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I. SISTEMA DE GOVERNO
De acordo com o art. 76, a nossa Constituição Federal adota o sistema de governo presidencialista,
ou seja, o Poder Executivo é monocrático, caracterizado pelo acúmulo de funções de Chefia de
Estado e de Governo na pessoa do Presidente da República, e significando que o Presidente da
República não depende da confiança do Congresso (ao contrário do sistema de governo
parlamentar) para ser investido e para permanecer no cargo, bastando, para isso, a eleição, ainda
que, historicamente, o Brasil já tenha adotado o sistema de governo parlamentarista.
II. ELEIÇÃO
III. MANDATO
A posse para o mandato de quatro anos deverá ocorrer diante do Congresso Nacional, em sessão
conjunta, que estará em recesso ensejando uma convocação legislativa extraordinária. Porém
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É proibida a venda sem autorização da autora. (Proteção dos direitos
autorais: CF/88, Lei 9610/98 e Lei 10.695/03)
poderá haver uma haver exceção quanto ao dia da posse e conseqüentemente à necessidade
dessa convocação extraordinária, como nas hipóteses do art. 81, caput e §1º. Diante do CN
deverão prestar o compromisso previsto no art. 78.
Há ainda possibilidade de reeleição para um único período subseqüente (art. 14, §5º e EC nº. 16).
De acordo com o art. 78, o não comparecimento poderá gerar declaração de vacância dos cargos
de Presidente e Vice-presidente da República pelo Congresso Nacional. Em caso de vacância do
Presidente da República permite a investidura definitiva do Vice no cargo de Presidente. Em caso
de vacância dos dois, age-se de acordo com o art. 80, caput.
V. SUBSÍDIOS
1. Por “cassação”:
a) por crime de responsabilidade, de competência do Senado Federal
b) por crime comum como efeito da condenação, de competência do Supremo Tribunal Federal.
2. Por extinção:
a) nos casos de morte
b) renúncia - é o caso de ausência do país por mais de 15 dias sem licença do Congresso Nacional,
art. 83, sendo competente para a aplicação da punição, no silencio constitucional, o Congresso
Nacional. Também aqui se inclui a vacância do cargo por não comparecimento para posse (art. 78,
§ único), sendo o prazo fatal o dia 11 de janeiro (art. 82), sendo o reconhecimento do Congresso
Nacional meramente declaratório.
c) perda ou suspensão dos direitos políticos
d) perda da nacionalidade brasileira.
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autorais: CF/88, Lei 9610/98 e Lei 10.695/03)
VII. ATRIBUIÇÕES
1. Do Presidente da República:
Entre outras (art. 84, XXVII) encontramos aquelas previstas no art. 84, que, portanto, não é
exaustivo. Dentre várias classificações é possível enquadrá-las de acordo com três funções
básicas:
a) Chefia de Estado - VII, VIII (conjugado com o art. 49, I), XVIII, segunda parte (convocar e presidir
o Conselho de Defesa Nacional), XIV (apenas no que se refere à nomeação de ministros do
Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores, por ser função de magistratura suprema), XV
(nomeação sujeita ao controle do Senado, por isso nem ato de chefia de Governo, nem ato da
chefia da Administração), XVI (primeira parte, ou: nomeação de magistrados do TRF, TRT, TRE;
assim classificado porque órgãos de outro Poder), XIX (conjugado com o art. 49, II), XX (conjugado
com o art. 49, II), XXI e XXII (conjugado com os arts. 21, IV, e 49, II);
b) Chefia de Governo - I, III, IV ("os regulamentos são normas expedidas privativamente pelo
Presidente da República, cuja finalidade precípua é facilitar a execução das leis"; enquanto as leis
devem ser expedidas em termos gerais, os regulamentos "são regras jurídicas gerais, abstratas,
impessoais, em desenvolvimento da lei", "não podendo alterar disposição legal, nem tampouco criar
obrigações diversas das previstas em disposição legislativa")V, IX, X, XI, XII (conjugado com o art.
