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1) Introdução___________________________________________________3
2) Conotação e Denotação_________________________________________4
3) Semântica___________________________________________________ 5
4) Sinonímia____________________________________________________5
5) Antonímia___________________________________________________5
6) Polissemia / Ambigüidade______________________________________5
7) Hiponímia___________________________________________________6
8) Frases Feitas_________________________________________________7
12) Conclusão__________________________________________________15
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INTRODUÇÃO
Semântica é a disciplina lingüística que estuda o sentido dos elementos formais da língua
(morfemas, vocábulos, locuções e sentenças (estruturas sintaticamente completas ou
linguisticamente gramaticais);
Parece, então, muito simples chegar ‘a conclusão de que a semântica tem por objeto o estudo do
significado ( sentido, significação) das formas lingüísticas: morfemas, vocábulos, locuções,
sentenças, conjunto de sentenças, textos, etc., suas categorias e funções na linguagem
A semântica é um dos caminhos que possibilitam ‘a filosofia compreender como o ser humano
elabora representações simbólicas do mundo, de que modo as organiza e estrutura, de acordo
com princípios capazes de estabelecerem a aceitabilidade e a coerência dessas representações
simbólicas, objetivas e subjetivas, de dados da realidade.
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Conotação e Denotação
Portanto, o sentido conotativo difere de uma cultura para outra, de uma classe social para outra,
de uma época a outra. Por exemplo, as palavras senhora, esposa, mulher denotam praticamente
a mesma coisa, mas têm conteúdos conotativos diversos, principalmente se pensarmos no
prestígio que cada uma delas evoca.
Exemplos:
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Semântica
• Sinonímia
• Antonímia
• Polissemia / Ambigüidade
• Hiponímia
Sinonímia
Sinonímia é a divisão na Semântica que estuda as palavras sinônimas, ou aquelas que possuem
significado ou sentido semelhante. Vejamos:
Podemos concluir, a partir dessa análise, que sinonímia é a relação das palavras que possuem
sentido, significados comuns.
O objeto possuidor da maior quantidade de sinonímias ou sinônimos que existe é, com certeza,
o dicionário.
Antonímia
Se por um lado sinonímia é o estudo das palavras dos significados semelhantes na língua,
antonímia é o contrário dessa definição. Vejamos:
Percebemos que “garota” tem significado oposto à “senhora” assim como os verbos
“renunciou” e “aceitou” e os advérbios “veementemente” e “passivamente”. Assim, quando
opto por uma palavra opto também pelo seu significado que de alguma forma remete a outro
sentido, em oposição. Por exemplo, se alguém diz:
Polissemia / Ambigüidade
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Uma mesma palavra na língua pode assumir diferentes significados, o que dependerá do
contexto em que está inserida. Observe:
Constatamos que uma mesma palavra, “bola”, assumiu diferentes significados, a partir de um
contexto (situação de linguagem) diferente nas frases, respectivamente: o formato que a bolha
de sabão fez; o objeto usado em jogos; o aspecto arredondado da barriga e ainda o sentido de
círculo, circunferência na última oração.
Ambigüidade
A ambigüidade surge quando algo que está sendo dito admite mais de um sentido,
comprometendo a compreensão do conteúdo. A inadequação de elementos como pronomes,
adjuntos adverbiais, expressões e até mesmo enunciados inteiros podem acarretar em duplo
sentido, comprometendo a clareza do texto.
1. Gabriela pegou o estojo vazio da aliança de diamantes que estava sobre a cama.
Hiponímia
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Frases Feitas
Ora bolas, vem logo pra cá! Veja com seus próprios olhos que você não é o único que escuta
expressões do tempo do onça!
Leia até morrer de rir... Compartilhe conosco outras "estórias" e, até - quem sabe - encontre seu
broto, bem aqui!
Tire suas barbas de molho e venha pra essa comunidade boa pra dedel !!!
Seja mais serelepe e escreva tudo tinindo! Qual foi a coisa mais estapafúrdia que você ouviu ?
