Вы находитесь на странице: 1из 4

1

Quando o direito tem origem em um título executivo extrajudicial (documento que a lei reconhece como dotado
de força executiva), o caminho para a realização deste direito é sempre o Processo de Execução.

O título executivo extrajudicial equivale a um documento sobre o qual a lei atribui eficácia executiva, dando-lhe
a certeza necessária para que seja movida a ação executória para a realização do direito.

Por isso, todo título executivo extrajudicial deve necessariamente ser:

- Certo: documento que mostra sem qualquer dúvida a existência da dívida;

- Líquido: quando se determina a quantidade, qualidade, etc. da dívida;

- Exigível: quando aconteceu o termo ou condição que importa o implemento da obrigação.

O processo de execução deve ser regido em observação a alguns princípios específicos deste tipo de atividade
jurisdicional. Vejamos quais são eles:

Princípio do respeito à dignidade humana - a execução não pode levar o executado e sua família a um estado
de indignidade humana. Por isso, o CPC garante a impenhorabilidade de alimentos, seguro de vida, salários,
proventos, etc..

Princípio da realidade - por alguns doutrinadores também chamado de princípio da responsabilidade


patrimonial, este princípio demonstra que para que o credor alcance o objetivo de satisfazer seu direito, o
devedor dá como garantia de pagamento da dívida o seu patrimônio.

Devido a este princípio, a execução não recai sobre a pessoa do devedor e sim sobre o seu patrimônio, como
determina o CPC: "O devedor responde, para o cumprimento de suas obrigações, com todos os seus bens
presentes e futuros, salvo as restrições estabelecidas em lei”.(art. 591)
Trata-se, portanto, de uma execução real, que incide direta e exclusivamente sobre o patrimônio do devedor.

Observação:

Há casos em que não é sobre o patrimônio do executado que recai a responsabilidade e sim sobre a pessoa
deste.

No caso do devedor de alimentos a execução não recai sobre os seus bens e sim sobre a pessoa do devedor por
meio de prisão civil (caracterizada por uma medida de coação para que o devedor cumpra a obrigação).

Princípio do exato inadimplemento - veremos mais adiante que o inadimplemento do devedor constitui um dos
requisitos necessários para realizar qualquer execução.

Por isso, ao ajuizar uma execução, o credor busca garantir o mesmo resultado que teria com o adimplemento
espontâneo por parte do devedor/executado. Por isso, a execução deve atingir o patrimônio do devedor apenas
naquilo que vá satisfazer o credor, nem a mais, nem a menos. Por isso, este princípio também é chamado de
princípio da satisfatividade.

Neste ponto, cumpre mostrar que a penhora dos bens do executado deve incidir em tantos bens quantos
bastem para o pagamento do principal atualizado, juros, custas e honorários advocatícios. (art. 659, CPC).

Lembrete:

A penhora consiste em um ato judicial, emitido por um juiz e promovido por um oficial de justiça, através do
qual se apreende ou se tomam os bens do devedor, para que nele se cumpra o pagamento da dívida.

A lei 11.382/06 acrescentou ao Código de Processo Civil o art. 652-A, que reza em seu caput que "ao
despachar a inicial, o juiz fixará, de plano, os honorários de advogado a serem pagos pelo executado".

Como o executado tem o prazo de 03 (três) dias a partir da intimação para pagar o que deve, se efetuar o
pagamento dentro deste prazo, os honorários do advogado do credor (fixados de plano no despacho da inicial
pelo juiz) serão reduzidos pela metade.
Esta é uma forma de compelir o executado a pagar o que deve e ter as despesas com honorários reduzidas de
maneira considerável.
Destarte, através deste princípio, a responsabilidade pelo ônus da execução é do devedor.

Princípio da menor onerosidade ou da economia - este princípio demonstra que, quando a satisfação do credor
puder ser obtida por vários meios, o juiz manda que a execução se faça pela maneira menos gravosa ao
devedor.

Princípio da utilidade - a execução deve ser útil ao credor. Ou melhor, não se admite a execução apenas para
trazer prejuízo ao devedor, sem qualquer benefício ao credor. Daí extrai-se o §2º do art. 659 do CPC que

1
2

preceitua: "Não se levará a efeito a penhora, quando evidente que o produto da execução dos bens
encontrados será totalmente absorvido pelo pagamento das custas da execução”.

Princípio da especificidade - a execução deve propiciar ao credor exatamente aquilo que obteria se a obrigação
fosse adimplida pessoal e espontaneamente pelo devedor.

