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Raio
de cerâmica, espera-se uma redução de 30% na dose de com objetivo auxiliar os seus
Intensidade
Raio Soma
Medições de Transmissão
Detector
O método de formação dos tomogramas computadorizados é O número total de medições de atenuação durante a
bem mais complexo do que a imagem radiográfica varredura de corte é dada pelo produto do número de
convencional. O processo pode ser dividido em três fases: projeções e o número de raios por projeção. Cada imagem
aquisição de dados, reconstrução matemática da imagem e requer cerca de 100.000 a 1.000.000 medições [63],
formatação e apresentação da imagem. Para simplificar, será dependendo do modelo do tomógrafo e da técnica
apresentada a formação da imagem de cortes axiais a partir de selecionada.
varredura axial ou convencional. Os sinais dos detectores codificados que alimentam
os programas de reconstrução da imagem são denominados
a) Fase de Aquisição de Dados dados brutos.
A fase de aquisição de dados é também conhecida como fase
de varredura ou de exploração. Inicia-se com a exposição de
uma seção da região do corpo a um feixe colimado de raios-X, b) Fase de Reconstrução da Imagem
na forma de um leque fino, envolvendo as suas extremidades. A reconstrução de imagem de TC é um processo realizado por
Na Figura ao lado é mostrado um esquema de todo o sistema computador. Algoritmos matemáticos transformam os dados
de exposição em TC. Os fótons de radiação que atravessam brutos em imagem numérica ou digital. A imagem digital é uma
a seção do corpo sem interagir atingem um conjunto de matriz bidimensional, em que cada elemento de matriz,
elementos detectores, no lado oposto, tendo o paciente ao denominado de
rte
Imagem do
pixel, recebe um
do
voxel
a
ur
ss
valor numérico
Es
Número de TC 1000 ( µ - µ )
= µ
t w
µ w No TC
nesse ângulo de visão. Um “raio”, em TC, é uma “pequena
Densidade Energia
do Tecido do fóton
Curso: “ Tomografia Computadorizada: Formação da Imagem e Radioproteção” IRD- 2002 4
denominado de número de TC. O número de TC está prolongamento dos perfis que caem fora da imagem do
relacionado ao coeficiente linear médio de atenuação do detalhe analisado. Para evitar o borrão as projeções são pré-
elemento do objeto, o voxel, que ele representa. processadas e submetidas a uma convolução com uma
função filtro, antes da retroprojeção (b). O filtro matemático
A definição do número de TC em unidades Hounsfiel (UH) é
também é conhecido por “kernel’’, isto é núcleo. A
dada na figura acima, onde, µt é o coeficiente linear de
convolução produz sinais que contêm componentes positivas
atenuação médio do material que compõe o voxel e µw é o
e negativas, que se cancelam na retroprojeção. Há diferentes
coeficiente linear de atenuação da água.
filtros matemáticos disponíveis que são selecionadas de
Por definição, o número de TC da água é igual a
zero.
A seção do objeto deve ser imaginada como se
fosse dividida em voxels, e cada voxel é representado por um
pixel.
FOVrecon.(mm)
O tamanho do voxel é
fundamental na qualidade da
orte
oC
dos números de TC
Um determinado tecido pode produzir valores que é convertida
diferentes de números de TC se investigado em diferentes em tons de cinza da
tomógrafos, visto que os espectros de raios X (tensão e imagem. Os pixels
filtros físicos) e os procedimentos de calibração do sistema que possuem -1.000
não são semelhantes. Além disso, em um mesmo tomógrafo, números de TC
o número de TC de um certo tecido pode variar em função da acima do limite superior da janela são mostrados na cor
localização do tecido dentro da área examinada [50, 51]. branca e aqueles cujos números de TC estão abaixo do limite
Embora haja vários métodos matemáticos para a inferior apresentam-se em preto.
reconstrução de imagens de TC, o método da retroprojeção
Características da Imagem em TC
filtrada é quase que exclusivamente usado. O método de
retroprojeção consiste em superpor os sinais projetados do
perfil de atenuação para trás, ao longo da direção em que os
As diferenças mais marcantes entre a imagem
dados de projeção foram coletados. Na Figura abaixo, é
médica por radiografia convencional e TC são geradas por
ilustrada a imagem formada a partir de três das muitas
três fontes. A primeira fonte é o algoritmo de reconstrução da
projeções realizadas na varredura real. É possível observar
imagem, que envolve as medidas físicas da atenuação dos
uma silhueta borrada do objeto. Com um número muito maior
raios-X. O processo de cálculo anula o caráter local do erros
de projeções, o borrão permanece devido à contribuição dos
e incertezas das medições, que são inevitáveis em qualquer
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ato de medir, e os distribui sobre toda a imagem. Assim, o fótons que atinge o detector. Este último é determinado pela
ponto em que a distorção na imagem é mostrada não tensão aplicada ao tubo, pela corrente no tubo, pelo filtro
necessariamente coincide com o ponto do corpo que causou físico, a espessura do corte, a espessura e composição da
a distorção. A segunda diferença encontra-se na região do corpo em estudo e pelo algoritmo de reconstrução,
discretização, isto é, o coeficiente de atenuação do tecido é principalmente do núcleo de convolução [2].