Sem chorumelas, arrebente a boca do balão com o que mais te surpreende. Vai ser batata!
Será o Benedito que você nunca ouviu nada assim? Macacos me mordam... É o fim da picada
não se identificar com essa que é a mais supimpa de todas as comunidades!!!
Por obséquio, mantenha tudo nos trinques pois aqui não é esbórnia!
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Biografia de Monteiro Lobato
1882 - 1904
Primeiras letras: Lobato estudante
José Bento Monteiro Lobato estreou no mundo das letras com pequenos contos para os jornais
estudantis dos colégios Kennedy e Paulista, que freqüentou em Taubaté, cidade do Vale do
Paraíba onde nasceu, em 18 de abril de 1882.
No curso de Direito da Faculdade do Largo São Francisco, em São Paulo, dividiu-se entre suas
principais paixões: escrever e desenhar. Colaborou em publicações dos alunos, vencendo um
concurso literário promovido em 1904 pelo Centro Acadêmico XI de Agosto. Morou na
república estudantil do Minarete, liderou o grupo de colegas que formou o Cenáculo e mandou
artigos para um jornalzinho de Pindamonhangaba, que tinha como título o mesmo nome daquela
moradia de estudantes. Nessa fase de sua formação, Lobato realizou as leituras básicas e entrou
em contato com a obra do filósofo alemão Nietzsche, cujo pensamento o guiaria vida afora.
1905 - 1910
Lobato volta ao Vale do Paraíba
Diploma nas mãos, Lobato voltou a Taubaté. E de lá prosseguiu enviando artigos para um jornal
de Caçapava, O Combatente. Nomeado promotor público, mudou-se para Areias, casou-se com
Purezinha e começou a traduzir artigos do Weekly Times para O Estado de S. Paulo. Fez
ilustrações e caricaturas para a revista carioca Fon-Fon! e colaborou no jornal Gazeta de
Notícias, também do Rio de Janeiro, assim como na Tribuna de Santos.
1911 - 1917
Lobato fazendeiro e jornalista
A morte súbita do avô determinou uma reviravolta na vida de Monteiro Lobato, que herdou a
Fazenda do Buquira, para a qual se transferiu com a família. Localizada na Serra da
Mantiqueira, já estava com as terras esgotadas pela lavoura do café. Assim mesmo, ele tentou
transformá-la num negócio rendoso, investindo em projetos agrícolas audaciosos.
Mas não se afastou da literatura. Observando com interesse o mundo da roça, logo escreveu
artigo, para O Estado de S. Paulo, denunciando as queimadas no Vale do Paraíba. Intitulado
“Uma velha praga”, teve grande repercussão quando saiu, em novembro de 1914. Um mês
depois, redigiu Urupês, no mesmo jornal, criando o Jeca Tatu, seu personagem-símbolo.
Preguiçoso e adepto da "lei do menor esforço", Jeca era completamente diferente dos caipiras e
indígenas idealizados pelos romancistas como, por exemplo, José de Alencar. Esses dois artigos
seriam reproduzidos em diversos jornais, gerando polêmica de norte a sul do país. Não demorou
muito e Lobato, cansado da monotonia do campo, acabou vendendo a fazenda e instalando-se
na capital paulista.
1918 – 1925
Lobato editor e autor infantil
Com o dinheiro da venda da fazenda, Lobato virou definitivamente um escritor-jornalista.
Colaborou, nesse período, em publicações como Vida Moderna, O Queixoso, Parafuso, A
Cigarra, O Pirralho e continuou em O Estado de S. Paulo. Mas foi a linha nacionalista da
Revista do Brasil, lançada em janeiro de 1916, que o empolgou. Não teve dúvida: comprou-a
em junho de 1918 com o que recebera pela Buquira. E deu vez e voz para novos talentos, que
apareciam em suas páginas ao lado de gente famosa.
O editor
A revista prosperou e ele formou uma empresa editorial que continuou aberta aos novatos.