Princípio do contraditório - a execução parte sempre de uma certeza. No entanto, o juiz profere diversas
decisões no curso do processo de execução e às partes deve sempre ser assegurada manifestação. Ademais, a
CR/88 garante a existência do contraditório nos processos judiciais sem fazer distinção. Por isso, o princípio do
contraditório está também presente no processo de execução.

Princípio da disponibilidade - "Reconhece-se ao credor a livre disponibilidade do processo de execução, no


sentido de que ele não se acha obrigado a executar seu título, nem se encontra jungido ao dever de prosseguir
na execução forçada a que deu início, até as ultimas conseqüências. (...) Fica, assim, ao alvedrio do credor
desistir do processo ou de alguma medida como a penhora de determinado bem ou o praceamento de outros."
(JÚNIOR, Humberto Theodoro. Curso de Direito Processual Civil. Vol. II. 41. ed. Rio de Janeiro: Forense
Universitária, 2007, pág. 138)

Atrelado a este princípio está o princípio da disponibilidade parcial da execução, pois o credor pode desistir
apenas de parte da execução, alterando seu pedido, mesmo depois da citação do devedor.

Para que o juiz aprecie o conflito de interesses, aqueles que estão litigando devem ser os titulares da pretensão
deduzida em juízo.

Legitimidade ativa

A lei processual concede legitimidade ativa ao credor do título executivo e, em algumas hipóteses, ao Ministério
Público - legitimação ordinária.

Art. 566, CPC. Podem promover a execução forçada:

I - o credor a quem a lei confere título executivo;

II - o Ministério Público, nos casos prescritos em lei.

Em regra, o credor do título executivo é a parte legítima para ajuizar a ação de execução, desde que tenha
capacidade processual.

Já no caso do Ministério Público, este pode promover a execução desde que atue como parte e não como
"custos legis".

O CPC concede, ainda, legitimidade ativa a algumas pessoas que não são credoras do título executivo, mas se
tornaram sucessoras do credor, seja por ato inter vivos, seja por causa mortis - legitimação derivada ou
superveniente:

Art. 567, CPC. Podem também promover a execução, ou nela prosseguir:

I - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte deste, Ihes for transmitido o
direito resultante do título executivo;

II - o cessionário, quando o direito resultante do título executivo Ihe foi transferido por ato entre vivos;

III - o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional.

Legitimidade passiva

Em regra, é o devedor, reconhecido como tal no título executivo quem possui legitimidade para atuar como
executado na ação de execução.

Mas, o CPC nomeia outros sujeitos para assumirem o pólo passivo desta ação, são os dispostos nos demais
incisos do art. 568:
- o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor;
- o novo devedor, que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante do título executivo;
- o fiador judicial;
- o responsável tributário, assim definido na legislação própria.

Listisconsórcio e intervenção de terceiros

O litisconsórcio equivale à pluralidade de sujeitos (exeqüentes/executados) no mesmo processo. O litisconsórcio


pode ser ativo (pluralidade de exeqüentes) ou passivo (pluralidade de executados). O litisconsórcio ativo
admitido no processo de execução é apenas o facultativo, ou seja, aquele formado a partir da vontade das

2
3

partes. Já no lado passivo, o litisconsórcio necessário é freqüente na hipótese, por exemplo, da penhora de
imóvel, em que marido e mulher devem ser citados.

No que tange à intervenção de terceiros (instituto processual civil através do qual um terceiro, estranho à
relação jurídica processual, integra a esta por algum motivo disposto em lei), há ainda divergências. Mas, o
CPC não abre possibilidade de ocorrência no processo de execução, bem como a maioria da doutrina e
jurisprudência.

Inadimplemento do devedor
O credor só passa a ter interesse de agir se o devedor não cumpre com a sua obrigação, ou seja, se ele não
satisfaz espontaneamente a obrigação certa, líquida e exigível constante no título executivo.

Título executivo
Sem o título executivo extrajudicial não há certeza da existência da dívida e por isso a ação não pode ser
ajuizada.
O CPC taxa no art. 585 os títulos executivos extrajudiciais.

Art. 585, CPC - São títulos executivos extrajudiciais:


I - a letra de câmbio, a nota promissória, a duplicata, a debênture e o cheque;
II - a escritura pública ou outro documento público assinado pelo devedor; o documento particular assinado
pelo devedor e por duas testemunhas; o instrumento de transação referendado pelo Ministério Público, pela
Defensoria Pública ou pelos advogados dos transatores;
III - os contratos garantidos por hipoteca, penhor, anticrese e caução, bem como os de seguro de vida;
IV - o crédito decorrente de foro e laudêmio;
V - o crédito, documentalmente comprovado, decorrente de aluguel de imóvel, bem como de encargos
acessórios, tais como taxas e despesas de condomínio;
VI - o crédito de serventuário de justiça, de perito, de intérprete, ou de tradutor, quando as custas,
emolumentos ou honorários forem aprovados por decisão judicial;
VII - a certidão de dívida ativa da Fazenda Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios e
dos Municípios, correspondente aos créditos inscritos na forma da lei;
VIII - todos os demais títulos a que, por disposição expressa, a lei atribuir força executiva.

