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O documento discute a atuação de proteção de sobrecorrente devido a faltas a terra em sistemas isolados. Apresenta o cálculo das correntes de falta em um sistema de exemplo com gerador, transformador e cargas, mostrando que uma falta a terra no lado estrela gera correntes em apenas duas fases no lado delta, o que pode acionar proteções indevidamente. Também aponta que programas comerciais podem apresentar erros de 16% a 42% em seus cálculos para este tipo de falha.
O documento discute a atuação de proteção de sobrecorrente devido a faltas a terra em sistemas isolados. Apresenta o cálculo das correntes de falta em um sistema de exemplo com gerador, transformador e cargas, mostrando que uma falta a terra no lado estrela gera correntes em apenas duas fases no lado delta, o que pode acionar proteções indevidamente. Também aponta que programas comerciais podem apresentar erros de 16% a 42% em seus cálculos para este tipo de falha.
O documento discute a atuação de proteção de sobrecorrente devido a faltas a terra em sistemas isolados. Apresenta o cálculo das correntes de falta em um sistema de exemplo com gerador, transformador e cargas, mostrando que uma falta a terra no lado estrela gera correntes em apenas duas fases no lado delta, o que pode acionar proteções indevidamente. Também aponta que programas comerciais podem apresentar erros de 16% a 42% em seus cálculos para este tipo de falha.
Artigo publicado na Revista Eletricidade Moderna - Ano XXVII, n 302 - Maio de 1999 - pginas 126 135
Reviso 0 - Emisso Inicial. Documentos de Referncia: ART602-08 - CD 311-08
Pginas: capa+ 15 N pg inicial 1 N pg final 15
Distribuio Disponvel para o Site da GSI
Rev. Data/Autor Data/Verificado Data/Aprovado Data/Emisso Original Observaes 0 10.01.09 - J RC 10.01.09 - J RC 10.01.09 - J RC 10.01.09 - J RC Pra Informao a b c GSI - ENGENHARIA E CONSULTORIA LTDA. ART055-09 - PG.: 1 GSI - ENGENHARIA E CONSULTORIA LTDA.
1 - OBJ ETIVO
Os sistemas industriais que possuem cargas de alta potncia e principalmente aquelas que utilizam pontes conversoras e que normalmente no podem sofrer interrupo no fornecimento de energia de um modo geral recebem energia eltrica no s da concessionria local, mas possuem gerao prpria no s para manter o sistema em operao, mas tambm pelo fato da qualidade da energia eltrica no que diz respeito a interrupo deixar bastante a desejar. Assim este trabalho tem como objetivo apresentar a analise de uma ocorrncia originada por uma falta a terra em um sistema isolado, onde, muitos tcnicos da rea acreditam que, no deveria haver sobrecorrentes devido a tais tipos de falhas, mas na prtica a ao do sistema de proteo indica exatamente o contrrio, ou seja, ocorrem atuaes indevidas no sistema de proteo.
2 - DOCUMENTOS DE REFERNCIA
2.1 - ART162-05; ART231-99 - Atuao de proteo de sobrecorrente devido faltas a terra em sistema isolados.
3 - SISTEMA EM ANALISE
Para limitar as correntes de faltas a terra, responsveis por mais de 70% das ocorrncias, os grandes sistemas eltricos de distribuio de energia nas indstrias no so solidamente aterrados. Assim para analisar a distribuio das correntes de falta a terra, durante a sua fase sustentada considera-se o sistema eltrico mostrado na FIGURA 1 a seguir.
FIGURA 1 - SISTEMA EM ANALISE a - Diagrama unifilar; b - Diagrama trifilar. ART055-09 - PG.: 2 GSI - ENGENHARIA E CONSULTORIA LTDA. A ttulo de exemplo admita que o sistema da FIGURA 1 apresenta os seguintes dados:
Gerador: Potncia nominal.............................................................................................. 1,732 MVA Tenso nominal .........................................................................................................10 KV Corrente nominal .....................................................................................................0,1 KA X d =X G1 =X G2 =X G0 ................................................................................................. 10% Resistncias....................................................................................................... desprezvel
Para o sistema em anlise, para um curto-circuito fase-terra na lado estrela aterrado do transformador, as correntes de sequncia zero no aparecem no lado do gerador, pois a conexo delta do transformador faz com que as mesmas s circulem em seus interiores. Neste caso os componentes das correntes de seqncias positiva, negativa e zero so iguais e obtidas do circuito mostrado na FIGURA 2 a seguir. O clculo das correntes de falta no lado L (I f ), feito em termos de componentes de seqncia permite facilmente [1] concluir que:
I f =I a1 +I a2 +I a0
I a1 =I a2 =I a0 =1/(Z 1 +Z 2 +Z 0 )
Logo,
I f =3/(Z 1 +Z 2 +Z 0)
FIGURA 2 - DIAGRAMA TPICO UTILIZADO PARA CLCULO DE FALTAS A TERRA ART055-09 - PG.: 3 GSI - ENGENHARIA E CONSULTORIA LTDA.