Lançou, inclusive, obras de artistas modernistas, como O homem e a morte, de Menotti del
Picchia, e Os Condenados, de Oswald de Andrade. Os dois com capa de Anita Malfatti, que
seria pivô de uma séria polêmica entre Lobato e o grupo da Semana de 22: Lobato criticou a
exposição da pintora no artigo “Paranóia ou mistificação?”, de 1917. “Livro é sobremesa: tem
que ser posto debaixo do nariz do freguês", dizia Lobato, que, para provocar a gulodice do
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leitor, tratava o livro como um produto de consumo como outro qualquer, cuidando de sua
qualidade gráfica e adotando capas coloridas e atraentes. O empreendimento cresceu e foi
seguidamente reestruturado para acompanhar a velocidade dos negócios, impulsionada ainda
mais por uma agressiva política de distribuição que contava com vendedores autônomos e com
vasta rede de distribuidores espalhados pelo país. Novidade e tanto para a época, e que resultou
em altas tiragens. Lobato acabaria entregando a direção da Revista do Brasil a Paulo Prado e
Sérgio Milliet, para dedicar-se à editora em tempo integral. E, para poder atender às crescentes
demandas, importou mais máquinas dos Estados Unidos e da Europa, que iriam incrementar seu
parque gráfico. Mergulhado em livros e mais livros, Lobato não conseguia parar.
O autor infantil
Escreveu, nesse período, sua primeira história infantil, A menina do narizinho arrebitado. Com
capa e desenhos de Voltolino, famoso ilustrador da época, o livrinho, lançado no Natal de 1920,
fez o maior sucesso. Dali nasceram outros episódios, tendo sempre como personagens Dona
Benta, Pedrinho, Narizinho, Tia Nastácia e, é claro, Emília, a boneca mais esperta do planeta.
Insatisfeito com as traduções de livros europeus para crianças, ele criou aventuras com figuras
bem brasileiras, recuperando costumes da roça e lendas do folclore nacional. E fez mais:
misturou todos eles com elementos da literatura universal, da mitologia grega, dos quadrinhos e
do cinema. No Sítio do Picapau Amarelo, Peter Pan brinca com o Gato Félix, enquanto o saci
ensina truques a Chapeuzinho Vermelho no país das maravilhas de Alice. Mas Monteiro Lobato
também fez questão de transmitir conhecimento e idéias em livros que falam de história,
geografia e matemática, tornando-se pioneiro na literatura paradidática - aquela em que se
aprende brincando.
Crise e falência
Trabalhando a todo vapor, Lobato teve que enfrentar uma série de obstáculos. Primeiro, foi a
Revolução dos Tenentes que, em julho de 1924, paralisou as atividades da sua empresa durante
dois meses, causando grande prejuízo. Seguiu-se uma inesperada seca, que decorreu em um
corte no fornecimento de energia. O maquinário gráfico só podia funcionar dois dias por
semana. E numa brusca mudança na política econômica, Arthur Bernardes desvalorizou a
moeda e suspendeu o redesconto de títulos pelo Banco do Brasil. A conseqüência foi um
enorme rombo financeiro e muitas dívidas. Só restou uma alternativa a Lobato: pedir a
autofalência, apresentada em julho de 1925. O que não significou o fim de seu ambicioso
projeto editorial, pois ele já se preparava para criar outra empresa. Assim surgiu a Companhia
Editora Nacional. Sua produção incluía livros de todos os gêneros, entre eles traduções de Hans
Staden e Jean de Léry, viajantes europeus que andaram pelo Brasil no século XVI. Lobato
recobrou o antigo prestígio, reimprimindo nela sua marca inconfundível: fazer livros bem
impressos, com projetos gráficos apurados e enorme sucesso de público.