determinado a partir de um número finito de dados. Deste
modo, certas regras devem ser obedecidas, caso contrário
serão produzidas distorções na imagem sem correspondente c) Resolução Espacial
na radiografia clássica [63]. A terceira é a imagem digital.
Resolução espacial é a capacidade do sistema de
Os principais parâmetros que descrevem fisicamente mostrar detalhes finos de alto contraste, acima de 10% [100].
a imagem de TC são a resolução espacial de alto contraste A resolução espacial pode ser descrita como a menor
(nitidez de detalhe), a resolução de baixo contraste distância entre dois objetos pequenos que podem ser
(sensibilidade de contraste) e os artefatos de imagem. Além visibilizados na imagem. Na TC encontra-se na faixa de 0,7 mm
disso, dois fatores chave interferem na qualidade da imagem a 2,0 mm. Muitos fatores contribuem para a perda de nitidez
médica e na segurança: o tempo de aquisição de dados e a e redução da visibilidade de detalhe em TC, alguns
dose de irradiação por imagem. Comparada à radiografia controláveis pelo operador e outros característicos do projeto
convencional, as imagens por TC apresentam melhor do tomógrafo. O fator mais significativo que leva à perda de
sensibilidade de contraste (resolução de baixo contraste) , nitidez é a espessura do raio da amostra ou a abertura da
maior perda de nitidez de detalhe, além de mais ruído e amostragem, visto que os detalhes anatômicos que se
artefatos. Quanto ao tempo de aquisição de dados, embora encontram dentro da espessura do raio não são distinguíveis
reduções significativas tenham ocorrido ao longo dos trinta durante o processo de medir. A espessura dos raios é
anos alcançando 0,5 s por revolução do tubo, é maior do que determinada pela janela do detector, tamanho do ponto focal,
o tempo de exposição nas radiografias convencionais. As deslocamento do ponto focal durante a medição de um perfil
doses de radiação por exame são ainda sensivelmente e o espaçamento entre raios. Outro fator que influi na
maiores. resolução espacial é o tamanho do voxel, que depende do
campo de visão, tamanho da matriz e espessura de corte. Os
filtros de reconstrução também contribuem para a resolução
a) Sensibilidade de contraste espacial [100].
O grande avanço da qualidade da imagem de TC Deve-se estar ciente de que o menor detalhe que
sobre a radiografia convencional encontra-se na sensibilidade possa ser detectado em uma imagem de TC não corresponde
de contraste ou resolução de baixo que determina o tamanho necessariamente ao menor detalhe que possa ser visibilizado.
de detalhe que pode ser visivelmente reproduzido ainda que Por exemplo: um detalhe de alto contraste em relação à sua
haja apenas uma pequena diferença na densidade relativa à vizinhança e tamanho menor do que um voxel pode
área vizinha. Os fatores que contribuem para o alto grau de influenciar no número de TC do pixel (valor médio do
sensibilidade de contraste são: a imagem em planos sem a coeficiente linear de atenuação). Ele vai aparecer na imagem
superposição de outras estruturas fora do plano, a seleção da com um contraste relativamente visível em relação aos pixels
janela que controla o contraste e o feixe de raios-X adjacentes.
relativamente estreito que reduz a radiação espalhada.
O principal fator de degradação da sensibilidade de
d) Artefatos
contraste na imagem de TC é o ruído de natureza estatística.
Artefato de imagem é qualquer estrutura ou padrão
na imagem que não tem correspondente no objeto em estudo.
b) Ruído Qualquer sistema de imagem apresenta artefatos. Em virtude
do processo de formação da imagem , os artefatos em TC são
O ruído é aquele aspecto granulado observado na
bem distintos de outras modalidades de imagem, sendo
imagem de TC. É resultado da natureza quântica do fótons de
identificados pela sua aparência. A familiaridade com tais
raios-X, que gera uma flutuação estatística local nos números
artefatos permite ao profissional experiente descontar
de TC dos pixels da imagem de uma região homogênea do
subjetivamente a sua presença. Como fontes de artefatos têm-
corpo. A magnitude do ruído é determinada pelo desvio
se [111]:
padrão dos números de TC sobre a região de interesse (ROI)
em um material homogêneo. A fonte predominante de ruído • movimento do paciente (listras)
é a flutuação do número de fótons de raios X detectados, • objetos de alta atenuação (listras)
portanto depende da eficiência dos detectores e do fluxo de • "aliasing" (listras)
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• endurecimento do feixe (forma de cálice) qualidade da imagem no tocante aos artefatos devido ao
• desbalanceamento dos detectores (anéis) movimento do paciente, quer voluntário , quer involuntário.
