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The Substantive Law of the EU

The Four Freedoms


Catherine Barnard*

União económica e monetária

Em Dezembro de 1969, na cimeira europeia de Haia, seis chefes de governo


europeus concordaram na necessidade de ser realizado um plano para a
criação da União Económica e Monetária (UEM). Com base num
relatório (de 1970) realizado por um grupo presidido pelo Primeiro-ministro
Luxemburguês, Pierre Warner, os Estados concordaram em realizar um
plano que, passo-a-passo, pudesse alcançar a UEM em 1980.

No entanto, este processo perdeu dinamismo numa conjuntura de


consideráveis perturbações monetárias, observadas a nível internacional
após o colapso do sistema de Bretton Woods1 no início da década de 70, e
sob a pressão das divergentes reacções políticas aos choques económicos
deste período, particularmente à primeira crise petrolífera. Assim, aquele
objectivo não foi alcançado na data prevista.

O Acto Único Europeu (1987)2, trouxe um renovado ímpeto à criação da


UEM pois estabeleceu um prazo para o lançamento do Mercado Único e
reafirmou a necessidade de atingir a UEM. Este documento via no Sistema
Monetário Europeu (SME) – que tinha já entrado em vigor em 1979 - uma
etapa preparatória do salto qualitativo em direcção à UEM. O objectivo era
criar uma zona de estabilidade monetária na Europa baseada num sistema
flexível de taxas de câmbio estáveis, através do estabelecimento de uma
margem de flutuação entre as moedas comunitárias de ± 2,25%
(Mecanismo de Taxas de Câmbio – MTC)3. Assim, a partir do momento em
que começou a funcionar, este sistema impediu que as moedas flutuassem
1
*As notas de rodapé são da autoria da aluna, sob orientação da assistente Maria
João Palma.
O sistema monetário internacional desenhado na conferência de Bretton Woods
(1944) assentava essencialmente na existência de um padrão ouro-dólar
segundo o qual as paridades das moedas eram estabelecidas em termos de ouro ou
dólar que era convertível em ouro a uma taxa fixa e num regime de câmbios
estável porque as moedas não podiam oscilar mais de 1% em relação ao ouro ou
dólar.
Em 1971, o presidente Nixon declarou o fim da convertibilidade de dólar em ouro.
Numa tentativa de salvar parte do sistema de Bretton Woods foi criada, em 1972, a
Serpente Monetária Europeia que no entanto terminou em 1973 dando origem a um
largo período de não-sistema e de grande instabilidade económico-monetária
internacional.
2
O Acto Único Europeu foi a primeira revisão formal dos tratados fundadores da
Comunidade Europeia (Tratado de Paris de 1951 que criou a CECA e Tratados de
Roma que instituíram a CEE e a EURATOM. Em vez que uma revisão separada de
cada Tratado fez-se num único diploma, daí a designação de Acto Único
Europeu.
3
Assim, a partir do momento em que começou a funcionar, este sistema impediu
que as moedas flutuassem livremente, mas penas dentro daquela limitação de ±
2,25%. Desta forma, apesar de continuarem a ser possíveis, as desvalorizações
monetárias passaram a estar limitadas. Com a construção, mais tarde, da UEM
essas desvalorizações passaram a ser impossíveis.

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livremente, mas penas dentro daquela limitação de ± 2,25%. Desta forma,


apesar de continuarem a ser possíveis, as desvalorizações monetárias
passaram a estar limitadas.

Este sistema permaneceu relativamente estável durante alguns anos, até


que uma combinação de pressões no mercado, a partir de 1992, tiveram
como consequência a saída da Itália e do Reino Unido do MTC, apesar de
aquela ter reentrado em Novembro de 1996. Este facto, aliado à decisão de
modificar as regras do SME aceitando margens de oscilação mais amplas
(+/- 15%), fez com que este sistema quase perdesse a razão de ser.

Em 1988, o Conselho Europeu confirmou o objectivo de alcançar a UEM e


mandatou um comité de peritos em política monetária, especialmente
constituído pelos governadores dos bancos centrais nacionais da
Comunidade Europeia e presidido por Jacques Delors, para que
propusessem etapas concretas que conduzissem à UEM.

O Relatório Delors que daí resultou recomendava que a UEM fosse


atingida em três fases, tendo por base a total liberdade de pessoas, bens,
serviços e capitais, um sistema fixo de taxas de câmbio e uma moeda única.
Este relatório teve um papel muito importante na medida em que inspirou o
Tratado de Maastrich.

