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DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS

PROF. ELDO SANTOS

1. Princípios e Convenções Contábeis

Toda ciência é regida por princípios ou leis. Os princípios contábeis


podem ser definidos como as premissas básicas acerca dos
fenômenos e eventos contemplados pela Contabilidade, as quais são
resultado de análise e observação da realidade econômica, social e
institucional.

São duas as condições básicas para que um princípio supere a fase


de tentativa e se torne “amplamente aceito”, incorporando-se à
doutrina e à prática contábeis:

• Deve ser considerado viável e objetivo pelo consenso


profissional;

• Deve ser considerado útil.

Entre os vários princípios e convenções aceitos na atualidade,


apresentamos os seguintes:

1.1. Princípio do Custo como Base de Valor

Enunciado: "…O custo de aquisição de um ativo ou dos insumos


necessários para fabricá-lo e colocá-lo em condições de gerar
benefícios para a Entidade representa a base de valor para a
Contabilidade, expresso em termos de moeda de poder aquisitivo
constante …"

Os componentes do patrimônio devem ser registrados pelos valores


originais das transações com o mundo exterior, expressos em valor
presente na moeda do país, os quais serão mantidos na avaliação das
variações patrimoniais posteriores.

1.2. Princípio do Denominador Comum Monetário

Enunciado: "As demonstrações contábeis, sem prejuízo dos registros


detalhados de natureza qualitativa e física, serão expressas em
termos de moeda nacional de poder aquisitivo da data do último
Balanço Patrimonial…"

O entendimento desse princípio é importante, pois nele está baseada


toda a estrutura de mensuração da Contabilidade. Em primeiro lugar,
a Contabilidade preocupa-se, fundamentalmente, com eventos
econômicos suscetíveis de avaliação monetária; lembramos, todavia,
que nem todos os eventos econômicos são suscetíveis de registro
contábil e alguns registros contábeis não caracterizam eventos
econômicos. Os dois conjuntos de fenômenos, portanto (eventos
econômicos e fatos contábeis), não são isomórficos. A avaliação dos
fatos registrados pela Contabilidade em unidades monetárias é muito
importante para podermos agregar e homogeneizar elementos
patrimoniais os mais diversos possíveis.

Outro aspecto do princípio do Denominador Comum Monetário é que,


independentemente de a unidade monetária utilizada na
Contabilidade ter variado seu poder aquisitivo no tempo, as contas a
receber serão recebidas em valores previamente estabelecidos e as
contas a pagar o serão pelos montantes previamente fixados, a não
ser que os contratos contenham em si uma cláusula de reajuste
monetário automático.

1.3. Princípio da Realização da Receita

Enunciado: "A receita é considerada realizada e, portanto, passível de


registro pela Contabilidade, quando produtos ou serviços produzidos
ou prestados pela Entidade são transferidos para outra Entidade ou
pessoa física com a anuência destas e mediante pagamento ou
compromisso de pagamento especificado perante a Entidade
produtora …"

Um dos problemas fundamentais do sistema de mensuração contábil


é definir quando a receita deve ser reconhecida contabilmente.
Sabemos que o valor adicionado a um produto ou serviço pela
produção e de distribuição são acumulados em todo o processo. A
Contabilidade, como um sistema de mensuração, precisa escolher em
cada caso o ponto do processo mais adequado para o
“reconhecimento” da receita. No fundo, reconhecimento de receita
implica reconhecimento de lucro (ou prejuízo) e, portanto, receita e
despesa são duas facetas de um mesmo problema geral, embora, no
tempo, primeiro se reconheça a receita e, em seguida, a despesa,
direta ou indiretamente associada.

Existem algumas condições básicas para que a receita possa ser


reconhecida:

a) É preciso que exista uma avaliação de mercado (preço);

b) O esforço, em temos de cumprimento de etapas básicas do


produto ou da prestação de serviço, precisa ter-se desenvolvido
totalmente;

c) É necessário que tenhamos condições de estimar, com apreciável


grau de precisão, as despesas associadas ao ganho das receitas.

Podemos dizer que a regra geral consiste em se considerar a receita


“ganha” e, portanto, reconhecível, quando produtos ou serviços são
colocados “à disposição” do cliente. A fim de podermos colocar
serviços ou produtos à disposição é necessário, antes de mais nada,
que tenham sido completados.
Podemos notar que as três condições são observadas plenamente na
regra geral: existe preço de transferência dos produtos ou serviços
perfeitamente determinado, acertado entre as partes e verificável em
várias fontes: contratos (se existir), nota fiscal, fatura, etc; o esforço
em produzir e distribuir o produto ou serviço foi integralmente
desenvolvido; e, tendo sido a produção terminada, conhecemos seu
custo, bem como temos condições de prever, na maioria dos casos,
os desembolsos futuros que derivam da venda presente (gastos com
serviços de garantia devedores insolváveis, desembolsos com
comissões a vendedores pela venda ora efetuada, etc.).

É preciso, portanto, ter condições de reconhecimento dos


desembolsos, mesmo os ocorridos após o ponto de venda, mas que,
pela competência, são gerados ou associados à venda. Uma comissão
pode ser paga posteriormente à venda, todavia, deveremos
reconhecê-la no mesmo período em que é reconhecida a venda.

Numa análise de balanços é preciso atentar para os critérios


utilizados por uma empresa para o reconhecimento de suas receitas,
para não somente permitir cálculo de índices significativos para a
empresa em si, como também permitir comparações entre empresas
do setor.

