Wales, criador da Wikipedia, am-
plamente utilizada por dez entre dez internautas. Agradecemos a ele por sua Contribuiram nesta edição
contribuição, mesmo com sua agenda lotada. Aécio Pires
Alan Lacerda
Nesta terceira edição, você leitor, vai perceber que temos novos colabo- Alexandre Oliva
radores: O Coringão, responsável pelo Ubuntu Games, estará conosco falando Andressa Martins
um pouco sobre jogos, Luiz Vieira estará falando sobre segurança da informa- Carlos Donizete
ção, Aécio começou falando sobre TCOS na segunda edição e agora faz parte
Cárlisson Galdino
da equipe... Tatiana Al-Chueyr, que nesta edição está falando do InVesalius,
Cezar Taurion
vai nos dar uma força com os projetos do Software Público. Cindy Dalfovo,
que é embaixadora de Campus da Sun também estará conosco nas próximas Cindy Dalfovo
edições, além da Andressa Martins que assinou uma matéria na edição passa- Edgard Costa
da e nesta fala sobre o SLOG. Temos ainda a participação do Guilherme Cha- Evaldo Junior
ves, que fala sobre o controle do pc com GNU/Linux pelo celular... A coluna de Filipe Saraiva
humor (que não é só sobre humor...) tem participação de 3 novos autores que Guilherme Chaves
esperamos, continuem firmes conosco, Yamamoto Kenji, Moises Gonçalves e Jaime Balbino
Wallisson Narciso. Novamente a capa é arte do Nilton Pessanha! Jimmy Wales
Jomar Silva
Continuamos publicando a seção com os emails e comentários envia-
Lázaro Reinã
dos para a redação da revista. Se quiser ver seu comentário publicado nesta
seçao, basta enviar sugestões, opiniões, comentários sobre as matérias veicu- Leandro Leal Parente
ladas. Simples assim :-) Luiz Vieira
Moisés Gonçalves
A Revista Espírito Livre também trás nesta edição sorteios para três pro- Orlando Lopes
moções de eventos que acontecerão nos próximos dias. Não perca tempo e Paulino Michelazzo
participe! E não precisa nem dizer para continuarem ligados no site da revista Rodrigo Lopes
[http://revista.espiritolivre.org]. As novidades que aparecerão na revista, dão Sinara Duarte
seu primeiro "sinal de vida" lá no site oficial. Então, aos curiosos e interessa-
Tatiana Al-Chueyr
dos, basta acompanhar.
Viktor Chagas
Agradecimentos a todos que tornam este trabalho possível. Um trabalho Wallisson Narciso
altamente dependente de colaboração e cooperação. Yamamoto Kenji
Sendo assim, com novos colaboradores surgem novas colunas, novas Yuri Almeida
seções, novas visões e opiniões. É isto que se espera de uma publicação que
prioriza a colaboração como um dos seus pilares, quase uma questão de so-
brevivência. Contato
revista@espiritolivre.org
SUMÁRIO
CAPA
26 De que matéria é feito o
conhecimento
Uma reflexão sobre o conhecimento
28 Colaboração em micro
empresas
Utilizando wikis para a documentação
de uma micro empresa
30 Os modelos colaborativos
de conhecimento
Construindo de forma coletiva
33 Comunidade Overmundo
Quem é a comunidade do Overmundo?
37 Wiki-Jornalismo
Será mesmo possível?
Entrevista com
COLUNAS Jimmy Wales
11 Um por todos, todos por um!
Wales fala sobre Wikipedia,
modelos de colaboração e PÁG. 22
Em guarda... Wikia.com
13 O bom é o corredor!
E quem sou eu pra descordar...
18 Briga de Ego
Vai um curativo aí?!
Microsoft e o ODF
52 Polêmico esse assunto... SOFTWARE PÚBLICO
REDE 74 InVesalius
Por dentro do corpo humano
60 Segurança da Informação
Necessidades e mudanças de
81 Collision, da pirataria ao
software livre
paradigma com o avanço da civilização Um filme aberto
MULTIMÍDIA
84 Como trabalhar com áudio
no Linux
... e se transformar num DJ!
GAMES
88 The Mana World
Agora é o turno de quem?
NOTÍCIAS
Por João Fernando Costa Júnior
Quer comentar sobre algo desta edição? O que gostou? O que não
gostou? Participe! Envie seu comentário e/ou notícia para
revista@espiritolivre.org.
EMAILS,
SUGESTÕES E
COMENTÁRIOS Ayhan YILDIZ - sxc.hu
Continuamos com esta seção que foi criada pa- te sobre lua, que vai ter alguém aqui para ler!
ra dividirmos com você leitor o que andam falan- Ygor Amaral - Caruaru - PE
do da gente por aí... Os emails não param de
chegar e vamos publicando conforme é possí- Estou escrevendo apenas para manifestar meu
vel. Agradecemos os comentários que nos dão grande contentamento com a segunda edição
ainda mais força para continuarmos com o traba- da Espírito Livre. Entre vários textos bacanas,
lho. É isso aí, continuem enviando suas suges- destaco a entrevista com Robert Shingledecker,
tões e comentários! que achei fantástica, pelo fato de não ter se ata-
do somente ao lado técnico , tendo mostrado
Parabéns a todos os colaboradores pela iniciati- também um pouco da vida e das motivações de
va de construir uma revista totalmente ligada a um dos pilares do Tiny Core. Abraços e continu-
área de Software Livre. Espero que através des- em com o excelente trabalho!
sa iniciativa os internautas possam colaborar e Márcio Massula Jr. - Curitiba - PR
difundir a cada dia o entendimento do que real-
mente é SL, seus benefícios e sua real idéia de DEMAIS! Este é o menor adjetivo que posso
compartilhamento do conhecimento! dar a revista. Não vou mentir! Ainda não li inte-
Bruno de J. Santos - Valença/BA gralmente todas as matérias, mas as que já li e
as que dei uma olhada me agradaram muito. A
Muito bom o artigo da Sinara Duarte, intitulado linguagem está ótima pois iniciantes como eu
Fazendo aspazes com o bicho-papão: A mate- no SL não têm problema algum em entendê-las.
mática e o SL (da edição n. 2). Assim como mui- Além disso, os assuntos abordados, a organiza-
tos pensam, a matemática não é um bicho de ção e a composição visual estão muito boas
sete cabeças. Basta ter didática na hora de ensi- também! Já tô divulgando…
nar e as ferramentas estao aí para isso. Ponto Márcia Fernanda Nogueira Cardoso - Teresi-
para o software livre. Ótima iniciativa a revista. na/PI
Anderson Luis Sartori - Caxias do Sul - RS
Parabéns a toda a equipe. Estive dando uma
Gostaria de agradecer e parabenizar pela iniciati- olhadela na revista e já me foi útil para tirar de
va de divulgar a linguagem de programação lá o menu circular do gnome o do qual aprovei-
Lua. Coencidentemente, é provável que eu preci- tei a deixa e divulguei juntamente com a revista
se usar no Ginga-ncl, num estágio que consegui a uns amigos meus aqui em Portugal.
na globo local daqui. Então estou acompanhan- Robson Ruella de Oliveira - Moita/Setubal -
do a materia sobre lua. Podem publicar bastan- Portugal
PROMOÇÕES
A CMS Brasil 2009 acontece no dia 20/06/2009, no
Hotel Novotel Jaraguá, em São Paulo. O evento
contará com a presença de Matt Mullenweg, criador
do Wordpress, Anthony Ferrara, coordenador
mundial de desenvolvimento do projeto Jooma! e
Addison Berry, líder do time de documentação do
projeto Drupal. Os responsáveis pelo evento
disponibilizou 5 inscrições para sorteio.
Informações: Os três sorteios tem como única meta proporcionar aos leitores da revista a oportunidade de participar dos eventos. O
objeto de sorteio é a inscrição, que será custeada pelos organizadores. Se desejar participar, preencha o(s) formulário(s) desejado(s)
até o dia 12 de Junho de 2009 com os dados solicitados. Seus dados não serão utilizados para outros fins, somente no concurso
corresponde e eventuais comunicados da Revista Espírito Livre. Somente estarão participando dos sorteios os formulários enviados
até esta data. Os ganhadores serão comunicados por email e terão 24 horas para se manifestarem. Para cada evento, uma
inscrição por CPF. Os ganhadores terão seus nomes serão divulgados na edição 4 da Revista Espírito Livre.
Um por todos,
todos por um!
Por Alexandre Oliva
Michal Zacharzewski - sxc.hu
É curioso que a frase pre- Em tempos em que o mer- vos” Wiki e Software Livre.
sente na obra de Alexandre Du- cado descontrolado do “cada
Nessa nova economia,
mas tenha se popularizado na um por si” de Adam Smith an-
em que a competição se dá
ordem inversa à que ele escre- da em baixa (em mais de um
não em oposição, mas em adi-
veu, “tous por un, un por tous”, sentido), ganha força a consta-
ção à cooperação, à solidarie-
locução proveniente do Latim tação de John Nash, a Mente
dade e à fraternidade, vale
“Unus pro omnibus, omnes pro Brilhante do filme, de que a pre-
propor uma combinação dos le-
uno”. O Latim nos trouxe ainda missa de Smith era incomple-
mas dos mosqueteiros france-
a locução “E pluribus unum”, ta: “o melhor resultado advém
ses e dos fundadores
igualmente relacionada a comu- de cada um fazer o melhor pa-
estadunidenses: “(cada) um
nidades e formação de países, ra si, e para o grupo”, ou “cada
por todos, todos por (cada) um
e também invertida na atual cul- um por si e por todos”.
e pelo um formado por todos.”
tura popular, senão na escrita, Monopólios artificiais co- Falta só descobrir como escre-
sem dúvida nos valores. mo as versões atuais, corrompi- ver isso em Latim.
O sentido original carrega- das, de direito autoral,
va a noção da construção de patentes e marcas, tiveram ori-
Copyright 2009 Alexandre Oliva
um todo unido a partir de com- gem a partir de pressões apoia-
ponentes plurais com grande di- das na busca do benefício Cópia literal, distribuição e publica-
versidade. Para simbolizar a próprio, pregada por Smith, ção da íntegra deste artigo são permi-
mas paradoxalmente depende- tidas em qualquer meio, em todo o
união de diferentes colônias e mundo, desde que sejam preserva-
povos, a frase em Latim foi ado- ram, para sua introdução, e ca- das a nota de copyright, a URL oficial
da vez mais dependem, para do documento e esta nota de permis-
tada no brasão dos Estados são.
