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UNIV E RS ID A D E D E S ÃO P A UL O

N ú c l e o d e E s t u d o s d a V i o l ê n c i a – N EV -C E P I D / U S P
P e s q u i s a, I n o v a ç ã o, Difusão

D IS C IPL INA

F S L 0 6 0 8 – S O C IO L O G IA D A
V IO L Ê N C IA
Item 1

1. A violência brasileira e s u a s
implicações

SÉRGIO ADORNO
Professor Titular de Sociologia e Coordenador do
NEV-CEPID/USP
E s q u e m a de Exposição

A p r e s e n t a ç ã o de objetivos
•O c o n c e i t o d e v i o l ê n c i a

•E l e m e n t o s d o c o n c e i t o: c o n t e x t o, a t o r e s, v a l o r e s, m e i o s

•T i p o l o g i a d a v i o l ê n c i a

•T e n d ê n c i a s d a v i o l ê n c i a n o B r a s i l c o n t e m p o r â n e o

•U m e s b o ç o d e e x p l i c a ç ã o
O conceito d e violência

“H á v i o l ê n c i a q u a n d o, n u m a s i t u a ç ã o d e i n t e r a ç ã o, u m o u v á r i o s a t o r e s
a g e m d e m a n e i r a direta o u i n d i r e t a, m a c i ç a o u e s p a r s a, c a u s a n d o d a n o s
a u m a o u v á r i a s p e s s o a s e m g r a u s v a r i á v e i s, s e j a e m s u a i n t e g r i d a d e
f í s i c a, s e j a e m s u a i n t e g r i d a d e moral, e m s u a s p o s s e s , o u e m s u a s
p a r t i c i p a ç õ e s s i m b ó l i c a s e culturais”. (Michaud, Y. [1989]. A v i o l ê n c i a.
S ã o P a u l o : Á t i c a, pp. 10-11).

“V i o l ê n c i a v e m d o latim violentia q u e r e m e t e a v i s (f o r ç a, vigor, e m p r e g o


d e f o r ç a f í s i c a o u o s r e c u r s o s d o c o r p o p a r a e x e r c e r s u a f o r ç a vital). E s s a
f o r ç a t o r n a - s e v i o l ê n c i a q u a n d o u l t r a p a s s a u m limite o u p e r t u r b a a c o r d o s
tácitos e r e g r a s q u e o r d e n a m r e l a ç õ e s, a d q u i r i n f o c a r g a n e g a t i v a o u
m a l é f i c a. É p o r t a n t o a p e r c e p ç ã o d o limite o u d a p e r t u r b a ç ã o ( e d o
sofrimento que p r o v o c a) que vai caracterizar o ato como violento,
p e r c e p ç ã o e s s a q u e v a r i a cultural e h i s t o r i c a m e n t e” ( Z a l u a r , A. [1999].
V i o l ê n c i a e crime. In: Miceli, S. (ed). O q u e l e r n a s c i ê n c i a s s o c i a i s n o
B r a s i l (1970- 1995). S ã o P a u l o : S u m a r é; A N P O C S , p . 2 8 .
E l e m e n t o s do conceito

CONTEXTO

ATORES ESTRUTURA NORMATIVA

VIOLÊNCIA

INSTITUIÇÕES

RELAÇÕES VALORES

HIERÁRQUICAS
MEIOS

1. P e r c e p ç õ e s e r e p r e s e n t a ç õ e s
2. F a t o s
3. E x p l i c a ç õ e s
M o d e l o para c o m p r e e n s ã o d a violência

Elementos macro-
estruturais

Sociedade

Comunidade Relações
R e l a çRõeel sa çsõo ec si e sr toácri ieat sá r i a s Indivíduo
Societárias

Elementos micro-
estruturais
Fonte: OMS. Relatório mundial sobre
v i o l ê n c i a e s a ú d e. ( 2 0 0 2 ) . G e n e b r a :
O M S , s u m á r i o , f i g u r a 3, p. 9
Tipologia da violência (1)

Violência

Auto dirigida Interpessoal Coletiva

Conduta Família
A u t o- a b u s o Comunidade Social Política Econômica
suicida Parente