Apesar de a lógica económica do plano Delors ter convencido os chefes de


Estado, os cidadãos europeus permaneciam com dúvidas:

Quais os principais argumentos a favor de uma moeda única?

. Desaparecimento dos custos associados ao câmbio entre as moedas;

. Facilitar a transparência do mercado porque permite a comparação de


preços;

. Permitir aos investidores estabelecerem preços, sem terem que suportar


os riscos de possíveis flutuações nas taxas de câmbio;

. Com a moeda única as grandes empresas poderiam localizar-se tendo em


conta apenas a possibilidade de aproveitarem economias de escala, o que
permite reduções dos custos de produção e um aumento da eficiência; e

. Uma forte união monetária atrairia financiamento estrangeiro.

E quais as desvantagens?

. Perda da possibilidade de utilizar as variações das taxas de câmbio para


absorção de choques assimétricos externos4;
4
As desvalorizações cambiais competitivas consistem em baixar o valor da moeda
para incentivar as exportações. Em consequência, as importações são prejudicadas
e aumenta a inflação (efeito perverso), entrando-se numa inflação importada ou

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. Perda da autonomia monetária; e

. Com os países em diferentes ciclos económicos, a moeda única poderia


acentuar essas diferenças, provocando a entrada dos países com economias
mais débeis e menos desenvolvidos em contra-ciclo5.

Porém, a maioria dos Estados-Membros


entendeu que as vantagens da moeda única
superariam as suas desvantagens e resolveu
entrar no projecto.

auto-sustentada. Estas desvalorizações competitivas são consideradas medidas


saudáveis no caso de o seu objectivo ser fazer frente a um choque assimétrico,
quer seja exógeno quer seja endógeno, porque, nesse caso, não há uma alternativa
eficaz de actuação. Porém, no caso de se tratar de “crawling peg” a prática é
condenável, na medida em que existe uma alternativa de actuação que é o
aumento da competitividade através de um incentivo à maior produtividade e
qualidade dos produtos, tornando-os mais atractivos. No caso de existência de um
moeda única o esquema é o mesmo: no caso de um choque simétrico que atinja
toda a comunidade, é possível a política central decidir proceder a desvalorização
competitiva baixando o valor do euro. No entanto, se isso for feito para aumentar a
competitividade dos produtos comunitários, e tiver um carácter persistente
(crawling peg), já é uma prática condenável e a opção deve ser por um aumento da
produtividade interna.
Só então numa União económica e monetária é que se perde a possibilidade de
casa Estado proceder por si a estas desvalorizações competitivas. De facto, na zona
de comércio livre os países membros simplesmente abolem as barreiras
alfandegárias e comerciais entre si, mantendo cada país a sua pauta aduaneira e as
suas políticas comerciais com países terceiros; na união aduaneira existe livre
circulação de bens entre os países membros e uma pauta aduaneira comum para
com os países terceiros; no Mercado comum mantém-se uma pauta aduaneira
comum, mas acrescenta-se a livre circulação de todos os factores de produção e
políticas comerciais comuns; e na união económica apenas se pressupõe uma
harmonia entre as políticas económicas dos Estados-membros. Assim, só a união
monetária tem efeitos a nível das possibilidade de os Estados controlarem o valor
das suas moedas.
5
Entrar em contra-ciclo significa que o país precisa de adoptar políticas
expansionistas para se desenvolver, mas acabam por lhe ser impostas políticas
contraccionistas porque os países mais fortes da União que já estão desenvolvidos
não precisam dessas políticas expansionistas.

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União Monetária

O Tratado da União Europeia previa a realização faseada da UEM,


apontando para a existência de três fases:

A participação dos Estados na terceira e última fase da UEM encontrava-se


dependente do cumprimento cumulativo de quatro critérios de
convergência:

1 - Estabilidade de preços: não poderia existir um diferencial na taxa média


de inflação superior a 1,5 % em relação à verificada, pelo menos, nos três
países com inflação mais baixa;

2 - Disciplina de finanças públicas: para evitar défices orçamentais


excessivos os Estados-membros deveriam apresentar:

(i) Um défice público inferior a 3% do PIB; e

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(ii) Uma dívida pública inferior a 60% do PIB

3 - Estabilidade cambial: o Estado deveria permanecer no MTC do SME 6


durante, pelo menos, os dois últimos anos anteriores e não deveria
desvalorizar a sua moeda por iniciativa própria;

4 - Convergência das taxas de juro de longo prazo: a taxa de juro nominal


média a longo prazo não deveria exceder em mais de 2% a taxa de juro
verificada, no máximo, nos três Estados-membros com melhores resultados
em termos de estabilidade de preços.