Unidos da América logo após sua manutenção até os dias
de hoje, da forte intervenção es- http://www.fsfla.org/svnwiki/blogs/
sua independência.
tatal rejeitada por princípio na lxo/pub/todos-por-um
De lá para cá, tem adquiri-
economia liberal.
do um sentido de competição
ALEXANDRE OLIVA
destrutiva, perdendo o sentido Esses privilégios imprópri- é conselheiro da
de como-unidade. Ao invés do os, cada vez mais usados com Fundação Software
propósitos anti-concorrenciais Livre América Latina,
“a partir de muitos, forma-se mantenedor do Linux-
um”, como a “uma só carne” (outro conflito com a doutrina libre, evangelizador
da economia liberal), têm mos- do Movimento
do casamento cristão, é co- Software Livre e
mum hoje em dia encontrar trado repetidamente que a satis- engenheiro de
quem entenda a expressão co- fação da ambição individual, compiladores na Red
Hat Brasil. Graduado
mo “de muitos, um se desta- levada às últimas consequênci- na Unicamp em
cou”, ou mesmo “restou as, não só não serve ao bem Engenharia de
comum, como ainda o prejudi- Computação e
apenas um”, um sentido High- Mestrado em
lander que nada carrega do ori- ca. Por isso mesmo ganham Ciências da
mais espaço os modelos de pro- Computação.
ginal comunitário, solidário e
fraterno. dução e inovação “coopetiti-
O bom é o corredor
Por Paulino Michelazzo
BRIGA DE EGO
Por Carlisson Galdino
Você me tenha respeito Mas é por incompetência Seu programa tem um bug
Seu newbie desgraçado Falta de estudos, dos bons Um looping (e se repete)
Eu sempre sigo padrões Assim não tem quem aguente!
Comento bem comentado Padrões, não me faça rir Pra corrigir, simplesmente,
Pago até mais do que devo Só se for o tal do POG Vim lhe trazer esse patch
Todo programa que escrevo Você é cabra safado
É todo certificado Escreve torto e é esnobe CARLISSON
GAUDINO é
Cada arquivo que salva Bacharel em Ciência
Se eu tivesse o seu dinheiro Leva ao inferno uma alma da Computação e
pós-graduado em
Ganho enrolando o povo E o fedor logo cobre Produção de
Certificava até GIF Software com
Isso pra mim é estorvo Você gosta de agredir Ênfase em Software
Livre. Já manteve
Que importa é lá no fonte Seu palerma, seu banana! projetos como
O seu gambiarra tem um monte Nem sei o que quer aqui IaraJS, Enciclopédia
Omega e Losango.
E nisso ele me dá nojo Me deixe que eu tenho gana Hoje mantém
Meu projeto é um mundão pequenos projetos
em seu blog
Ora, quem está falando! Vou lançar nova versão Cyaneus. Membro
Olho nas declarações! Ainda nesta semana da Academia
Arapiraquense de
Já disse que escrevo certo Letras e Artes, é
Eu sempre sigo os padrões É disso que vim falar autor do Cordel do
Se não entende, paciência, Você não entende, pivete Software Livre e do
Cordel do BrOffice.
SAAS E O
OPEN SOURCE
Por Cézar Taurion
Entrevista
exclusiva com
Jimmy Wales,
criador da
Wikipedia
Por João Fernando Costa Júnior
por sempre se referenciar dade de trazer muitas mentes se objetivo e estamos nos
com a própria Wikipedia. para resolver um problema. O sucedendo bem. Mas ainda te-
Mas conte-nos um pouco so- processo aberto permite a ra- mos um longo caminho a per-
bre esta palavra, o que se es- zão florescer, em vez da autori- correr.
conde atrás dela? dade arbitrária.
JW: A definição essencial E, obviamente, a mais co- REL: Muitos devem já
de wiki é “um site que qualquer mumente citada desvantagem lhe ter perguntado sobre is-
pessoa pode editar” - e o primei- é que, no modelo wiki, tudo é so, mas é interessante apre-
ro wiki foi inventado por Ward sempre um trabalho em proces- sentarmos para os leitores
Cunningham, em 1995. Mas es- so, assim, exige mais inteligên- sua visão a respeito: A Wiki-
ta definição simples não expli- cia dos leitores e editores, que pedia é bastante referencia-
ca como ela realmente as obras tradicionais. da no que diz respeito a
funciona – você precisa enten- artigos, principalmente em
der todos os instrumentos que pesquisas de termos e afins.
estão nas mãos da comunida- REL: Você acha que o
modelo wiki poderia se exten- Em escolas, vários professo-
de e todas as normas sociais res não aceitam citações vin-
para construir algo de qualida- der além da Internet? Em
que lugares você pensa que das da Wikipedia, o que você
de. tem a dizer sobre isso?
tal modelo seria frutífero?
JW: Acho difícil respon- JW: Penso que é um direi-
REL: E o modelo de cola- der a essas perguntas. Penso to trazer à mente ativa a Wiki-
boração wiki? Quais suas que muitas das ideias que sub- pedia. Penso também que os
vantagens? Existe alguma jazem uma comunidade wiki professores deveriam passar
desvantagem? de sucesso – razão, o respeito algum tempo ensinando os
JW: A principal vanta- pelos outros, a bondade, etc - pontos fortes e fracos da Wiki-
gem, naturalmente, é a capaci- também são necessárias a to- pedia aos seus alunos de for-
dos os outros tipos de ma séria.
comunidades. Simplesmente dizer aos
alunos "não use Wikipedia" é
inútil. É como dizer-lhes para
REL: Como foi não ouvir músicas de rock-and-
criar o serviço de wi- roll. Eles irão, não importa o
ki mais popular da in- que digam, porque a Wikipedia
ternet? Você é, obviamente, útil e divertido.
esperava que a Wiki-
pedia chegasse onde
chegou? REL: Fale um pouco so-
JW: Meu objetivo bre a Wikia.com. Como e
para a Wikipedia é criar- quando foi criada? Quais
mos uma enciclopédia li- seus propósitos?
vre para cada pessoa JW: Referimo-nos a
no planeta na sua pró- Wikia como "o resto da bibliote-
pria língua. Estamos ca" - um lugar onde as pesso-
constantemente traba- as possam entrar e construir
Figura 1 - Logo oficial da Wikipedia lhando para atingir es- qualquer tipo de livro ou traba-
DE QUE
MATÉRIA É
FEITO O
CONHECIMENTO? Ove Tøpfer - sxc.hu
Há apenas alguns anos que até agora não é encarada mo e a seus negócios contra
era fácil apontar onde se encon- de frente pelos antigos donos outros quase-anônimos que
travam e quem detinha os sabe- do poder: era o controle das mí- querem suas teses reconheci-
res mais valiosos da dias e dispositivos, e não algu- das e suas opiniões validadas.
humanidade. Escolas, universi- ma visão superior da São dois grupos diferentes que
dade, bibliotecas, enciclopédi- realidade, o responsável pelo desenham dois mundos distin-
as, governos, indústrias, monopólio dos saberes univer- tos e excludentes: aquele for-
empresários, cientistas, jornalis- sais e pela lucrativa indústria mado só por consumidores de
tas e outras personalidades cultural e da informação. Não informação e aquele formado
sempre foram referência de on- há eleitos para guiar a humani- só por autores/produtores de
de encontrar o conhecimento dade pelo caminho da evolu- conhecimento – todos nós.
acumulado e organizado. Éra- ção, apenas déspotas Conhecimento é a pala-
mos consumidores daquilo que visionários ou conservadores a vra-chave aqui. Ele representa
nos faziam chegar pela televi- ditar seus próprios interesses tudo aquilo que se sabe, aplica
são, jornal, livros e discos, e no que julgam ser benéfico pa- e é aprendido. É mais do que
nossa crítica se limitava a esco- ra todos. educação, política ou técnica e
lher no quê concordar e em Hoje, no mundo, o emba- não se limita a um único indiví-
qual mídia confiar. te sobre a qualidade do conheci- duo por envolver também o
A deselitização dos mei- mento cultivado dentro das processo coletivo que o cons-
os de produção e distribuição novas mídias confrontam pesa- truiu. É como concluiu Paulo
do conhecimento trouxe uma mentos velhos e novos, assim Freire: "ninguém aprende sozi-
nova constatação, tão importan- como modelos e personagens nho". Para nós da nova era o
te, revolucionária e perigosa que tentam perpetuar a si mes- conhecimento é obrigatoria-
Colaboração em micro
empresas
Por Evaldo Junior
S.B.K. - sxc.hu
O primeiro problema en- sa documentação foi muito útil ir direto para a parte prática e
frentado foi a explicitação des- pois permitiu que a gerência ver as coisas funcionando é
ses conhecimentos. Desco- da empresa visualiza-se como muito grande, mas se você
brimos que muitas pessoas os funcionários enxergam os tem uma empresa para geren-
tem uma dificuldade muito gran- procedimentos da empresa e, ciar tente não se prender a is-
de em botar no papel aquilo no geral, como a empresa funci- so. No final das contas o mais
que fazem. Descobrimos tam- ona. importante é a organização e
bém que muitos realizam suas Na parte técnica a deci- não qual o software, no caso
tarefas de forma não tão eficien- são era qual software de Wiki Wiki, foi escolhido para a ges-
te. Mas estes detalhes gerenci- seria utilizado. Eu, particular- tão.
ais podem ser omitidos aqui. mente, já utilizo a famosa
Chegamos então à deci- MediaWiki [1], sim a da Wiki-
são de onde manteríamos toda pedia, para um projeto pesso-
essa nova documentação que, al, então pensei em utiliza-la Maiores informações:
aliás, ainda nem estava pron- também na empresa. Mas pen-
[1] Site MediaWiki:
ta. Usaríamos manuais impres- sei bem e resolvi não ser injus-
http://www.mediawiki.org
sos? Uma página na intranet? to com os demais softwares do
Documentos digitais? Essas op- gênero, então fui pesquisar as
[2] Artigo sobre vários software
ções são até boas, mas imagi- outras opções.
para wiki:
ne os custos com a impressão Nesta página [2] há uma http://c2.com/cgi/wiki?WikiEngines
destes materiais, e em caso de infinidade de softwares para
alterações? Para uma micro em- Wiki, tem para todos os gostos [3] Site Dokuwiki:
presa isso é proibitivo, além de e ambientes. http://www.dokuwiki.org
não ser uma alternativa ecológi-
ca. As opções de uma página Após conhecer algumas
na intranet e documentos digi- opções eu escolhi a DokuWiki
tais também não são ruins, [3]. Este software de Wiki é fo-
mas elas tentem a dificultar as cado na documentação para pe-
possíveis alteração. Foi aí que quenas empresas e nem
decidimos utilizar um software mesmo utiliza um SGBD, no lu-
de Wiki. gar disso são criados arquivos
em texto puro no servidor. Eu
Utilizando Wikis a criação achei que a escolha foi boa e a
da documentação fica simples, DokuWiki está atendendo nos-
as pessoas podem colaborar sas necessidades.