NATUREZA DA VIOLÊNCIA
Criança Conhecido
FÍSICA

SEXUAL
Parente Desconhecido

PSICOLÓGICA

PRIVAÇÃO OU NEGLIGÊNCIA Idoso

Fonte: OMS. Relatório mundial sobre


v i o l ê n c i a e s a ú d e. ( 2 0 0 2 ) . G e n e b r a :
O M S , s u m á r i o , f i g u r a 1, p. 5
Tipologia da violência (2)

Crime urbano* Crime comum


Crime organizado
Quadro 1
Classificação de Crimes usada nas Estatísticas Oficiais

Crimes contra a pessoa


Homicídio doloso
Homicídio culposo; Lesão corporal dolosa; Acidentes de trânsito
Homicídio culposo; Lesão corporal
Outros (infanticídio, aborto, omissão de socorro)

Crimes contra o patrimônio


Furto
Furto qualificado
Roubo
Latrocínio
Estelionato
Outros

Crimes contra os costumes


Estupro
Sedução
Prostituição
Outros

Crimes contra a incolumidade pública


Tráfico de entorpecentes
Uso de entorpecentes
Outros
Outros crimes

Fonte: Caldeira (2000)


Tipologia d a violência (2)

Crime urbano Crime c o m u m


Crime organizado

G r a v e s violações d e Compreendem direitos, formalizados no


contexto do e s t a d o liberal democrático (séc.
direitos h u m a n o s* X I X ) , à v i d a e à s l i b e r d a d e s , c i v i s e p ú b l i c a s.
Implicam obrigação por parte do Estado de
g a r a n t i -l o s , i n c l u s i v e o a c e s s o à p l e n a j u s t i ç a
e m c a s o d e a b u s o s praticados seja por civis,

seja por autoridades p ú b l i c a s. Nos últimos


duzentos a n o s, a s s i s t e- s e o alargamento
•Violência policial desses direitos para o campo dos direitos
•Violência institucional e c o n ô m i c o s, sociais e p o l í t i c o s, inclusive
direitos de grupos com identidades
•Execuções sumárias
s i n g u l a r e s , a l é m d o d i r e i t o a o m e i o - a m b i e n t e.
•Assassinatos de lideranças (Ver Bobbio [1992], Cassesse [1991], Vinas [1983]).
•Linchamentos
•Graves violações de direitos
econômicos, sociais, políti-
cos e culturais.
Tipologia d a violência (2)

Crime urbano Crime c o m u m


Crime organizado

G r a v e s violações d e Compreendem direitos, formalizados no


contexto do e s t a d o liberal democrático (séc.
direitos h u m a n o s* X I X ) , à v i d a e à s l i b e r d a d e s , c i v i s e p ú b l i c a s.
Implicam obrigação por parte do Estado de
g a r a n t i -l o s , i n c l u s i v e o a c e s s o à p l e n a j u s t i ç a
e m c a s o d e a b u s o s praticados seja por civis,

seja por autoridades p ú b l i c a s. Nos últimos


duzentos a n o s, a s s i s t e- s e o alargamento
desses direitos para o campo dos direitos
e c o n ô m i c o s, sociais e p o l í t i c o s, inclusive
direitos de grupos com identidades
Violência nas relações s i n g u l a r e s , a l é m d o d i r e i t o a o m e i o - a m b i e n t e.

(Ver Bobbio [1992], Cassesse [1991], Vinas [1983]).


intersubjetivas
Fontes d e informação

•Históricas
•Judiciais (policiais, judiciárias, penitenciárias)
•Parlamentares
•Sistema de Saúde (Ministérios e secretarias)
•Organizações governamentais de análises
•Organizações não-governamentais
Documentais •Imprensa e mídia eletrônica
•Centros de investigação científica (estudos de caso,
sondagens, pesquisas de vitimização)

Entrevistas, memórias,
depoimentos, perfis d e
carreira, histórias de
vida, relatos
Projetivas
etnográficos.
A violência na s o c i e d a d e brasileira