O sistema em analise da FIGURA 1 apresenta os diagramas de seqncias positiva, negativa e zero, conforme mostra a FIGURA 3.
FIGURA 3 - IMPEDNCIAS DE SEQNCIA POSITIVA (Z 1 ), NEGATIVA (Z 2 ) E ZERO (Z 0 ) VISTAS DO PONTO DE FALTA.
Com base nos dados fornecidos, tem-se:
Z 1 =Z 2 =j0,1+j0,1 =j0,2 Z 0 =j0,1
Numericamente, a corrente de falta a terra ser:
I f =I a =I a1 +I a2 +I a0
Como os componentes de seqncias positiva, negativa e zero so iguais ou seja I a1 =I a2 =I a0 tem-se:
I f =I a =3I a1 =3*E/(Z 1 +Z 2 +Z 0 )=3*1/j(0,2+0,2+0,1)=-j0,6 [pu]
ART055-09 - PG.: 4 GSI - ENGENHARIA E CONSULTORIA LTDA.
Ou em valores reais (mdulo), para o secundrio do transformador, lado L, tem-se:
I f =I a =-j0,6*I base L
I baseL =S base / ( 3 * U base1 ) =1,732 / ( 3 *1) 1 [KA]
Portanto, em mdulo tem-se:
I f =I a =0,6 [KA]
Para as fases b e c (ainda no lado L), tem-se:
I b =I b1 +I b2 +I b0
I c =I c1 +I c2 +I c0
Considerando-se ainda que I a1 =I a2 (lados G e L) observa-se, conforme [1], que:
I b1 =a 2 I a1
I b2 =aI a1 = aI a2
I c1 =aI a1 I c2 =a 2 I a1 = a 2 I a2
Portanto, pode-se escrever:
I b =a 2 I a1 +aI a1 +I a0
I c =aI a1 +a 2 I a1 +I a0
Como:
a 2 I a1 +aI a1 +I a1 =0
tem-se:
a 2 I a1 +aI a1 =-I a1
Logo:
I b =-I a1 +I a0 I c =-I a1 +I a0
ART055-09 - PG.: 5 GSI - ENGENHARIA E CONSULTORIA LTDA.
Nas fases no sujeitas a falta (vide FIGURA 1) tem-se I a1 =I a2 =I a0 e, portanto:
I b =0 I c =0
O que obvio de se concluir, de acordo com a FIGURA 1b.
Para o sistema da FIGURA 1 o diagrama de seqncia deve ser considerado utilizando-se os diagramas de impedncia da FIGURA 3, resultando aquele indicado na FIGURA 4 a seguir:
FIGURA 4 - DIAGRAMA DE SEQNCIA PARA FALTA A TERRA NA FASE A DO LADO L DO SISTEMA DA FIGURA 1 ART055-09 - PG.: 6 GSI - ENGENHARIA E CONSULTORIA LTDA.
Neste caso, para o exemplo em anlise tem-se:
I a1 =I a2 =I a0 1/3I a =2 [KA] no ponto de falta.
