Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
F
oi fazendo faculdade de Administração de particular. Ter que fazer um destaque. Se você colocar
Empresas em Brasília, que Karina Baracho aquele feijão com arroz todo o dia, não anda. E outra
descobriu sua paixão pelo Jornalismo. Se coisa, seu material é o lead. Se você fizer um lead
mudou em 2004 para Salvador, concluiu o legal, a pessoa lê o resto da matéria. Você tem que
curso de Comunicação Social com ênfase em encantá-la.
Jornalismo e desde então, trabalha como repórter no
Jornal Tribuna da Bahia na editoria local. Karina fala Qual o tipo de pauta mais difícil de cobrir?
sobre o sensacionalismo presente no seu jornal, a
diferença de diagramação e diz considerar a Enterro. É quando as pessoas estão muito tristes,
mudança visual do jornal muito válida já que o mesmo abaladas com alguma situação, geralmente a morte
ficou mais leve, mais colorido e mais agradável para ode um ente querido. Porque você tem que chegar pra
leitor. falar com as pessoas e elas estão tristes e comovidas.
É difícil. Nessa situação não é interessante você
chegar para um pai, para um filho e entrevistar. É
Você mesma sugere a sua pauta ou sempre muito complicado. Eu não suporto fazer.
recebe uma pauta para cobrir?
Qual foi o maior impacto que você teve ao sair do
Normalmente a gente recebe a pauta. Chegamos mundo “teórico” da faculdade e passar pra rotina
aqui duas horas e nossa pauta já está pronta. Ela é da redação?
feita pela manhã, quem faz é a pauteira. Aí a gente
recebe a pauta e faz. Raramente a gente sugere Saber que eu não ia mudar o mundo. Quando eu saí
alguma pauta, não é o normal. A gente pode sugerir faculdade eu queria mudar o mundo. Pensava que iria
de vez em quando eu tenho umas ideias, mas não é poder escrever o que queria e o que realmente está
normal. E as vezes as coisas acontecem, hoje por acontecendo. Em qualquer veículo de comunicação a
exemplo, ia ter uma passeata agora de tarde. Eu fui gente vê que não é assim porque existe o interesse do
cobrir uma passeata e aí cheguei lá não teve. Aí eu próprio veiculo e o das pessoas que anunciam nos
tive que procurar outra coisa dentro daquele mesmo veículos. Não só é aqui, mas em qualquer jornal
tema. Foi o caso dos meninos que morreram de impresso de salvador, nas TVs etc. A gente tem que
menigite na Caixa D’água. Não teve a passeata, daí a saber se podar, se moldar e aprender a escrever nas
gente foi atrás da escola que tava distribuindo entrelinhas se quer que uma determinada informação
medicação pra fazer matéria em cima disso, focando saia. O maior impacto que a gente tem é que não
outra coisa. podemos mudar o mundo. Eu comecei a estagiar aqui
antes de terminar a faculdade. Foi bom e foi
Quais os critérios que você usa para cobrir uma complicado, porque quando eu via na faculdade a
determinada matéria? professora falando aquelas coisas mirabolantes sobre
o dia-a-dia na redação, eu sabia que não era nada
Sempre o diferente. A gente tem que ter o felling e a aquilo. A realidade era outra.
sensibilidade de pegar algo que chama mais atenção
nas pessoas. Por exemplo, hoje a gente teve que O que deve ser notícia no jornal?
fazer sobre os medicamentos, mas as pessoas não
queriam os medicamentos e sim a vacina. Então a Tudo é notícia. Tudo tem gente que quer saber. Agora
gente focou muito na questão de não ter vacina e a gente tem que verificar por exemplo, sair um pouco
que se você quiser vacinar, tem que ser em hospital p do sensacionalismo...até aqui mesmo no jornal, temos
Veja | 24 de novembro,2009 1
Entrevista KARINA BARACHO
Veja | 24 de novembro,2009 2
Entrevista KARINA BARACHO
Vo c ê f e z o c u r s o d e
“Eu gosto do
Administração antes de
Jornalismo. O que te fez
desistir desse curso e seguir a
contato com
carreira com comunicação?
as pessoas.”
Você leu o que meu? (risos) Meu
deus! Números, números. Na
realidade eu tinha feito
comunicação e coloquei como
Segunda opção o curso de
Administração. Ai não passei em chama atenção. Empolga o leitor
comunicação e pensei: “Vou para ler.
tentar. Vai que eu gosto e tô
falando que não gosto”. Mas eu O que significou pra você a
não conseguia ir pra faculdade. mudança no visual do jornal?
Morava do lado e não ia. Era
muito chato. Sou muito ruim de Ai eu amei. Ficou mais bonito, mais
número, você não sabe como atraente, a tarja de cima muda.
sou péssima. Até na hora de Hoje é azul, ontem foi vermelho.
receber o troco eu tenho Você leu a edição de aniversário?
vergonha de contar. Se o cara Dava pra ver bem a mudança.
for me roubar, ele vai me roubar, Mostrava como era o jornal, tinha
oorque se eu contar e não até uma exposição no shopping.
contar, vai dar no mesmo. Antes era muito preto, muito
Quando eu chego em casa, eu texto...agora tem muita foto, a
vou fazer as contas na gente tá valorizando muito a
calculadora, mas ai, ele já vai ter imagem já que o texto casa com a
me roubado. E não é minha imagem. Eu, o fotógrafo e o
praia. Eu adoro escrever, gosto motorista, somos uma equipe. Se
do contato com as pessoas o texto não tá legal, desvaloriza a
quando eu fico três dias foto. Assim como se a foto não
trancada na redação eu fico estiver boa, o texto vai ser
desesperada. Peço pelo amor desvalorizado também. A gente
de deus, pra me darem uma usa muito isso agora, pra ficar
pauta pra cobrir na rua, pra eu harmonioso.
sair. Então, não ia conseguir
fazer nada disso em Já que você viveu em Brasília
Administração. por um tempo, qual a diferença
do jornal de lá para o daqui?
Como é que você definiria a
linha editorial do seu jornal? Lá os jornais são mais voltados
Qual é o diferencial dele para para política. A política sempre
os outros? pesa mais. O correio brasiliense é
muito parecido com a TRIBUNA na
O jornal mudou. Teve uma forma de lidar com as matérias.
mudança bem legal. O formato
do jornal mudou. Você abria o
jornal e ele tinha um peso. Agora
tá mais leve, mais colorido e
Veja | 24 de novembro,2009 3