1925 - 1927
Lobato no Rio de Janeiro
Decretada a falência da Companhia Gráfico-Editora Monteiro Lobato, o escritor mudou-se com
a família para o Rio de Janeiro, onde permaneceu por dois anos, até 1927. Já um fã declarado de
Henry Ford, publicou sobre ele uma série de matérias entusiasmadas em O Jornal. Depois
passou para A Manhã, de Mario Rodrigues. Além de escrever sobre variados assuntos, em A
Manhã lançou O Choque das Raças, folhetim que causou furor na imprensa carioca, logo depois
transformado em livro. Do Rio Lobato colaborou também com jornais de outros estados, como
o Diário de São Paulo, para o qual em 20 de março de 1926 enviou "O nosso dualismo",
analisando com distanciamento crítico o movimento modernista inaugurado com a Semana de
22. O artigo foi refutado por Mário de Andrade com o texto "Post-Scriptum Pachola", no qual
anunciava sua morte.
1927 - 1931
Lobato em Nova Iorque
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Em 1927, Lobato assumiu o posto de adido comercial em Nova Iorque e partiu para os Estados
Unidos, deixando a Companhia Editora Nacional sob o comando de seu sócio, Octalles
Marcondes Ferreira. Durante quatro anos, acompanhou de perto as inovações tecnológicas da
nação mais desenvolvida do planeta e fez de tudo para, de lá, tentar alavancar o progresso da
sua terra. Trabalhou para o estreitamento das relações comerciais entre as duas economias.
Expediu longos e detalhados relatórios que apontavam caminhos e apresentavam soluções para
nossos problemas crônicos. Falou sobre borracha, chiclete e ecologia. Não mediu esforços para
transformar o Brasil num país tão moderno e próspero como a América em que vivia.
1931 - 1939
A luta de Lobato por ferro e petróleo
Personalidade de múltiplos interesses, Lobato esteve presente nos momentos marcantes da
história do Brasil. Empenhou seu prestígio e participou de campanhas para colocar o país nos
trilhos da modernidade. Por causa da Revolução de 30, que exonerou funcionários do governo
Washington Luís, ele estava de volta a São Paulo com grandes projetos na cabeça. O que faltava
para o Brasil dar o salto para o futuro? Ferro, petróleo e estradas para escoar os produtos. Esse
era, para ele, o tripé do progresso.
1940 - 1944
Lobato na mira da ditadura
Mas as idéias e os empreendimentos de Lobato acabaram por ferir altos interesses,
especialmente de empresas estrangeiras. Como ele não tinha medo de enfrentar adversários
poderosos, acabaria na cadeia. Sua prisão foi decretada em março de 1941, pelo Tribunal de
Segurança Nacional (TSN). Mas nem assim Lobato se emendou. Prosseguiu a cruzada pelo
petróleo e ainda denunciou as torturas e maus-tratos praticados pela polícia do Estado Novo. Do
lado de fora, uma campanha de intelectuais e amigos conseguiu que Getúlio Vargas o libertasse,
por indulto, após três meses em cárcere. A perseguição no entanto continuou. Se não podiam
deixá-lo na cadeia, cerceariam suas idéias. Em junho de 1941, um ofício do TSN pediu ao chefe
de polícia de São Paulo a imediata apreensão e destruição de todos os exemplares de Peter Pan,
adptado por Lobato, à venda no Estado. Centenas de volumes foram recolhidos em diversas
livrarias, e muitos deles chegaram a ser queimados.
1945 - 1948
Os últimos tempos de Lobato
Lobato estava em liberdade, mas enfrentava uma das fases mais difíceis de sua vida. Perdeu
Edgar, o filho mais velho, presenciou o processo de liquidação das companhias que fundou e, o
que foi pior, sofreu com a censura e atmosfera asfixiante da ditadura de Getúlio Vargas.
Aproximou-se dos comunistas e saudou seu líder, Luís Carlos Prestes, em grande comício
realizado no Estádio do Pacaembu em julho de 1945. Partiu para a Argentina, após associar-se à
editora Brasiliense e lançar suas Obras Completas, com mais de 10 mil páginas em trinta
volumes das séries adulta e infantil. Regressou de Buenos Aires em maio de 1947, para
encontrar o país às voltas com os desmandos do governo Dutra. Indignado, escreveu Zé Brasil.