entre si e documentar todo o
funcionamento da empresa. A É importante ressaltar
alteração fica simples e o aces- que o software Wiki escolhido
so é muito facilitado. foi a última peça deste quebra
EVALDO JUNIOR
cabeças. Antes disso a empre- (InFog) é formado
No nosso caso os procedi- sa já estava com a consciência pela Fatec em
mentos foram documentados de que as mudanças era para processamento de
pelos próprios funcionários de dados e atualmente
melhor e as regras para a cola- é desenvolvedor,
forma colaborativa e depois dis- boração já tinham sido defini- administrador de
so a gerência fez os ajustes e das. Eu sei que para nós,
sistemas e membro
da comunidade de
adaptações necessários. Do técnicos da área, a vontade de software livre.
ponto de vista empresarial es-
Antigas novidades,
novas antiguidades:
os modelos colaborativos
de conhecimento
Por Orlando Lopes
Vivemos tão imersos na to e acúmulo de know-how po- bientes digitais. Nesses
revolução digital que muitas ve- de permitir a geração de uma ambientes, ferramentas de
zes não temos como criar o dis- variedade de produtos a partir software permitem de forma ca-
tanciamento necessário para da menor quantidade possível da vez mais articulada a adi-
localizar como as dinâmicas di- de recursos. A capacidade ção rápida de novos conteúdos
gitais participam e interferem econômica dos indivíduos e fornecidos pelos usuários de
tanto nas nossas vidas individu- dos grupos (como as empre- um ambiente. Uma das ques-
ais quanto nas nossas vidas co- sas ou, no limite, as próprias so- tões a serem aí enfatizadas é
letivas. Já há algumas ciedades) está cada vez mais a do modelo, da imagem forne-
décadas, estamos fazendo a ligada à sua capacidade opera- cida pelas ferramentas e pelo
transição entre aquilo que cha- cional em relação a repertórios conceito de wiki. Até onde sei,
mamos de “sociedades industri- e repositórios de conhecimento trata-se da primeira concretiza-
ais” e as “sociedades de que precisam não apenas es- ção informática de conceitos
informação”. Ao invés de pen- tar disponíveis, mas organiza- como polifonia e dialogismo
sarmos pensarmos na conver- dos e instrumentalizados por textual, noções que começa-
gência de uma série de ferramentas de gestão e recupe- ram a ser desenvolvidas ainda
recursos para a geração de um ração de informações. na primeira metade do século
produto (ou alguns poucos pro- A expressão “wiki” refere XX, e que até então estavam
dutos), pensamos cada vez uma forma de construir conheci- restritas aos estudiosos de áre-
mais o quanto o desenvolvimen- mento de forma coletiva em am- as como a Lingüística, a Teoria
da Informação e a Teoria da Li- muitas das culturas que costu- to social. E o maior problema
teratura. Observando-se o con- mos classificar como “primiti- não é mais “técnico”, no senti-
texto histórico da Era Moderna vas”). Autores, comentadores do estrito do termo: o proble-
e da famosa “Galáxia de Gu- e copistas compartilhavam infor- ma é, cada vez mais, um
temberg”, é possível notar que mações e conhecimentos, de problema de “recursos huma-
passamos mais de cinco sécu- uma forma que não teríamos nos”: agora são os usuários
los aprendendo a incorporar a muita dificuldade em aproximar que precisam “reaprender” es-
representação linear e contí- de um data center contemporâ- tratégias de compartilhamento
nua da linguagem verbal e do neo. A maior diferença, além é que superem os hábitos cria-
conhecimento que ela veicula claro das disponibilidades técni- dos por um mundo baseado no
– e constrói. Nesses cinco sécu- cas, talvez esteja na liberdade individualismo e na progressão
los nossas sociedades aprende- com que podemos (ao menos linear. Hoje em dia lidamos ca-
ram a conviver e a confiar na em alguns casos) acessar nos- da vez mais frequentemente
linearidade e na continuidade, sos bancos de dados digitais: com modelos de leitura – e de
aliás essa é uma das grandes se antes as restrições eram so- cognição – que se asseme-
bases do que chamamos de bretudo de ordem religiosa e po- lham aos modelos emprega-
“esclarecimento” e “racionalida- lítica, hoje elas tendem a ser dos na interpretação musical
de”. principalmente econômicas e... (veja-se, por exemplo, um títu-
Passar a utilizar os concei- ainda políticas. lo como Para uma teoria da in-
tos que integram a lógica wiki Com a simplificação da terpretação, de Roberto
não significa, do ponto de vista disponibilização de recursos wi- Corrêa dos Santos, de 1989),
cognitivo e social, uma “desco- ki via Web 2.0, uma comunida- mas essa mudança ainda tem
berta”, mas antes de uma “re- de cada vez maior de usuários muito chão para conquistar,
descoberta”. Na Idade Média, passou a contar com esse re- principalmente no que toca
por exemplo a noção de auto- curso, mas muitas vezes ele aos ambientes organizacionais
ria não exigia a correspondên- ainda não chega a produzir re- públicos e privados (em princí-
cia com uma “pessoa física”, sultados satisfatórios, seja no pio, os ambientes não-governa-
sendo muitas vezes dispensa- trabalho, seja na escola ou nas mentais têm menos problemas
da (e o mesmo acontece com demais formas de agrupamen- “ideológicos” para aceitar a ló-
gica construtiva e colaborativa,
mas é nela também que costu-
mam encontrar-se as maiores
carências de know-how, ou se-
A lógica wiki permite ja, há mais “abertura” porém
pouco – ou nenhum – domínio
diversificarmos a forma como técnico).
aprendemos (recuperamos, Os dois termos de maior
destaque na definição do wiki
procesamos e aplicamos) são, muito justamente, constru-
ção e colaboração, termos que
conhecimentos e dispomos deles apontam – alcançam – espa-
ços de produção de conheci-
em ações coletivas. mento não diretamente
Orlando Lopes
associados à tecnologia digital,
mas a processos mentais (os
processos cognitivos) e sociais de Peter Busch (2008), e Inter- Davies, John. Semantic
(os processos colaborativos). net and society: social theory Knowledge Management.
A lógica wiki permite diversifi- in the information age, de Chris- Gardners Books, 2008.
car a forma como aprendemos tian Fuchs (2008), para ficar- http://books.google.com.br/books?id=
(recuperamos, processamos e mos apenas com algumas dOIfy7aZUaAC
aplicamos) conhecimentos e publicações recentes.
dispomos deles em ações cole- No Brasil e, certamente, Architecting Information
tivas. Muitos leitores já devem em outros países nos quais a Technology Solutions Modern
ter ouvido falar ou até mesmo li- tradição da vivência em grupo Approaches to Systems Analysis
do alguma obra como As árvo- foi suficientemente forte para and Design. [S.l.]: Igi Pub, 2008.
res de conhecimentos, de “resistir” às dinâmicas de organi- http://books.google.com.br/books?id=
Pierre Lévy e Michel Authier zação linear do conhecimento KGd5hL2-rvQC
(ANO), em que são dados e da vida produtiva, temos a
exemplos hipotéticos de utiliza- vantagem potencial de não pre- Rivoltella, P. C. Digital Literacy:
ção de ambientes colaborati- cisarmos nos adaptar à lógica Tools and Methodologies for
vos tanto em grandes de uma “cultura wiki”: qualquer Information Society. Hershey PA:
corporações quanto em univer- um que já tenha na vida partici- IRM Press, 2008.
sidades ou, mesmo, em jardins pado de um mutirão, ou que te- http://books.google.com.br/books?id=
de infância. O americaníssimo nha vivido em alguma BL46FgAN-LoC
FBI, por exemplo, mantêm ho- pequena cidade de interior, em
je um wiki chamado Bureau- algum bairro de periferia, deve Eisner, Caroline, and Martha
pedia, no qual a gestão de co- ter alguma experiência colabo- Vicinus. Originality, Imitation, and
nhecimento permite aos agen- rativa “off computer” para con- Plagiarism: Teaching Writing in
tes e analistas acumular e tar. Digam se o mundo não dá the Digital Age. Ann Arbor:
compartilhar as informações de- voltas: os mais avançados re- University of Michigan Press,
correntes de suas investiga- cursos tecnológicos não fazem 2008.
ções, que ficarão disponíveis (muito) mais do que aquilo que http://books.google.com.br/books?id=
mesmo depois que esses traba- nossos avós e ancestrais fize- bJukFZP0KG0C
lhadores passem à aposentado- ram por séculos – no fundo, no
ria. fundo, o que eles nos permi- FUCHS, Christian. Internet and
society: social theory in the
Há hoje uma farta biblio- tem é reaprender a trabalhar
information age. Routledge, 2008.
grafia sobre colaboração e em grupo.
http://books.google.com.br/books?id=
construção coletiva de conheci-
sQ4Dqn0pSAEC
mento. Para quem já conhece Maiores informações:
o acervo do Google Books, há
opções como o Wiki writing, de Robert Cummings, Matthew
Robert Cummings e Mathew Barton. Wiki Writing: Collaborative
Barton (2008), dedicado à apli- Learning in the College Classroom. ORLANDO LOPES
University of Michigan Press, 2008. é pesquisador no
cações educacionais, ou Núcleo de Estudos
Semantic Knowledge Manage- http://books.google.com.br/books?id= em Tecnologias de
U_Jos-CxgBgC Gestão e
ment, editado por John Davies, Subjetividades do
Marko Grobelnik, Dunja PPGAdmin/UFES e
Pierre Lévy. Cibercultura. Rio de Consultor para o
Mladenic (2008), ou, ainda, títu- desenvolvimento de
los como Tacit Knowledge Janeiro: Editora 34, 1999. Projetos em
in Organizational Learning, http://books.google.com.br/books?id= Responsabilidade
Cultural e Social.
7L29Np0d2YcC
Quem é a comunidade do
Overmundo?
Por Viktor Chagas
exterior, com foco em seus as- gente chegou só agora. Muita dessa rede colaborativa de-
pectos que não costumam rece- gente está desde o início liga- monstra a seriedade do traba-
ber cobertura da grande mídia. da no site, mas jamais se posici- lho desenvolvido pela Equipe
Se é assim: a comunidade en- onou sobre os assuntos Overmundo e ilustra o poder
volve, pelo menos, os mais de levantados para a discussão da comunidade do Overmundo.