• centralização Tempos mais longos requerem maior cooperação do paciente.
• efeito de volume parcial Outra vantagem da aplicação de tempos mais curtos é a
possibilidade de estudos dinâmicos e o acompanhamento
O ruído estritamente falando não deixa de ser um artefato.
cinético do meio de contraste.
b) Espessura de Corte
A espessura nominal do corte, entre 1 a 10 mm, é
selecionada de acordo com o tamanho da estrutura ou da
lesão que se deseja estudar. Contudo, deve-se estar atento às
implicações da espessura de corte na qualidade de imagem e
Parâmetros que Afetam a Qualidade na dose de radiação para o paciente. Quanto mais larga é a
da Imagem em TC espessura de corte, menor será o ruído e melhor a resolução
de baixo contraste. Entretanto, a imagem estará mais sujeita à
A qualidade da imagem de TC é uma matéria presença de artefatos de volume parcial. Por outro lado, as
complexa influenciada por parâmetros relacionados à dose, imagens de cortes mais finos apresentam melhor resolução
por parâmetros relacionados ao processamento da imagem e espacial. Se a espessura do corte é muito fina , entre 1 e 2 mm,
por parâmetros clínicos. as imagens podem ser afetadas de modo significativo pelo
ruído. Para a TC helicoidal, a espessura nominal representa a
espessura efetiva do feixe de radiação no eixo de rotação e a
A - Parâmetros Relacionados à Dose de Radiação espessura da imagem do corte vai depender do algoritmo de
interpolação selecionado para a reconstrução da imagem.
a) Fatores de Exposição
c) Incremento de Mesa
Os fatores de exposição relacionados à dose de
Na TC seriada, a separação entre cortes, irradiado e
radiação para o paciente são os seguintes: tensão aplicada ao
de imagem, é definida como o incremento da mesa menos a
tubo de raios-X (kV), corrente no tubo de raios-X (mA) e
espessura nominal do corte, que são os parâmetros
tempo de exposição (s), os quais afetam tanto a qualidade de
selecionáveis. Nos estudos clínicos, a separação entre cortes
imagem como a dose de radiação para o paciente. Em geral,
encontra-se na faixa de 0 a 10 mm se os cortes não são
podem ser selecionados de um a três valores de tensão
superpostos. Valores negativos significam que os cortes são
aplicados ao tubo na faixa entre 100 a 140 kV. O valor
superpostos. O espaçamento entre cortes não influencia as
selecionado da tensão deve contemplar a composição e a
características da imagem de um único corte. Deve-se ter o
espessura da região a ser analisada e o contraste desejado.
cuidado de não deixar de visibilizar as lesões que caem no
Uma vez fixadas a tensão do tubo e a espessura de corte, a
intervalo entre os cortes. O intervalo entre cortes não deve
qualidade da imagem vai depender da exposição radiográfica,
exceder a metade do diâmetro das lesões suspeitas. Cortes
produto da corrente no tubo de raios-X e tempo de exposição,
bem separados são utilizados nos estudos dos sinais de
expresso em mAs. O valor absoluto do mAs necessário para
doenças distribuídos em todo o tecido. Os cortes seriados
uma certa imagem dependerá do filtro físico, dos detectores
superpostos são utéis nas reconstruções multiplanares ou
e da distância foco-detectores. Para um determinado modelo,
tridimensionais, diminuindo a aparência de degrau.
aumentando-se a exposição melhora-se a resolução de baixo
contraste devido à redução do ruído, porém, por outro lado, Para um dado volume de investigação, quanto
aumenta-se a dose do paciente. menor é a separação entre cortes maior será a dose local e a
dose integral para o paciente. O aumento na dose local é em
A qualidade de imagem consistente com as
razão da superposição dos perfis de dose de cortes
indicações clínicas deve ser atingida com a menor dose
adjacentes. Já o que causa o aumento na dose integral é o
possível para o paciente. Nos casos em que o baixo ruído da
aumento do volume de tecido diretamente irradiado, como
imagem é crucial na obteção da informação, são aceitáveis
indicado pelo fator de empacotamento.
doses mais altas para o paciente.
