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Voto nº 11.569 — PELAçÃO RIMINAL Nº c
993.07.016452-2
Art. 157, § 2º, nº I, do Cód. Penal;
art. 12 da Lei nº 1060/50.
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Voto nº 11.570 — PELAçÃO RIMINAL Nº c
993.08.033004-2
Art. 155, § 4º, nº I, do Cód. Penal;
art. 386, nº III do Cód. Proc. Penal;
art. 5º da Lei de Introdução ao Cód. Civil.
— Achado na posse de coisa alheia, sem que o saiba justificar, dá a conhecer o réu
que a houvera por meio criminoso, pois o detentor legítimo nenhuma dificuldade
encontra para explicar a origem de tudo que lhe vem às mãos.
— Nisto de crimes contra o patrimônio, não contraria o Direito
Penal — a quem só importam as infrações de relevância
econômica — nem ofende as leis da Justiça o Magistrado que, à
luz do “princípio da insignificância”, absolve e manda em
paz autor de furto de material de ínfimo valor, que lhe não foi
de proveito algum, porque afinal recuperado pela vítima.
— Mesmo quando conspirem os elementos constitutivos do crime, sempre se
reconheceu ao Juiz discrição para, firme no princípio da insignificância do bem
jurídico protegido e da mínima reprovabilidade social do fato, absolver o réu, por
atipicidade de conduta (art. 386, nº III, do Cód. Proc. Penal).
— Ao Juiz a Lei determina — e não apenas assegura — que, no aplicá-la, atenda
“aos fins sociais” e “às exigências do bem comum” (art. 5º da Lei de
Introdução ao Código Civil). Casos haverá em que lhe será força repelir, com
retidão e sabedoria, o libelo no qual se compraziam já nossos maiores:
“regimentos não se executam senão nos pobres; leis e prisões não se
guardam, senão contra os desamparados” (Diogo do Couto, Diálogo do
Soldado Prático, 1790, p. 19).
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a
Voto nº 11.571 — PELAçÃO RIMINAL Nº c
993.08.022306-8
Art. 155, § 4º, nº II, do Código Penal;
art. 386, nº VI do Cód. Proc. Penal;
art. 36 do Cód. Criminal do Império.
— Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o Tribunal verificar ter já cessado a
violência ou coação ilegal de que se queixa o paciente, lhe julgará prejudicado o
pedido de “habeas corpus”.
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––“Julga-se o habeas corpus prejudicado quando o impetrante obtém, durante
a ação, a situação jurídica reclamada” (STJ; HC nº 1.623/2; 6a. Turma; rel.
Min. Vicente Cernicchiaro; j. 18.12.96).
–– Conforme a comum opinião dos doutores, toda prisão cautelar, que se não
sustente em indeclinável necessidade, passa por abusiva e ilegítima e, pois,
quer-se revogada. Nesse número merecem contados os casos de
encarceramento de réu, quando ausentes os requisitos da decretação da prisão
preventiva (art. 310, parág. único, do Cód. Proc. Penal).
—“Para a prisão preventiva não basta a inafiançabilidade do crime, nem a
presunção veemente da existência da criminalidade: é preciso, ainda, para
justificá-la, a sua necessidade indeclinável” (José de Alencar; apud João
Mendes de Almeida Jr., O Processo Criminal Brasileiro, 4a. ed., vol.I, p. 333).
—“Liberdade provisória. Embora preso em flagrante por crime inafiançável,
pode o réu ser libertado provisoriamente, desde que inocorram razões para
sua prisão preventiva” (TJSP; Rev.Tribs., vol. 523, p. 376; apud Damásio E.
de Jesus, Código de Processo Penal Anotado, 23a. ed., p. 250).
— Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o Tribunal verificar ter já cessado a
violência ou coação ilegal de que se queixa o paciente, lhe julgará prejudicado o
pedido de “habeas corpus”.
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––“Julga-se o habeas corpus prejudicado quando o impetrante obtém, durante
a ação, a situação jurídica reclamada” (STJ; HC nº 1.623/2; 6a. Turma; rel.
Min. Vicente Cernicchiaro; j. 18.12.96).
–– Matéria de alta indagação, como a que entende com o elemento moral do crime
(dolo), é insuscetível de exame em processo de “habeas corpus”, de rito
sumaríssimo; apenas cabe na instância ordinária, com observância da regra do
contraditório (art. 648, nº I, do Cód. Proc. Penal).
— A concessão de liberdade provisória ao réu preso a lei subordina à satisfação de
requisito indeclinável: inocorrência de motivo que autorize a prisão preventiva
(cf. art. 310, parág. único, do Cód. Proc. Penal). Ora, por sua periculosidade, o
autor de roubo incide na cláusula restritiva; pelo que, não tem jus ao benefício.
— Embora seja de Magistrado motivar sempre suas decisões, ninguém ainda ousou
contestar a verdade destas palavras do conspícuo Ministro Mário Guimarães, do
Supremo Tribunal Federal, grande sabedor da matéria: “Certas decisões, também, se
fundamentam por si mesmas. Insistir em justificá-las, seria ocioso” (O Juiz e a
Função Jurisdicional, 1958, p. 347).
— Salvo casos especiais (ao prudente arbítrio do juiz), primariedade, bons
antecedentes, prova de ocupação lícita e de residência no foro da culpa não valem
a autorizar a concessão de liberdade provisória (art. 310, parág. único, do Cód.
Proc. Penal) àquele que, acusado de crime grave — como é o roubo —, tem
contra si a presunção de periculosidade.
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Voto nº 11.593 — PELAçÃO RIMINAL Nº c
990.08.050939-0
Arts. 109, nº IV, 110, § 1º, 115, 119, 155, § 4º, ns I, II e 250, do Cód. Penal;
art. 1º da Lei nº 2.252/54.
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Voto nº 11.595 — PELAçÃO RIMINAL Nº c
993.05.073483-8
Art. 214 do Cód. Penal;
art. 1º, ns. V e VI, Lei nº 8.930/94;
art. 2º, § 2º, Lei nº 11.464/07;
art. 2º, §1º, da Lei nº 8.072/90;
art. 61 da Lei das Contravenções Penais.
–– Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o Tribunal verificar ter já
cessado a violência ou coação ilegal de que se queixa o paciente, lhe julgará
prejudicado o pedido de “habeas corpus”.
––“Julga-se prejudicado o pedido, se à impetração sobreveio sentença
condenatória” (STJ; HC nº 1.959-8; rel. Min. José Dantas; DJU 23.8.93, p.
16.585).
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Voto nº 11.614 — PELAçÃO RIMINAL Nº c
990.08.078486-2
Arts. 155, “caput”, 171, “caput”, § 2º, nº VI, 59, 107, nº IV, 109, nº VI e
110, § 1º, do Cód. Penal;
art. 61 do Cód. Proc. Penal.
— Contra o parecer de notáveis juristas, que sustentam não ser o “habeas corpus”
meio apropriado a impugnar decisão de que caiba recurso ordinário, mostra-se de
bom exemplo conhecer da impetração, porque, em tese, passa pelo remédio
jurídico-processual mais célere e eficaz para conjurar abusos e ilegalidades
contra o direito à liberdade de locomoção do indivíduo (art. 5º, nº LXVIII, da
Const. Fed.).
–– Questões relativas à progressão de regime prisional e a outros incidentes de
execução da pena são da competência originária do Juízo das Execuções Criminais
(art. 66, nº III, alíneas b e f, da Lei de Execução Penal); ao Tribunal, apenas em
grau de recurso, cabe o reexame do ponto ali decidido, sendo-lhe defeso deferi-
lo na via sumaríssima e estreita do “habeas corpus”.
— Não se conhece de pedido de “habeas corpus” impetrado ao Tribunal com o escopo
de obter progressão ao regime semi-aberto, pois se trata de matéria em que, por
previsão de lei (art. 66, nº III, alínea b, da Lei de Execução Penal), deve entender o
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Juízo de Direito da Vara das Execuções Criminais, sob pena de usurpação de
suas atribuições e violação de norma de organização judiciária do Estado.
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Voto nº 11.618 — PELAçÃO RIMINAL Nº c
993.05.003904-8
Arts. 157, § 2º, ns. I e II, 29, §1º e 33, § 1º, alínea “a”, do Cód. Penal;
art. 202 do Cód. Proc. Penal.
— Desde que acorde com os mais elementos de prova dos autos, a confissão policial
constitui prova idônea de autoria delituosa e justifica edição de decreto
condenatório.
— A palavra da vítima, passa por excelente meio de prova e autoriza
decreto condenatório, se em conformidade com os outros elementos de
convicção reunidos no processado.
— Não se caracteriza a figura jurídica da participação de menor importância,
se o agente desempenha atividade relevante de sentinela do crime ou executor
de reserva (art. 29, §1º, do Cód. Penal).
— A crítica irrogada ao testemunho policial com o intuito de desmerecê-lo constitui
solene despropósito, pois toda a pessoa pode ser testemunha (art. 202 do Cód.
Proc. Penal) e aquela que, depondo sob juramento, falta à verdade incorre nas
penas da lei, donde a inépcia do raciocínio apriorístico de que o policial vem a
Juízo para mentir.
— Incensurável é a sentença que, atendendo à gravidade do crime praticado com
violência e à personalidade do agente, sujeito refratário ao estímulo do bem e
contumaz infrator da lei, fixa-lhe o regime prisional fechado (art. 33, § 1º,
alínea “a”, do Cód. Penal).
— Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o Tribunal verificar ter já
cessado a violência ou coação ilegal de que se queixa o paciente, lhe julgará
prejudicado o pedido de “habeas corpus”.
––“Julga-se o habeas corpus prejudicado quando o impetrante obtém, durante a
ação, a situação jurídica reclamada” (STJ; HC nº 1.623/2; 6a. Turma; rel.
Min. Vicente Cernicchiaro; j. 18.12.96).
— Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o Tribunal verificar ter já
cessado a violência ou coação ilegal de que se queixa o paciente, lhe julgará
prejudicado o pedido de “habeas corpus”.
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–– “Julga-se o habeas corpus prejudicado quando o impetrante obtém, durante
a ação, a situação jurídica reclamada” (STJ; HC nº 1.623/2; 6a. Turma; rel.
Min. Vicente Cernicchiaro; j. 18.12.96).
a
Voto nº 11.626 — PELAçÃO RIMINAL Nº c
993.05.004339-8
Art. 157, § 2º, ns. I e II, do Cód. Penal.
i
Voto nº 11.627 — embargos nfringentes Nº 993.07.109972-2
Art. 127 da Lei de Execução Penal.
— De presente, já não é lícito ao Juiz dar ao art. 127 da Lei de Execução Penal outra
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interpretação que a literal restrita, por força da Súmula Vinculante nº 9,
editada pelo Colendo Supremo Tribunal Federal, que mandou inscrever entre os
dogmas jurídicos a perda, para o condenado “que for punido por falta grave”, do
direito ao tempo remido pelo trabalho.
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Voto nº 11.628 — PELAçÃO RIMINAL Nº c
993.05.045335-9
Arts. 157, § 2º, ns. I e II, 65, nº I e 71, do Cód. Penal.
a
Voto nº 11.629 — PELAçÃO RIMINAL Nº c
993.06.119166-0
Art. 12 da Lei nº 10.826/2003;
art. 386, nº III do Cód. Proc. Penal;
art. 1º da MP nº 253/2005;
art. 5º da MP nº 229.