900 mil visitantes únicos que re- de melhorias no sistema de mo- É mais ou menos isso o
cebemos todos os meses em deração. Há várias maneiras que queremos dizer quando
média, ou os quase 2 milhões possíveis de relação como o nos referimos à “comunidade”
de pageviews gerados a partir Overmundo. Muita gente não do Overmundo. E é mais ou
menos essa impressão de sa-
tisfação que temos quando ou-
vimos alguém dizer que o
Overmundo é construído pela
A vitalidade crescente sua comunidade.
dessa rede colaborativa demonstra a
seriedade do trabalho desenvolvido Maiores informações:
pela Equipe Overmundo e ilustra o Site Overmundo:
http://www.overmundo.com.br
poder da comunidade do
Site Instituto Overmundo:
Overmundo. http://www.institutoovermundo.org.br
Viktor Chagas
O wiki-jornalismo é fruto
desta arquitetura aberta, a di-
mensão mundial e o caráter
multidirecional da comunica-
ção, assim como outros fatores O sistema wiki
como a abertura do código
HTML e a WWW. O primeiro possibilita ao jornalismo uma
wiki, chamado PortlandPattern-
Repository, foi criado em 1995
alternativa para a mudança do
pelo programador Ward Cun-
ningham, que objetivava facili-
habitus e valores do mainstream
tar o registro e a troca de midiático.
conhecimento entre os mem-
Yuri Almeida
bros da sua empresa de softwa-
res. No decorrer dos anos o
sistema foi utilizado por institui-
ções públicas e privadas e pe- Apesar de experiências cializem o relacionamento com
los próprios jornais. ainda em curso, o sistema wiki seu público, uma vez que a co-
Wiki-jornalismo é um siste- possibilita ao jornalismo uma al- laboração precisa ser filtrada,
ma baseado em autoria coleti- ternativa para a mudança do ha- averiguada e remixada dentro
va, que permite intervenções bitus e valores do mainstream do universo noticioso e expõe
rápidas para a melhoria ou com- midiático. Destaco três premis- o jornal e os jornalistas no que
plementação dos textos em sas básicas que a filosofia wiki tange a manipulação editorial
um trabalho contínuo, sem horá- pode proporcionar aos própri- ou erros na reportagem, já que
rios e prazos estabelecidos. As os jornalistas: 1- edição colabo- a entrevista com as fontes, ma-
experiências de wiki-jornalismo rativa de textos com a terial de pesquisa, entre outros
ainda são primárias no Brasil, participação dos leitores; 2- inte- são disponibilizados na íntegra
com destaque para o Wikinotíci- ração entre a comunidade e os para a consulta e verificação
as, idealizado pela Fundação jornalistas; 3- transparência dos dados.
Wikimedia, a mesma que geren- dos processos produtivos e, Além destes entraves, co-
cia a Wikipedia. O Wikinotícias consequentemente, maior credi- mo transformar um espaço re-
entrou em funcionamento, ofici- bilidade para os medias. pleto de rabiscos, com
almente, em 4 de março de Entretanto, ao adotar a filo- anotações incompreensíveis
2005 e hoje contabilizava sofia wiki em sua rotina produti- em um produto jornalístico? Es-
4.528 notícias escritas em lín- va, o jornalismo depara-se te questionamento implica pen-
gua portuguesa. Neste sítio, a com os questionamentos relaci- sar diretamente na notícia,
notícia passa por três etapas: onados aos critérios de noticia- vista como a síntese do jorna-
1- fila de edição, 2- fila de revi- bilidade, já que a edição lismo. A notícia, diferente de
são e 3- artigo publicado. Após coletiva exige, sobretudo tem- um software, não é beta, pois
a publicação, a notícia pode po e diálogo para a finalização uma vez publicada interfere no
ser protegida contra a edição do texto pela comunidade, que mundo das finanças, política e
e, em caso de continuidade do não segue a lógica do fecha- vida pessoal dos indivíduos. A
mesmo fato, novos artigos são mento dos jornais e dead line notícia, desenvolvida em uma
criados e linkados uns aos ou- das matérias, demanda a cria- concepção wiki, estará sempre
tros. ção de mecanismos que poten- em fase beta e tal característi-
VIRADO
PRA LUA
Parte 3
Por Lázaro Reinã
Controlando
seu desktop GNU/Linux
com o celular
Por Guilherme Chaves
Movidos ao advento da ponta, esses que incluem con- mos apartir de R$ 12,00, ou
mobilidade, muitos estão adqui- trole remoto. em uma loja o preço médio de
rindo aprelhos modernos para Para evitar o contratempo R$ 35,00.
tornar suas tarefas agéis e dinâ- do gasto, em tempos de crise, Antes de prosseguirmos,
micas, não importa se está em encontramos o Bluepad, um vejamos os recursos do softwa-
casa, numa lanchonete e até software que faz ligação entre re:
numa lavanderia. Em meio a seu celular e seu desktop, bas-
um emergente revolução que - Controle de apresentações
ta que seus aparelhos possu- (passagem e interação com sli-
rompe limites de tempo e espa- am algumas características:
ço, encontramos alguns contra- des);
tempos. - Celular com suporte a aplica- - Play/Pause/Stop em músicas
ções JAVA(J2ME); e filmes;
Aqui trataremos de um as- - Note/PC com Bluetooth inte- - Jogar seus games prediletos
sunto interessante para pales- grado ou 1 adaptador Blueto- com o celular;
trantes, professores, alunos e oth USB; - Interface multilíngual: Inglês,
etc. Em uma palestra/apresenta- - Você não precisa se conectar Português, Espanhol, Grego,
ção, quase sempre nos depara- à Matrix pelo orifício da nuca... Italiano e Francês.
mos com uma cena distinta,
onde o palestrante deve se des- Se o seu desktop não pos-
locar, contorcer, desdobrar, fa- Os arquivos para down-
sui bluetooth, fique tranquilo, o load estão na página do proje-
zer malabarismos hilários para adaptador bluetooth usb é fácil
simplesmente apertar uma te- to:
de encontrar e o preço médio
cla de seu desktop, que geral- varia de acordo com sua op-
mente fica a um distância ção de compra.
média de 1,5 metros; seria tão http://www.valeriovale-
fácil se todos tivéssemos os últi- Se optar por comprar onli- rio.org/bluepad/index.php?pa-
mos modelos de desktop de ne, encontrará adaptadores óti- ge=download
Instalando o NetBSD
Figura 1.5
Figura 1.6
Figura 1.4
Figura 1.8
Figura 1.9
como livre (Free space). Podemos agora definir A próxima tela mostrará para você como
o tamanho das nossas partições de acordo com ficará as suas partições após a formatação.
o nosso gosto. Esta é a sua ultima chance de alterar o
esquema de partições antes da formatação.
Caso tudo esteja de acordo, selecione a ultima
opção e pressione enter.
Figura 1.13
Figura 1.14
Figura 1.22
Figura 1.24
Figura 1.25
Figura 1.31
Figura 1.32
Nesta etapa alguns iniciantes (isso me
inclui na época em que comecei com o
Figura 1.30 NetBSD), se deparam com a mesma tela inicial
da instalação e acabam por reiniciar a
Bastante cuidado nesse momento use
uma senha que você saiba que não irá
esquecer, mas que seja segura. Não será
exibido nenhum caractere para você enquanto a
senha é digitada (um asterisco para cada dígito
por exemplo).
Na próxima tela será requisitado que você
indique qual shell o usuário root deverá usar. O
shell padrão do NetBSD é o sh, por isso ele é o
primeiro da lista e por padrão ele já vem
selecionado. Pressione enter sobre ele. Figura 1.33
Figura 1.35
abaixo do mundo todo na ISO mesmo é que vocês procurem [III] http://tuxdeluxe.org/node/
(para não usar outra parte do uma ferramente que suporte na- 296
corpo humano e outro tipo de in- tivamente (com dignidade e higi-
trodução física como exemplo). ene) o padrão ODF, como o [IV] http://www.oasis-open.org/
No final da história, o OpenOffice.org/BrOffice.org. committees/tc_home.php?wg_
0,005% de respeito que eu ain- Deixo ainda um alerta fi- abbrev=office
da tinha pela a empresa de nal aos usuários do OpenOffi-
Redmond acabou de morrer. ce.org e do BrOffice.org. Eu [V] http://www.sun.com/
Meus pais me ensinaram a só admiro os esforços dos desen- software/star/odf_plugin/
respeitar quem me respeita e volvedores do OpenOffice.org
desta vez eles me desrespeita- em implementar o ODF 1.2
ram de todas as formas possí- nas últimas versões da suíte,
veis (como desenvolvedor do mas acho que deixar o ODF Maiores informações:
ODF e como usuário de docu- 1.2 como padrão foi um erro, ODF Alliance:
mentos ODF). Acho que vocês que pode ser corrigido pelos http://www.odfalliance.org
devem estar sentindo o mes- usuários através das configura-
mo. ções da suíte (“Ferramentas” Site do OpenOffice.org:
Nas últimas semanas mui- → “Opções” → “Carregar/Sal- http://www.openoffice.org
to foi escrito na Web sobre os var” → “Geral” → “Versão do
problemas do SP2 do Office formato ODF” ajuste para Site do BrOffice.org:
2007 e a repercussão foi tama- “1.0/1.1 (OpenOffice.org 2.x)”). http://www.broffice.org
nha que descobri há alguns di- Faço esta recomendação pois
as, através do Twitter de um o ODF 1.2 ainda não está finali- Site da OASIS:
dos gestores da empresa, que zado e portanto não está imple- http://www.oasis-open.org
a Microsoft está procurando al- mentado e testado na maioria
guém para contratar que “gos- das aplicações como o ODF Site da Sun Microsystems
te de escrever sobre padrões 1.1. São raras as funcionalida- http://www.sun.com
abertos e padrões de documen- des do OpenOffice.org que
tos de escritório”. Chega a ser vão demandar o ODF 1.2 e por- Blog do Jomar:
hilário ver a empresa numa situ- tanto, podem seguir minha reco- http://homembit.com
ação destas e isso mostra a fal- mendação numa boa (estou
ta de seriedade deles: Por que usando meu OpenOffice.org as-
não contratam um desenvolve- sim desde o lançamento da ver- JOMAR SILVA é
são 3.0 sem problema algum). engenheiro
dor que saiba trabalhar de ver- eletrônico e Diretor
dade com o ODF e consertem Geral da ODF
Alliance Latin
de vez a porcaria que fizeram? Referências America. É também
Vão contratar um blogueiro? coordenador do
[I] http://homembit.com/2009/ grupo de trabalho na
Em resumo, caso vocês in- 05/microsoft-agora-tenta- ABNT responsável
pela adoção do ODF
sistam em usar o MS Office pa- fragmentar-o-odf.html como norma
ra trabalhar com documentos brasileira e membro
do OASIS ODF TC,
ODF, recomendo que utilizem [II] http://homembit.com/2009/ o comitê
um plug-in desenvolvido pela 03/violacao-de-direitos- internacional que
Sun Microsystems[V], que po- humanos-cadastro-na-anatel- desenvolve o padrão
ODF (Open
de ser utilizado em versões an- so-funciona-em-windows.html Document Format).