Apenas os tomógrafos mais modernos permitem a
seleção de tempo de revolução do tubo de raios-X. O tempo d) Passo ou Fator de Passo
de exposição, durante a aquisição de dados, influencia a
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Na TC helicoidal a separação entre cortes, durante fixos, quanto maior o volume de investigação maior será a
a fase de exposição, é dada pelo passo. O passo é definido dose para o paciente.
como a razão entre o deslocamento da mesa durante uma
rotação completa do tubo e a espessura nominal de corte.
Alguns fabricantes empregam o termo fator de passo, que é B - Parâmetros de Reconstrução e Apresentação da
o vocábulo que melhor o define, visto que o passo de uma Imagem
hélice se refere à distância entre dois pontos, cujos ângulos
polares é 22π. Na prática médica, seleciona-se o fator de
passo com os valores entre 1 e 2. Valores menores do que 1 a) Campo de Visão (FOV)
significam que os cortes irradiados são sobrepostos. Em
termos de dose e imagem, a maioria dos parâmetros da O campo de visão (FOV) é definido como o diâmetro
imagem são equivalentes se a região é investigada pela TC máximo na imagem reconstruída e abrange a faixa de 12 a 50
seriada contígua ou a TC helicoidal com passo = 1[57]. Para cm. Escolher um FOV pequeno significa reduzir o tamanho do
passo maior do que 1, a dose de radiação é reduzida se “voxel”, uma vez que se utiliza toda a matriz de reconstrução
comparada com a varredura contígua em série, assim como a para uma região menor do que no caso de um FOV mais
resolução de baixo contraste da imagem. O similar na extenso. Isto traz a vantagem de melhorar a resolução espacial
varredura helicoidal seriam cortes não contíguos. Neste caso, da imagem. Ao se selecionar o FOV deve ser ponderado se
na varredura helicoidal não há perda de registro das todas as regiões com possíveis sinais de doença foram
estruturas, o que ocorre no intervalo de separação entre os incluídas. O FOV muito pequeno pode excluir sinais
cortes na TC convencional. Se as imagens dos cortes são relevantes da doença.
reconstruídas em intervalos iguais à espessura nominal de b) Algoritmo Matemático
corte e o fator de passo na aquisição é maior do que 1,5,
haverá perda significativa na resolução de baixo contraste da O algoritmo de reconstrução é composto de instruções
imagem final [109]. matemáticas para o cálculo da imagem e as etapas principais
são a convolução dos perfis de atenuação e, posteriormente,
a retroprojeção. O aspecto e as características da imagem de
TC são fortemente dependentes do algoritmo selecionado,
Varredura convencional Varreduras helicoidais
especificado pelo núcleo ou filtro de convolução. O algoritmo
Passo = 1 Passo = 1,5 Passo = 2 de reconstrução é selecionado conforme a indicação clínica
d= T d= 1,5 T d= 2 T
e a área em estudo. Os algoritmos padrões ou de tecidos
moles são os apropriados para a maioria dos exames. Existem
outros tipos de algoritmos: alguns intensificam as bordas
melhorando a resolução espacial, apropriados para exibir a
imagem detalhada do tecido ósseo e do parênquima
T T
d d pulmonar; outros suavizam a imagem, diminuindo o ruído,
Distância percorrida pela mesa durante uma rotação do tubo de 360 ° (d) levando, entretanto, a perda de nitidez.
Passo = —————————————————————————————————
Espessura nominal do corte (T)
e) Inclinação do “Gantry”
c) Algoritmo de Interpolação
A inclinação do “gantry” é definida como o ângulo
entre o plano vertical e o plano formado pelo tubo de raios-X, Para a reconstrução de imagens a partir da aquisição
o feixe de raios-X e o conjunto de elementos de detecção. O de dados em helicoidal, há dois tipos de interpolações
gantry, normalmente, permite inclinação de –25o a +25o Um básicas. Elas usam perfis de atenuação tomadas a meia
ângulo diferente de zero pode ser apropriado para reduzir ou rotação (180o) ou em uma rotação completa (360 o) do tubo
eliminar artefatos ou reduzir a dose de radiação em órgãos ou nos dois lados do plano que se deseja a imagem. São
tecidos radiosensíveis. indicados por termos claros como: >interpolação linear 180 =
(IL 180 ), ou >interpolação linear 360 o = (IL 360) por alguns
fabricantes. Outros fabricantes empregam uma terminologia
f) Volume de Investigação própria como >slim= ou >wide=, ou >interpolação 1= e
>interpolação 2=. Além desses dois tipos básicos de
O volume de investigação é o volume de imagem
interpolação linear, vários sistemas possuem outros tipos de
definido pelo início e pelo fim da região estudada. Deve-se
interpolações. Algumas vezes elas são utilizadas como
cobrir todas as regiões que tenham possibilidade de
padrão [24]. A interpolação linear 360 o que não é o padrão
apresentar sinais de doenças para a indicação do exame.