–– Como a Medida Provisória nº 253/2005 prorrogou até “o dia 23 de outubro
de 2005” (art. 1º) o prazo para a entrega de arma de fogo à Polícia Federal,
ninguém, nesse trecho, poderá ser preso em flagrante por manter alguma sob
sua guarda ou em depósito (art. 12 da Lei nº 10.826/2003).
— São atípicas as condutas previstas nos arts. 12 e 16 da Lei nº 10.826/03 (posse
ilegal de arma de fogo), praticadas no período chamado de “vacatio legis”
indireta (31.8.04); pelo que, na hipótese, haverá falta de justa causa para a ação
penal (cf. Revista do Superior Tribunal de Justiça, vol 199, p. 510; rel. Min.
Arnaldo Esteves Lima).
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Voto nº 11.630 — PELAçÃO RIMINAL Nº c
993.08.016290-5
Art. 10, § 1º, nº III da Lei nº 9.437/97;
arts. 107, nº IV, 109, nº V, 110, § 1º e 115, do Cód. Penal;
art. 61 do Cód. de Proc. Penal.
— Incorre nas penas do art. 10, § 1º, nº III, da Lei nº 9.437/97 o sujeito que efetua
disparo de arma de fogo em lugar habitado, ainda que a deflagração seja para o
alto (“ad astra”), pois se trata de infração que “não exige perigo concreto, real,
à incolumidade pública” (Damásio E. de Jesus, Crimes de Porte de Arma de
Fogo e Assemelhados, 2a. ed., p.57).
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— O decurso do tempo apaga a memória do fato punível e a necessidade do
exemplo desaparece (Abel do Vale; apud Ribeiro Pontes, Código Penal
Brasileiro, 8a. ed., p. 154).
— Decretada a extinção da punibilidade do apelante pela prescrição da pretensão
punitiva estatal, já nenhuma outra matéria poderá ser objeto de exame ou
deliberação.
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Voto nº 11.631 — PELAçÃO RIMINAL Nº c
993.08.037132-6
Art. 163, parág. único, nº III, do Cód. Penal;
art. 202 do Cód. Proc. Penal.
— Sujeita-se às penas da lei o indivíduo que, em ato de puro vandalismo, penetra
mediante arrombamento em prédio escolar pertencente ao Estado e lhe causa
danos (art. 163, parág. único, nº III, do Cód. Penal).
— Vale o depoimento pelo grau de veracidade que encerra. Com respeito aos
policiais, há decisão histórica do Pretório Excelso: “A simples condição de
policial não torna a testemunha impedida ou suspeita” (HC nº 51.577; DJU
7.12.73, p. 9.372; apud Damásio E. de Jesus, Código de Processo Penal
Anotado, 23a. ed., p. 185).
a
Voto nº 11.632— gravo em xecução Nº e
990.09.011411-8
Art. 112 da Lei de Execução Penal.
— “O cometimento de falta grave interrompe a contagem do prazo exigido para a
concessão do benefício da progressão de regime prisional” (STJ; HC nº 12.453-
SP; rel. Min. Gilson Dipp; j. 6.3.2001; DJU 23.4.2001, p. 171).
— Deve o sentenciado atender, sem quebra, às instâncias da disciplina do
estabelecimento penal para poder, no tempo oportuno, credenciar-se à outorga
de benefícios (art. 112 da Lei de Execução Penal).
a
Voto nº 11.633— gravo em xecução Nº e
990.09.017967-8
Art. 112 da Lei de Execução Penal.
— A Lei nº 10.729/03 — que deu nova redação ao art. 112 da Lei de Execução Penal
— não aboliu o exame criminológico para a progressão de regime, o qual pode
ser realizado se as circunstâncias pessoais do sentenciado e a natureza do
crime que cometeu o aconselharem. Nisto, como no mais, obrará sempre o
Magistrado com a prudência e o arbítrio do bom varão.
— Se o sentenciado atende aos requisitos do art. 112 da Lei de Execução Penal,
isto é, “tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e
ostentar bom comportamento carcerário”, faz jus à progressão ao regime
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semi-aberto. Somente fato grave, indicativo de personalidade anômala e
refratária aos estímulos da recuperação, poderá obstar-lhe a mudança para regime
prisional mais brando.
— A concessão do benefício da progressão de regime prisional segundo os
requisitos da lei não se deve interpretar por liberalidade irresponsável da Justiça
Criminal, senão por voto sincero de que o sentenciado emende a mão e tome para
o caminho do bem, de que se desviara, a fim de que possa reintegrar-se,
efetivamente, no convívio social (art. 112 da Lei de Execução Penal).
— Não esqueça ao cultor do Direito que ainda o mais vil dos homens tem jus à
proteção da Lei!
a
Voto nº 11.634— gravo em xecução Nº e
990.09.000089-9
Art. 112 da Lei de Execução Penal.
— A Lei nº 10.729/03 — que deu nova redação ao art. 112 da Lei de Execução Penal -
não aboliu o exame criminológico para a progressão de regime, o qual pode ser
realizado se as circunstâncias pessoais do sentenciado e a natureza do crime que
cometeu o aconselharem. Nisto, como no mais, obrará sempre o Magistrado com
a prudência e o arbítrio do bom varão.
— Se o sentenciado atende aos requisitos do art. 112 da Lei de Execução Penal, isto
é, “tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom
comportamento carcerário”, faz jus à progressão ao regime semi-aberto.
Somente fato grave, indicativo de personalidade anômala e refratária aos estímulos
da recuperação, poderá obstar-lhe a mudança para regime prisional mais brando.
— A concessão do benefício da progressão de regime prisional segundo os requisitos
da lei não se deve interpretar por liberalidade irresponsável da Justiça Criminal,
senão por voto sincero de que o sentenciado emende a mão e tome para o caminho
do bem, de que se desviara, a fim de que possa reintegrar-se, efetivamente, no
convívio social (art. 112 da Lei de Execução Penal).
— Não esqueça ao cultor do Direito que ainda o mais vil dos homens tem jus à
proteção da Lei!
a
Voto nº 11.635— gravo em xecução Nº e
990.09.010645-0
Art. 75 do Cód. Penal.
––“A pena unificada para atender ao limite de trinta anos de cumprimento,
determinado pelo art. 75 do Código Penal, não é considerada para a concessão de
outros benefícios, como o livramento condicional ou regime mais favorável de
execução” (Súmula nº 715 do STF).
a
Voto nº 11.638 — PELAçÃO RIMINAL Nº c
993.05.009259-3
Arts. 155, § 4º, nº I, 107, nº IV, 109, nº IV, 110, § 1º e 115, do Cód. Penal;
art. 202 do Cód. Proc. Penal.
a
Voto nº 11.639— gravo em xecução Nº e
990.08.142718-4
Art. 112 da Lei nº 7.210/84;
art. 159, § 1º do Cód. Penal;
art. 2º, § 1º, da Lei nº 8.072/90;
art. 52, ns. X e XL, da Const. Fed.
–– Declarada pelo Colendo Supremo Tribunal Federal, em sessão de 23.1.06, a
inconstitucionalidade do art. 2º, § 1º, da Lei nº 8.072/90 (Lei dos Crimes
Hediondos), é o art. 112 da Lei de Execução Penal que serve de fundamento ao
pedido de progressão de regime do condenado por crime hediondo cometido
antes da promulgação da Lei nº 11.464, de 28.3.07, pois, segundo princípio basilar
de Direito Penal, a lei posterior mais severa não pode retroagir.
— A decisão da Suprema Corte, conforme o sentimento comum dos melhores
intérpretes, “é auto-aplicável, dispensando a atuação do Senado Federal para
suspender a sua execução (CF/88, art. 52, X)” (René Ariel Dotti, in Rev. Tribs.,
vol. 400, p. 415).
— Na conformidade do que têm proclamado nossos Tribunais Superiores, os
condenados por crimes hediondos cometidos antes da Lei nº 11.464/07, para
efeito de progressão, caem sob o regime do art. 112 da Lei da Execução Penal:
cumprimento de 1/6 da pena e bom comportamento carcerário.
—“O requisito objetivo necessário para a progressão de regime prisional dos crimes
hediondos e equiparados cometidos antes da entrada em vigor da Lei nº 11.464,
em 29 de março de 2007, é aquele previsto no art. 112 da Lei de Execução Penal”
(HC nº 88.037/SP; 5a. Turma; relª Minª Laurita Vaz; j. 25.10.07; DJU 19.11.07,
p. 264);
—“Fazer justiça não é, em muitos casos, obedecer à lei e, sim, obedecer ao direito que é
a fonte da lei” (Eliézer Rosa, A Voz da Toga, 1a. ed., p. 41).
—“Não trepidei em mudar de voto, pública e declaradamente, toda vez que novos
argumentos ou provas concludentes me convenceram do desacerto do veredictum
anterior: acima do melindre pessoal de cada um está a sacrossanta causa da
Justiça” (Carlos Maximiliano, Hermenêutica e Aplicação do Direito, 16a. ed., p.
377).
— Se o sentenciado atende aos requisitos do art. 112 da Lei de Execução Penal,
isto é, “tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e
ostentar bom comportamento carcerário”, faz jus à progressão ao regime
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semi-aberto. Somente fato grave, indicativo de personalidade anômala e
refratária aos estímulos da recuperação, poderá obstar-lhe a mudança para regime
prisional mais brando.
a
Voto nº 11.640— gravo em xecução Nº e
990.08.168168-4
Art. 83 do Cód. Penal.
–– Satisfeitos os requisitos legais (art. 83 do Cód. Penal), é o livramento
condicional direito público subjetivo do condenado, que se lhe não pode
negar sem grave injúria da Lei e da Justiça.
–– O argumento da pena longa não é poderoso a obstar a concessão de
livramento condicional ao sentenciado, se já cumpriu dela a metade
(necessariamente longa). Tampouco lhe serve de empecilho à obtenção do
benefício o registro de falta grave (fuga), se, ao depois, revelou, por largo
espaço de tempo, exemplar conduta carcerária e notável dedicação ao
trabalho, sinais inequívocos de sua redenção.
a
Voto nº 11.641— gravo em xecução Nº e
990.08.190391-1
Art. 112 da Lei nº 7.210/84.
— A Lei nº 10.729/03 — que deu nova redação ao art. 112 da Lei de Execução Penal
— não aboliu o exame criminológico para a progressão de regime, o qual pode
ser realizado se as circunstâncias pessoais do sentenciado e a natureza do
crime que cometeu o aconselharem. Nisto, como no mais, obrará sempre o
Magistrado com a prudência e o arbítrio do bom varão.
— Se o sentenciado atende aos requisitos do art. 112 da Lei de Execução Penal,
isto é, “tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e
ostentar bom comportamento carcerário”, faz jus à progressão ao regime
semi-aberto. Somente fato grave, indicativo de personalidade anômala e
refratária aos estímulos da recuperação, poderá obstar-lhe a mudança para regime
prisional mais brando.
— A concessão do benefício da progressão de regime prisional segundo os
requisitos da lei não se deve interpretar por liberalidade irresponsável da Justiça
Criminal, senão por voto sincero de que o sentenciado emende a mão e tome para
o caminho do bem, de que se desviara, a fim de que possa reintegrar-se,
efetivamente, no convívio social (art. 112 da Lei de Execução Penal).