Aparentemente sob o ponto de vista de muitos tcnicos tm-se duas hipteses: a - No existem correntes nas fases a, b e c no lado G (vide FIGURA 1) (I Ga =I Gb =I Gc =0), visto que a corrente de falta a terra no lado L circula apenas no delta do transformador; b - Os programas comerciais disponveis de clculo de curto-circuito, que no consideram a defasagem angular da conexo delta-estrela, para os componentes de sequncia positiva e negativa, levam aos resultados equivocados abaixo:
I Ga =0,4 [KA] I Gb =0,2 [KA] I Gc =0,2 [KA]
Estes valores de corrente so calculados pelos programas padres tomando-se por base, neste exemplo que a relao transformao 10 e no existe corrente de seqncia zero, no lado G. Portanto, esta hiptese assume, erradamente que:
I Ga =I Ga1 +I Ga2 +I Ga0 I Gb =I Gb1 +I Gb2 +I Gb0 I Gc =I Gc1 +I Gc2 +I Gc0
Considera ainda que no lado G as correntes de seqncia zero so nulas ou seja:
I GA0 =I Gb0 =I Gc0 =0
Com base nesta hiptese, a princpio correta pode-se escrever:
I Ga =I Ga1 +I Ga2 +0 =2I Ga1
I Gb =I Gb1 +I Gb2 +0 =a 2 I Ga1 +a I Ga1 =-I Ga1
I Gc =I Gc1 +I Gc2 +0 =a I Ga1 +a I Ga2 =-I Ga1
Como as correntes de seqncia positiva (e negativa) so equilibradas e a relao de transformao de exemplo de 10 pode-se, por hiptese, escrever:
I Ga1 =I a1 /10 =2/10 =0,2 [KA]
ART055-09 - PG.: 7 GSI - ENGENHARIA E CONSULTORIA LTDA.
Logo em mdulo:
I Ga =0,4 [KA] I Gb =0,2 [KA] I Gc =0,2 [KA]
Por outro lado, a corrente de falta trifsica no lado L, dada por:
I L3F =1/Z 1 =1/j(0,1+j0,1) =5 [pu] I L3F =5*I baseL =5*1 =5 [KA]
No lado G a corrente de fase correspondente a uma falta trifsica no lado L dada por:
I G3F =5/10 =0,5 [KA]
4 - ANLISE DA FALTA VIA COMPONENTES DE FASE
Considere o sistema apresentado na FIGURA 1b com a corrente de falta a terra no lado j calculada.
FIGURA 5 - ANALISE DE FALTAS VIA COORDENADAS DE FASE.
Considerando que a relao entre as espiras (N 1 /N 2 ) do transformador neste caso:
N 1 /N 2 =10/(1/ 3) =10* 3
Tem-se em mdulo:
I Ga =I a *(N 2 /N 1 ) =6/(10* 3) =0,346 [KA]
Note que de acordo com a FIGURA 3 tem-se
I b =I c =0 ART055-09 - PG.: 8 GSI - ENGENHARIA E CONSULTORIA LTDA.
e, portanto,
I Gc =I Gb =0
Assim:
I Ga =I Ga =0,346 [KA] I Gb =0 I Gc =-I Ga =0,346 [KA]
Ou seja, para uma falta a terra no lado L tem-se, no lado G, correntes em apenas duas fases. Portanto, caso o sistema de proteo no esteja prevendo tal situao para uma falta a terra, no lado estrela aterrada poder desligar, indevidamente, o disjuntor, no lado tringulo ocorrendo a perda do gerador. Em outras palavras, um curto circuito fase terra no lado L (estrela aterrada) transformou-se em curto circuito bifsico no lado G da fonte (isolada ou em delta). Os programas comerciais para clculos de faltas a terra testados inclusive os de renome mundial apresentam este tipo de erro e, portanto os usurios devem ficar alerta, pois os erros cometidos so da ordem de 16% a 42%.
(1-0,2/0,346) 42% (1-0,4/0,346) 16%
Os programas que calculam as correntes de curto circuito assimtricas utilizando coordenadas de fase no apresentam este problema. Teste com o programa MICROTRAN [2] apresentou resultados corretos. O correto, para os programas convencionais de clculo de curto circuito, seria usar uma base adequada para as faltas assimtricas e levar em conta que o transformador conectado em delta ir defasar as correntes, neste caso, em 30 e, portanto deve-se considerar a composio fasorial das correntes no lado delta como ilustra a FIGURA 6 a seguir. Destaca-se ainda que, neste caso, a converso dos valores de seqncia para os de fase deve levar em conta que, em mdulo, tem-se a corrente a uma fase nula e nas outras duas como sendo.
ART055-09 - PG.: 9 GSI - ENGENHARIA E CONSULTORIA LTDA.
As impedncias equivalentes de Thevenin de seqncias positiva, negativa e zero vistas do ponto de falta podem ser determinadas considerando-se a FIGURA 6 a seguir:
FIGURA 6 - DETERMINAO DOS COMPONENTES DE SEQNCIA POSITIVA, NEGATIVA E ZERO VISANDO O CLCULO DAS CORRENTES DE FASE DEVIDO A FALTA A TERRA.