mais freqüente, dá origem a uma imagem do corte
Considerando que todos os outros parâmetros permaneçam
significantemente mais larga do que a correspondente
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varredura axial padrão usando o mesmo colimador de posição da janela é definida como o valor do centro da janela
espessura de corte. usada para exibir o tom de cinza médio, de modo que o
observador seleciona-a de acordo com as características de
atenuação da estrutura de interesse.
d) Algoritmos de Endurecimento de Feixe de
Correção de Movimento
A reconstrução das imagens pode ainda incorporar L N o TC
L
outras funções tais como: algoritmos de endurecimento de W
L
h) Fator de “zoom”
W
A
No TC A imagem digital permite o uso do recurso de
W
B “zoom” para magnificar a imagem de um setor do campo
W
C
investigado. Os valores dos pixels relativos àquele setor são
redistribuídos, por interpolação, por toda matriz de
apresentação. O “zoom” auxilia a análise de detalhes da
A B Constante
Centro da Janela C imagem, acarretando, porém, a perda de nitidez.
Uma janela é caracterizada pela sua largura e o seu centro da
janela, expressos em UH. A largura de janela é definida como
a faixa de números de TC que é convertida em tons de cinza. C - Pârametros Clínicos
De modo geral, para reproduzir uma faixa ampla de tecidos é O tamanho e a composição do paciente afetam os
apropriada uma janela mais larga. Janelas mais estreitas são
mais convenientes para mostrar tecidos específicos. A
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aspectos característicos da imagem tomográfica. Para uma Grandezas Dosimétricas Usadas Em TC
dada exposição, as imagens de um paciente de grande porte
apresentam mais ruído do que as imagens de pacientes de
menor porte. Então, espera-se que aumentando a dose de Na TC a fonte de irradiação em movimento rotacional
radiação poder-se-á ter uma imagem melhor. Ocorre que a produz, no interior da seção do corpo no
grande quantidade de tecido adiposo em pacientes obesos paciente,distribuição de dose absorvida mais uniforme que a
produz melhor delineação das estruturas do que ocorre com dos outros procedimentos da Radiologia Convencional onde
pacientes não obesos. Assim, a qualidade da imagem para o a irradiação é unidirecional [39, 63]. Os parâmetros de
diagnóstico pode ser adequada, embora com mais ruído. exposição influenciam o valor da dose. Já a distribuição
Portanto, aumentar a dose de radiação para pacientes obesos espacial relativa da dose absorvida depende dos parâmetros
não é regra geral. Por outro lado, pode não ser adequada a geométricos da unidade, tais como o ângulo de abertura,
redução de dose em pacientes caquéticos, em razão da falta distância foco-centro de rotação e, fundamentalmente, da
inerente de contraste do corpo [54]. As etapas de preparo do forma e composição do filtro moldado [17, 50, 51].
exame também concorrem para o sucesso da investigação. O
paciente deve ser orientado a cooperar o máximo possível Por outro lado, o feixe de radiação em TC sendo
durante o procedimento. Em geral, o paciente deve muito fino, e a fonte de raios-X estando em movimento
permanecer em supino. Um posicionamento especial pode ser durante a exposição não permitem o uso dos instrumentos
útil para reduzir os artefatos ou minimizar a exposição em para medir radiação do mesmo modo que na Radiografia
órgãos ou tecido mais radiosensíveis. Convencional. Existe um grande número de grandezas
propostas para a descrição do campo de radiação e a dose no
O paciente deve permanecer o mais imobilizado paciente em TC [7,8, 17, 23, 24, 65, 70, 72, 88, 91, 93 ].
possível. As fontes principais de artefatos de movimentos
involuntários do paciente são: respiração, atividade Em 1981, dois descritores de dose foram
cardiovascular, peristalse e engasgo. Os artefatos ficam introduzidos pelo FDA [93]: o índice de dose em tomografia
reduzidos diminuindo-se o tempo de aquisição de dados. computadorizada (CTDI) e a dose média em múltiplos cortes
(MSAD). Eles deram origem às formas mais difundidas de
Em exames de TC na região pelvi-abdominal, deve descrição da dose. Vale ressaltar que, no começo dos anos
ser prescrita a administração de meio de contrate oral em 80, o único modo de varredura existente era a varredura
intervalos de tempo e em dosagem apropriada à indicação seriada, ou seja, corte a corte.
