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1) Geertz discute o conceito de "ponto de vista dos nativos" na antropologia e propõe distinguir entre "experiência próxima" e "experiência distante". 2) "Experiência próxima" refere-se aos conceitos usados naturalmente pelos membros de uma cultura, enquanto "experiência distante" refere-se aos conceitos usados por especialistas. 3) O pesquisador busca compreender o "como" os nativos percebem as coisas, e não pode experienciá-las do mesmo modo, apenas analisando os sistemas simb
1) Geertz discute o conceito de "ponto de vista dos nativos" na antropologia e propõe distinguir entre "experiência próxima" e "experiência distante". 2) "Experiência próxima" refere-se aos conceitos usados naturalmente pelos membros de uma cultura, enquanto "experiência distante" refere-se aos conceitos usados por especialistas. 3) O pesquisador busca compreender o "como" os nativos percebem as coisas, e não pode experienciá-las do mesmo modo, apenas analisando os sistemas simb
1) Geertz discute o conceito de "ponto de vista dos nativos" na antropologia e propõe distinguir entre "experiência próxima" e "experiência distante". 2) "Experiência próxima" refere-se aos conceitos usados naturalmente pelos membros de uma cultura, enquanto "experiência distante" refere-se aos conceitos usados por especialistas. 3) O pesquisador busca compreender o "como" os nativos percebem as coisas, e não pode experienciá-las do mesmo modo, apenas analisando os sistemas simb
Em Do ponto de vista dos nativos: a natureza do entendimento antropolgico, Geertz parte das discusses geradas na antropologia resultantes da publicao do Dirio de Malinowsky, e para Geertz enquanto a maioria das discusses girava em torno do rompimento com o mito do pesquisador completamente adaptado e integrado com o ambiente extico, e concentrando-se no carter ou falta de carter de Malinowsky, o ponto crucial que a publicao do dirio suscita, e que havia sido deixada de lado, no uma questo tica, mas uma questo epistemolgica. Para alm das formulaes variadas do problema, das descries que so vistas de dentro versus as que so vistas de fora, ou as descries na primeira pessoa versus aquelas na terceira pessoa, nas teorias fenomenolgicas versus objetivistas ou teorias cognitivas versus comportamentais, e outras variantes pautadas nesses pressupostos de oposio, Geertz prope que uma forma mais simples e direta de colocar a questo , talvez, v-la nos termos de uma distino, tal como formulada pelo psicanalista Heinz Kohut, que so dos conceitos da experincia-prxima e da experincia-distante. Entendidos como uma questo de grau e no de oposio, os conceitos da experincia prxima e distante no se baseiam em uma diferena normativa, no h, necessariamente, um melhor que o outro, nem tampouco se trata de escolher um em detrimento do outro. Para Geertz o conceito de experincia-prxima aquele que algum usaria naturalmente e sem esforo para definir aquilo que seus semelhantes veem, sentem, pensam, imaginam etc. e que ele prprio entenderia facilmente, se os outros o utilizassem da mesma maneira. Enquanto que o conceito de experincia-distante aquele que especialistas de qualquer tipo utilizam para levar a cabo seus objetivos cientficos, filosficos e prticos. A questo como relacionar-se com os papis que os dois tipos de conceitos desempenham na analise antropolgica que se prope, e como devem ser empregados, em cada caso, para produzir uma interpretao do modus vivendi de um povo, obter o ponto de vista dos nativos consiste ento em poder situar-se entre eles e captar o sentido que do quilo
1 Resenha apresentada disciplina Epistemologia das Cincias Sociais. 2 Mestranda do Programa de Ps-Graduao em Cincias Sociais, da Universidade Federal do Maranho. 2
que se pretende conhecer. Segundo o autor as pessoas usam conceitos de experincia-prxima espontaneamente, naturalmente, por assim dizer, coloquialmente e no reconhecem a no ser de forma passageira e ocasional, que o que disseram envolve conceitos". De acordo com Geertz, o pesquisador no capaz de perceber o aspecto que deseja, tal como seus informantes o percebem, sendo possvel ao pesquisador apenas compreender o com que, ou por meio de que, ou atravs de que eles percebem. Geertz parte de seus estudos sobre a concepo de eu, nas sociedades javanesa, balinesa e a marroquina, para demonstrar como a noo de pessoa, ou a ideia que elas tm do que um eu, varia de acordo com as suas prprias concepes e construes. Segundo o autor possvel realizar essa tarefa procurando e depois analisando, as formas simblicas (palavras, imagens, instituies, comportamento) em cujos termos as pessoas realmente se representam para si mesma e para os outros, em cada um desses lugares. Compreender, para Geertz, depende de uma habilidade para analisar os modos de expresso, aquilo que ele chama de sistemas simblicos, e o ser aceito contribui para o desenvolvimento desta habilidade. No entanto ser aceito no implica necessariamente que o pesquisador tenha a sensao ou experincia de ser aceito, pois o ser aceito est ligado a uma concepo prpria do pesquisador e no com a deles.