— Não esqueça ao cultor do Direito que ainda o mais vil dos homens tem jus à
proteção da Lei!
a
Voto nº 11.643 — PELAçÃO RIMINAL Nº c
993.02.012055-6
Arts. 342, § 1º, 107, nº IV, 109, nº V e 110, § 1º, do Cód. Penal;
art. 61 do Cód. Proc. Penal.
— Incorre nas penas da lei (art. 342, § 1º, do Cód. Penal) a testemunha que,
ao depor em processo-crime, falta com a verdade acerca de fato
juridicamente relevante, com o intuito de favorecer o réu. A mentira não pode
ter entrada no templo da Justiça!
–– A prescrição intercorrente (art. 110, § 1º, do Cód. Penal) “constitui forma de
prescrição da pretensão punitiva (da ação), que rescinde a própria sentença
condenatória” (Damásio E. de Jesus, Código Penal Anotado, 18a. ed., p. 358).
–– Decretada a extinção da punibilidade do apelante pela prescrição da pretensão
punitiva estatal, já nenhuma outra matéria poderá ser objeto de exame ou
deliberação.
a
Voto nº 11.645 — PELAçÃO RIMINAL Nº c
993.02.032491-7
Arts. 297, 304, 107, nº IV, 109, nº V e 110, § 1º, do Cód. Penal;
art. 61 do Cód. Proc. Penal.
a
Voto nº 11.646 — PELAçÃO RIMINAL Nº c
993.02.017123-1
Arts. 304, 107, nº IV, 109, nº V e 110, § 1º, do Cód. Penal;
arts. 61 e 386, nº III, do Cód. Proc. Penal.
— O decurso do tempo apaga a memória do fato punível e a necessidade do
exemplo desaparece (Abel do Vale; apud Ribeiro Pontes, Código Penal
Brasileiro, 8a. ed., p. 154).
–– A prescrição intercorrente (art. 110, § 1º, do Cód. Penal) “constitui forma de
prescrição da pretensão punitiva (da ação), que rescinde a própria sentença
condenatória” (Damásio E. de Jesus, Código Penal Anotado, 18a. ed., p. 358).
–– Decretada a extinção da punibilidade do apelante pela prescrição da pretensão
punitiva estatal, já nenhuma outra matéria poderá ser objeto de exame ou
deliberação.
a
Voto nº 11.648 — PELAçÃO RIMINAL Nº c
993.01.078223-8
Arts. 121, § 1º, 129, 14, nº II, 107, nº IV, 109, nº IV e 110, § 1º, do Cód.
Penal;
arts. 61 e 593, III, d, do Cód. Proc. Penal;
art. 5º, nº XXXVIII, alínea c, da Const. Fed.
— A confissão, conforme os velhos praxistas, passa pela rainha das provas (regina
probationum), pois, como acentua o conspícuo Mário Guimarães, “é contrário
à natureza alguém afirmar contra si fato que não seja verdadeiro” (O Juiz e a
Função Jurisdicional, 1958, p. 309).
— Conforme iterativa jurisprudência dos Tribunais, a palavra da vítima, se ajustada
aos mais elementos do processo, justifica decreto condenatório.
— Em face da soberania de seus veredictos, as decisões do júri (proferidas “ex
informata conscientia”) somente se anulam quando em franca rebeldia com a
prova dos autos, ou nos casos de comprovada corrupção ou prevaricação dos
jurados (art. 5º, nº XXXVIII, alínea c, da Const. Fed.).
— O decurso do tempo apaga a memória do fato punível e a necessidade do
exemplo desaparece (Abel do Vale; apud Ribeiro Pontes, Código Penal
Brasileiro, 8a. ed., p. 154).
–– A prescrição intercorrente (art. 110, § 1º, do Cód. Penal) “constitui forma de
prescrição da pretensão punitiva (da ação), que rescinde a própria sentença
condenatória” (Damásio E. de Jesus, Código Penal Anotado, 18a. ed., p. 358).
–– Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o Tribunal verificar ter já
cessado a violência ou coação ilegal de que se queixa o paciente, lhe julgará
prejudicado o pedido de “habeas corpus”.
––“Julga-se prejudicado o pedido, se à impetração sobreveio sentença
condenatória” (STJ; HC nº 1.959-8; rel. Min. José Dantas; DJU 23.8.93, p.
16.585).
a
Voto nº 11.651 — PELAçÃO RIMINAL Nº c
993.02.015671-2
Arts. 213, “caput” e 224, letra a, do Cód. Penal;
art. 386, nº VII do Cód. Proc. Penal;
art. 36 do Cód. Criminal do Império do Brasil.
— Considerado o caráter relativo da presunção estabelecida no art. 224, letra a, do
Cód. Penal, não cabe crítica à sentença que, firme na opinião de juristas do tope
de Nélson Hungria (Comentários ao Código Penal, 5a. ed., vol. VIII, p. 230) e
na jurisprudência predominante nas Cortes de Justiça do País, absolve réu
acusado de estupro, ante a prova de que, além de consentida a conjunção
carnal, a vítima aparentava, pelo porte físico, ser “maior de 14 anos”.
—“O Código não transige, em caso algum, com a responsabilidade objetiva. Nulla
poena sine culpa” (Nélson Hungria, Comentários ao Código Penal, 5a. ed., vol.
VIII, p. 230).
—“Deve o juiz usar a lógica do jurista, que é, precisamente, a lógica do razoável e
do humano” (Goffredo Telles Jr., A Folha Dobrada, 1999, p. 162).
—“Nenhuma presunção, por mais veemente que seja, dará motivo para imposição
de pena” (art. 36 do Código Criminal do Império do Brasil).
— Toda condenação penal, ainda se trate de acusado de abominável vida pretérita,
somente pode ser decretada em face de prova plena e cabal de sua
culpabilidade.
— O princípio geral de que toda a decisão condenatória deve assentar em prova
plena e cabal (não só da materialidade do fato criminoso senão também da
autoria e culpabilidade do agente) manda afastar da cabeça do réu o gládio da
Justiça, nos casos de dúvida invencível (art. 386, nº VII, do Cód. Proc. Penal).
32
Voto nº 11.663— HABEAS cORPUS Nº 990.09.047479-
3
Arts. 157, § 2º, ns. I e II e 29, do Cód. Penal;
arts. 310, parág. único, 312 e 648, nº I, do Cód. Proc. Penal;
arts. 5º, nº LVII e 93, nº IX, da Const. Fed.
–– Matéria de alta indagação, como a que entende com o elemento moral do crime
(dolo), é insuscetível de exame em processo de “habeas corpus”, de rito
sumaríssimo; apenas cabe na instância ordinária, com observância da regra do
contraditório (art. 648, nº I, do Cód. Proc. Penal).
— HABEAS CORPUS – Pedido de liberdade provisória – Roubo praticado mediante
concurso de agentes – Necessidade da custódia cautelar – Ordem denegada.
— A concessão de liberdade provisória ao réu preso a lei subordina à satisfação de
requisito indeclinável: inocorrência de motivo que autorize a prisão preventiva
(cf. art. 310, parág. único, do Cód. Proc. Penal). Ora, por sua periculosidade, o
autor de roubo incide na cláusula restritiva; pelo que, não tem jus ao benefício.
–– Não entra em dúvida que, a despeito do princípio da presunção de inocência,
consagrado na Constituição da República (art. 5º, nº LVII), subsiste a providência
da prisão preventiva, quando conspiram os requisitos legais do art. 312 do Código
de Processo Penal: garantia da ordem pública, conveniência da instrução criminal ou
para assegurar a aplicação da lei penal, desde que comprovada a materialidade da
infração penal e veementes indícios de sua autoria.
–– Não há averbar de falta de fundamentação a decisão que encerra base jurídica e
fática bastante a garantir-lhe a validade. Tratando-se de roubo, crime de extrema
gravidade, a necessidade e a conveniência da decretação da custódia cautelar
como que se presumem.
–– Matéria de alta indagação, como a que entende com o elemento moral do crime
(dolo), é insuscetível de exame em processo de “habeas corpus”, de rito
sumaríssimo; apenas cabe na instância ordinária, com observância da regra do
contraditório (art. 648, nº I, do Cód. Proc. Penal).
— A concessão de liberdade provisória ao réu preso a lei subordina à satisfação de
requisito indeclinável: inocorrência de motivo que autorize a prisão preventiva
(cf. art. 310, parág. único, do Cód. Proc. Penal). Ora, por sua periculosidade, o
autor de atentado violento ao pudor incide na cláusula restritiva; pelo que não
tem jus ao benefício.
–– Não entra em dúvida que, a despeito do princípio da presunção de inocência,
consagrado na Constituição da República (art. 5º, nº LVII), subsiste a
providência da prisão preventiva, quando conspiram os requisitos legais do
art. 312 do Código de Processo Penal: garantia da ordem pública,
conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal,
desde que comprovada a materialidade da infração penal e veementes indícios
de sua autoria.
––“Exame de provas em habeas corpus é cabível desde que simples, não
contraditória e que não deixa alternativa à convicção do julgador” (STF; HC;
rel. Min. Clóvis Ramalhete; DJU 18.9.81, p. 9.157).
34
— Não requer o despacho de prisão preventiva o mesmo rigor que deve encerrar
a decisão definitiva de condenação. É o escólio de Damásio E. de Jesus ao art.
312 do Cód. Proc. Penal: “A prisão preventiva exige prova bastante da existência
do crime e indícios suficientes de autoria. Não é necessária a mesma certeza que
deve ter o juiz para a condenação do réu” (cf. Código de Processo Penal
Anotado, 22a. ed., p. 249).
a
Voto nº 11.670 — PELAçÃO RIMINAL Nº c
993.02.000607-9
Arts. 129, § 1º, nº I, 109, nº V e 110, § 1º, do Cód. Penal.
–– A prescrição intercorrente (art. 110, § 1º, do Cód. Penal) “constitui forma de
prescrição da pretensão punitiva (da ação), que rescinde a própria sentença
condenatória” (Damásio E. de Jesus, Código Penal Anotado, 18a. ed., p. 358).
–– Decretada a extinção da punibilidade do apelante pela prescrição da pretensão
punitiva estatal, já nenhuma outra matéria poderá ser objeto de exame ou
deliberação.
a
Voto nº 11.671— PELAçÃO RIMINAL Nº c
993.02.003275-4
Arts. 317, § 1º, 109, nº V, 110, § 1º, do Cód. Penal.
— O decurso do tempo apaga a memória do fato punível e a necessidade do
exemplo desaparece (Abel do Vale; apud Ribeiro Pontes, Código Penal
Brasileiro, 8a. ed., p. 154).
–– A prescrição intercorrente (art. 110, § 1º, do Cód. Penal) “constitui forma de
prescrição da pretensão punitiva (da ação), que rescinde a própria sentença
condenatória” (Damásio E. de Jesus, Código Penal Anotado, 18a. ed., p. 358).
–– Decretada a extinção da punibilidade do apelante pela prescrição da pretensão
punitiva estatal, já nenhuma outra matéria poderá ser objeto de exame ou
deliberação.
a
Voto nº 11.682 — PELAçÃO RIMINAL Nº c
993.07.078574-8
Arts. 163, 109, nº VI e 110, § 1º, do Cód. Penal;
arts. 203 e 342, do Cód. Proc. Penal.
— O crime de dano não requer dolo específico, senão genérico, que se resume à
simples voluntariedade de inutilizar ou destruir coisa alheia (art. 163 do Cód.