O transformador conectado entre as barras G (Ga, Gb e Gc) e L (La, Lb e Lc) deve ser observado e analisado cuidadosamente para cada componente conforme mostra a FIGURA 7a, onde observa-se que apenas os componentes de seqncias negativa e positiva esto presentes nos lados primrio e secundrio. J os componentes de seqncia zero no circulam nas fases do primrio (lado G), mas esto restritos ao interior da conexo delta. Tomando-se por base que os fasores de seqncia positiva, negativa e zero no secundrio do transformador so aqueles indicados na FIGURA 8 e iguais a 1 [pu], os correspondentes fasores nas bobinas do primrio considerando-se os nmeros de espirais idnticas (N1=N2 portanto com relao um para um) tem-se que, os fasores nas fases internas do transformador, so similares. Todavia os fasores correspondentes as correntes de linha no o so. Vide FIGURA 7b. ART055-09 - PG.: 10 GSI - ENGENHARIA E CONSULTORIA LTDA.
FIGURA 7 - TRANSFORMADOR EM ANALISE (GRUPO DE CONEXO D/y 30)
Considerando-se que as correntes de seqncia positiva, negativa e zero so iguais, no lado secundrio, a 1 [pu] conforme FIGURA 8, pode-se determinar as correntes no primrio do transformador, de acordo com a FIGURA 9. ART055-09 - PG.: 11 GSI - ENGENHARIA E CONSULTORIA LTDA.
FIGURA 8 - COMPONENTE DE SEQNCIAS POSITIVA, NEGATIVA E ZERO
Como os valores em por unidade [pu] so, normalmente, calculados como grandezas de fase, costume na prtica admitir que mesmo com o efeito da relao de transformao os valores das correntes de fase primria e secundria, em [pu], so iguais. Todavia o resultado final para as correntes de falta a terra, em particular, neste caso em anlise diferente e portanto, para calcular as grandezas de linha deve-se considerar um termo de correo de 3 todas as vezes que uma conexo delta for envolvida conforme ilustra a FIGURA 9. A FIGURA 9 usada para determinar as correntes no primrio do transformador I GA , I GB e I GC tomando por base apenas as correntes de seqncias positiva e negativa, visto que a corrente de seqncia zero no existe externamente, quando as bobinas estiverem conectadas em tringulo para compor o lado primrio. Note que a determinao da corrente de linha para as fases A, B e C devem ser determinadas fasorialmente tomando por base os mdulos e fase dos componentes de seqncias positiva e negativa conforme a seguir.
a - Determinao da corrente de linha da fase A.
De acordo com a FIGURA 9, a corrente no primrio (de linha) I GA
para o transformador considerado na FIGURA 7a obtida conforme a seguir:
I GA =I GA1 +I GA2
Como:
I GA1 =I A1 - I B1
e I GA2 =I A2 - I B2
tem-se que a corrente I GA apresenta um mdulo 3 vezes superior a corrente considerada como base de 1 [pu].
ART055-09 - PG.: 12 GSI - ENGENHARIA E CONSULTORIA LTDA.
b - Determinao da corrente de linha da fase B.
Analogamente, de acordo com a FIGURA 9, a corrente no primrio (de linha) I Gb para o transformador considerado na FIGURA 7a obtida conforme a seguir:
I GB =I GB1 +I GB2
Como:
I GB1 =I B1 - I C1
e
I GB2 =I B2 - I C2
neste caso a corrente I GB apresenta um mdulo nulo (I GB = 0) visto que os componentes de seqncia positiva e negativa, que as originam, esto em oposio de fase conforme FIGURA 9.
c - Determinao da corrente de linha da fase C.
De acordo com a FIGURA 9, a corrente no primrio (de linha) I GC
para o transformador considerado na FIGURA 7a obtida conforme a seguir:
I GC =I GC1 +I GC2
Como:
I GC1 =I C1 +I A1
e
I GC2 =I C2 - I A2
similarmente a corrente I GA , tambm nesta para esta fase a corrente I GC , apresenta um mdulo 3 vezes superior a corrente considerada como base de 1 [pu]. Portanto, no lado em que o transformador est conectado em tringulo quando houver uma falta terra no lado secundrio solidamente aterrado ir circular entre duas fases uma corrente de alta intensidade que poder provocar atuao indevida no sistema de proteo.