O juízo competente para o ajuizamento da ação de execução conforme o título a ser executado, se judicial ou
extrajudicial.

Art. 575, CPC. A execução, fundada em título judicial, processar-se-á perante:


I - os tribunais superiores, nas causas de sua competência originária;
II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição;
IV - o juízo cível competente, quando o título executivo for sentença penal condenatória ou sentença arbitral.

No caso da execução fundada em título extrajudicial, é competente o foro da praça de pagamento do título, se
outro não houver sido eleito.

Não havendo tais regras especiais, prevalece o critério do foro do domicílio do devedor.

"A execução fiscal (art. 585, Vl) será proposta no foro do domicílio do réu; se não o tiver, no de sua residência
ou no do lugar onde for encontrado”.(art. 578 do CPC)

No caso da execução fundada em título extrajudicial, é competente o foro da praça de pagamento do título, se
outro não houver sido eleito.

Não havendo tais regras especiais, prevalece o critério do foro do domicílio do devedor.

"A execução fiscal (art. 585, Vl) será proposta no foro do domicílio do réu; se não o tiver, no de sua residência
ou no do lugar onde for encontrado”.(art. 578 do CPC)

A lei proíbe, ainda, que a execução recaia sobre alguns bens patrimoniais por motivos diversos, dando a eles a
característica da impenhorabilidade (art. 649 do CPC). Neste rol encontram-se os bens inalienáveis e os
declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução; os móveis, pertences e utilidades domésticas que
guarnecem a residência do executado (exceto os de valor elevado ou que ultrapassem as necessidades comuns
de um médio padrão de vida; os vestuários, objetos de uso pessoal do executado, (exceto os de elevado
valor); o seguro de vida; etc..

Por fim resta dizer que a lei estendeu em alguns casos a responsabilidade patrimonial a pessoas que não são
parte da execução. Ou seja, a execução atinge bens de pessoas que não fazem parte do processo: são terceiros
na relação.

Vejamos quem são estes sujeitos:


Art. 592, caput do CPC. Ficam sujeitos à execução dos bens:
I - do sucessor a título singular, tratando-se de execução fundada em direito real ou obrigação reipersecutória;
II - do sócio, nos termos da lei;

3
4

III - do devedor, quando em poder de terceiros;


IV - do cônjuge, nos casos em que os seus bens próprios, reservados ou de sua meação respondem pela
dívida;
V - alienados ou gravados com ônus real em fraude de execução.

Requisitos e Pressupostos do Processo de Execução:


a) Inadimplemento do devedor – considera-se inadimplente o devedor que não satisfaz espontaneamente a
obrigação ou o direito reconhecido em sentença.

b) Existência de um título executivo – sem o título não há como executar a obrigação. O título executivo dá
a certeza da existência da obrigação, para assim poder atingir o patrimônio do devedor. O título executivo deve
ser certo (sabe-se o que se deve), líquido (sabe-se quanto se deve) e exigível (obrigação vencida).

c) Existência patrimonial – para efetivação do processo de execução é necessário que o devedor possua
bens penhoráveis que possam tornar exeqüível a execução.

Princípios Informadores do Processo de Execução:


·(a) Autonomia da execução – a ação de execução tem elementos próprios, distinta da ação de
conhecimento.

b) Patrimonialidade – a garantia da execução da obrigação é o patrimônio, e não a pessoa do devedor. A


execução é real, só atinge o patrimônio do devedor.

c) Exato Adimplemento - a execução visa satisfazer o interesse do credor e não meio de punir o devedor. A
execução deve garantir o mesmo resultado, caso o devedor resolvesse quitar a obrigação espontaneamente.

d) Utilidade – a execução tem que ser útil ao credor, não é admitida a execução que traga apenas prejuízo
ao credor.

e) Menor onerosidade – a execução tem que se feita pelo meio menos gravoso ao devedor, caso existam
diversos meios de satisfazer a obrigação.

f) Responsabilidade do devedor – o devedor pe responsável pelas custas, despesas do processo e


honorários do advogado.

g) Contraditório – aceito no processo de execução mesmo de forma mitigada. Mesmo que de forma
particular o juiz abre possibilidade de manifestação das partes.

Вам также может понравиться