Penal).
—“O dolo do dano está na simples voluntariedade de o sujeito realizar uma
conduta que subverte, torna inútil ou deteriora o objeto material. O tipo não
exige nenhum outro elemento subjetivo além do dolo (Damásio E. de Jesus,
Código Penal Anotado, 18a. ed., p. 623).
— Tem-se na conta de baldia e rebarbativa a crítica de que o depoimento policial é
geralmente suspeito de parcialidade. Seu valor, ao contrário, é igual ao de toda a
testemunha que, sob palavra de honra, promete dizer a verdade do que sabe (art.
203 do Cód. Proc. Penal). O falso testemunho (crime definido no art. 342 do
Cód. Penal) não se presume: requer prova cabal e convincente, a cargo de quem
o alegar.
— O decurso do tempo apaga a memória do fato punível e a necessidade do
exemplo desaparece (Abel do Vale; apud Ribeiro Pontes, Código Penal
Brasileiro, 8a. ed., p. 154).
–– A prescrição intercorrente (art. 110, § 1º, do Cód. Penal) “constitui forma de
prescrição da pretensão punitiva (da ação), que rescinde a própria sentença
condenatória” (Damásio E. de Jesus, Código Penal Anotado, 18a. ed., p. 358).
–– Decretada a extinção da punibilidade do apelante pela prescrição da pretensão
punitiva estatal, já nenhuma outra matéria poderá ser objeto de exame ou
deliberação.
41
a
Voto nº 11.683 — PELAçÃO RIMINAL Nº c
993.07.033916-0
Arts. 28, 33, “caput” e 44, da Lei nº 11.343/06;
art. 2º, § 1º, da Lei nº 8.072/90;
art. 12 da Lei nº 6.368/76;
art. 44, § 2º, do Cód. Penal;
arts. 202, 563 e 566, do Cód. Proc. Penal.
— Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o Tribunal verificar ter já cessado a
violência ou coação ilegal de que se queixa o paciente, lhe julgará prejudicado o
pedido de “habeas corpus”.
–– “Julga-se o habeas corpus prejudicado quando o impetrante obtém, durante a ação,
a situação jurídica reclamada” (STJ; HC nº 1.623/2; 6a. Turma; rel. Min. Vicente
Cernicchiaro; j. 18.12.96).
42
a
Voto nº 11.686— gravo em xecução Nº e
990.09.012172-6
Art. 112 da Lei nº 7.210/84.
— A Lei nº 10.729/03 — que deu nova redação ao art. 112 da Lei de Execução Penal
— não aboliu o exame criminológico para a progressão de regime, o qual pode
ser realizado se as circunstâncias pessoais do sentenciado e a natureza do
crime que cometeu o aconselharem. Nisto, como no mais, obrará sempre o
Magistrado com a prudência e o arbítrio do bom varão.
— Se o sentenciado atende aos requisitos do art. 112 da Lei de Execução Penal,
isto é, “tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e
ostentar bom comportamento carcerário”, faz jus à progressão ao regime
semi-aberto. Somente fato grave, indicativo de personalidade anômala e
refratária aos estímulos da recuperação, poderá obstar-lhe a mudança para regime
prisional mais brando.
— A concessão do benefício da progressão de regime prisional segundo os
requisitos da lei não se deve interpretar por liberalidade irresponsável da Justiça
Criminal, senão por voto sincero de que o sentenciado emende a mão e tome para
o caminho do bem, de que se desviara, a fim de que possa reintegrar-se,
efetivamente, no convívio social (art. 112 da Lei de Execução Penal).
— Não esqueça ao cultor do Direito que ainda o mais vil dos homens tem jus à
proteção da Lei!
43
— A despeito da nova redação que a Lei nº 10.792/03 deu ao art. 112 da Lei de
Execução Penal, subsiste a possibilidade de realização do exame criminológico,
“quando o entender indispensável o juiz da execução para a decisão sobre
progressão de regime” (Julio Fabbrini Mirabete, 11a. ed., p. 59).
— Não padece do vício de nulidade a decisão que, suposto sucinta, dá as razões do
convencimento de seu prolator, fundadas na prova e em bom direito (art. 93, nº IX,
da Const. Fed.).
— Atende à regra do contraditório e, portanto, exime-se da nota de nula, a decisão
que assegura às partes oportunidade de manifestação nos autos, segundo a
fórmula jurídica “audiatur et altera pars” (ouça-se também a parte contrária).
— A Lei nº 10.729/03 — que deu nova redação ao art. 112 da Lei de Execução Penal
— não aboliu o exame criminológico para a progressão de regime, o qual pode ser
realizado se as circunstâncias pessoais do sentenciado e a natureza do crime que
cometeu o aconselharem. Nisto, como no mais, obrará sempre o Magistrado com a
prudência e o arbítrio do bom varão.
— Se o sentenciado atende aos requisitos do art. 112 da Lei de Execução Penal, isto é,
“tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom
comportamento carcerário”, faz jus à progressão ao regime semiaberto. Somente
fato grave, indicativo de personalidade anômala e refratária aos estímulos da
recuperação, poderá obstar-lhe a mudança para regime prisional mais brando.
— A concessão do benefício da progressão de regime prisional segundo os requisitos
da lei não se deve interpretar por liberalidade irresponsável da Justiça Criminal,
senão por voto sincero de que o sentenciado emende a mão e tome para o caminho
do bem, de que se desviara, a fim de que possa reintegrar-se, efetivamente, no
convívio social (art. 112 da Lei de Execução Penal).
— Não esqueça ao cultor do Direito que ainda o mais vil dos homens tem jus à
proteção da Lei!
–– Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o Tribunal verificar ter já
cessado a violência ou coação ilegal de que se queixa o paciente, lhe julgará
prejudicado o pedido de “habeas corpus”.
––“Julga-se prejudicado o pedido, se à impetração sobreveio sentença
condenatória” (STJ; HC nº 1.959-8; rel. Min. José Dantas; DJU 23.8.93, p. 16.585).
— Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o Tribunal verificar ter já cessado a
violência ou coação ilegal de que se queixa o paciente, lhe julgará prejudicado o
pedido de “habeas corpus”.
––“Julga-se o habeas corpus prejudicado quando o impetrante obtém, durante a
ação, a situação jurídica reclamada” (STJ; HC nº 1.623/2; 6a. Turma; rel.
Min. Vicente Cernicchiaro; j. 18.12.96).
— Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o Tribunal verificar ter já cessado
a violência ou coação ilegal de que se queixa o paciente, lhe julgará prejudicado o
pedido de “habeas corpus”.
45
––“Julga-se o habeas corpus prejudicado quando o impetrante obtém,
durante a ação, a situação jurídica reclamada” (STJ; HC nº 1.623/2; 6a.
Turma; rel. Min. Vicente Cernicchiaro; j. 18.12.96).
46
–– Matéria de alta indagação, como a que entende com a autoria do fato ou com
o elemento moral do crime (dolo), é insuscetível de exame em processo de
“habeas corpus”, de rito sumaríssimo; apenas tem lugar na instância
ordinária, com observância da regra do contraditório. Trancamento de ação
penal por falta de justa causa unicamente se admite quando comprovada, ao
primeiro súbito de vista, a atipicidade do fato imputado ao réu, ou a sua
inocência (art. 648, nº I, do Cód. Proc. Penal).
––“Exame de provas em habeas corpus é cabível desde que simples, não
contraditória e que não deixa alternativa à convicção do julgador” (STF;
HC; rel. Min. Clóvis Ramalhete; DJU 18.9.81, p. 9.157).
–– Não entra em dúvida que, a despeito do princípio da presunção de inocência,
consagrado na Constituição da República (art. 5º, nº LVII), subsiste a
providência da prisão preventiva, quando conspiram os requisitos legais do
art. 312 do Código de Processo Penal: garantia da ordem pública,
conveniência da instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal,
desde que comprovada a materialidade da infração penal e veementes indícios
de sua autoria.
— Não requer o despacho de prisão preventiva o mesmo rigor que deve
encerrar a decisão definitiva de condenação. É o escólio de Damásio E. de
Jesus ao art. 312 do Cód. Proc. Penal: “A prisão preventiva exige prova
bastante da existência do crime e indícios suficientes de autoria. Não é
necessária a mesma certeza que deve ter o juiz para a condenação do réu”
(cf. Código de Processo Penal Anotado, 22a. ed., p. 249).
— O crime de tráfico de entorpecentes é insuscetível de liberdade provisória
(art. 44 da Lei nº 11.343/06).
49
–– Matéria de alta indagação, como a que entende com a autoria do fato ou com o
elemento moral do crime (dolo), é insuscetível de exame em processo de “habeas
corpus”, de rito sumaríssimo; apenas tem lugar na instância ordinária, com
observância da regra do contraditório. Trancamento de ação penal por falta de justa
causa unicamente se admite quando comprovada, ao primeiro súbito de vista, a
atipicidade do fato imputado ao réu, ou a sua inocência (art. 648, nº I, do Cód. Proc.
Penal).
––“Exame de provas em habeas corpus é cabível desde que simples, não contraditória e
que não deixa alternativa à convicção do julgador” (STF; HC; rel. Min. Clóvis
Ramalhete; DJU 18.9.81, p. 9.157).
–– Não entra em dúvida que, a despeito do princípio da presunção de inocência,
consagrado na Constituição da República (art. 5º, nº LVII), subsiste a providência da
prisão preventiva, quando conspiram os requisitos legais do art. 312 do Código de
Processo Penal: garantia da ordem pública, conveniência da instrução criminal ou para
assegurar a aplicação da lei penal, desde que comprovada a materialidade da infração
penal e veementes indícios de sua autoria.
— Não requer o despacho de prisão preventiva o mesmo rigor que deve encerrar a
decisão definitiva de condenação. É o escólio de Damásio E. de Jesus ao art. 312 do
Cód. Proc. Penal: “A prisão preventiva exige prova bastante da existência do crime e
indícios suficientes de autoria. Não é necessária a mesma certeza que deve ter o juiz
para a condenação do réu” (cf. Código de Processo Penal Anotado, 23a. ed., p. 253).
— O crime de tráfico de entorpecentes é insuscetível de liberdade provisória
51
(art. 44 da Lei nº 11.343/06).
–– Matéria de alta indagação, como a que entende com o elemento moral do crime
(dolo), é insuscetível de exame em processo de “habeas corpus”, de rito
sumaríssimo; apenas cabe na instância ordinária, com observância da regra do
contraditório (art. 648, nº I, do Cód. Proc. Penal).
— HABEAS CORPUS – Pedido de liberdade provisória – Roubo praticado
mediante concurso de agentes – Necessidade da custódia cautelar – Ordem
denegada.
— A concessão de liberdade provisória ao réu preso a lei subordina à satisfação de
requisito indeclinável: inocorrência de motivo que autorize a prisão preventiva
(cf. art. 310, parág. único, do Cód. Proc. Penal). Ora, por sua periculosidade, o
autor de roubo incide na cláusula restritiva; pelo que, não tem jus ao benefício.
–– Não entra em dúvida que, a despeito do princípio da presunção de inocência,
consagrado na Constituição da República (art. 5º, nº LVII), subsiste a
providência da prisão preventiva, quando conspiram os requisitos legais do art.
312 do Código de Processo Penal: garantia da ordem pública, conveniência da
instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, desde que
comprovada a materialidade da infração penal e veementes indícios de sua
autoria.