1.4. Princípio do Confronto das Despesas com as Receitas

Enunciado: "Toda despesa diretamente delineável com as receitas


reconhecidas em determinado período, com as mesmas deverá ser
confrontada; os consumos ou sacrifícios de ativos (atuais ou futuros),
realizados em determinado período e que não puderam ser
associados à receita do período nem às dos períodos futuros, deverão
ser descarregados como despesa do período em que ocorrerem…"

É importante notar que a base do confronto não está relacionada ao


montante dos recursos efetivamente recebido em dinheiro ou pago,
no período, mas às receitas reconhecidas (ganhas), nas bases já
mencionadas, e às despesas incorridas (consumidas) no período.

Assim, podemos consumir ativos pagos no mesmo período ou


adquiridos em períodos anteriores. Pode ocorrer o caso de sacrifícios
de ativos, no esforço de propiciar receita, cujos desembolsos efetivos
somente irão ocorrer em outro exercício, ou de se incorrer em
despesas a serem desembolsadas posteriormente (sacrifício de ativo
no futuro, ativo esse que pode nem existir hoje).

Todas as despesas e perdas ocorridas em determinado período


deverão ser confrontadas com as receitas reconhecidas nesse mesmo
período ou a ele atribuídas, havendo alguns casos especiais:

a) os gastos de períodos em que a entidade é total ou parcialmente


pré-operacional. São normalmente ativados para amortização como
despesa a partir do exercício em que a entidade, ou a parte do ativo,
começar a gerar receitas;
b) a parcela dos gastos dos departamentos de pesquisa e
desenvolvimento que superar o montante necessário para manter o
setor em funcionamento, independentemente do número de projetos
em execução. (Esses últimos gastos incluem os salários fixos dos
pesquisadores e as depreciações dos equipamentos permanentes.)
Todo o gasto incremental necessário para determinado projeto
poderá ser ativado e, quando o projeto iniciar a geração de receitas,
amortizado contra as receitas.

Os gastos diferidos que não vierem a gerar receitas deverão ter seus
valores específicos descarregados como perda no período em que se
caracterizar a impossibilidade da geração de receita ou o fracasso ou
desmobilização do projeto.

Os gastos com propaganda e promoção de venda, mesmo


institucional, deverão ser considerados como despesas dos períodos
em que ocorrerem.

Somente um motivo muito forte e preponderante pode fazer com que


um gasto deixe de ser considerado como despesa do período, ou
através do confronto direto com a receita ou com o período. Se
somos conservadores no reconhecimento da receita, devemos sê-lo,
em sentido oposto, com a atribuição de despesas.

Os juros e encargos financeiros decorrentes da obtenção de recursos


para construção ou financiamento de ativos de longo prazo de
maturação ou construção somente poderão ser ativados durante o
período pré-operacional. Entretanto, seu montante deverá ser
contabilizado em conta específica de ativo a ser amortizada a partir
do exercício em que o ativo entrar em operação. As demais despesas
financeiras serão apropriadas aos períodos em que foram incorridas.

1.5.Postulados da Entidade e da Continuidade

Entidade: a contabilidade é feita para entidades como pessoas


distintas dos sócios. O patrimônio pertence, pois, a uma sociedade ou
instituição de qualquer natureza ou finalidade, com ou sem fins
lucrativos, independentemente de propriamente de uma pessoa.

Continuidade: presume-se, em geral, que a entidade operará por


tempo indefinido. Portanto, esse princípio influencia o valor
econômico dos ativos e, em muitos casos, o valor ou o vencimento
dos passivos, especialmente quando a extinção da entidade tem
prazo determinado, previsto ou previsível.

1.6. Princípio da Competência

Despesas e receitas são atribuídas de acordo com o fato gerador,


independentemente de terem sido ou não pagas ou recebidas.

1.7.Convenção do Conservadorismo (Prudência)


Entre conjuntos alternativos de avaliação para o patrimônio,
igualmente válidos, segundo os princípios fundamentais, a
contabilidade escolherá o que apresentar o menor valor atual para o
ativo e o maior para o passivo.

A caracterização clássica dessa concepção é a conhecida regra


utilizada principalmente na avaliação de inventários – custo ou
mercado: o que for menor. Quando os preços dos estoques se
encontram em baixa, o valor de mercado – preço de reposição –
normalmente é inferior ao preço pago na aquisição. Esta convenção,
sem dúvida, é inconsistente e não deveria mais fazer parte das
normas contábeis. Participa delas, no entanto, por estar consagrada
na Lei das Sociedades por Ações.

1.8.Convenção da Consistência (Uniformidade)

Representa um dos conceitos mais importantes e todo o esquema


contábil. Desde que tenhamos adotado determinado critério, dentre
vários igualmente válidos à luz de certo princípio contábil, o critério
não deve ser levianamente alterado em relatórios periódicos, caso
contrário estaríamos prejudicando a comparabilidade dos relatórios
contábeis e o poder preditivo dos mesmos. Entretanto, se condições
convenientes aconselharem decididamente a mudança de critério,
isto não significa que, em obediência à convenção da consistência,
não possamos adotar o novo critério. Apenas, deveremos, em forma
de evidenciação, no próximo corpo do balanço ( o que é difícil) ou em
notas explicativas especiais, fazer a devida anotação, indicando,
sempre que possível, qual o valor patrimonial a ficar afetado pela
adoção do novo critério em comparação com os resultados que
seriam apresentados se o antigo não tivesse sido abandonado.

Dessa forma, o analista de investimentos poderá avaliar melhor a tendência


e o desempenho da empresa. É comum o parecer de dos auditores
independentes afirmar: “... examinamos o balanço... e representam
adequadamente a posição financeira da empresa X... de acordo com os
princípios fundamentais de Contabilidade, aplicados de maneira uniforme
como os do exercício anterior, com exceção do procedimento objeto da
nota explicativa nº...”

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