teriores do Office. Recomendo
DISSECANDO O
TCOS
Por Aécio Pires
Kriss Szkurlatowski - sxc.hu
Input Output System) para ser o primeiro da or- ção e encriptação dos dados. No TCOS, o TFTP
dem de inicialização. é utilizado para transferir os arquivos de iniciali-
Quando a interface de rede não suporta o zação dos clientes magros. Esse protocolo é
protocolo PXE, o cliente pode ser inicializado descrito na RFC 1350[5].
por meio de um disquete (Etherboot), que conte- XDMCP (X Display Manager Control Proto-
nha os arquivos gerados pelo TcosConfig. No en- col) => é um protocolo muito utilizado entre ter-
tanto esse método não é mais recomendado minais e servidores X. Basicamente um terminal
pelo desenvolvedor. Uma alternativa é inicializá- se conecta a um servidor X na porta 177/UDP e
lo por meio de um CD-ROM ou pelo disco rígi- 177/TCP, podendo assim executar aplicações
do. gráficas remotamente. O estabelecimento da co-
A inicialização via NFS (Network File municação é provida pelo protocolo XDMCP. Já
System) ocorre de forma semelhante ao projeto a transmissão dos resultados da execução das
LTSP[2] (Linux Terminal Server Project), mas aplicações gráficas é feita pelo protocolo X11,
ela só é recomendada quando os clientes possu- que atua até o fim da conexão. O principal pro-
em menos que 38 MB de memória RAM, caso blema do XDMCP e do X11 é que os dados não
contrário os clientes usam o protocolo TFTP são criptografados, sendo possível capturar a
(Trivial Transfer Protocol) para obter os arquivos
de inicialização que estão no servidor.
Protocolos utilizados
O TCOS faz uso dos seguintes protocolos:
PXE (Preboot Execution Environment) =>
desenvolvido inicialmente pela Intel. Ele funcio-
na na interface de rede, tornando-a um dispositi-
vo de inicialização. Ele é o primeiro protocolo a
ser utilizado para fazer a comunicação entre o cli-
ente magro e o servidor, enviando mensagens
broadcast para obter um endereço IP (Internet
Protocol) válido para acessar a rede. Esse proto-
colo é descrito na RFC 4578[3].
DHCP (Dynamic Host Configuration Proto-
col) => usado para distribuir os endereços IP e
outras configurações de rede aos clientes ma-
gros, como por exemplo: a localização da ima-
gem de boot do sistema operacional (boot
image), que deve ser obtida via rede. Esse proto-
colo é descrito na RFC 2131[4].
TFTP (Trivial File Transfer Protocol) => um
protocolo simples de transferência de arquivos,
similar ao FTP (File Transfer Protocol). O TFTP
utiliza a porta 69/UDP para transferir arquivos
sem nenhum tipo de verificação de erros, além
de não possuir nenhum mecanismo de autentica- Figura 3: Etapas da inicialização de um cliente TCOS
-- Cliente magro:
[8] Wiki TCOS
* processador: Pentium II ou outro compatível http://wiki.tcosproject.org/TCOS/Introduction/pt-br
com clock de, pelo menos, 300 a 350 Mhz;
* memória RAM: 64 MB ; [9] TCOS Brasil
http://br.tcosproject.org
* interface de rede: uma com taxa de transferên-
cia de 100 Mbps e suporte ao protocolo PXE.
AÉCIO PIRES (http://aeciopires.rg3.net) é
graduando em redes de computadores pelo
-- Infra-estrutura de rede (com switch) IFPB (www.ifpb.edu.br), tradutor do TCOS,
fundador da comunidade TCOS Brasil e
com taxa de transferência de, pelo menos, estagiário da Secretaria da Receita do
100 Mbps; Estado da Paraíba, onde faz pesquisas com
TCOS desde junho de 2008.
Segurança
da Informação:
mudanças de paradigma
com o avanço da civilização
Por Luiz Vieira
Mihai Andoni - sxc.hu
Atualmente temos assisti- ras aldeias e grupos gregários; nagem, como meio de
do um grande avanço na área e assim, os seres humanos co- apropriar-se de informações si-
da tecnologia da informação, in- meçam a deixar de serem nô- gilosas, e a criptografia, como
cluindo as telecomunicações. mades para fixarem raízes nos forma de proteger a informa-
Esse avanço nos traz uma mai- locais escolhidos para habitar. ção dos olhos dos inimigos.
or rapidez na troca de informa- Esse modelo social persis- Durante esse longo espa-
ções e, consequentemente, tiu com algumas alterações, ço de tempo, o bem maior que
maior exigência das pessoas. pois os seres humanos apren- uma pessoa poderia possuir
Nesse momento histórico, o deram a criar regras de condu- eram as terras. Quanto mais
ser humano nunca desempe- ta e convivência para terras, mais riquezas! Pode-
nhou um papel tão importante regulamentar o convívio social, mos perceber isso mais especi-
no processo de manipulação até o século XVII, no final da ficamente na idade média,
de riquezas, mesmo que dividin- Idade Média. E mesmo nesse onde senhores de terras dividi-
do seu papel com a tecnolo- período, já vemos que a impor- am seus feudos em pedaços e
gia, mais especificamente os tância da informação aumenta possuíam centenas de campo-
computadores. cada vez mais, pois nas guer- neses trabalhando para eles
Há milênios atrás, os se- ras alguns generais mais astuci- durante a vida inteira. Entretan-
res humanos deixaram de ser osos empregam meios de to, junto com a terra, outro
coletores para virarem agriculto- camuflá-la, protegê-la ou apro- grande bem dos detentores do
res. Nesse momento da histó- priar-se da mesma. Foi nesse poder nessa época da história
ria da civilização humana, período, que compreende milê- da humanidade, era a mão de
começaram a surgir as primei- nios, que vemos surgir a espio- obra.
um corpo de conhecimento fos- segurança, podemos dizer que Meu objetivo, nessa se-
se criado para dar a devida houve um distúrbio em determi- ção de segurança da informa-
atenção às anomalias e prote- nado pilar da tríade. E como is- ção na Revista Espírito Livre,
ger esse ativo tão importante. so deve ser evitado ao será de abordar os princípios
Essa área de atuação, que já máximo, para não expor a infor- básicos da SI, perfazendo todo
existia há muito anos, mas ago- mação a quem não é de direi- o caminho que engloba desde
ra com tarefas bem mais defini- to, para que permaneça políticas, normas e padroniza-
das, com regras e normas a disponível, ou que não ocor- ções, até análise de vulnerabili-
serem seguidas é a Segurança ram alterações indevidas, a se- dades, testes de intrusão e
da Informação, ou SI. gurança da informação precisa auditoria em redes e sistemas.
A Segurança da Informa- atuar constantemente assegu- Procuraremos sempre in-
ção está fundamentada especifi- rando o bom funcionamento dicar os softwares livres que
camente sobre três pilares: das políticas de segurança e utilizamos para cada passo e
dos processos envolvidos na procedimento, pois tudo o que
Disponibilidade - informa- manipulação da informação.
ção, processos ou sistemas se faz com softwares proprietá-
acessíveis quando solicitados; Podemos ver na figura 1 rios, somos capazes de fazer
alguns dos distúrbios mais co- com software livre, e na maio-
Integridade - proteger a muns à tríade, vinculados a ata- ria das vezes de forma bem
informação, processo ou siste- ques que visam a área de TIC. melhor, pois temos a liberdade
ma de alterações não autoriza- de adaptar a ferramenta às
das; Se prestarmos atenção e
analisarmos o ambiente que nossas necessidades. Vere-
Confidencialidade - é a nos cerca, perceberemos que mos isso também em alguns fu-
garantia de que uma informa- esses ataques ocorrem frequen- turos artigos.
ção só poderá ser conhecida temente e que todos correm o
por aqueles que tiverem tal di- risco de serem vítimas de pes-
reito. soas maliciosas, visando a ob-
Quando ocorre alguma tenção de informações
anomalia ou ataque sobre um sigilosas, seja informações pes- LUIZ VIEIRA é
soais ou corporativas. Analista de
ou mais desses três pilares da Segurança, trabalha
na área de TI desde
1996, com Proteção
de Perímetro, Pen
Testing e Consultoria
na área de
Segurança da
Informação.
Também é professor
de curso técnico em
TI com ênfase em
Segurança em TI e
ministra vários
cursos na área de
Segurança. Além da
área técnica,
trabalha como
psicoterapeuta com
especialização em
Hipnose, PNL,
Regressão, EFT,
Sedona Method,
Figura 1 - Pilares da segurança da informação Coaching.
O Movimento Estudantil de
Computação e a Comunidade
de Software Livre
Por Filipe Saraiva
Este mês, nosso artigo vestigar com mais profundida- ferramentas de comunicação
mensal terá um caráter mais fi- de a formação docente no que da web.
losófico do que propriamente diz respeito à utilização dos re- Devido as limitações tem-
prático, pois pretende abordar cursos tecnológicos oferecidos porais, pesquisei apenas em
a formação inicial do professor hoje nos laboratórios de infor- 23 Instituições de Ensino Supe-
para o uso das novas tecnologi- mática das escolas, ao obser- rior (IES), dando prioridade
as na educação, com ênfase var que a maioria dos alunos, aos cursos de Pedagogia, Ma-
no software livre. principalmente do curso de Pe- temática e Letras. Para meu
Recentemente, fui convi- dagogia, embora estudassem desalento e tristeza, constatei
dada a dar uma palestra em em um centro de excelência que um pouco mais de 10%
uma renomada universidade lo- em educação e em difusão de das faculdades pesquisadas,
cal, na disciplina de Informáti- tecnologias digitais, nunca ti- apenas 3 possuem em sua gra-
ca Educativa para alunos de nham ouvido falar do software li- de curricular oficial como disci-
cursos superiores em Pedago- vre, nem tão pouco suas plina obrigatória, a Informática
gia e Ciência da Computação. aplicações na educação. Este Educativa ou afins.
Foi algo bem informal, um mo- fato, me deixou bastante intriga-
da, e resolvi a própria sorte, Por questões éticas, não
mento de troca de conhecimen- citarei o nome das faculdades
to, um debate gostoso sobre o pesquisar, sem um rigor estatís-
tico, a presença ou ausência pesquisadas, mas posso afir-
software livre e suas implica- mar que a maioria dos IES,
ções na escola. da disciplina Informática Educa-
tiva (ou similar) nos currículos que possuem a preocupação
Todavia, minha alma de dos cursos de formação de pro- em inserir a tecnologia digital
pesquisadora, levou a querer in- fessores, utilizando apenas as nos cursos de formação de pro-
fessores, estavam no eixo Sul- centes irão assumir as salas tecnologias digitais à sua práti-
Sudeste, em faculdades particu- de aulas brasileiras, sem nun- ca. Os poucos que conseguem
lares, notadamente nos cursos ca ouvir falar do uso do compu- conciliar trabalho e formação,
de Pedagogia. O mais grave é tador na educação e muito o fazem, em cursos profissiona-
que nos cursos de Matemática menos no software livre em lizantes, ficando limitados a pla-
não encontrei nenhuma faculda- sua formação inicial. taformas proprietárias e tem
de e no curso de Letras ape- Na perspectiva da forma- muita dificuldade ao utilizar os
nas uma universidade pública, ção de professores, é impres- Laboratórios de Informática
abordava o software livre na dis- cindível se pensar na escolha Educativa (LIES), que adotam
ciplina de Fonética. do software a ser utilizado. o software livre como padrão.