–– Não há averbar de falta de fundamentação a decisão que encerra base jurídica e
fática bastante a garantir-lhe a validade. Tratando-se de roubo, crime de extrema
gravidade, a necessidade e a conveniência da decretação da custódia cautelar
como que se presumem.
a
Voto nº 11.715 — PELAçÃO RIMINAL Nº c
993.02.031152-1
Arts. 121, § 1º e 14, nº II, do Cód. Penal;
arts. 5º, nº LV e 93, IX, da Const. Fed.
— Como lhe compete presidir às audiências e prover à instrução dos processos, não será
decerto o Juiz um conviva de pedra ou um espectador inerte. Fatos existem, no entanto,
que lhe excedem a jurisdição; denomina-os a tradição jurídica motivos de força maior, a
cujo número pertence a necessidade de expedição de carta precatória para o
interrogatório do réu, termo essencial do processo e franca oportunidade de obtenção de
prova, imprescindível à busca da verdade real.
–– Inscreve-se entre os mais estimáveis direitos do réu preso o de ser processado,
rigorosamente, nos prazos previstos em lei. É que, privado da liberdade — bem
preciosíssimo do homem —, não parecera lícito agravar-lhe o sofrimento, dilatando os
dias de sua permanência no cárcere.
––“Não se configura coação ilegal quando o excesso de prazo na formação da culpa decorre
de incidentes processuais não imputáveis ao juiz do processo ou ao Ministério Público”
(Jurisp. do STJ, vol. 8, p. 236).
–– Ainda que exaspere a sorte do preso, tal fato não caracteriza constrangimento ilegítimo
por excesso de prazo no encerramento da instrução criminal, uma vez que nem sempre
o pode o Juiz dispensar ou prevenir. Eis a razão por que, no caso de força maior, dispõe
a lei que “não correrão os prazos” (art. 798, § 4º, do Cód. Proc. Penal).
— Salvo casos especiais (ao prudente arbítrio do juiz), primariedade, bons antecedentes,
prova de ocupação lícita e de residência no foro da culpa não valem a autorizar a
concessão de liberdade provisória (art. 310, parág. único, do Cód. Proc. Penal) àquele
que, acusado de crime grave — como é o roubo —, tem contra si a presunção de
periculosidade.
55
a
Voto nº 11.718 — PELAçÃO RIMINAL Nº c
993.02.091019-0
Arts. 155, 157, “caput”, 61, nº II, alínea h, 65, nº I, 109, nº IV e 110, § 1º,
do Cód. Penal.
— Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o Tribunal verificar ter já cessado a
violência ou coação ilegal de que se queixa o paciente, lhe julgará prejudicado o
pedido de “habeas corpus”.
–– “Julga-se o habeas corpus prejudicado quando o impetrante obtém, durante a ação, a
situação jurídica reclamada” (STJ; HC nº 1.623/2; 6a. Turma; rel. Min. Vicente
Cernicchiaro; j. 18.12.96).
a
Voto nº 11.721 — PELAçÃO RIMINAL Nº c
993.02.005654-8
Arts. 342, § 1º, 109, nº V e 110, § 1º, do Cód. Penal.
— Incorre nas penas da lei (art. 342, § 1º, do Cód. Penal) a testemunha que, ao
depor em processo-crime, falta com a verdade acerca de fato juridicamente
relevante, com o intuito de favorecer o réu. A mentira não pode ter entrada no templo da
Justiça!
— O decurso do tempo apaga a memória do fato punível e a necessidade do exemplo
desaparece (Abel do Vale; apud Ribeiro Pontes, Código Penal Brasileiro, 8a. ed., p.
154).
–– A prescrição intercorrente (art. 110, § 1º, do Cód. Penal) “constitui forma de
prescrição da pretensão punitiva (da ação), que rescinde a própria sentença
condenatória” (Damásio E. de Jesus, Código Penal Anotado, 18a. ed., p. 358).
–– Decretada a extinção da punibilidade do apelante pela prescrição da pretensão punitiva
estatal, já nenhuma outra matéria poderá ser objeto de exame ou deliberação.
a
Voto nº 11.722 — PELAçÃO RIMINAL Nº c
993.02.035380-1
Arts. 76 e 89, da Lei nº 9.099/95;
art. 38, “caput”, da Lei nº 9.605/98;
art. 71 do Cód. Penal;
art. 76, nº III, do Cód. Proc. Penal;
art. 129, nº I, da Const. Fed.
— Atende às regras de Direito e conforma-se com os preceitos da Justiça a reunião, numa
só Delegacia de Polícia especializada em delitos tributários, dos diversos inquéritos
policiais instaurados contra representantes de empresa locadora estabelecida na Capital
paulista para a apuração de crimes de sonegação de impostos e falsidade ideológica pelo
licenciamento de veículos em outro estado da Federação.
— Da utilidade e vantagem da reunião de feitos discorreu discretamente o nunca assaz
louvado Mestre José Frederico Marques: “É que a conexão, além de contribuir para
a economia processual, evita decisões divergentes ou contraditórias, e, por
possibilitar uma visão mais completa dos fatos e da causa, constitui fator de melhor
aplicação jurisdicional do direito” (Elementos de Direito Processual Penal, 1a. ed.,
vol. I, p. 272).
— Em ponto de crime continuado, não deve o Juiz reduzir demasiado seu alcance,
tornando-lhe impossível o reconhecimento; antes lhe importa, de par com a
preocupação da ordem jurídica e social, atender ao fim do instituto, convém a
saber, evitar o exagero punitivo sob o influxo da equidade, pois meta do Direito
Penal é também a recuperação do infrator.
—“O réu tem direito ao crime continuado, agindo ou não com unidade
de desígnio, pois essa foi a vontade do legislador” (Guilherme de
Souza Nucci, Código Penal Comentado, 2000, p. 216).
— Se conspiram todos os requisitos legais da transação penal ou da suspensão
condicional do processo, deve o Ministério Público formular a proposta,
conforme os arts. 76 e 89 da Lei nº 9.099/95. Em caso de recusa, ao Juiz
tocará fazê-lo de ofício.
— É questão superior a toda a dúvida que o Magistrado, com a prudência do bom
varão, pode temperar com a equidade o rigor da lei.
— A lei, na pontual expressão de uma das maiores glórias das letras jurídicas do País,
há de interpretar-se com a lógica do jurista, que é a lógica do razoável (Goffredo
Telles Jr., A Folha Dobrada, 1999, p. 161).
—“(...) de modo algum podem ser somadas as penas mínimas de cada delito para o
57
efeito de excluir, ab initio, a suspensão. (...) Cada crime deve ser considerado
isoladamente, com sua sanção mínima abstrata respectiva” (Ada Pellegrini
Grinover et alii, Juizados Especiais Criminais, 4a. ed., p. 262).
58
a
Voto nº 11.723 — PELAçÃO RIMINAL Nº c
993.02.095931-9
Art. 10, “caput”, da Lei nº 9.437/97;
arts. 23, 61, nº II, 107, nº IV, 109, nº V e 110, § 1º, do Cód. Penal.
––O porte irregular de arma de fogo de uso permitido tipifica a infração do art. 10,
“caput”, da Lei nº 9.437/97 (Lei das Armas de Fogo), independentemente de
perigo concreto.
— A alegação de que o réu trazia consigo arma de fogo para defender-se de
inimigos não opera como causa de exclusão da ilicitude, como ensina Damásio
E. de Jesus (cf. Direito Penal do Desarmamento, 5a. ed., pp. 67-68). Ao demais,
causa justificativa do delito, não merece acolhida a tese da legítima defesa que
não tenha por si prova estreme de dúvida (art. 23, nº II, do Cód. Penal).
–– Ao cominar pena àquele que, sem licença da autoridade, traz arma consigo,
pôs a mira o legislador em “evitar a posse indiscriminada de armas de fogo e
os perigos que acompanham a admissão de uma sociedade armada sem que
existam controles ou regras gerais estabelecidas” (Luiz Flávio Gomes, Lei
das Armas de Fogo, 1998, p. 107).
–– Para justificar o decreto absolutório basta a dúvida razoável, porque esta, como
a pedra que tomba do rochedo e muda o curso do rio, é apta a desviar da cabeça
do réu o gládio inflamado da Justiça Penal.
–– A prescrição intercorrente (art. 110, § 1º, do Cód. Penal) “constitui forma de
prescrição da pretensão punitiva (da ação), que rescinde a própria sentença
condenatória” (Damásio E. de Jesus, Código Penal Anotado, 18a. ed., p. 358).
–– Decretada a extinção da punibilidade do apelante pela prescrição da pretensão
punitiva estatal, já nenhuma outra matéria poderá ser objeto de exame ou
deliberação.
— Tem fomento de direito a tese de que a punição da falta disciplinar, desde que
não constitua crime, sujeita-se à prescrição administrativa de 2 anos — por
analogia com o art. 109, nº VI, do Cód. Penal —, servindo de termo “a quo” a
data do cometimento da falta grave (art.118, nº I, da Lei de Exec. Penal).
— “Diante da inexistência de legislação específica quanto ao prazo prescricional
para a aplicação de sanção disciplinar, deve-se utilizar o disposto no art. 109,
do Código Penal, levando-se me consideração o menor lapso prescricional
previsto, qual seja, dois anos” (HC nº 56.053/SP; 5a. Turma; relª Minª Laurita
Vaz; j. 13.3.07; DJU 16.4.07, p. 219).
— “Uma vez transcorrido o lapso prescricional de dois anos entre a data do
cometimento da falta disciplinar grave e o seu reconhecimento por decisão
judicial, não há falar em perda dos dias remidos” (HC nº 86.611/SP; 5a.
Turma; rel. Min. Arnaldo Esteves Lima; j. 22.10.07, DJU 27.9.97, p. 219).
59
a
Voto nº 11.728— gravo em xecução Nº e
990.09.030325-5
Art. 112 da Lei de Execução Penal;
art. 2º, § 1º, da Lei nº 8.072/90;
art. 12 da Lei nº 6.368/76;
arts. 5º, nº XL e 52, X, da Const. Fed.
— A Lei nº 10.729/03 — que deu nova redação ao art. 112 da Lei de Execução
Penal — não aboliu o exame criminológico para a progressão de regime, o qual
pode ser realizado se as circunstâncias pessoais do sentenciado e a natureza do
crime que cometeu o aconselharem. Nisto, como no mais, obrará sempre o
Magistrado com a prudência e o arbítrio do bom varão.
— Se o sentenciado atende aos requisitos do art. 112 da Lei de Execução Penal,
isto é, “tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e
ostentar bom comportamento carcerário”, faz jus à progressão ao regime
semi-aberto. Somente fato grave, indicativo de personalidade anômala e
refratária aos estímulos da recuperação, poderá obstar-lhe a mudança para regime
prisional mais brando.
–– Declarada pelo Colendo Supremo Tribunal Federal, em sessão de 23.1.06, a
inconstitucionalidade do art. 2º, § 1º, da Lei nº 8.072/90 (Lei dos Crimes
Hediondos), é o art. 112 da Lei de Execução Penal que serve de fundamento ao
pedido de progressão de regime do condenado por crime hediondo cometido
antes da promulgação da Lei nº 11.464, de 28.3.07, pois, segundo princípio basilar
de Direito Penal, a lei posterior mais severa não pode retroagir.