O Pacto de Estabilidade e Crescimento destina-se a assegurar a disciplina


orçamental dos Estados e portanto nele sobreviveram os critérios referentes
ao défice e à dívida pública.

A partir de 1 de Janeiro de 1999, com a entrada em vigor da UEM, o ECU


(que de início era apenas usado para pagamentos electrónicos), depois
designado EURO, passou a ser uma moeda de direito próprio, apesar de só
ter existência física a partir de 1 de Janeiro de 2002, altura em foram
retiradas de circulação as moedas nacionais.

O BCE e o SEBC começaram também a funcionar a 1 de Janeiro de 1999. A


independência do BCE e dos bancos centrais nacionais é imposta pelo artigo
108º do Tratado que proíbe que estas instituições recebam ordens de
quaisquer outras instituições públicas ou privadas. Este imperativo de
independência do BCE foi inspirado no Bundesbank alemão, como aliás
aconteceu com a política económica.

Onze Estados-Membros satisfizeram os critérios de convergência e entraram


na terceira fase, sendo que o único país a não puder entrar por, de facto,
não ter conseguido cumprir os critérios de convergência, foi a Grécia7.
6
Tal como dá conta Aníbal Cavaco Silva, “em resultado do alargamento
generalizado das margens de flutuação da cotação das moedas do MTC para ±15%
em relação às taxas centrais, em Agosto de 1993, (…) levantaram-se dúvidas
quanto à aplicabilidade do critério da estabilidade cambial. Como o Tratado de
Maastrich falava em cumprimento das margens normais de flutuação, as quais
eram de ±2,25 % em relação às taxas centrais na data da sua aprovação,
argumentaram alguns que o critério deixara de ser válido. As instituições
comunitárias acabaram por nunca esclarecer devidamente esta questão e, na fase
de transição para a moeda única, o critério da estabilidade cambial foi muitas vezes
remetido para uma posição secundária, surgindo a ideia – nunca confirmada – de
que não era um obstáculo à elegibilidade de um Estado membro para integrar a
zona Euro.” (pág. 34, União Monetária Europeia, Funcionamento e Implicações,
Verbo, 1999)
7
“A Comissão Europeia e o Instituto Monetário Europeu, nos seus relatórios
consideraram que a Suécia não cumpria o critério da estabilidade cambial (a
legislação nacional da Suécia também não foi considerada totalmente compatível
com o Tratado da União Europeia) e não podia por isso adoptar a moeda única, o
que ia de encontro ao seu desejo.” (pág. 35, União Monetária Europeia,
Funcionamento e Implicações, Verbo, 1999)

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De acordo com o Protocolo relativo a certas


disposições relacionadas com o Reino Unido da Grã-
Bretanha e da Irlanda do Norte anexo ao Tratado de
Maastrich, o RU não era obrigado a passar à terceira
fase da UEM sem que houvesse uma decisão nesse
sentido por parte do governo e parlamento britânicos.
Um Protocolo semelhante definia a posição da
Opting-out Dinamarca (Protocolo relativo a certas disposições
respeitantes à Dinamarca) cujo governo, em virtude
das disposições constitucionais poderem impor a
necessidade de um referendo prévio, deveria notificar
o Conselho da sua posição relativamente à entrada na
terceira fase da UEM. Assim, estes Estados-Membros
furtaram-se da obrigatoriedade jurídica de participar
na terceira fase da UEM, ainda que viessem a
satisfazer os critérios de convergência, podendo optar,

Política Monetária

O SEBC é o responsável pela política monetária. Os seus principais


objectivos são:

- Definir e implementar a política monetária única da Comunidade;

- Conduzir as operações cambiárias

- Deter e gerir as reservas oficiais dos Estados-Membros

-Promover o bom funcionamento do sistema de pagamentos

O BCE tem a competência exclusiva para autorizar a emissão de notas e os


Estados-Membros podem emitir moedas mediante a aprovação do BCE
quanto ao volume dessa emissão.