ART055-09 - PG.: 13 GSI - ENGENHARIA E CONSULTORIA LTDA.
FIGURA 9 - DIAGRAMA FASORIAL PARA DETERMINAR AS CORRENTES DE FASE DO LADO PRIMRIO DO TRANSFORMADOR DA FIGURA 7
Resumidamente pode-se escrever:
Um transformador trifsico delta-estrela, cujas relaes de espiras de: N 1 /N 2 =10 * 3/1; dever apresentar a relao de transformao de: 10/1. Todavia, no caso em estudo, ter uma relao de espiras: 3/1; e uma relao de transformao de: 1/1 para os valores considerados em [pu].
Nesta condio os fasores de sequncia positiva do lado estrela e os seus correspondentes no lado do gerador (isto fora do delta do transformador), tero o mesmo valor em [pu], sendo que os componentes de sequncia positiva no lado do gerador (alta tenso) aparecero avanadas de 30. O mesmo ocorre com os componentes de sequncia negativa, porm com os fasores do lado do gerador atrasados de 30. Considerando-se que IGao = 0, e aplicando-se a matriz de transformao da teoria dos componentes simtricos aos fasores de sequncia zero, positiva e negativa do lado gerador, os valores eficazes das correntes em [pu] sero: IGa =2 * 3 [pu] IGb =0 IGc =-2 * 3 [pu] ART055-09 - PG.: 14 GSI - ENGENHARIA E CONSULTORIA LTDA.
Multiplicando pela corrente base dada por Ib = 3/(10 * 3) [KA] tem- se:
O resultado prtico da teoria desenvolvida nos itens anteriores serve para ilustrar o que ocorre em sistemas de neutro isolado (como o caso da maioria dos sistemas industriais com distribuio de energia eltrica aos nveis de 13,8 [KV] ou 34,5 [KV]). Para estes tipos de sistemas, havendo faltas a terra, quando conectados na configurao apresentada de acordo com a FIGURA 1, poder haver ao indevida do sistema de proteo visto que os rels de sobrecorrente de fase so, normalmente, ajustados entre 1,5 a 3 vezes a corrente nominal do gerador e, entre 1,25 a 3,5 vezes a corrente nominal do transformador (lado primrio). Assim por exemplo, considerando- se o sistema da FIGURA 1, onde a corrente nominal do gerador, de IN =0,1 [KA] os rels de proteo contra sobrecorrente do gerador seriam ajustados entre 0,15 a 0,3 [KA] e, portanto, a falta a terra no lado L, implicar em uma corrente de 0,346 [KA] em duas fases do gerador onde, fatalmente, provocar a operao indevida do sistema de proteo. Este tipo de problema encontra ressonncia em sistemas, do tipo mostrado na FIGURA 10 onde ocorrncias de falta a terra, bastante comum no lado da concessionria, poder acarretar atuao indevida dos rels instalados no lado delta do transformador ou mesmo do gerador provocando, na indstria, um desligamento geral (black-out) tendo como conseqncias perdas de produo, quebras de equipamentos e por vezes situaes de alto risco operacional.
FIGURA 10 - CONCESSIONRIA EM PARALELO COM INDSTRIAS QUE POSSUEM GERAO PRPRIA (PAC - PONTO DE ACOPLAMENTO COMUM) ART055-09 - PG.: 15 GSI - ENGENHARIA E CONSULTORIA LTDA.
O pessoal das indstrias executam testes, e estudos de custos, por vezes baixo feito, por pessoal sem experincia, para procurar resolver problemas de desligamentos indevidos, esquecendo detalhes bsicos como estes apresentados neste texto. Testes feitos em alguns programas comuns disponveis no mercado apresentaram estes tipos de erros no s para falhas do tipo fase-terra, mas tambm para outras faltas assimtricas (Fase-Fase, Fase-Fase-Terra, etc.). Assim recomenda-se para os usurios que utilizem este tipo de ferramenta computacional, que fiquem em estado de alerta. Destaca-se ainda que o nvel de curto circuito fase-terra lado L, devido aos valores de impedncias de seqncias positivas, negativa e zero adotadas permitem um valor superior ao trifsico. Neste caso, no lado G exatamente o contrrio.