— A decisão da Suprema Corte, conforme o sentimento comum dos melhores
intérpretes, “é auto-aplicável, dispensando a atuação do Senado Federal para
suspender a sua execução (CF/88, art. 52, X)” (René Ariel Dotti, in Rev. Tribs.,
vol. 400, p. 415).
— Na conformidade do que têm proclamado nossos Tribunais Superiores, os
condenados por crimes hediondos cometidos antes da Lei nº 11.464/07, para
efeito de progressão, caem sob o regime do art. 112 da Lei da Execução Penal:
cumprimento de 1/6 da pena e bom comportamento carcerário.
—“O requisito objetivo necessário para a progressão de regime prisional dos crimes
hediondos e equiparados cometidos antes da entrada em vigor da Lei nº 11.464,
em 29 de março de 2007, é aquele previsto no art. 112 da Lei de Execução Penal”
(HC nº 88.037/SP; 5a. Turma; relª Minª Laurita Vaz; j. 25.10.07; DJU 19.11.07,
p. 264);
—“Fazer justiça não é, em muitos casos, obedecer à lei e, sim, obedecer ao direito que é
a fonte da lei” (Eliézer Rosa, A Voz da Toga, 1a. ed., p. 41).
—“Não trepidei em mudar de voto, pública e declaradamente, toda vez que novos
argumentos ou provas concludentes me convenceram do desacerto do veredictum
anterior: acima do melindre pessoal de cada um está a sacrossanta causa da
Justiça” (Carlos Maximiliano, Hermenêutica e Aplicação do Direito, 16a. ed., p.
377).
61
a
Voto nº 11.730 — PELAçÃO RIMINAL Nº c
993.02.022540-4
Arts. 184, “caput”, § 2º, 10, nº V, 44, § 2º, 107, nº IV, 109, nº V e 110, § 1º,
do Cód. Penal;
art. 61 do Cód. Proc. Penal.
–– Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o Tribunal verificar ter já cessado a
violência ou coação ilegal de que se queixa o paciente, lhe julgará prejudicado o
pedido de “habeas corpus”.
––“Julga-se prejudicado o pedido, se à impetração sobreveio sentença condenatória”
(STJ; HC nº 1.959-8; rel. Min. José Dantas; DJU 23.8.93, p. 16.585).
–– Não entra em dúvida que, a despeito do princípio da presunção de inocência,
consagrado na Constituição da República (art. 5º, nº LVII), subsiste a providência da
prisão preventiva, quando conspiram os requisitos legais do art. 312 do Código de
Processo Penal: garantia da ordem pública, conveniência da instrução criminal ou para
assegurar a aplicação da lei penal, desde que comprovada a materialidade da infração
penal e veementes indícios de sua autoria.
63
— Não requer o despacho de prisão preventiva o mesmo rigor que deve encerrar a
decisão definitiva de condenação. É o escólio de Damásio E. de Jesus ao art. 312 do
Cód. Proc. Penal: “A prisão preventiva exige prova bastante da existência do crime e
indícios suficientes de autoria. Não é necessária a mesma certeza que deve ter o juiz
para a condenação do réu” (cf. Código de Processo Penal Anotado, 22a. ed., p. 249).
a
Voto nº 11.736 — PELAçÃO RIMINAL Nº c
993.02.013545-6
Arts. 163, 250, § 1º, nº II, alínea a, e 28, § 1º, nº II, do Cód. Penal.
— Desde que acorde com os mais elementos de prova dos autos, a confissão policial
constitui prova idônea de autoria delituosa e justifica edição de decreto condenatório.
— O argumento da embriaguez não aproveita ao infrator, exceto se completa e
involuntária. A embriaguez voluntária, dispõe a lei que não elide a responsabilidade
criminal do agente, porque não lhe exclui a imputabilidade (art. 28, nº II, do Cód.
Penal).
— À luz do princípio da subsidiariedade, em caso de concurso entre o crime de dano e o de
incêndio, este é o que prevalece, por definir e punir conduta mais grave: “major
absorbet minorem” (arts. 163 e 250 do Cód. Penal).
a
Voto nº 11.738 — PELAçÃO RIMINAL Nº c
993.02.023969-3
Arts. 213, 224, alínea a, e 226, nº II, do Cód. Penal;
art. 384 do Cód. Proc. Penal.
a
Voto nº 11.740— gravo em xecução Nº e
990.08.190503-5
Art. 112 da Lei de Execução Penal.
— Se o sentenciado atende aos requisitos do art. 112 da Lei de Execução Penal, isto
é, “tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom
comportamento carcerário”, faz jus à progressão ao regime aberto. Somente
fato grave, indicativo de personalidade anômala e refratária aos estímulos da
recuperação, poderá obstar-lhe a mudança para regime prisional mais brando.
— Dois requisitos exige a lei para a progressão de regime: lapso temporal e mérito
do condenado; presentes que sejam, compete ao Juiz despachar de boa sombra a
pretensão, uma vez não pode recusar-se a praticar os atos de seu ministério.
— Não vá esquecer ao cultor do Direito que ainda o mais vil dos homens tem jus à
proteção da Lei!
— O asserto de que o criminoso empedernido não conhece recuperação não é dogma
científico. Para honra da Humanidade, não são raros os casos em que, incentivados
por medidas penais salutares, condenados abjuraram a vida de crimes, redimiram-
67
se de suas faltas e retornaram à comunhão social, tornando-se cidadãos
prestantes.
— Opor-se à progressão de regime — direito que a lei assegura ao condenado em
condições de o merecer — fora mais do que obstar-lhe a reintegração social, porque
seria matar-lhe a esperança, “que é o último remédio que deixou a natureza a todos
os males” (Vieira, Sermões, 1682, t. II, p. 87).
a
Voto nº 11.742— gravo em xecução Nº e
990.08.181255-0
Art. 112 da Lei de Execução Penal;
art. 93, nº IX, da Const. Fed.
— A Lei nº 10.729/03 — que deu nova redação ao art. 112 da Lei de Execução Penal
— não aboliu o exame criminológico para a progressão de regime, o qual pode
ser realizado se as circunstâncias pessoais do sentenciado e a natureza do
crime que cometeu o aconselharem. Nisto, como no mais, obrará sempre o
Magistrado com a prudência e o arbítrio do bom varão.
— Se o sentenciado atende aos requisitos do art. 112 da Lei de Execução Penal,
isto é, “tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e
ostentar bom comportamento carcerário”, faz jus à progressão ao regime
semi-aberto. Somente fato grave, indicativo de personalidade anômala e
refratária aos estímulos da recuperação, poderá obstar-lhe a mudança para regime
prisional mais brando.
— A concessão do benefício da progressão de regime prisional segundo os
requisitos da lei não se deve interpretar por liberalidade irresponsável da Justiça
Criminal, senão por voto sincero de que o sentenciado emende a mão e tome para
o caminho do bem, de que se desviara, a fim de que possa reintegrar-se,
efetivamente, no convívio social (art. 112 da Lei de Execução Penal).
— Não esqueça ao cultor do Direito que ainda o mais vil dos homens tem jus à
68
proteção da Lei!
— Não padece do vício de nulidade a decisão que, suposto sucinta, dá as razões
do convencimento de seu prolator, fundadas na prova e em bom direito (art.
93, nº IX, da Const. Fed.).
— Atende à regra do contraditório e, portanto, exime-se da nota de nula, a
decisão que assegura às partes oportunidade de manifestação nos autos,
segundo a fórmula jurídica “audiatur et altera pars” (ouça-se também a parte
contrária).
— Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o Tribunal verificar ter já cessado a
violência ou coação ilegal de que se queixa o paciente, lhe julgará prejudicado o
pedido de “habeas corpus”.
––“Julga-se o habeas corpus prejudicado quando o impetrante obtém, durante a
ação, a situação jurídica reclamada” (STJ; HC nº 1.623/2; 6a. Turma; rel.
Min. Vicente Cernicchiaro; j. 18.12.96).
— Como lhe compete presidir às audiências e prover à instrução dos processos, não será
decerto o Juiz um conviva de pedra ou um espectador inerte. Fatos existem, no
entanto, que lhe excedem a jurisdição; denomina-os a tradição jurídica motivos de
força maior, a cujo número pertence a necessidade de expedição de carta
precatória para o interrogatório do réu, termo essencial do processo e franca
oportunidade de obtenção de prova, imprescindível à busca da verdade real.
— Ainda que exaspere a sorte do preso, tal fato não caracteriza constrangimento ilegítimo
por excesso de prazo no encerramento da instrução criminal, uma vez que nem
sempre o pode o Juiz dispensar ou prevenir. Eis a razão por que, no caso de força
maior, dispõe a lei que “não correrão os prazos” (art. 798, § 4º, do Cód. Proc.
Penal).
— É inteligência consolidada em todos os Tribunais de Justiça do País que somente
o excesso de prazo injustificado constitui constrangimento ilegal, não a demora
na inquirição de testemunhas por precatória, que tem o caráter de força maior,
motivo de suspensão do curso dos prazos (art. 798, § 4º, do Cód. Proc. Penal).
— O crime de tráfico de entorpecentes é insuscetível de liberdade provisória (art.
33 da Lei nº 11.343/06).
70
–– Matéria de alta indagação, como a que entende com o elemento moral do crime
(dolo), é insuscetível de exame em processo de “habeas corpus”, de rito
sumaríssimo; apenas cabe na instância ordinária, com observância da regra do
contraditório (art. 648, nº I, do Cód. Proc. Penal).
— HABEAS CORPUS – Pedido de liberdade
provisória – Roubo praticado mediante concurso de agentes – Necessidade da
custódia cautelar – Ordem denegada.
— A concessão de liberdade provisória ao réu preso a lei subordina à satisfação de
requisito indeclinável: inocorrência de motivo que autorize a prisão preventiva (cf.
art. 310, parág. único, do Cód. Proc. Penal). Ora, por sua periculosidade, o autor
de roubo incide na cláusula restritiva; pelo que, não tem jus ao benefício.
–– Não entra em dúvida que, a despeito do princípio da presunção de inocência,
consagrado na Constituição da República (art. 5º, nº LVII), subsiste a
providência da prisão preventiva, quando conspiram os requisitos legais do art.
312 do Código de Processo Penal: garantia da ordem pública, conveniência da
instrução criminal ou para assegurar a aplicação da lei penal, desde que
comprovada a materialidade da infração penal e veementes indícios de sua
autoria.
74
–– Não há averbar de falta de fundamentação a decisão que encerra base jurídica e
fática bastante a garantir-lhe a validade. Tratando-se de roubo, crime de extrema
gravidade, a necessidade e a conveniência da decretação da custódia cautelar como
que se presumem.
–– Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o Tribunal verificar ter já cessado
a violência ou coação ilegal de que se queixa o paciente, lhe julgará prejudicado
o pedido de “habeas corpus”.
––“Julga-se prejudicado o pedido, se à impetração sobreveio sentença
condenatória” (STJ; HC nº 1.959-8; rel. Min. José Dantas; DJU 23.8.93, p.
16.585).
a
Voto nº 11.763— gravo em xecução Nº e
990.09.007720-4
Art. 2º, § 1º, da Lei nº 8.072/90;
art. 112 da Lei de Execução Penal;
art. 33 da Lei nº 11.343/06;
art. 52, X e XL, da Const. Fed.