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União Económica

O Tratado de Maastrich definiu, como principal objectivo, a manutenção


da estabilidade de preços, assim como exigiu aos Estados-Membros um
elevado grau de convergência económica com pré-requisitos para
passarem à terceira fase da UEM. Criou o “procedimento de vigilância
multilateral” segundo o qual os Estados-Membros deveriam relatar à
Comissão os desenvolvimentos realizados na área da política económica;
informação que esta deveria depois comunicar ao Conselho, que era o
órgão encarregue de monitorizar esses desenvolvimentos e assegurar a sua
coordenação com as linhas de orientação da política económica global. Caso
as medidas correctivas não fossem respeitadas pelo Estado-Membro este
poderia sofrer sanções.

Estes procedimentos foram complementados com o Pacto de Estabilidade e


Crescimento (PEC), acordado pelos Estados-Membros no Conselho Europeu
de Amesterdão de 1997 para atender às preocupações em relação à
continuidade da disciplina orçamental. O referido Pacto constitui um meio
de salvaguardar a solidez das finanças públicas na Terceira Fase da UEM de
forma a reforçar as condições para a estabilidade de preços e para um forte
crescimento sustentável conducente à criação de emprego. Visa garantir a
continuação do esforço de disciplina orçamental, por parte dos Estados-
Membros, após a introdução da moeda única (o euro).

Formalmente, o Pacto de Estabilidade e Crescimento é composto por uma


resolução do Conselho Europeu (adoptada em Amesterdão, em 17 de Junho
de 1997) e dois regulamentos do Conselho, de 7 de Julho de 1997, que
estabelecem as modalidades técnicas da resolução (controlo das situações
orçamentais e coordenação das políticas económicas; aplicação do
procedimento relativo aos défices excessivos). Na sequência do debate
realizado sobre a aplicação do PEC, os dois regulamentos foram modificados
em Junho de 20058.

Até à data, o poder de multar ainda não foi utilizado, apesar de a França e a
Alemanha terem persistentemente violado o limite dos 3%. Enquanto as
vozes críticas argumentaram que essa situação destruiria a credibilidade e
do MTC, outros diziam que o MTC ele mesmo deveria ser flexibilizado para
permitir aos países alcançarem reformas estruturais. Este último grupo
venceu: o ECOFIN decidiu não intentar qualquer processo contra a França e
a Alemanha, apesar de os seus défices excederem 4 % do PIB e o MTC foi
reformado para proporcionar um desenvolvimento económico mais sólido e
8
O Regulamento 1466/97 foi revisto pelo Regulamento do Conselho 1055/2005 (OJ
[2005] L174/1); o Regulamento 1467/97 foi revisto pelo Regulamento do Conselho
1056/2005 (OJ [2005] L174/5).

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salvaguardar a sustentabilidade das finanças públicas, como proclamou o


Conselho do ECOFIN de 20 de Março de 2005. Por outras palavras,
entendeu-se que a discricionariedade deveria prevalecer sobre a
rigidez.

Conclusões

Com o advento do UEM, a livre circulação de capitais passou a ser tratada


como “primus inter pares” em relação às restantes liberdades previstas no
Tratado. Começa a atrair atenções jurídicas e académicas. A livre circulação
de capitais é a quarta e final liberdade. No entanto, a integração negativa
não pode ir muito longe. A criação de um mercado único precisa de
integração positiva para assegurar resultados efectivos.

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Leituras Adicionais Recomendadas:

- J. – V. Louis, “A Legal and Institutional Approach for Building a Monetary


Union” (1998) 35 CML Rev. 33, 64 – 7

- Buti and Pench, “Why do large countries flout the Stability Pact? And what
can be done about it?” (2004) 42 JCMS 1025

- Louis, “The Review of the Stability and Growth Pact” (2006) 43 CML Rev. 85

Legislação:

- Caso C – 27/2004 Comissão v. Conselho sobre a conclusão do


Conselho de que o procedimento contra a França e a Alemanha
deveriam ser suspensos.

- Diplomas do PEC: Resolução do Conselho 17/Junho/1997;


Regulamento 1467/97 alterado pelo Regulamento 1055/2005;
Regulamento 1466/97 alterado pelo Regulamento 1056/2005.

Jo
ana Freire Pais de Almeida

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º Ano Subturma 11

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