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PROPOSTA
CURRICULAR
DO ESTADO DE SÃO PAULO
ENSINO MÉDIO
PROPOSTA CURRICULAR PARA O ENSINO DE
FILOSOFIA
Filosofia Proposta Curricular do Estado de São Paulo
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Proposta Curricular do Estado de São Paulo Filosofia
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Filosofia Proposta Curricular do Estado de São Paulo
Além disso – considerando que as mani- embates políticos que levaram à superação do
festações do pensamento devem ser analisadas regime autoritário instalado no país. As vozes
em sua historicidade –, a própria análise de um dos filósofos, além de serem ouvidas, puderam,
texto filosófico precisa ser historicizada e posta enfim, ser entendidas e, junto com as falas de
em relação com outras disciplinas. Desse modo, outros representantes do universo cultural e
como já foi lembrado, a Filosofia pode assumir político brasileiro, mostravam-se mais preocu-
uma de suas principais funções, a de ser uma pados com o restabelecimento da democracia
ferramenta conceitual produtora de síntese, no Brasil, do que com o sentido filosófico da
com o que animaria o debate multidisciplinar, cidadania clássica da Grécia antiga. Desde essa
elevando os padrões do Ensino Médio. época, a solidão contemplativa a que se res-
tringia o estereótipo do filósofo foi recolhida
Aqui, é importante considerar a trajetó- para o espaço da anedota e ele deixou a caver-
ria percorrida pela Filosofia na história da edu- na para ganhar o espaço da Cidade.
cação brasileira. Os jovens que freqüentam
hoje os cursos superiores de Filosofia talvez Essas considerações não devem ser en-
não saibam que, durante décadas – desde sua tendidas como uma avaliação depreciativa
aparição em nosso mundo escolar, há cerca de da História da Filosofia, pois ela foi, é e será
oitenta anos –, seus conteúdos espremiam-se, sempre fundamental para o estudo da Filoso-
maltratados ora pelo discurso teológico, ora fia. Aqui, o que se considera é que, a despeito
pela verborragia intraduzível que saía dos de sua importância, a História da Filosofia não
moinhos de palavras de alguns especialistas. deve constituir a principal orientação para o en-
Estes conteúdos mais pareciam raciocínios sino da disciplina na escola pública, pois é com
emanados de seres supremos, cujos códigos o olhar voltado para o mundo que se aprende
de acesso poderiam ser decifrados graças à a pensar filosoficamente – muitas vezes, reco-
mecânica das palavras, dispensando maiores lhendo material nas ruas que o aluno percorre
complicações de pensamento. para chegar à escola. Um jornalista, por exem-
plo, realiza entrevistas com crianças que vivem
Recentemente, entretanto, após a ins- no tráfico ou na prostituição e encerra aí o seu
talação dos cursos de pós-graduação (final da trabalho; mas certamente a compreensão da
década de 1960 e início da seguinte), a Filoso- questão poderá ser mais bem sintetizada, a
fia consolidou-se nos ambientes universitários, partir de seus fundamentos, pelo professor de
aumentando sua visibilidade pública, tanto Filosofia. Caberá a ele valer-se de sua formação
pelos espaços culturais ocupados pelos pro- para orientar debates em sala de aula, usando
fissionais da área como por sua presença nos aí os elementos que conformam sua erudição.
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Proposta Curricular do Estado de São Paulo Filosofia
Finalmente, também quanto à forma- das nestes cadernos. Contudo, deve ser dito
ção oferecida pelas universidades , a Filosofia que, seja qual for o percurso adotado pelo
se aproxima de suas parceiras curriculares, docente, os resultados dependerão, sempre,
já que as questões relativas ao ensino têm da prática cotidiana da leitura. Muitas ve-
pouco espaço no universo acadêmico. Além zes, o docente desanima, ao constatar que
disso, é preciso considerar que a formação “os alunos não lêem”. Entretanto, como
oferecida nos cursos superiores de Filosofia, responderiam os próprios professores sobre
públicos ou privados, é orientada, em geral seus hábitos de leitura e quais procedimen-
, para especializações rigorosas, pouco ou tos adotam para incentivar os estudantes a
nada voltadas para o ensino. A solução para lerem? Para entender a importância deste
superar as conseqüências desse perfil de for- problema, compete ao docente avaliar, sem-
mação consiste na adoção, pelo docente, de pre, o significado que os hábitos de leitura
um compromisso com a pesquisa constante. tiveram – e devem continuar tendo –em sua
Cabe a ele, principalmente, a responsabili- formação, já que é daí que vem o principal
dade de procurar seus próprios caminhos, recurso para transformar em Cultura qual-
aplicando a seu modo as sugestões conti- quer proposta curricular.
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Filosofia Proposta Curricular do Estado de São Paulo
1ª série
1º Bimestre 2º Bimestre
• Por que estudar Filosofia? • A Filosofia e suas origens gregas
3º Bimestre 4º Bimestre
• As relações entre Filosofia e Ciência • As relações entre Filosofia e Arte
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Proposta Curricular do Estado de São Paulo Filosofia
2ª série
1º Bimestre 2º Bimestre
• O que é Política? • A política socialista na modernidade:
Karl Marx e o Anarquismo
• Formas de poder
• O que é ideologia?
• Política e poder
3º Bimestre 4º Bimestre
• Filosofia da Educação • Reflexões sobre os poderes no
século XX: Michel Foucault e a
• Filosofia e exclusão social: respeito à fragmentação política; Hanna Arendt
diversidade e o totalitarismo
3ª série
1º Bimestre 2º Bimestre
• O que é ética? • Desafios éticos contemporâneos: a
ciência e a condição humana
• As relações entre ética e cidadania
• Filosofia e bioética
• Ética e política
3º Bimestre 4º Bimestre
• As transformações tecnológicas e os • O problema filosófico da escolha
critérios de escolha humana moral e suas implicações