É importante ressaltar Uma vez que, esta em jogo é a O governo bem que se esfor-
que a amostra foi pequena, e questão da cooperação e da co- ça. É notório que as três instân-
que portanto, não se pode ge- laboração em ambiente educati- cias de poder vem adotando
neralizar. Ademais, a maioria vos, não há porque incentivar em suas políticas públicas de
das instituições de ensino supe- o uso de software proprietário inclusão sócio-digital, o softwa-
rior, oferecia Informática Educa- na escolas, rompendo assim re livre, por questões técnicas,
tiva, ou como disciplina com a perspectiva de consumo orçamentárias e filosóficas.
optativa do curso de Pedago- e de dependência tecnocultu- Fortaleza, por exemplo, tem
gia, portanto o aluno poderia ral americana. presenciado, uma expansão
terminar o curso sem cursar a Todavia, o que se obser- generalizada dos LIES – Labo-
mesma, ou como complementa- va, na prática é o contrário. ratórios de Informática Educati-
ção acadêmica, ou seja, na for- Com raras exceções, poucos va nas escolas públicas
ma de cursos de são os professores “afortuna- municipais, graças a economia
especialização “latu sensu”, de- dos” que dispõem de tempo e gerada pela adoção do softwa-
pois da graduação, não atingin- recursos financeiros para se ca- re livre. De 9 LIEs em 2000, o
do portanto, o grande pacitar no uso das Tecnologias parque tecnológico educativo
contingente de professores de Informação e Comunicação saltou para 203 em 2009, o
que são formados a cada ano. (TICs) e assim incorporar as que representa um crescimen-
O que significa que muitos do- to de 1.127% em termos per-
centuais em menos de uma
década.
O Ministério da Educa-
Com raras exceções, ção, por exemplo, não autoriza
mais a inauguração de esco-
poucos são os professores las, sem o laboratório de infor-
mática educativa e biblioteca.
"afortunados" que dispõem de Mesmo as escolas mais anti-
gas, estão reformando seus
tempo e recursos financeiros prédios, para se adequar a es-
ta nova realidade. Os novos LI-
para se capacitar no uso ES são orientados a utilizar o
das TICS... software livre como padrão. Se-
rá que a universidade é a úni-
Sinara Duarte ca que não percebe isso?
É a educação brasileira
Daí a necessidade de setor público como privado. Fa- interno, podendo levar o país à
uma maior aproximação entre tores tais como cooperação, li- independência tecnológica e à
as universidades que formam berdade, custo e flexibilidade possibilidade de competir no
professores e os movimentos são estratégicos para a condu- mercado externo.
de divulgação do software li- ção bem-sucedida de projetos Na perspectiva do ensino
vre. A filosofia do Software Li- educacionais mediados por público, muitas vezes carente
vre é baseada segundo computador. O software livre de recursos, o software livre é
Silveira (2003 p. 45) é “no prin- tem como ética e princípio com- a uma alternativa viável e re-
cípio do compartilhamento do partilhar o seu conhecimento e presenta a única possibilidade
conhecimento e na solidarieda- garantir aos usuários a liberda- de inclusão digital de professo-
de praticada pela inteligência de de conhecer, na íntegra, o res e alunos. Embora, tenha
coletiva conectada na rede conteúdo do código-fonte dos crescido o interesse das comu-
mundial de computadores”. Por- programas utilizados. Além de nidades de programadores
tanto, tem suas raízes na mani- garantir maior segurança, priva- acerca do uso educativo do
festação da cultura de rede, na cidade e redução de custos, es- software livre, um exemplo dis-
liberdade de compartilhamen- sa opção aposta no livre so são as distribuições Edubun-
to, portanto, coerente com a li- desenvolvimento da ciência e tu, Kelix, Pandorga, Linux
vre disseminação do da tecnologia, sem as barrei- Educacional, Ekaaty, versões
conhecimento e da informa- ras das licenças proprietárias. customizadas da GNU/Linux
ção, tão comuns no meio aca- Para o autor, as opções de cunho eminentemente edu-
dêmico. proprietárias fortaleceriam mo- cativo, todos já traduzidos para
Além do que, a filosofia nopólios, gerando vantagens língua materna, todavia, são
de liberdade e compartilhamen- políticas/econômicas aos domi- poucos os estudos científicos
to de conhecimento promovido nadores da tecnologia, além que se debruçam sobre a tría-
pelo software livre vai ao encon- de royalties a países ricos. de: informática educativa, for-
tro com o que determina a Lei Além disso, as soluções livres mação de professores e
de Diretrizes e Bases da Educa- utilizadas em projetos de inclu- software livre.
ção, uma espécie de “Carta são social gerariam novos em- Numa pesquisa rápida ao
Magna” da Educação Brasilei- pregos e desenvolvimento banco de dados Scielo
ra, ao enfatizar em seu art. 2º:
A educação, dever da família e
do Estado, inspirada nos prin-
cípios de liberdade e nos ide-
ais de solidariedade huma- A filosofia de liberdade
na, tem por finalidade o pleno
desenvolvimento do educando, e compartilhamento de
seu preparo para o exercício
da cidadania e sua qualifica- conhecimento promovido pelo
ção para o trabalho. (grifo nos-
so).
software livre vai ao encontro com o
Silveira (2003) acredita que determina a Lei de Diretrizes e
que o emprego de software li-
vre na educação é uma alterna- Bases da Educação.
tiva imprescindível a qualquer Sinara Duarte
projeto educacional, tanto no
Lidec:
Software Livre
a favor da
inclusão digital
Por Assessoria Lidec
POR DENTRO DO
CORPO HUMANO
COM O INVESALIUS
Por Tatiana Al-Chueyr
Projeção Estéreo
Acompanhando a evolução de cinemas em
3D, que têm recebido destaque da mídia atual-
mente, o InVesalius possibilita que o modelo vir-
Figura 6: Modelo físico gerado utilizando prototipagem rápida a partir de
tual extrapole o monitor do computador, dando construção do InVesalius
suporte a diversas modalidades de projeção esté-
reo: do tradicional óculos vermelho-azul a siste-
Com o passar do tempo, o InVesalius extra-
mas de cristal-líquido, como o existente no
polou a aplicação em prototipagem rápida, sen-
Centro de Pesquisas (Cenpes) da Petrobrás.
do difundido entre profissionais brasileiros e
estrangeiros. Hoje não apenas médicos e odon-
Impressão Física em 3D tologistas utilizam o software, mas também vete-
rinários, radiologistas, professores, engenheiros,
A motivação inicial para criação de um designers, paleontologistas e profissionais da
software como o InVesalius foi possibilitar a im- área de investigações forenses.
sui população estimada em a cidade de São Luís de Mon- mas existe uma aceitação a ní-
2700 habitantes. Realizado na tes Belos, cidade com pouco vel regional. E esta visão des-
câmara municipal da cidade, mais de 27 mil habitantes. centralizada da forma de
contou com professores, alu- As atividades e projetos organizar é uma realidade vivi-
nos da rede municipal, o pesso- do grupo são organizadas atra- da no interior de Goiás e dife-
al das cidades vizinhas, e vés da lista de discussão. Ca- rente dos grandes centros.
muita gente compartilhando o da cidade do Oeste Goiano Acesse o site do SLOG
conhecimento em Software Li- possui um integrante que orga- http://www.slog.org.br e o ende-
vre adquirido ao longo do tem- niza ou organizará um sub-gru- reço do grupo no google é:
po. po do SLOG, quem deseja http://groups.goo-
Um grupo como esse, ajudar e participar sempre será gle.com.br/slog-software-livre-
que está em várias cidades pe- recebido de braços abertos, e oeste-goiano
quenas, vêm estabelecido mui- terá muitas atividades para pro-
tas parcerias e elo de mover e colaborar.
amizades. A próxima cidade a As parcerias com as pre- Maiores informações:
ter um Encontro do SLOG será feituras da região Site do SLOG:
estão começando http://www.slog.org.br
a acontecer e são
de importância ím- Grupo SLOG no Google:
par, haja visto que http://groups.goo-
o papel do Gover- gle.com.br/group/slog-software-livre-
no no contexto de oeste-goiano?hl=pt-BR
usabilidade de
Software Livre é in-
dispensável. ANDRESSA
MARTINS é
Os projetos e entusiasta de
eventos foram con- software livre,
idealizadora dos
cebidos com suces- projetos Robótica
so, não somente Livre, Membro da
Associação de
Figura 1: Professor Cláudio Antônio de Bastos, fazendo a abertura nas cidades em Software Livre de
do 1º Encontro do SLOG em junho de 2008 que foram feitos, Goiás e curiosa.