para opacificar as cavidades. A administração de meio de
contraste via retal pode ser necessária em alguns exames da O CTDI é definido como a razão entre a integral do
pelve. Em alguns exames ginecológicos, utiliza-se o tampão perfil de dose em um único corte (D1(z)) ao longo de uma
vaginal. linha infinita perpendicular ao plano tomográfico e o produto
da espessura nominal de corte (T) pelo número de cortes
A administração de meio de contraste intravenoso irradiados por varredura (n), ou seja:
é necessária em alguns estudos e deve ser aplicada de forma
apropriada à indicação clínica, levando-se em consideração os
fatores de risco [82]. Se for administrado meio de contraste A largura do perfil de dose absorvida, mesmo no ar,
intravenoso, o paciente deve fazer o exame em jejum, exceto é maior do que a espessura nominal de corte. Esta
de líquidos. discrepância é mais acentuada quando se trata de varredura
Os órgãos radiosensíveis devem ser protegidos de cortes finos [24, 32, 47, 75, 88]. O valor estimado de CTDI
sempre que possível, isto quando estiverem fora do campo de representa o valor da dose em um elemento de volume
imagem, de 10 a 15 cm do volume de investigação. O protetor devido à exposição de um único corte como se toda a dose
de gônadas masculino tem se mostrado eficaz. O mesmo não absorvida do perfil fosse homogeneamente concentrada em
ocorre com os protetores das gônadas femininas [10, 86]. um elemento de volume de tamanho igual a um elemento de
seção de área e espessura igual à espessura nominal de corte.
Uma radiografia de projeção de cortes é necessária O CTDI pode ser estimado no ar (CTDIar , com pouca
para definir o volume de varredura. contribuição de radiação espalhada), e no simulador (com a
∞
1
CTDI =
nT ∫ D1 ( z ) dz
−∞
contribuição de radiação espalhada).
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A MSAD é um descritor de dose local, definida para prático para fazer medidas para estimar CTDI é utilizar uma
múltiplos cortes, de espessura nominal T e com separação (I) câmara de ionização do tipo lápis, de comprimento sensível
constante, como a dose média na seção efetiva do corte de 100 mm, projetada especialmente para TC [104]. Medida
central ao longo de uma distância entre dois cortes deste modo e com o intervalo de integração de 100 mm, a
consecutivos (I), ou seja
∞
1
T −∫∞
I
1 2 D( z )dz = CTDIideal
MSAD =
I ∫ D N , I ( z ) dz -∞ z ∞
−I
2
1 5 cm
T − 5∫cm
Se o número de cortes é suficientemente grande, por D( z )dz = CTDI 10 cm
exemplo 14 cortes [77], a contribuição da irradiação dos cortes 10 cm
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Grupo Exames terminologia:
Tórax: tórax geral, tórax vasos do mediastino e tórax alta A- Visualização: Órgãos e estruturas são detectáveis no volume
resolução investigado.
Abdome e pelve: abdome geral, fígado e baço, rins, pâncreas, B- Reprodução crítica: Os detalhes das estruturas para a indicação
glândulas adrenais, e pelve geral. específica são discriminados em um grau
Ossos e juntas: ossos da pelve e ossos do ombro essencial para o diagnóstico. Estão incluídos
os termos:
B.1 - Reprodução: Detalhes de estruturas anatômicas são visíveis,
embora não estejam necessariamente bem
Os critérios da qualidade são aplicáveis a pacientes
definidos; detalhes emergentes; indícios
adultos de aproximadamente 70 kg e 1,70 m de altura, com
B.2 - Reprodução Os detalhes anatômicos estão claramente
indicações comuns à técnica de TC. visualmente precisa: definidos; detalhes evidentes.
O Documento EUR 16262 deixa bem claro que esses Os parâmetros físicos da imagem são mensuráveis
critérios não são aplicáveis a todos os casos. Para certas por meio de simuladores e incluem ruído, resolução de baixo
indicações clínicas, imagens de qualidade inferior são contraste, resolução espacial, linearidade, homogeneidade e
aceitáveis. Neste caso, a dose de radiação para o paciente estabilidade dos números de TC e perfil de sensibilidade de
deveria ser mais baixa. corte. Os testes de rotina para avaliar a constância do
desempenho são especificados para os critérios físicos da
As recomendações para cada exame são
imagem, fazendo parte, portanto do programa de controle de
organizadas em: etapas preparatórias do exame, requisitos
qualidade do tomógrafo que os serviços devem implementar
para o diagnóstico especificando os critérios anatômicos,
[16, 73] a fim de garantir seu desempenho com qualidade
critérios de dose de radiação para o paciente, exemplos de
satisfatória.
técnica para uma boa imagem, e condições clínicas que
afetam a qualidade da imagem. c) Critérios de Dose de Radiação para o Paciente
Quanto aos Critérios de Dose de Radiação para o
Paciente, as diretrizes propõem dois descritores de dose: o
a) Etapas Preparatórias do Exame
índice ponderado de dose de TC (CTDIw) e o produto dose-
As etapas preparatórias visam garantir a justificativa e o comprimento (DLP):
controle do exame, compreendendo: indicação do exame
CTDIw é aproximadamente a dose média sobre um único
acompanhado dos exames anteriores, preparo do paciente e
corte, medido em um simulador padrão dosimétrico de cabeça
radiografia de planejamento dos cortes.