Nele, o velho Jeca Tatu, preguiçoso incorrigível, que Lobato depois descobriu vítima da
miséria, vira um trabalhador rural sem terra. Se antes o caipira lobatiano lutava contra doenças
endêmicas, agora tinha no latifúndio e na distribuição injusta da propriedade rural seu pior
inimigo. Os personagens prosseguiam na luta, mas seu criador já estava cansado de tantas
batalhas. Monteiro Lobato sofreu dois espasmos cerebrais e, no dia 4 de julho de 1948, virou
“gás inteligente” - o modo como costumava definir a morte. Foi-se aos 66 anos de idade,
deixando imensa obra para crianças, jovens e adultos, e o exemplo de quem passou a existência
sob a marca do inconformismo.
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A leitura nos possibilita a compreensão do mundo, a interação com outros mundos outros
tempos outros espaços, lendo nos informamos, nos conhecemos, compreendemos nossa história,
preservamos nossa cultura. A leitura permite a liberação de sentimentos, de idéias, de
articulações, de interações ente autor-leitor, uma união de idéias nascida do prazer mutuo de
entrega.
No Brasil, Monteiro Lobato, é o autor que resgata o prazer da leitura, na literatura infantil. Suas
obras preservam “a importância da história”, inovam, pela interação do mundo infantil o “como
contar histórias”,. Utiliza o texto em todas possibilidades.
“Naquele tempo, não haviam tantos brinquedos, eram toscos, feitos de sabugo de milho,
chuchu, mamão verde, etc...”
MONTEIRO LOBATO.
Monteiro Lobato respeita o mundo da criança e fala para ela sem desprezar sua inteligência,
valoriza sua criação. Através de Emilia Monteiro Lobato diz tudo o que pensa, e fala a
sociedade, fala para as crianças, pois elas, despojadas de preconceitos em sem idéias impostas
podem pensar e ousar, imaginar, serem livres das amarras e conhecerem o maravilhoso universo
da imaginação humana, da imaginação de Monteiro Lobato. Com Visconde de Sabugosa,
inaugura a criatividade de não se ter receitas, criticando o sábio academistas, regido por um
universo pronto determinado por livros, não que negue esse conhecimento, mas diz as crianças
pensem para não serem controlados cegamente. Já Dona Benta é toda essa maturidade criadora,
a sabedoria da vida, da experiência, é sua idade não lhe pós estagnada ao tempo distante da
possibilidade de aderir a novos conceitos, é o velho repensando o novo.
Sua obra representa a necessidade que via em ser ouvido pelos adultos e ser compreendido em
suas idéias inovadoras quanto ao modelo político da sociedade. Tia Nastácia representa o
conhecimento empírico, o social, o medo da mudança. Narizinho e Pedrinho São as crianças do
futuro a possibilidade de mudança, vivendo por meio de experiências, aprendendo pelo prazer
de conhecer e não pela obrigação da formação. E assim o pó de pirlimpimpim continuará a
possibilitar a todos um mundo sem fronteiras, sem limites, e sem idéias trancadas.
Para Monteiro Lobato sempre é tempo de refletir, gozar o prazer de viver, “tirar férias de
lagarto”, pensar na vida, Filosofar o mundo, explorar as próprias idéias.
Sua literatura é inovadora, movido por um Nacionalismo, que de ufânico nada possuía, resgata a
identidade cultural do Brasil. Inovadora pois o seu olhar revela um posicionamento sobre o
futuro e direciona, na perspectiva da criança, a construção do conhecimento desse novo mundo
de idéias. Não trata a criança como um ser desprovido de inteligência, e fala, a seu nível, sobre
os conhecimentos da humanidade, é o encantamento da literatura lobatiana.
Sua obra voltada a criança é extensa, toda ela se passa no Sítio do Picapau Amarelo, onde tudo
pode acontecer, e nesse mundo onde o real e o faz de conta se misturam, o conhecimento é o
carro chefe. Monteiro Lobato vê a inteligência da criança, lhe concebe como ser histórico social,
e construtor na interação com as coisas. A criança para Monteiro Lobato é a criança, potencial
criativo, interativo.