–– Declarada pelo Colendo Supremo Tribunal Federal, em sessão de 23.1.06, a
inconstitucionalidade do art. 2º, § 1º, da Lei nº 8.072/90 (Lei dos Crimes Hediondos),
é o art. 112 da Lei de Execução Penal que serve de fundamento ao pedido de
progressão de regime do condenado por crime hediondo cometido antes da
promulgação da Lei nº 11.464, de 28.3.07, pois, segundo princípio basilar de Direito
Penal, a lei posterior mais severa não pode retroagir.
— A decisão da Suprema Corte, conforme o sentimento comum dos melhores intérpretes,
“é auto-aplicável, dispensando a atuação do Senado Federal para suspender a sua
execução (CF/88, art. 52, X)” (René Ariel Dotti, in Rev. Tribs., vol. 400, p. 415).
— Na conformidade do que têm proclamado nossos Tribunais Superiores, os condenados
por crimes hediondos cometidos antes da Lei nº 11.464/07, para efeito de
progressão, caem sob o regime do art. 112 da Lei da Execução Penal: cumprimento
de 1/6 da pena e bom comportamento carcerário.
76
—“O requisito objetivo necessário para a progressão de regime prisional dos crimes
hediondos e equiparados cometidos antes da entrada em vigor da Lei nº 11.464, em
29 de março de 2007, é aquele previsto no art. 112 da Lei de Execução Penal” (HC
nº 88.037/SP; 5a. Turma; relª Minª Laurita Vaz; j. 25.10.07; DJU 19.11.07, p. 264);
—“Fazer justiça não é, em muitos casos, obedecer à lei e, sim, obedecer ao direito que é
a fonte da lei” (Eliézer Rosa, A Voz da Toga, 1a. ed., p. 41).
—“Não trepidei em mudar de voto, pública e declaradamente, toda vez que novos
argumentos ou provas concludentes me convenceram do desacerto do veredictum
anterior: acima do melindre pessoal de cada um está a sacrossanta causa da Justiça”
(Carlos Maximiliano, Hermenêutica e Aplicação do Direito, 16a. ed., p. 377).
a
Voto nº 11.764— gravo em xecução Nº e
990.09.000655-2
Art. 213 do Cód. Penal;
art. 2º, § 1º, da Lei nº 8.072/90;
art. 112 da Lei de Execução Penal;
art. 52, X e XL, da Const. Fed.
— Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o Tribunal verificar ter já cessado
a violência ou coação ilegal de que se queixa o paciente, lhe julgará prejudicado
o pedido de “habeas corpus”.
––“Julga-se o habeas corpus prejudicado quando o impetrante obtém, durante a
ação, a situação jurídica reclamada” (STJ; HC nº 1.623/2; 6a. Turma; rel.
Min. Vicente Cernicchiaro; j. 18.12.96).
a
Voto nº 11.768— gravo em xecução Nº e
990.09.044711-7
Art. 112 da Lei de Execução Penal;
art. 93, nº IX, da Const. Fed.
— A Lei nº 10.729/03 — que deu nova redação ao art. 112 da Lei de Execução Penal
— não aboliu o exame criminológico para a progressão de regime, o qual pode
ser realizado se as circunstâncias pessoais do sentenciado e a natureza do
crime que cometeu o aconselharem. Nisto, como no mais, obrará sempre o
Magistrado com a prudência e o arbítrio do bom varão.
— Se o sentenciado atende aos requisitos do art. 112 da Lei de Execução Penal,
isto é, “tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e
ostentar bom comportamento carcerário”, faz jus à progressão ao regime
semi-aberto. Somente fato grave, indicativo de personalidade anômala e
refratária aos estímulos da recuperação, poderá obstar-lhe a mudança para regime
prisional mais brando.
— A concessão do benefício da progressão de regime prisional segundo os
requisitos da lei não se deve interpretar por liberalidade irresponsável da Justiça
Criminal, senão por voto sincero de que o sentenciado emende a mão e tome para
o caminho do bem, de que se desviara, a fim de que possa reintegrar-se,
efetivamente, no convívio social (art. 112 da Lei de Execução Penal).
— Não esqueça ao cultor do Direito que ainda o mais vil dos homens tem jus à
proteção da Lei!
— Não padece do vício de nulidade a decisão que, suposto sucinta, dá as razões
do convencimento de seu prolator, fundadas na prova e em bom direito (art.
93, nº IX, da Const. Fed.).
78
— Atende à regra do contraditório e, portanto, exime-se da nota de nula, a
decisão que assegura às partes oportunidade de manifestação nos autos,
segundo a fórmula jurídica “audiatur et altera pars” (ouça-se também a parte
contrária).
a
Voto nº 11.769— gravo em xecução Nº e
990.09.019839-7
Art. 2º, § 1º, da Lei nº 8.072/90;
art. 112 da Lei de Execução Penal;
arts. 5º, nº XL e 52, X, da Const. Fed.
a
Voto nº 11.772— gravo em xecução Nº e
990.09.031202-5
Art. 2º, § 1º, da Lei nº 8.072/90;
art. 112 da Lei de Execução Penal;
arts. 214, 224, 225, § 2º, ns. I e II, alínea a, 226, nº II e 71 do Cód. Penal;
art. 52, X e XL, da Const. Fed.
a
Voto nº 11.773— gravo em xecução Nº e
990.09.037463-2
Arts. 127 e 197, da Lei de Execução Penal;
art. 126, § 3º, da Lei nº 7.210/84;
Súmula Vinculante nº 9 do STF;
art. 5º, nº XXXVI, da Const. Fed.
— Matéria de grande peso é a de que trata o art. 127 da Lei de Execução Penal —
o condenado que for punido por falta grave perderá o direito ao tempo remido.
—, pois obriga o Juiz a decidir contra a própria consciência, se quiser atender à
letra da lei.
— Justiça excessiva não é senão injustiça, proclamou com assaz de razão o eloquente
Cícero: “Summum jus, summa injuria” (De Officiis, I, 10).
— A decisão que concede remição de penas é imutável após seu trânsito em
julgado. Portanto, desconstituí-la, salvo mediante revisão criminal, fora violar
a autoridade da “res judicata”, um dos principais dogmas em que assenta a
ordem jurídica (art. 5º, nº XXXVI, da Const. Fed.).
— Frutos de seu trabalho e, pois, estipêndio do suor, os dias remidos do preso têm
alguma coisa de sagrado que os guarda do rigor do Juízo da execução penal.
—“É inadmissível a perda dos dias remidos por decisão judicial, em virtude de
falta grave cometida pelo sentenciado” (RJTACrimSP, vol. 39, p. 416).
— De presente, já não é lícito ao Juiz dar ao art. 127 da Lei de Execução Penal outra
interpretação que a literal restrita, por força da Súmula Vinculante nº 9, editada
pelo Colendo Supremo Tribunal Federal, que mandou inscrever entre os dogmas
jurídicos a perda, para o condenado “que for punido por falta grave”, do direito
ao tempo remido pelo trabalho.
— Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o Tribunal verificar ter já cessado
a violência ou coação ilegal de que se queixa o paciente, lhe julgará prejudicado
o pedido de “habeas corpus”.
––“Julga-se o habeas corpus prejudicado quando o impetrante obtém, durante a
ação, a situação jurídica reclamada” (STJ; HC nº 1.623/2; 6a. Turma; rel.
82
Min. Vicente Cernicchiaro; j. 18.12.96).
— Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o Tribunal verificar ter já cessado
a violência ou coação ilegal de que se queixa o paciente, lhe julgará prejudicado
o pedido de “habeas corpus”.
––“Julga-se o habeas corpus prejudicado quando o impetrante obtém, durante a
ação, a situação jurídica reclamada” (STJ; HC nº 1.623/2; 6a. Turma; rel.
Min. Vicente Cernicchiaro; j. 18.12.96).
–– Conforme a comum opinião dos doutores, toda prisão cautelar, que se não
sustente em indeclinável necessidade, passa por abusiva e ilegítima e, pois,
quer-se revogada. Nesse número merecem contados os casos de
encarceramento de réu, quando ausentes os requisitos da decretação da prisão
preventiva (art. 310, parág. único, do Cód. Proc. Penal).
—“Para a prisão preventiva não basta a inafiançabilidade do crime, nem a
presunção veemente da existência da criminalidade: é preciso, ainda, para
justificá-la, a sua necessidade indeclinável” (José de Alencar; apud João
Mendes de Almeida Jr., O Processo Criminal Brasileiro, 4a. ed., vol.I, p. 333).
—“Liberdade provisória. Embora preso em flagrante por crime inafiançável,
pode o réu ser libertado provisoriamente, desde que inocorram razões para
sua prisão preventiva” (TJSP; Rev.Tribs., vol. 523, p. 376; apud Damásio E.
de Jesus, Código de Processo Penal Anotado, 23a. ed., p. 250).
a
Voto nº 11.799— gravo em xecução Nº e
990.09.034076-2
Art. 112 da Lei de Execução Penal.
— “O cometimento de falta grave interrompe a contagem do prazo exigido para a
concessão do benefício da progressão de regime prisional” (STJ; HC nº 12.453-
SP; rel. Min. Gilson Dipp; j. 6.3.2001; DJU 23.4.2001, p. 171).
— Deve o sentenciado atender, sem quebra, às instâncias da disciplina do
estabelecimento penal para poder, no tempo oportuno, credenciar-se à outorga
de benefícios (art. 112 da Lei de Execução Penal).
a
Voto nº 11.802 — PELAçÃO RIMINAL Nº c
993.07.093842-0
Arts. 155, § 4º, ns. I e IV, 14, nº II, 107, nº IV, 109, nº V, 110, § 1º e 115,
do Cód. Penal;
art. 61 do Cód. Proc. Penal.
— Com o decurso do tempo, “a memória do fato punível apagou-se e a necessidade do
exemplo desaparece” (Abel do Vale; apud Ribeiro Pontes, Código Penal Brasileiro,
6a. ed., p. 171).
–– A prescrição intercorrente (art. 110, § 1º, do Cód. Penal) “constitui forma de
prescrição da pretensão punitiva (da ação), que rescinde a própria sentença
condenatória” (Damásio E. de Jesus, Código Penal Anotado, 18a. ed., p. 358).
–– Decretada a extinção da punibilidade do apelante pela prescrição da pretensão punitiva
estatal, já nenhuma outra matéria poderá ser objeto de exame ou deliberação.
a
Voto nº 11.803 — PELAçÃO RIMINAL Nº c
993.01.075007-7
Arts. 304, 107, nº IV, 109, nº V e 110, § 1º, do Cód. Penal;
art. 61 do Cód. Proc. Penal.
–– A prescrição intercorrente (art. 110, § 1º, do Cód. Penal) “constitui forma de
prescrição da pretensão punitiva (da ação), que rescinde a própria sentença
condenatória” (Damásio E. de Jesus, Código Penal Anotado, 18a. ed., p. 358).
–– Decretada a extinção da punibilidade do apelante pela prescrição da pretensão punitiva
estatal, já nenhuma outra matéria poderá ser objeto de exame ou deliberação.
91
Voto nº 11.804 — HABEAS cORPUS Nº
990.09.081156-0
Art. 659 do Cód. Proc. Penal.
— Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o
Tribunal verificar ter já cessado a violência ou coação ilegal de que se queixa o paciente,
lhe julgará prejudicado o pedido de “habeas corpus”.
