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O documento discute os "rolezinhos", encontros promovidos por jovens das periferias em shopping centers. Aponta que esses encontros geram debates sobre inclusão social versus direito de propriedade dos shoppings. Alguns alegam que refletem falta de espaços públicos para os jovens, enquanto outros veem como pretexto para bagunça e prejuízos.
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Princípio de relatividade ou da convivência das liberdades públicas.docx
O documento discute os "rolezinhos", encontros promovidos por jovens das periferias em shopping centers. Aponta que esses encontros geram debates sobre inclusão social versus direito de propriedade dos shoppings. Alguns alegam que refletem falta de espaços públicos para os jovens, enquanto outros veem como pretexto para bagunça e prejuízos.
O documento discute os "rolezinhos", encontros promovidos por jovens das periferias em shopping centers. Aponta que esses encontros geram debates sobre inclusão social versus direito de propriedade dos shoppings. Alguns alegam que refletem falta de espaços públicos para os jovens, enquanto outros veem como pretexto para bagunça e prejuízos.
Princpio de relatividade ou da convivncia das liberdades pblicas
A"baderna"e a perturbao do sossego no podem, em nenhum momento ser defendidas,
configurando, inclusive, contraveno, nos termos do art. 42 da LCP. O" rolezinho ", embora aparentemente reunio legtima, no movimento a ser defendido. movimento que visa conseguir diverso mediante algazarra, causando prejuzos aos comerciantes do estabelecimento. A reunio aparentemente pacfica e inofensiva no to pacfica assim, formada por jovens libertinos, que nada mais visam do que" fazer baguna ". O poder pblico deve estar atento a esse novo movimento, que cresceu drasticamente nos ltimos dias. adequao ou no do local para essas reunies arruaceiros infiltrados A checagem de documentos pelos seguranas para evitar o acesso causou polmica. Pela lei, nenhum tipo de estabelecimento comercial pode adotar medidas de discriminao para evitar o acesso de pessoas. proibida qualquer seleo de consumidores a partir de critrios como raa, origem social, idade ou orientao sexual. Caso o local tome esta atitude, pode receber processos judiciais. O shopping pode adotar medidas de segurana, como limitar o nmero de pessoas e coibir condutas ilegais como o uso de drogas e violncia. o fechamento das lojas e a seleo nos shoppings despertou um debate nacional sobre violncia e segregao racial e social. Houve at rolezinhos de universitrios, protestos de manifestantes com vis poltico que questionam as atitudes dos shoppings. Os encontros e as reaes e eles ganharam diferentes interpretaes: seriam um pretexto para fazer baderna e confuso, gerando prejuzos financeiros e de imagem para os centros comerciais; reflexo da falta de espaos pblicos e de convivncia segura para os jovens, que veem no shopping sua nica sada; e, ainda, como uma demonstrao de desigualdade e elitismo da sociedade brasileira. Tudo comeou como distrao e diverso: se arrumar, sair, se vestir bem. Existe toda uma relao com as marcas e com o consumo, num processo de afirmao social e apropriao de espaos urbanos. Ir ao shopping se integrar, pertencer sociedade de consumo, avalia a antroploga e professora da Universidade de Oxford, na Inglaterra, Rosana Pinheiro-Machado, ao comentar sobre a relao de incluso social que os jovens veem nesse novo poder de compra. significativo que os rolezinhos nos shoppings se iniciem num momento em que um projeto de lei que proibia as festas de rua, sobretudo os bailes funks, apresentado por representantes da bancada da bala, se encontrava para sano ou veto do prefeito. O prefeito vetou. Mas as ruas ainda esto longe de pertencer aos jovens. Por isso, os rolezinhos continuaram e aumentaram. Os jovens querem as ruas de volta. O pancado s um exemplo dessa demanda. Para demonstrarem que o desejo dos shoppings de assumir o lugar da rua fracassou, os jovens resolveram levar a rua para dentro dos prprios shoppings e escancararam a luta de classes na cidade. como se o povo no estivesse mais na rua para exigir seus direitos. A prpria rua virou um direito que esses jovens exigem. Uma das respostas encaminhadas pelo governo federal por conta das manifestaes de junho foi a aprovao, no ms de agosto, do Estatuto da Juventude. Entre os novos direitos apontados em seus