Sua obra estimula o leitor a ver a realidade através de conceitos próprios. Apresenta uma
interpretação da realidade nacional nos seus aspectos, social, político, econômico, cultural, mas
deixa, sempre, espaço para a interlocução com o destinatário.
Em uma das histórias da Obra Sítio do Picapau Amarelo, Geografia de Dona Benta pode ser
percebido como a literatura e o conhecimento estão interligados, e também, como aprender pode
ser mais vibrante e delicioso. Nessa história no episódio : O Universo Bailado das Estrelas no
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Espaço, o conhecimento é abordado de maneira a aproximar-se e não distanciar-se da criança .
História onde, Dona Benta, inquirida por Pedrinho narra a história da Geografia. Num diálogo
reflexivo com Pedrinho - o prazer de descobrir e a experiência – falam quanto a lei da
gravidade: “A matéria atrai a matéria na razão direta das massas e na razão inversa do quadrado
das distâncias”. Ouvindo esse afirmativo Pedrinho fica intrigado, inquietou-se e em sua ânsia de
descoberta, põe-se a analisar com Dona Benta a questão.
A seguir reproduzo literalmente o interessante diálogo:
“A matéria atrai a matéria na razão direta das massas e na razão inversa do quadrado das distâncias”
- Fiquei na mesma! – gritou Pedrinho
- Pois não será difícil compreender, se formos por partes. Diz a lei que a matéria atrai a matéria. Matéria é tudo quanto ocupa lugar
no espaço. Você ocupa lugar no espaço; logo você é matéria. Os astros ocupam lugar no espaço; logo os astros são matéria; logo
Emília é matéria.
A boneca rebolou-se toda, orgulhosa de ocupar lugar no espaço.
- Mas o espaço é infinito – Continuou Dona Benta – isto é, não tem fim; de modo que os astros, por maiores que sejam, não passam
de pontinhos ocupando lugarezinhos no espaço infinito. Esses pontinhos, a partículas de matéria, atraem-se ou puxam-se uns aos
outros.
- Já sei – disse Pedrinho – Um puxa o outro como o imã puxa o ferro. O ímã que atraí o ferro é a matéria ímã atraindo a matéria
ferro. Continue Vovô.
- Muito bem. A matéria atrai a matéria, mas de que modo? De dois modos. Primeiro, na razão direta das massas...
- Não entendo essa tal razão direta – disse a menina
- Muito simples. Quer dizer que quanto maior for um astro, tanto mais atrai outro. Se é pequeno, atrai pouco; se é grande, atrai
muito. Se um astro é o dobro do outro, atrai o dobro do que atrairia se fosse do mesmo tamanho. Entendeu?
- Parece que sim – respondeu Narizinho – Continue.
Dona Benta Continuou:
- Segundo modo: na razão inversa do quadrado das distancias. Quer dizer que quanto mais longe um astro está de outro, menos o
atrai.
- Sei. Como a distancia vai perdendo a força. Isso é lógico. Se o ferro está a um quilômetro do ímã, por Força que é menos atraído
do que se estivesse a um metro. Mas esse quadrado ai no meio? Que é?
- Significa que se o ferro está a cinco quilômetros do ímã é atraído vinte e cindo vezes menos do que se estivesse a um quilômetro,
porque o quadrado de cinco e vinte e cinco. Quadrado de um número que dizer esse número multiplicado por si mesmo.
- Compreendi. Continue, vovó.
- Já acabou. É isso só. Um astro atrai o outro conforme o tamanho e conforme a distância em que está do outro. Quanto maior for o
astro, mais atrai, e quanto mais longe estiver, menos atrai. A Lei da Gravitação é isso.
- Ora, ora! – exclamou Pedrinho. – Tão claro e simples, e eu pensei que fosse um bicho de sete cabeças. Só, só, só isso?