Tendências

c r e s c i m e n t o de t o d a s a s m o d a l i d a d e s d e c r i m e s

crescimento acelerado do crime violento

i n t e r n a c i o n a l i z a ç ã o d o c r i m e a t r a v é s de r e d e s e
envolvimento de instituições

m a i o r p u b l i c i z a ç ã o d a s g r a v e s v i o l a ç õ e s de d i r e i t o s
humanos

explosão de conflitos n a s relações intersubjetivas

r e c r u d e s c i m e n t o da c r u e l d a d e e da i m p o s i ç ã o d e s o f r i m e n t o
às vítimas

r u p t u r a d a s t r a d i c i o n a i s f r o n t e i r a s e n t r e legalidade e
ilegalismos

ampliação e diversificação d o s grupos e n v o l v i d o s c o m a


delinqüência e a violência
Fonte: PAHO – Organização
Panamericana de Saúde, www.paho.or
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA
SECRETARIA NACIONAL DE SEGURANÇA PÚBLICA
Departamento de Pesquisa, Análise da Informação e Desenvolvimento de Pessoal em Segurança Pública

D i s t r i b u i ç ã o d o s R e g i s t r o s P o l i c i a i s d e H o m i c í d i o D o l o s o , s e g u n do N ú m e r o e T a x a s p /
1 0 0 . 0 0 0 h a b i t a n t e s B r a s i l- 2 0 0 2

Ocorrências de Homicídio Doloso


Unidades da População
Número Taxa por 100.000
Federação 2002
Absoluto Habitantes (1)
Acre (2) 586942 180 30,7 RR AP
Alagoas (2) 2887535 726 25,1
Amapá (2) 516511 149 28,8
Amazonas (2) 2961801 398 13,4
Bahia 13323212 2532 19,0 AM PA
Ceará 7654535 1269 16,6 MA CE
RN
Distrito Federal 2145839 497 23,2
PI PB
Espírito Santo (2) 3201722 1765 55,1 PE
Goiás 5210335 1026 19,7 AC TO
Maranhão 5803224 806 13,9 RO SE

Mato Grosso 2604742 597 22,9 MT


Mato Grosso do Sul 2140624 604 28,2 BA
DF
Minas Gerais (3) 18343517 2647 14,4
GO
Pará 6453683 1187 18,4
Paraíba 3494893 675 19,3 MG
Paraná 9798006 1622 16,6 ES
MS
Pernambuco (4) 8084667 - -
Piauí (5) 2898223 - - SP
RJ
Rio de Janeiro 14724475 6233 42,3 PR
Rio Grande do Norte 2852784 223 7,8 42,3 a 55,1 (2)
Rio Grande do Sul 10408540 1303 12,5 SC
28,2 a 42,3 (6)
Rondônia 1431777 496 34,6
Roraima 346871 42 12,1
18,4 a 28,2 (7)
RS
Santa Catarina 5527707 367 6,6 12,1 a 18,4 (8)
São Paulo 38177742 11847 31,0 0,1 a 12,1 (2)
S0
E M Ia
N F O0R M A Ç ÃO
Sergipe (2) 1846039 600 32,5 (2)
Tocantins 1207014 158 13,1
Fonte: Ministério da Justiça - MJ/Secretaria Nacional de Segurança Pública - SENASP/ Coordenação Geral de Análise da Informação/ Coordenação de Estatística e Produção de
dados; Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE
(1) Cálculo feito com base nas estimativas da População de 2002 divulgadas pelo IBGE.
(2) Os números de Homic ídios Dolosos informados pelos Secretarias de Segurança dos Estados do Acre, Alagoas, Amapá, Amazonas e Espírito Santo tem como fonte os respectivos
Institutos de Medicina Legal.
(3) O sistema de registros utilizado pelo Instituto de Criminologia da Polícia Civil/MG agrega na categoria homicídio os homic ídios Dolosos e Homicídios Culposo.
(4) A Secretaria de Defesa Social de Pernambuco está procedendo a uma revisão dos dados relativos a 2002.
(5) A Secretaria de Segurança do Piauí não informou dados relativos a todas as regiões administrativas do Estado
Última connferência da Base de Dados em 23/6/2003.
O d e b a t e s o b r e a s c a u s a s d a v i o l ê n c i a brasileira

Tendências da internacionalização do crime e da violência


Mudanças na sociedade brasileira:
os novos padrões de urbanização e de acesso aos direitos
econômicos e sociais.
composição da população, relações inter-classes e inter-
geracionais;
a constituição de relações colusivas entre civis, autoridades
públicas e delinqüência (comum e organizada);

Crise no sistema de justiça criminal

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