84, § único, portanto delegável), XIII, XIV (menos quanto à nomeação dos Ministros do Supremo
Tribunal Federal e dos Tribunais Superiores - vide "Chefia de Estado"; ainda é de se observar que
"quando determinado em lei" só se refere aos "outros servidores"), XVII, XVIII (primeira parte:
convocar e presidir o Conselho da República - vide "Chefia de Estado"), XXIII, XXIV e XXVII;
c) Chefia da Administração Federal - II, VI (conjugado com o art. 84, § único, portanto delegável),
XVI (segunda parte: nomeação do Advogado Geral da União, que é um órgão do Poder Executivo),
XXIV (também, em certo sentido, um ato da Administração) e XXV (sendo a primeira parte
delegável: prover cargos públicos federais; e a segunda parte indelegável: extinguir cargos públicos
federais - conjugado com o art. 84, § único).
NOTA: parcela da doutrina tem entendido que o decreto a que se refere o art. 84, inciso VI, da
CF/88 (alterado pela EC 32), é um decreto autônomo, agindo, portanto como se lei fosse. Neste
caso, excepcionalmente, estaríamos diante de uma norma infraconstitucional secundária agindo
como uma primária.
2. Do Vice-Presidente da República:
É possível classificar estas atribuições em duas espécies :
a) Funções próprias - expressas na lei constitucional (arts. 79, 80, 89, I, e 91, I) ou em lei
complementar (art. 91, § único).
b) Funções impróprias - é o caso das missões especiais previsto no art. 79.
VIII. RESPONSABILIDADE
1. Política:
"No sistema parlamentarista, a responsabilidade do governo (Conselho de ministros) se apura
perante o Parlamento, mediante mecanismos específicos, como o voto de desconfiança ou a moção
de censura que obriga a demissão do Ministério.
No presidencialismo, como no Brasil, o próprio Presidente é responsável, ficando sujeito a sanções
de perda do cargo por infrações definidas como crimes de responsabilidade, apurados em processo
político-administrativo realizado pelas Casas do Congresso Nacional", previstos na Constituição
Federal e definidos em lei especial o seu processo e julgamento (art. 85, § único e Lei 1.079/50):
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autorais: CF/88, Lei 9610/98 e Lei 10.695/03)
2. Penal
Previstos e definidos na legislação penal comum ou especial.
Também aqui o processo divide-se em duas fases:
b) processo e julgamento:
• instauração do processo: no Supremo Tribunal Federal com o recebimento da denúncia ou
queixa-crime, ficando o Presidente da República suspenso de suas funções (art. 86, §1º, I).
De acordo com entendimento de Alexandre de Moraes o STF não está obrigado a receber
denúncia ou queixa-crime, diferente do Senado Federal, justificado pelo princípio da
separação de poderes (art. 2º).
• julgamento:
1) absolvição
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b) É inviolabilidade material:
• ser responsabilizado apenas por atos vinculados ao exercício de suas funções, sendo,
portanto, relativamente irresponsável (política ou penalmente), excluindo essa proteção
quando se tratar de responsabilidade civil, administrativa, fiscal ou tributária, conforme
decisão do STF.
Por fim, é entendimento do STF que as Constituições estaduais não tem o poder de estabelecer
essas imunidades e inviolabilidade aos seus governadores por serem matérias que deverão ser
tratadas pelo Congresso Nacional.
X. MINISTRO DE ESTADO
"A sua permanência no cargo repousa na confiança que merecer do Presidente da República",
daquele que o nomeou (art. 76).
A Constituição elenca apenas algumas de suas atribuições, além dos requisitos para a ocupação de
tal posto (art. 87).
Pode comparecer, por iniciativa própria, diante das Casas congressuais a fim de expor assuntos de
relevância de seu Ministério (art. 50, §1º). Por outro lado, se determinado que compareça diante
das Casas ou suas Comissões, não fizer, estará sujeito a responder por crime de responsabilidade
política, diante do Supremo Tribunal Federal (art. 102, I, b); se conexo ao do Presidente da
República, diante do Senado Federal (art. 52, I) quando autorizado pela Câmara dos Deputados
(art. 51, I).