(h) ou simulador padrão de tronco (b), expressos em termos
b) Requisitos para o Diagnóstico de dose absorvida no ar (mGy). Os simuladores padrões
dosimétricos são adotados pela International Electrotechnical
A qualidade da imagem de TC é fundamental para o
Comission (IEC) [45].
diagnóstico correto. Para garantí-la, é necessário um controle
físico da qualidade e um método para avaliar a qualidade da O CTDIw é definido como:
imagem para o diagnóstico. Assim, os requisitos para o
CTDIw = 1/3 CTDI100,C + 2/3 CTDI100, P
diagnóstico são apresentados como os critérios anatômicos
da imagem e os critérios físicos da imagem onde CTDI100,c representa o índice de dose em tomografia
computadorizada medido no centro do simulador com uma
Os critérios anatômicos da imagem são os requisitos
câmara de ionização de 100 mm de comprimento ativo e
que devem ser atendidos quando são propostas questões
CTDI100,p representa a média das medições nas mesmas
clínicas específicas a fim de auxiliar o diagnóstico. Eles levam
condições, porém realizadas em quatro pontos diferentes em
em conta a visibilidade de estruturas anatômicas importantes
torno da periferia do simulador.
que devem estar presentes na área em estudo e o contraste
entre os diferentes tecidos de interesse em função da sua A estimativa de CTDIw fornece um controle da
relação com a manifestação radiográfica de uma doença, técnica de exposição, em especial do ajuste do mAs.
disfunção ou trauma. Se essas marcas anatômicas e o
DLP: também avaliado em simulador padrão dosimétrico de
contraste entre os tecidos são bem visíveis em uma imagem
cabeça ou de tronco, é expresso em termos de dose absorvida
tomográfica, então a imagem será capaz de apresentar os
no ar - comprimento (mGy cm). A monitoração do DLP
sinais da doença, quando presentes.
fornece o controle do volume de irradiação e a dose total de
Os requisitos para o diagnóstico distinguem três um exame.
graus de visibilidade. Como até o momento não existem
O produto dose-comprimento para um exame
definições internacionalmente aceitas quanto aos termos que
completo:
descrevam tais graus de visibilidade, adotou-se a
Curso: “ Tomografia Computadorizada: Formação da Imagem e Radioproteção” IRD- 2002 14
DLP = Σi nCTDIw x C x N x T (mGy cm) TC helicoidal, o campo de visão (FOV), a inclinação do
gantry, a tensão aplicada ao tubo de raio X (kV), a exposição
onde i representa uma seqüência de corte do exame que
radiográfica (mAs), o algoritmo de reconstrução, a seleção da
compõe parte do exame e N é o número de cortes, cada um de
janela para a exibição da imagem de interesse e os meios
espessura T (cm), nCTDIw é CTDIw normalizado pela exposição
adicionais de proteção.
radiográfica (mAs) e C exposição radiográfica em mAs
utilizada na seqüência.
No caso de varredura helicoidal, o produto dose- e) Condições Clínicas com Impacto no Bom
comprimento é: Desempenho da Imagem
DLP = Σi nCTDIw x Tx A x t (mGy cm) Descrevem as condições do paciente e as particularidades
técnicas que exigem a atenção e a intervenção do operador.
onde i é cada seqüência helicoidal que compõe um exame, T
São categorizadas em: movimento do paciente, administração
é a espessura nominal do corte irradiado (cm), A é a corrente
de meio de contraste intravenoso, problemas e armadilhas da
do tubo (mA) e t é o tempo total de aquisição (s) para a
imagem e modificação relevante da técnica.
seqüência. O valor do nCTDIw é determinado para um único
corte como em uma varredura serial.
A monitoração de DLP fornece o controle do 2.2 Critérios da Qualidade para os Exames Crânio Rotina
volume de irradiação e a exposição total de um exame. e Abdome Rotina
O CTDIw e o DLP formam a base das grandezas que A seguir serão transcritos os critérios da qualidade
expressariam os níveis de dose de referência para a TC . No para os exames de crânio rotina e abdome rotina propostos
Brasil, o descritor dose média em múltiplos cortes (MSAD) foi pelo Documento EUR 16262 [28].
adotado para expressar o nível de referência em TC [73] [108],
seguindo as recomendações do Basic Safety Standard (BSS)
da Agência Internacional de Energia Atômica (IAEA) [40]. As
definições e detalhes desses descritores de dose estão
descritos no Apêndice B. O presente trabalho considera as
grandezas CTDIw e o DLP como as que expressam os critérios
de dose para uma boa prática.