artigos, alguns enfatizam a importncia da circulao e mobilidade dos jovens, seja no espao urbano ou no campo. Esse direito, ao lado do direito produo cultural e da ampliao dos espaos pblicos de lazer, est no centro das reivindicaes dos jovens, seja nos rols nos shoppings ou nas jornadas das grandes avenidas. Os Luciens Chardon de nosso tempo so meninos e meninas que almejam igualmente melhorar de vida, buscando para isso os smbolos de status e os objetos de desejo pelos quais se sentem menos excludos de um universo (mesquinho) de valores. Se esses objetos so valor em si, tambm so os espaos de socializao em que o indivduo se afirma como integrado. Contra exatamente o qu a Justia est protegendo o shopping? possvel vetar a entrada das pessoas por roupa, faixa etria, aparncia? possvel determinar exatamente o nmero de pessoas que caracterizam um rolezinho? Eu sei que h uma grande discusso sobre a propriedade privada dos shoppings versus o direito circulao, mas no esse o ponto. Os juzes que embarcaram no medo dos shoppings parecem ver o problema de longe, distante, como se legislasse do Brasil para um fictcio pas distante que fala portugus com sotaque paulistano. Quando tudo isso chega ao lado de c da ponte, filtrado pelas lentes do debate poltico histrico que tomou conta do pas. Tudo parece virar apartheid ou comunismo, direito livre circulao ou defesa da propriedade privada. Todo mundo tem certezas com base em quase nada. Os blogueiros de direita denunciam a conspirao dos funkeiros contra a civilizao ocidental. Os blogueiros de esquerda veem apartheid das elites nos shoppings da periferia. Vira um festival livre de loucura, um campeonato nacional de associao livre, em que cada lado atribui um valor a esse encontro de lazer de acordo com a conjuntura poltica. O fenmeno deixa de ser analisado em si, e passa a ser analisado para servir de arma numa briga muito maior. Esses jovens de Itaquera, do Campo Limpo, de Interlagos, so desumanizados e se tornam aretes de uma luta da qual eles no tm a menor ideia que esto participando. E as decises da Justia, difceis de entender, s mostram o tamanho do desconhecimento. No h razo para idolatrar ou demonizar os rolezinhos. Talvez haja furtos, talvez haja arrastes, e no h nada que a polcia possa fazer seno impedir que as pessoas pobres que frequentem esses shoppings sejam roubadas ou furtadas. Mas tambm no faz nenhum sentido impedir que essas pessoas entrem em shoppings pelo simples fato de usarem um bon de aba reta ou um tnis cheio de cores. Os rolezinhos so o que so. E merecem estudos, debates e reflexes melhores do que vem recebendo at agora. O consumo to intrnseco ao comportamento dos jovens que os organizadores dos rolezinhos adotaram o espao como primeira opo para a realizao dos eventos. Nesse momento, o local tanto um ambiente de consumo quanto uma vitrine para a autoexpresso desse grupo. H uma questo da maior relevncia, relativa construo e arquitetura dos shoppings, planejados para serem visitados por um determinado nmero mdio de pessoas, segundo um desenho especfico. No so pensados para abrigar manifestaes pblicas. Sua arquitetura no permite uma invaso de milhares de pessoas para correrem em seu interior, cantando e criando tumulto. Para esse efeito no importa que sejam jovens, idosos, brancos, negros, homens ou mulheres. No h a nenhuma questo de discriminao, mas to somente de quantidade e de forma de manifestao. Impedir o ingresso de algum num shopping possvel sem que se caracterize ato de preconceito ou discriminao? Sim. Seria plenamente aceitvel. Ainda que seja um espao aberto ao pblico, o desvio de finalidade na sua utilizao, causando incomodo ou transtorno a outros usurios e impedindo a utilizao do espao para o fim a que se destina seria j[a causa justificante para que o particular exercesse o seu direito de propriedade impedindo o ingresso ou permanncia de uma pessoa ou grupo de pessoas no local. Isso sem falar em condutas que possam caracterizar ilcito penal de perturbao de sossego ou trabalho alheio, que igualmente autorizariam o particular a agir na defesa de seu direito de patrimnio, impedindo ou ingresso ou permanncia dos autores da conduta dentro daquele espao. Encontros promovidos por jovens das periferias em shopping centers de vrias cidades
TCC - Vanessa Cristina Dasko - Yasmin Goncalves Bittar - A Etica Dos Advogados Dentro Das Redes Sociais, Destacando o TikTok, o Codigo de Etica Da OAB e Provimentos