Collision, da pirataria ao
software livre:
um filme aberto
Por Rodrigo Lopes de Barros Oliveira
Certa vez, Alexandre Nodari escreveu em as sociedades disciplinares recentes tinham por
seu blog, Consenso: só no paredão, a seguin- equipamento máquinas energéticas, com o peri-
te passagem: “um dos maiores equívocos dos go passivo da entropia e o perigo ativo da sabo-
pseudo-intelectuais leitores de orelha de livro é, tagem; as sociedades de controle operam por
diante de uma câmera de vigilância no meio da máquinas de uma terceira espécie, máquinas de
rua (ou num bar, ou num estabelecimento públi- informática e computadores, cujo perigo passivo
co), citar Vigiar e Punir e reclamar da sociedade é a interferência, e o ativo a pirataria e a introdu-
disciplinar. Como qualquer um que tenha lido de ção de vírus”. Mas aqui viria outro pseudo-inte-
fato Foucault, sabemos que não é exatamente lectual para dizer então que a pirataria é a nova,
disso que se trata, e sim, de biopolítica. Trocan- efetiva arma de combate ao Império, esta mistu-
do em miúdos: a tal câmera não serve pra produ- ra meio amorfa meio totêmica entre capital, es-
zir comportamentos, nem para evitar crimes, petáculo e controle? Nada disso: controle e
mas para permitir identificações (de alguém que pirataria, ou melhor – para traduzir em termos
cometa um crime, de algum terrorista que porven- que nos interessam neste debate – copyright e
tura tenha passado pelo local, etc etc): não se warez, serial number e crack, Amazon e Pirate
trata mais de produzir a ordem, mas de regular, Bay, e assim por diante, ao contrário de consti-
gerenciar a desordem”. tuírem uma oposição binária, dicotômica, estão
Nodari se referia ao texto do filósofo fran- umbilicalmente ligados, trabalhando juntos, são
cês Gilles Deleuze intitulado Post-Scriptum so- efeitos, desdobramentos, de um mesmo procedi-
bre as Sociedades de Controle, mais mento, de uma mesma maquinaria.
especificamente, à seguinte passagem: “As anti- A senha que a toda hora nos é exigida, a
gas sociedades de soberania manejavam máqui- senha que a toda hora se incorpora – revelando
nas simples, alavancas, roldanas, relógios; mas a falta de singularidade (o que nos diferencia),
como disse em uma de suas aulas Raúl Antelo quivos), mostram-se ligados a uma ideal naive
– e o processo de quebrá-la, para ter acesso à in- de progresso (i.e., isto faz parte da evolução tec-
formação, ao espaço, ao programa, o que seja, nológica, como aconteceu com a fita e o vídeo
não enfraquece o controle, mas o torna ainda cassete, ou: vemos uma guerra entre uma “ve-
mais presente, se exercendo soberano em sua lha” e uma “nova” forma de troca, ao contrário
aparente ausência: fantasmagórico. A pirataria, da pirataria contribuir para o fim da indústria ci-
ademais, é a face necessária das trocas mercan- nematográfica, irá renová-la). O que parece en-
tis (em muitos casos é o que as impulsiona e as tão uma aberração, piratas, hackers, outsiders,
torna possíveis) e nada nos leva a crer que não etc., concorrendo a cargos no Estado, não tem
possa ser incluída “legalmente” pelo capital, ou nada de contraditório, este é o caminho histórico
melhor, pela sua parte hegemônica. Não nos es- da pirataria: se integrar. Por isto, em situações li-
queçamos, por exemplo, do pirata inglês John mites, embora seja fácil se inclinar a ela, torna-
Hawkins, que junto com a família canária dos se impossível defendê-la, mas também talvez
Ponte, iniciaram o comércio triangular de escra- mais difícil seja estar do lado da indústria cine-
vos entre África, América e Europa, o que mais matográfica ou de software estadunidenses,
tarde veio a se tornar uma, senão a principal fon- com vínculos históricos igualmente cruéis: dita-
te financeira dos antigos impérios europeus. duras na América Latina, Shoah, genocídio dos
No romance de Antonio Benítez Rojo, El negros, etc. Gostaria de sugerir então, seguindo
mar de las lentejas, se pode observar esta ten- o caminho aberto por Deleuze, outra ameaça a
são: Pedro de Ponte, em certo sentido é o pai esta sociedade do controle, ameaça sem dúvida
do capital e, por conseguinte, de várias outras mais poderosa do que a pirataria (a qual não dei-
coisas: o pai do teste/tortura moderna (navio ne- xa ainda de causar alguma simpatia), e que vai
greiro), inventor do laboratório (Ilhas Canárias co- além daquela: trata-se do “aberto”.
mo a execução em menor escala do que seriam Ao contrário da pirataria que se fecha ao
as fazendas de cana na América), enfim, das no- círculo econômico do capital, do direito e do pro-
vas formas de comércio que viriam a dominar as gresso, o “aberto”, seguindo as palavras do filó-
relações Europa/América por anos e anos. Pe- sofo italiano Giorgio Agamben, é a possibilidade
dro de Ponte o faz a partir de 1560, quando vai de criação de outros mundos, de imaginá-los, é
inscrever seu nome (ser arquivado) na história a própria abertura do ser humano a esta possibi-
dos genocídios, precisamente ao “se entrevistar lidade (que não se reduz à democracia liberal e
em Adeje com John Hawkins”. O capital se ali- ao capitalismo): o aberto, assim, é pura exposi-
menta da pirataria, é o recado de Rojo, como ção, talvez como uma festa, e “exposição é o lu-
também podemos ler, nessa perspectiva parado- gar da política”. Neste sentido, a Pegrapracapá
xal, o que escreveu o filósofo Gilles Deleuze. Produções e o Instituto da Cultura e da Bar-
Não é de se espantar, então, que os piratas por bárie pensam seu novo filme, Collision, não
trás do website Pirate Bay (maior do gênero), mais como um filme pirata (o que, inclusive, se-
que contém toneladas de links para softwares, fil- ria o mais fácil), mas como um “filme aberto”,
mes, músicas, tenham até lançado um partido po- que deseja tomar posse deste próprio aberto, de
lítico, o Piratpartiet (“Partido Pirata”), nas sua própria exposição, que tenta não mais ficar
eleições suecas ao parlamento de 2006. reduzido a reprodução econômica, do círculo,
No longa-metragem intitulado Steal this da sobrevivência biológica, do tédio, do espetá-
Film, sobre os piratas escandinavos, é possível culo. Por isso, nossa primeira iniciativa foi não
perceber que todos os argumentos utilizados se vincular a nada que esteja fechado, a nada
quando não são jurídicos (i.e., as leis da Suécia que esteja fechado aos copyrights. Daí então,
não proíbem este tipo de compartilhamento de ar- que viemos buscar uma aliança com esta nova
comunidade que está surgindo, que está vindo, Assim, com roteiro de João Pedro Garcia e
que está imaginando um outro mundo: a comuni- direção de Rodrigo Lopes de Barros Oliveira,
dade global do software livre e aberto: onde to- Collision é um projeto de filme aberto, o
dos podem usar, contribuir, distribuir, modificar, primeiro no Brasil. Filme aberto neste contexto,
criar, imaginar. Não é a toa que o Ubuntu, o siste- significa, como já mencionado antes, o uso
ma operacional livre e aberto escolhido para hos- apenas de softwares livres (neste caso em
pedar toda produção do Collision, chega com a plataforma Linux) para sua produção, e ainda
seguinte frase: “Linux for human beings”, pois que todo o material produzido (imagens
os seres humanos são os únicos capazes de capturadas, roteiro, trilha sonora, o filme em si)
transformar “o aberto em um mundo, isto é, em ficará disponível para livre exibição, modificação
campo de batalha de uma luta política sem fron- e utilização. Rodado em Super 16, Super 8 e
teiras” (Agamben). Em meio a este campo de for- HD, Collision será uma ficção científica que
ças é que surge a idéia do projeto Collision. Ele expõe o instante no qual dois corpos estão
será realizado completamente com software li- prestes a se chocar, no limiar entre finitude e
vre, mas também todos os arquivos usados pa- imortalidade, num planeta vazio, numa galáxia
ra sua produção, todas as suas fontes, além do em contração, que se funde. O blog do filme é
filme em si, estará aberto à livre modificação, re- um pouco diferente do convencional. Ele se
produção, uso, e tudo o mais. pauta por imagens e atrás de cada imagem
A discussão, no entanto, ao contrário da pi- surge o texto. Já começaram a disponibilização
rataria, não está reduzida ao aspecto meramen- de alguns arquivos (como a versão em
te jurídico: o aberto vem trazer uma andamento do roteiro e as primeiras partes da
possibilidade para além da própria legalidade, trilha sonora). Também haverá postagens sobre
do direito, da liberdade: isto é, o aberto como pu- equipamentos, filmagens, intertextualidade,
ra significação, como potência – não é à toa, por- softwares livres, além de ser possível
tanto, que recentemente a Microsoft tenha acompanhar todas as etapas do filme, com uma
anunciado um cargo em suas fileiras para posi- atualização mínima semanal. A licença do filme
ção de “estrategista” anti-software livre; por ou- está aprovada para Trabalhos Culturais Livres –
tro lado, o próprio Bill Gates, num artigo especificamente, sob a Creative Commons
publicado na revista Fortune, em 2007, confir- License BY-SA 3.0.
mou que a tolerância da Microsoft a pirataria foi
um dos motivos que a levou a sua atual hegemo- Maiores informações:
nia; eles agora já começam a encarar uma das
Blog do filme Collision
forças que os pode destruir. Fazer um “filme
http://www.culturaebarbarie.org/collision
aberto”, nestes termos, se coloca então muito
bem com a fome de Glauber Rocha, isto é, na
tradição de mostrar a violência de nossa fome,
que, para aqueles que felizmente conseguem sa-
ciar o estômago, vai além do prato de comida, e
chega a outros espaços que ferozmente nos é RODRIGO LOPES DE BARROS
OLIVEIRA é graduado em direito e
negado acesso pelo controle do Império, é come- mestre em teoria literária pela
çar a pensar com o estômago e não mais com o Universidade Federal de Santa Catarina.
Atualmente, faz seu doutorado em
cérebro (como bem se vê na interessante pala- literatura pela Universidade do Texas em
vra iorubá para o verbo pensar: “ronú”, junção Austin. Collision é seu terceiro filme.
de “rú” e “inú”, literalmente, mexer o estômago): Publicou vários ensaios e artigos sobre
teoria da modernidade, pós-
é tornar a fome em sonho. estruturalismo, além de contos e outros
textos ficcionais.
Como
trabalhar
com áudio
no Linux
Por Leandro Leal Parente
Quando eu tinha 15 anos, balhou com áudio provavelmen- para processamento de áudio
peguei umas músicas com um te conhece estes softwares. em tempo real.
amigo meu. Eu adorava en- Um tempo depois utilizei ou- Uma distribuição multimí-
cher meu computador de tros softwares específicos para dia nada mais é do que uma
“mp3”, hábito que ainda preser- produção: E-jay, Cubase e distribuição Linux capaz de pro-
vo. Entre elas havia algumas Fruit Loop Studio. Animei algu- cessar áudio e vídeo utilizando
músicas eletrônicas. Comecei mas festas como dj, mas nada um kernel de baixa latência,
a escutar “de leve” e acabei demais. mais conhecido como kernel re-
gostando. A partir daí meu inte- Logo entrei para faculda- al-time. Nosso foco será so-
resse por música eletrônica foi de e não tive mais tempo para mente no processamento de
aumentando - há quem diga estas coisas. Entretanto continu- áudio. Em geral uma distribui-
que isto não chega nem a ser ei baixando música eletrônica ção multimídia deve conter:
música e blá blá blá, mas isso e conhecendo outros gêneros
não vem ao caso. Logo passei e djs.
a conhecer vários djs, projetos - Um kernel equipado com o
e inúmeros gêneros: psy-tran- Há um ano atrás descobri patch PREEMPT_RT.
ce, trance, hardtrance, hadsty- que era possível trabalhar com - O servidor de áudio Jack Au-
le, electro, house, entre tantos áudio no Linux utilizando algu- dio Connection Kit;
outros. mas distribuições multimídia, - Um arsenal de software livre
nesta época eu já era usuário de áudio;
Um certo dia resolvi me Linux. Mais que depressa insta-
tornar dj. Na época eu utilizava - Um conjunto de plugins
lei uma destas distribuições mul- LADSPA;
Windows e um arsenal de timídia, na época o Ubuntu
softwares piratas. Que vergo- Studio, no meu notebook e me
nha ! Então instalei o Virtual Dj deparei com um ambiente ro- Agora vamos por partes,
para mixagem e o Sound busto e poderoso, preparado como diria Jack o Estripador !