JURISPRUDÊNCIA DO STF
1) A Constituição Federal não consagrou, na regra positivada em seu art. 86, § 4º, o princípio da
irresponsabilidade penal absoluta do Presidente da República. O chefe de Estado, nos ilícitos
penais praticados in officio ou cometidos propter officium, poderá ainda que vigente o mandato
presidencial, sofrer a persecutio criminis, desde que obtida, previamente, a necessária autorização
da Câmara dos Deputados.
No julgamento da medida liminar na ADIn nº 978, o Plenário, por unanimidade, reconheceu que a
imunidade a atos estranhos ao exercício das funções, prevista em relação ao Presidente da
República, não podia, em princípio, ser estendida aos Governadores de Estado.
O Presidente da República não dispõe de imunidade, quer em face de ações judiciais que visem a
definir-lhe a responsabilidade civil, quer em função de processos instaurados por suposta prática de
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A cláusula da exclusão inscrita no art. 86, § 4º, da Constituição Federal, ao inibir a atividade do
Poder Público, em sede judicial, alcança as infrações penais comuns praticadas em momento
anterior ao da investidura no cargo de chefe do Poder Executivo da União, bem assim aquelas
praticadas na vigência do mandato, desde que estranhas ao ofício presidencial.
Questões de Prova:
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a) errado – o art. 84, inciso I, afirma que compete ao Presidente da República nomear o Ministro de
Estado. Trata-se de um cargo denominado pela doutrina como demissível “ad nutum”, ou seja de
livre nomeação e exoneração. Por outro lado, não se encontra entre as atribuições do Conselho da
República (art. 90, incisos I e II: compete ao Conselho da República pronunciar-se sobre
intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio e as questões relevantes para a estabilidade
das instituições democráticas), a aprovação da escolha do Ministro de Estado.
b) errado – a Constituição Brasileira não autoriza ao Presidente da República expedir decretos,
senão aqueles regulamentares, de execução de lei, previstos no art. 84, inciso IV. A doutrina
destaca como a única possibilidade de decreto “autônomo” aquele introduzido na CF, art. 84, inciso
VI, pela emenda à Constituição nº. 32.
c) correto – a escolha do Vice-Presidente da República está atrelada à escolha do Presidente da
República, conforme o art. 77, §1º: “a eleição do Presidente da República importará a do Vice-
Presidente com ele registrado”.
d) correto – a afirmativa está de acordo com o art. 77, § 4º, “se, antes de realizado o segundo turno,
ocorrer morte, desistência ou impedimento legal de candidato, convocar-se-á, dentre os
remanescentes, o de maior votação”.
e) correto – assim determina a CF/88, no art. 81, “caput”: “vagando os cargos de Presidente e Vice-
Presidente da República, far-se-á eleição noventa dias depois de aberta a última vaga”, e no § 2º:
“os eleitos deverão completar o período de seus antecessores”.
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autorais: CF/88, Lei 9610/98 e Lei 10.695/03)
e) errado – a Constituição Brasileira determina no art. 87, “caput”, que só o brasileiro pode ser
Ministro de Estado, salvo se Ministro de Estado de Defesa, quando, neste caso, tem que ser
brasileiro nato (art. 12, § 3º, inciso VII).
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a) errado – de acordo com a Constituição brasileira (art. 84, inciso VI), é da competência privativa
do presidente da República extinguir, mediante decreto, funções ou cargos públicos, desde que se
encontrem vagos.
b) correto – de acordo com o art. 81, §1º, da CF/88: “ocorrendo a vacância nos últimos dois anos
do período presidencial, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última
vaga, pelo Congresso Nacional, na forma da lei”.
c) errado – o foro competente para o julgamento do Presidente da República será junto ao STF (CF,
art. 102, inciso I, alínea b), mediante prévia autorização da Câmara dos Deputados (CF, art. 52,
inciso I) e desde que o ilícito penal esteja relacionado ao exercício de suas funções (art. 86, § 4º).