Os níveis de dose dependem da técnica
radiográfica, dos equipamentos e das características clínicas
e físicas do paciente [79]. Os valores para os critérios de
dose da CE foram obtidos a partir de dois levantamentos
abrangentes de dose. O primeiro foi no início dos anos 90 na
Inglaterra para os exames de rotina [95, 97] e o segundo foi
um estudo piloto dos critérios de imagem para alguns exames
(seios da face, segmento lombar da coluna, tórax alta
resolução, fígado e baço, e ossos da pelve) [48].
Curso: “ Tomografia Computadorizada: Formação da Imagem e Radioproteção” IRD- 2002 15
CRÂNIO, GERAL
Etapas preparatórias:
- Indicações: lesões traumáticas, e doença estrutural suspeita ou conhecida, focalizada ou difusa, do cérebro,
quando RM é contraindicada ou não disponível.
- Investigações preliminares convenientes: exame clínico neurológico; RM é freqüentemente um exame alternativo
sem dose de radiação ionizante
- Preparação do paciente: informação a respeito do procedimento; restrição de comida. mas não de líquido, se for
administrado meio de contraste intravenoso
- Radiografia para o planejamento de cortes: lateral - da base do crânio ao vértex; em pacientes com múltiplos
ferimentos da coluna cervical ao vértex
Critérios da Imagem:
3.2 Espessura nominal de corte : 2-5 mm na fossa posterior; 5-10 mm nos hemisférios
Curso: “ Tomografia Computadorizada: Formação da Imagem e Radioproteção” IRD- 2002 16
3.5 Inclinação do gantry : +10-12 acima da linha da orbito-meato(OM) para reduzir
a exposição no cristalino dos olhos
3.7 Produto corrente no tubo e tempo de : Deve ser o mais baixo consistente com a qualidade da
exposição (mAs) imagem requerida
4.2 Meio de contraste intravenoso - ajuda a identificar as estruturas vasculares, realça as lesões e
as alterações da barreira sangue-cérebro
- deve-se preferir uma dose dupla com varredura de retardo para
melhor delinear metástase ou lesões da SIDA
4.4 Modificação da técnca - Anormalia sutil pode ser checada com cortes na área da
doença suspeita, antes de contemplar a administração de
contraste.
Curso: “ Tomografia Computadorizada: Formação da Imagem e Radioproteção” IRD- 2002 2
ABDOME, GERAL
Etapas preparatórias:
- Indicações: lesões inflamatórias, formação de abcesso, alteração estrutural ou lesões que ocupam espaços do
abdome e retroperitônio, suspeita ou conhecida, alterações de vasos principais tais como aneurisma e lesões
traumáticas, e como guia de biópsia
- Investigações preliminares convenientes: ultra-sonografia e/ou radiografia do abdome. A RM podeser um exame
alternativo em relação ao espaço retroperitonial
- Preparação do paciente: informação a respeito do procedimento; eliminar resíduos de meio de contraste de alta
densidade investigações prévias; aplicação oral de meio de contraste para contrastar o intestino; restrição de
comida. mas não de líquido, se for administrado meio de contraste intravenoso
- Radiografia para o planejamento de cortes: frontal do tórax inferior à pelve
Critérios de Imagem:
Curso: “ Tomografia Computadorizada: Formação da Imagem e Radioproteção” IRD- 2002 3
3.1 Volume de investigação : Da parte superior do fígado à bifurcação aórtica
3.2 Espessura nominal de corte : 7-10 mm; 4-5- mm somente para indicações restritas
(suspeita de pequenas lesões ), seriada ou de
preferência helicoidal
3.7 Produto corrente no tubo e tempo de : Deve ser o mais baixo consistente com a qualidade de
exposição (mAs) imagem requerida
4.2 Meio de contraste intravenoso - Utilizado para diferenciar vasos e tecidos de órgãos das
estruturas adjacentes e para detectar lesões
parenquimatosas em órgãos sólidos
4.3 Problemas e armadilhas - partes não contrastadas do intestino pode simular tumores
a delineação de órgãos e estruturas pode ser fraca em
- pacientes caquéticos com gordura intra e retroperitonial
reduzida
Curso: “ Tomografia Computadorizada: Formação da Imagem e Radioproteção” IRD- 2002 4
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