Forge para edição. Quem já tra-
Kernel Real-Time po real, no nosso caso o ker- nesse sistema se tornou claro.
O kernel real-time é a ba- nel com o patch Com este servidor de áudio é
se para qualquer distribuição PREEMPT_RT, é necessário possível criarmos um ambiente
multimídia. Todo o processa- uma máquina adequada para poderoso e robusto para reali-
mento de áudio nas aplicações se trabalhar com áudio. Qual- zar tal tarefa, integrando dife-
é influenciado por ele. Por pa- quer máquina atual tem plena rentes softwares com um
drão o Linux não é considera- condição de realizar tal tarefa.. roteamento áudio/MIDI simples
do um sistema de tempo real. O patch PREEMPT_RT é e inteligente.
Entretanto, como o kernel é tão eficaz que segundo o site Li- Programas como o Cuba-
Open Source, foi desenvolvido nuxdevices.com (http://www.li- se ou Fruit Loop Studio perde-
um patch capaz de torna-lo um nuxdevices.com/news/NS2660 ram importância após o
sistema real-time. Este patch é 945418.html) um computador surgimento do Jack Audio, por-
denominado de PRE- com um processador Intel Co- que ao invés de termos um úni-
EMPT_RT e pode ser encontra- re 2 com 2.4GHz e um kernel co software capaz de fazer
do em 2.6.26.8 de 64 bits obteve quase tudo, temos um ambien-
http://www.kernel.org/pub/li- após uma bateria de testes te completo, composto por até
nux/kernel/projects/rt/. Atual- uma latência, no pior caso, de 1024 softwares interagindo en-
mente ele se encontra na 39 microssegundos ! tre si.
versão estável 2.6.26.8-rt27.
Seu criador chama-se Ingo Mol- Como eles conseguem fa- O Jack Audio Connection
nar, ele é desenvolvedor da zer esta mágica ? Isto é assun- Kit é um servidor de áudio e MI-
Red Hat americana. to para um outro artigo. DI de baixa latência e de tem-
po real, que tem suporte a
Um sistema real-time de- vários sistemas operacionais .
ve ter uma baixa latência. La- Jack Audio Connection Ele se tornou uma plataforma
tência é o tempo em que o Kit padrão de comunicação áu-
computador demora para res- Eu considero o Jack a re- dio/MIDI no Linux. Segundo o
ponder a uma determinada volução do processamento de site apps.linuxaudio.org
ação. No nosso caso, se nos- áudio no Linux. Graças a ele o (http://apps.linuxaudio.org/),
so sistema tiver uma alta latên- sentido de trabalhar com áudio cerca de 151 programas tem
cia, o som provavelmente sairá
picado e cheio de falhas. Por-
tanto baixa latência é um pré-re-
quisito para o processamento
áudio.
Existem uma série de fato-
res, a nível de hardware, que in-
fluenciam na latência do
sistema: modelo do processa-
dor, cache da CPU, quantida-
de de núcleos (multi-core ou
mono-core), modelo da interfa-
ce de áudio, quantidade de me-
mória, controlador de energia,
entre outros. Portanto além de
um sistema operacional de tem- Figura 1 - Jack Audio Connection Kit
t (http://www.ubuntustudio.org/);
r - Pro-Audio Gentoo Overlay
i (http://proaudio.tuxfamily.org/);
- Pure:dyne
(http://code.goto10.org/projects
/puredyne/).
Maiores informações:
Site Estúdio Livre:
http://estudiolivre.org
Você adora aventura, magia, descobrir mun- tentando criar um mundo a parte com sua pró-
dos imaginários e não se importa o quanto sua pria história, costumes e tribos.
família e seus amigos possam criticar seus The Mana World te surpreenderá de forma
RPGs online? gratificante. Gratuito e de código aberto, sem pe-
Conheça o The Mana World, um projeto ríodo de prova nem limitações, este jogo te man-
que tenta criar um ambiente em código livre de terá entretido durante horas.
MMORPG, ou RPG online com múltiplos jogado- Os jogadores não apenas enfrentam bata-
res. Os gráficos são bidimensionais, assim co- lhas, mas também formam uma comunidade al-
mo os jogos do Super Nintendo (como Zelda e ternativa, uma realidade virtual com contexto
The Secret of Mana, clássicos memoráveis). histórico, vida política, cultura própria, países, tri-
Para quem não sabe MMORPG é um jogo bos, variedade de climas, etc.
de interpretação de personagem online e em The Mana World espera ser a melhor op-
massa para múltiplos jogadores (Massively ou ção para pessoas que gostam de interagir entre
Massive Multiplayer Online Role-Playing Game si, não apenas em lutas e batalhas, mas tam-
ou Multi massive online Role-Playing Game) ou bém formando uma comunidade com interesses
MMORPG é um jogo de computador ou videoga- comuns, um chamado "microsistema" dentro do
me que permite a milhares de jogadores criarem jogo.
personagens em um mundo virtual dinâmico ao
mesmo tempo na Internet. MMORPGs são um Desafios o levarão a novos desafios, e en-
subtipo dos Massively Multiplayer Online Game corajarão você a formar grupos para evoluir e
(Jogos Online Massivos para Múltiplos Jogado- promover sua comunidade.
res). Se você não tem medo dos jogos vician-
Quando esta jogando lembra muito o Rag- tes, faça um download do The Mana World, e
narok Online, mas em 2D e totalmente livre, licen- demonstre ate onde quer chegar nesse atraente
ciado sob o GNU GPL (Licença Pública Geral). mundo virtual.
Vale lembrar que o jogo ainda está em de- Para instalar é muito simples é rápido, por-
senvolvimento, tanto que nem a história oficial es- que são menos que 25 MB de download para se
tá pronta. O time de desenvolvimento está divertir com este jogo online.
Instalando The Mana World Consola (no Ubuntu 9.04 tem o nome de "Termi-
nal").
(Este tutorial é para usuário Ubuntu Linux, Digite o comando abaixo para iniciar o
que é necessário que esteja com Ubuntu versão download dos pacotes e a instalação do jogo.
8.04 ou superior)
1. Existe três formas de instalar facilmente $ sudo apt-get install tmw tmw-data tmw-sound
este jogo no Ubuntu Linux.
A primeira opção é ir em Aplicativos → Adi- 4. E a ultima opção é fazendo pelo Gerenci-
cionar/Remover... E procurar por TMW, depois ador de Pacotes Synanptic. Vá em Sistema →
habilite-o e clique em Aplicar Mudanças. Administração → Gerenciador de Pacotes Sy-
naptic.
apt://tmw
Maiores informações:
Site oficial The Mana World:
Figura 6 - Acessando o jogo no menu
http://themanaworld.org
Quando terminar,qualquer umas destas op-
ções que escolher vai esta o jogo em Aplica- Site Ubuntu Games:
ções → Jogos → The Mana World. http://www.ubuntugames.org
Comandos do jogo
Ctrl → Atacar
F1 → Ajuda
F2 → Janela de Sta-
tus
CARLOS DONIZETE é técnico em suporte
F3 → Inventário
de hardware e software onde reside no
F4 → Equipamen-
Estado de São Paulo. Criador e
tos
administrador do site Ubuntu Games, onde
F5 → Skills
desenvolve tutoriais de jogos para as
F6 → Mostrar/Desa-
disbtribuições Debian/Ubuntu Linux desde
bilitar Minimap
2006 voltado ao público iniciante. É
F7 → Mostrar/Desa-
conhecido pela comunidade Ubuntu Brasil
bilitar Janela de
pelo apelido Coringao, onde participa desde
Chat
2005.
Figura 7 - Tela de abertura do jogo
QUADRINHOS
Por Moisés Gonçalves, Wallisson Narciso e Yamamoto Kenji
VIDAMONGA
http://VIDAMONGA.blogspot.com
HELPDESK
http://yamakenji.ueuo.com/yk/
EXTERMINAR
AGENDA
JUNHO Evento: III ENSOL - Encontro JULHO
de Software Livre da Paraíba
Evento: IV EvidoSol e I Data: 19 a 21/06/2009 Evento: Seminário Wireless
CILTEC Online Local: João Pessoa/PB Broadband - Perspectivas pa-
Data: 03 a 05/06/2009 ra o mercado de banda larga
Local: Encontro Virtual Evento: CMS Brasil 2009 e celular
Data: 20/06/2009 Data: 01/07/2009
Evento: 6° Congresso Interna- Local: São Paulo/SP Local: São Paulo/SP
cional de Gestão de Tecnolo-
gia e Sistemas de Informação Evento: WordCamp Brasil Evento: I Encontro Livre
Data: 03 a 05/06/2009 Data: 21/06/2009 Data: 06 a 08/07/2009
Local: São Paulo/SP Local: São Paulo/SP Local: Recife/PE
Evento: TcheLinux 2009 Evento: Software Livre na Cul- Evento: XXIX Congresso da
Data: 06/06/2009 tura: Vídeo e Fotografia Digi- Sociedade Brasileira de Com-
Local: Chapecó/SC tal, da Captura a Edição com putação
Software Livre Data: 20 a 24/07/2009
Evento: INTERCOMP Data: 21/06/2009 Local: Bento Gonçalves/RS
Data: 11 a 14/06/2009 Local: Porto Alegre/RS
Local: Ribeirão Preto/SP Evento: IV SegInfo -
Evento: 10º Fórum Internacio- WorkShop de Segurança da
Evento: I Encontro de nal Software Livre - FISL 10 Informação
CakePHP Data: 24 a 27/06/2009 Data: 21/07/2009
Data: 13/06/2009 Local: Porto Alegre/RS Local: Rio de Janeiro/RJ
Local: São Paulo/SP
Evento: Hora Livre - Palestra Evento: XCCE 2009
Evento: TcheLinux 2009 Firewall invisível: Aumente Data: 27 a 31/07/2009
Data: 13/06/2009 sua segurança sem alterar Local: Bento Gonçalves/RS
Local: Caxias do Sul/RS sua rede
Data: 27/06/2009
Evento: Forum Patentes de Local: Campo Grande/MS
Software X Software Livre
Data: 17/06/2009 Evento: Google Developer
Local: Rio de Janeiro/RJ Days 2009
Data: 29/06/2009
Local: São Paulo/SP