d) errado – o art. 89, não prevê em seus incisos a figura do Ministro do Planejamento entre os
membros do Conselho da República.
e) errado – compete ao Conselho da República, órgão superior de consulta do presidente da
República, opinar sobre as questões relevantes para a estabilidade das instituições nacionais, nos
termos da CF, art. 90, inciso II.
c) errado – a Constituição da República determina, no art. 84, inciso VI, alínea a que: “compete ao
Presidente da República dispor, mediante decreto, sobre organização e funcionamento da
administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de
órgãos públicos”.
d) errado – compete ao Presidente da República, e não ao Ministro de Estado, promover os
oficiais-generais das Forças Armadas e nomeá-los para os cargos que lhes são privativos.
e) errado – nos termos da Constituição Federal (art. 86, § 4º), o Presidente da República, na
vigência de seu mandato, não pode ser responsabilizado por atos estranhos ao exercício de suas
funções quando o ilícito for de natureza penal, ou seja, crimes não-funcionais.
Cabe ressaltar que o STF interpreta esse dispositivo como “o que o art. 86, § 4º, confere ao
Presidente da República não é imunidade penal, mas imunidade temporária à persecução penal: nele
não se prescreve que o Presidente é irresponsável por crimes não funcionais praticados no curso do
mandato, mas apenas que, por tais crimes, não poderá ser responsabilizado, enquanto não cesse a
investidura na presidência”.
8. (Fiscal da Receita Federal/AFRF – ESAF/2005) Sobre a organização do Poder Executivo, na
Constituição de 1988, marque a única opção correta.
a) Na eleição para presidente da República, será considerado eleito em primeiro turno de votação
o candidato que, registrado por partido político, obtiver a maioria absoluta do total de votos
apurados na eleição.
b) Tendo sido autorizada, pela Câmara dos Deputados, a instauração de processo contra o
presidente da República, por prática de crime comum, o presidente ficará suspenso de suas
funções, em decorrência da autorização, por cento e oitenta dias, cabendo ao Supremo Tribunal
Federal processá-lo e julgá-lo.
c) O Conselho da República é o órgão superior de consulta do presidente da República
competente para pronunciar-se sobre questões relevantes para a soberania nacional e a defesa do
Estado Democrático.
d) Compete aos ministros de Estado, na sua área de competência, referendar os atos e decretos
assinados pelo presidente da República.
e) Do Conselho de Defesa Nacional participam os líderes da maioria e minoria na Câmara dos
Deputados e no Senado Federal.
a) correto – essa questão foi considerada, inicialmente, errada por força da disposição
constitucional prevista no art. 77, § 2º, “será considerado eleito Presidente o candidato que,
registrado por partido político, obtiver a maioria absoluta de votos, não computados os em branco e
os nulos”, mas por força de recursos dos candidatos que alegaram a correspondência da
proporcionalidade matemática, acabou por ser considerada correta.
b) errado – a CF determina, no art. 86, § 1º, inciso I, que “o Presidente ficará suspenso de suas
funções nas infrações penais comuns, se recebida a denúncia ou queixa-crime pelo Supremo
Tribunal Federal” e não a partir da autorização da Câmara dos Deputado, mas em momento
posterior (se recebida a denúncia ou queixa-crime).
c) errado – conforme o art. 90, incisos I e II, o Conselho da República se presta a pronunciar-se
sobre intervenção federal, estado de defesa e estado de sítio e as questões relevantes para a
estabilidade das instituições democráticas, diversamente do Conselho de Defesa Nacional que é
órgão de consulta do Presidente da República nos assuntos relacionados com a soberania
nacional e a defesa do Estado democrático (CF, art. 91, “caput”).
d) correto – art. 87, parágrafo único, inciso I, da CF.
e) errado – essa participação ocorre no Conselho da República conforme o art. 89, incisos IV e V, e
não no Conselho de Defesa Nacional.
A banca ESAF anulou essa questão por duplicidade de resposta correta (a e d).
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É proibida a venda sem autorização da autora. (Proteção dos direitos
autorais: CF/88, Lei 9610/98 e Lei 10.695/03)
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