- Só isso meu filho. Todas as coisas da ciência são simples quanto a entendemos.
Assim não significa que eles viveram felizes para sempre, e sim que estão vivendo, pois viver é
construir novos horizontes. A maioria das histórias infantis, principalmente os contos de fadas,
buscam idealizar a felicidade de todos no final da história, o que nas obras de Monteiro Lobato
não se faz necessário, pois viver, seja os conflitos ou as realizações, e rechear-se de
experiências, é muito mais contemplativo, do que a felicidade eterna, pois conhecer significa
inquietude, sempre se está descobrindo, desbravando.
Construir na Educação é permitir a reflexão, pois a maneira com que colocamos as idéias e que
pode distanciar ou aproximar-nos do conhecimento. Se o conteúdo for próximo da realidade ou
interesse do Educando, mais ele ficará atraído por ele, e quanto maior for o prazer, o interesse
em desvendar, de internalizar e descobri a vastidão do saber, melhor se dará essa relação
atrativa, assim parodiando ISAAC NEWTON: A Educação atrai o Educando na razão direta do
prazer e na razão inversa do quadrado das distancias.
Monteiro Lobato, atrai a criança, pois sua obra fala de encontro a sua curiosidade natural, e lhe
auxilia na aproximação de seu conhecimento, fazendo conexões do percebido com o
conhecimento cientifico, Pedrinho e Narizinho, em sua obra, representam das crianças do
futuro, pois as crianças são as promissoras dessa nova sociedade que passa do campo para a
cidade, e tantas outras mudanças presentes no momento de sua vida e obra. Um aspecto
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interessante, pois hoje vivemos no mundo do conhecimento, onde desmistifica-se a ciência, o
grande lema e conhecer, assim na Obra Sítio do Picapau Amarelo que circunda o mundo do
conhecimento, também nossa sociedade também pressupõe a interação com o conhecimento.
“ escola do forno”(conotação).
“_ Que horror”(conotação)
“ animalzinho”(conotação)
“ Os bobinhos”(conotação)
“Segura pela perna o tal “ aquele um”. Não tem remédio”(frase feita)
“Depois de assassinado é pelado com água fervendo, é destripado, temperado e, afinal assado
ao forno.”(modalizador).
“gulosamente”(ambigüidade de segmentação)
“Toquinho de cauda”(conotação)
“ abóbora”(conotação)
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“Rabicó não ligou”(conotação)
“rodelas de carmim”(conotação)
“Casou-me, mas não vou morar com Rabicó enquanto ele não virar príncipe
novamente”(modalizador).
“Acreditou piamente(modalizador) embora não vá morar com ele enquanto não virar príncipe
novamente(modalizador).”
“Emília fez uma cortesia ... embora torcesse o nariz àquela comparação com a franguinha
pedrês.”(frase feita)
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“mia como gato, arrebenta pipocas”(ambigüidade)
“_ Eu também acho”(modalizador),.
“Também penso desse modo e acho que você faz muito bem”(modalizador)
“_ Bravos”(frase feita)!
Conclusão
Neste trabalho descrevemos o que significa semântica, como “um dos caminhos que
possibilitam a filosofia compreender como o ser humano elabora representações simbólicas do
mundo” . Após uma breve explicação do significado de conotação / denotação, ambigüidade /
polissemia , sinonímia, antonímia, hiponímia e frases feitas podemos fazer uma análise
semântica da obra “Reinações de Narizinho” de Monteiro Lobato, demonstrando a importância
desta função semântica na linguagem infantil. Ler, simplesmente ler como ato punitivo,
obrigatório, não permite a interação com o encantamento, a descoberta descreve essa
necessidade, onde, é importante respeitar a necessidade, o ritmo, a querência de cada criança-
leitora. Portanto é importante a consciência crítica frente a função que damos a leitura.
Ler é mais que um imperativo. Deve ser impulsionado pela vontade de descobrir, de conhecer, e
esse caminho é percorrido, desde a capa até seu desfecho.
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