–– “Julga-se o habeas corpus prejudicado quando o impetrante obtém, durante a ação, a
situação jurídica reclamada” (STJ; HC nº 1.623/2; 6a. Turma; rel. Min. Vicente
Cernicchiaro; j. 18.12.96).
a
Voto nº 11.807 — PELAçÃO RIMINAL Nº c
993.06.031996-5
92
Art. 36 do Cód. Criminal do Império do Brasil;
arts. 180, § 1º e 29, do Cód. Penal.
— Por simples presunção ninguém pode decair de seu estado de inocência.
— Nenhuma presunção, por mais veemente que seja, dará motivo para imposição de
pena (art. 36 do Código Criminal do Império do Brasil).
— Toda condenação penal, ainda se trate de acusado de abominável
vida pretérita, somente pode ser decretada em face de prova plena
e cabal de sua culpabilidade.
— Vem a ponto a lição de Nélson Hungria, Mestre insuperável em
Direito Penal: “O texto do art. 180 é iniludível: não basta que o
agente tenha razões para desconfiar da origem criminosa da coisa,
pois cumpre que saiba tratar-se de produto de crime. É
imprescindível o dolo direto, isto é, o conhecimento positivo de que
se está mantendo a situação ilícita decorrente de um crime
anterior” (Comentários ao Código Penal, 1980, vol. VII, p. 306).
a
Voto nº 11.808 — PELAçÃO RIMINAL Nº c
993.06.104361-0
Arts. 12 e 16, da Lei nº 6.368/76.
— A condenação pelo crime do art. 12 da Lei de Tóxicos – atenta a severidade da pena e a
espécie de regime prisional a que estará sujeito o infrator – pressupõe a certeza do
comércio nefando, e não sua simples probabilidade. Conjecturas com base na
elevada quantidade da substância entorpecente apreendida, por si só, não podem supri-
la. É que a dúvida, na Justiça Criminal, aproveita sempre ao réu: “In dubio pro reo”.
— Ainda que considerável a quantidade de substância entorpecente apreendida na posse
do réu, é prudente o Magistrado que desclassifica para o tipo do art. 16 da Lei nº
6.368/76 (Lei de Tóxicos) o crime previsto em seu art. 12, se a prova dos autos lhe
não revelou, acima de dúvida sensata, ser caso de tráfico.
–– Na dúvida se o acusado é traficante ou usuário de droga, deve prevalecer a
hipótese mais favorável do art. 16 da Lei nº 6.368/76 (Lei de Tóxicos), em
obséquio ao princípio “in dubio pro reo”, que preside soberanamente as decisões
da Justiça Criminal.
a
Voto nº 11.811 — PELAçÃO RIMINAL Nº c
993.02.035291-0
Arts. 128, §1º, nº II, 147 e 250, § 1º, nº II, alínea a, do Cód. Penal.
— Não admite censura a sentença que, forte na prova dos autos, condena sujeito
que, por vingar-se da ex-mulher que o abandonara, põe-lhe fogo na casa (art.
250, § 1º, nº II, alínea a, do Cód. Penal).
— O argumento da embriaguez não aproveita ao infrator, exceto se completa e
involuntária. A embriaguez voluntária, dispõe a lei que não elide a
responsabilidade criminal do agente, porque não lhe exclui a
imputabilidade (art. 28, n º II, do Cód. Penal).
a
Voto nº 11.812 — PELAçÃO RIMINAL Nº c
993.02.028824-4
94
Arts. 129, § 1º, nº I e 61, nº II, alínea e, do Cód. Penal;
art. 386, nº VI, do Cód. Proc. Penal.
— Se a prova dos autos não desfaz a dúvida quanto à culpabilidade do agente, será
bem que o Juiz o absolva, por amor do princípio de curso universal: “In dubio pro
reo”. Mais do que probabilidade da autoria do crime, a condenação reclama certeza,
que é sua única base legítima.
— Nas querelas domésticas, a punição do acusado implica, muita vez, a ruptura dos
últimos vínculos da afeição conjugal; sua absolvição, ao revés, pode contribuir para
restaurá-los, o que não será obra de pouco momento nem glória desprezível!
— O espírito da lei “não omite um olhar de aplauso aos que, bem intencionados,
procuram a harmonia comum, que principia pela paz nas famílias” (Edgard de
Moura Bittencourt, Vítima, 1a. ed., p. 74).
a
Voto nº 11.817— PELAçÃO RIMINAL Nº c
993.07.087001-0
Arts. 14, “caput” e 16, parág. único, IV da Lei nº 10.826/03;
arts. 33, § 2º, alínea b e 59, do Cód. Penal;
art. 202 do Cód. Proc. Penal.
–– A posse irregular de arma de fogo de uso permitido tipifica a infração do art. 14, “caput”,
da Lei nº 10.826/03 (Estatuto do Desarmamento), independentemente de perigo
concreto.
— A crítica irrogada ao testemunho policial com o intuito de desmerecê-lo constitui
solene despropósito, pois toda a pessoa pode ser testemunha (art. 202 do Cód. Proc.
Penal) e aquela que, depondo sob juramento, falta à verdade incorre nas penas da lei,
donde a inépcia do raciocínio apriorístico de que o policial vem a Juízo para mentir.
–– Ao cominar pena àquele que, sem licença da autoridade, traz arma consigo, pôs a
mira o legislador em “evitar a posse indiscriminada de armas de fogo e os perigos
que acompanham a admissão de uma sociedade armada sem que existam controles
ou regras gerais estabelecidas” (Luiz Flávio Gomes, Lei das Armas de Fogo, 1998, p. 107).
— Esta é também a opinião do insigne Damásio E. de Jesus:“A ratio legis reside
exatamente nisso: para proteger direitos fundamentais do homem, como a vida, o
legislador antecipa a punição a fatos que, de acordo com a experiência, conduzem à
lesão de bem de valor supremo” (Direito Penal do Desarmamento, 5a. ed., p. 44).
— Não há proibição legal de o Juiz conceder regime semiaberto a condenado não
reincidente a pena inferior a 8 anos (art. 33, § 2º, alínea b, do Cód. Penal); a
concessão de tal benefício unicamente é defesa ao réu condenado a pena que exceda
a 8 anos (não importando se primário), ou ao reincidente, cuja pena seja superior a 4
anos.
a
Voto nº 11.818 — PELAçÃO RIMINAL Nº c
993.02.026680-1
Arts. 342, § 1º, 107, nº IV, 109, nº V, e 110, § 1º, do Cód. Penal;
art. 61 do Cód. Proc. Penal.
— Incorre nas penas da lei (art. 342, § 1º, do Cód. Penal) a testemunha
que, ao depor em processo-crime, falta com a verdade acerca de fato
juridicamente relevante, com o intuito de favorecer o réu. A mentira não pode
ter entrada no templo da Justiça!
–– A prescrição intercorrente (art. 110, § 1º, do Cód. Penal) “constitui forma de
95
prescrição da pretensão punitiva (da ação), que rescinde a própria sentença
condenatória” (Damásio E. de Jesus, Código Penal Anotado, 18a. ed., p. 358).
–– Decretada a extinção da punibilidade do apelante pela prescrição da pretensão
punitiva estatal, já nenhuma outra matéria poderá ser objeto de exame ou
deliberação.
a
Voto nº 11.819 — PELAçÃO RIMINAL Nº c
993.06.072180-1
Arts. 33, 57 e 65, nº III, alínea d, do Cód. Penal;
art. 16, parág. único, nº IV, da Lei nº 10.826/03.
— Pela confissão espontânea do crime, é certo que o réu lavra contra si a própria
sentença condenatória, porém dá exemplo de grandeza moral: demonstra
aborrecer o vício da mentira e talvez se haja arrependido da transgressão à lei.
Não há ilegalidade, pois, em compensar-lhe a nota de reincidência com a
circunstância atenuante obrigatória prevista no art. 65, nº III, alínea d, do Cód.
Penal.
— “Quem se acusa a si mesmo escusa acusador, e faz leve o seu delito”
(Manuel Bernardes, Nova Floresta, 1711, t. III, p. 259).
a
Voto nº 11.820 — PELAçÃO RIMINAL Nº c
993.02.021370-8
Arts. 297, 304, 107, nº IV, 109, nº V e 110, § 1º, do Cód. Penal;
art. 61 do Cód. Proc. Penal.
a
Voto nº 11.821— PELAçÃO RIMINAL Nº c
993.06.065093-9
Art. 16, nº IV, da Lei nº 10.826/03;
art. 202 do Cód. Proc. Penal.
a
Voto nº 11.822 — PELAçÃO RIMINAL Nº c
993.06.053146-8
Art. 33, § 1º, alínea a, do Cód. Penal;
art. 202 do Cód. Proc. Penal;
art. 10 da Lei nº 9.437/97;
art. 16, parág. único, nº IV, da Lei nº 10.826/03;
art. 5º, “caput”, da Const. Federal.
–– Incorre em crime e, pois, sujeita-se às penas da lei aquele que, sem licença da
autoridade, traz consigo, em via pública, arma de fogo com numeração
suprimida, nada importando a inexistência de perigo concreto (art. 16, parág.
único, nº IV, da Lei nº 10.826/03 – Estatuto do Desarmamento).
— A inidoneidade das testemunhas não se presume; ao arguente impõe-se
demonstrar, além de toda a controvérsia, que faltaram à verdade ou caíram em
erro de informação. É que, na busca da verdade real — alma e escopo do
processo —, “toda pessoa poderá ser testemunha” (art. 202 do Cód. Proc. Penal).
—“A ratio legis reside exatamente nisso: para proteger direitos fundamentais do
homem, como a vida, o legislador antecipa a punição a fatos que, de acordo com
a experiência, conduzem à lesão de bem de valor supremo” (Damásio E. de
Jesus, Direito Penal do Desarmamento, 5a. ed., p. 44).
— Ao réu de medonha biografia penal convém o regime fechado, no início, que
somente este o poderá reeducar para a vida livre em sociedade, onde o
respeito à ordem e ao patrimônio alheio é dado primordial (art. 33, § 1º,
alínea a, do Cód. Penal).
a
Voto nº 11.824— PELAçÃO RIMINAL Nº c
993.02.001061-7
Arts. 216, nº III, 107, nº IV, 109, nº V e 110, § 1º, do Cód. Penal;
art. 61 do Cód. Proc. Penal.
— O decurso do tempo apaga a memória do fato punível e a necessidade do
exemplo desaparece (Abel do Vale; apud Ribeiro Pontes, Código Penal Brasileiro, 8a.
ed., p. 154).
–– A prescrição intercorrente (art. 110, § 1º, do Cód. Penal) “constitui forma de
prescrição da pretensão punitiva (da ação), que rescinde a própria sentença
condenatória” (Damásio E. de Jesus, Código Penal Anotado, 18a. ed., p. 358).
–– Decretada a extinção da punibilidade do apelante pela prescrição da pretensão
punitiva estatal, já nenhuma outra matéria poderá ser objeto de exame ou deliberação.
a
Voto nº 11.825 — PELAçÃO RIMINAL Nº c
993.02.000927-2
Arts. 213 e 224, alínea a, e 14, nº II, do Cód. Penal.
— Tem a palavra da vítima importância capital nos crimes contra a liberdade sexual. Se
ajustada ao conjunto probatório dos autos, enseja condenação: ao cabo de contas,
ninguém se reputa mais apto a discorrer das circunstâncias e autoria do crime que a
pessoa que lhe padeceu diretamente os agravos físicos e morais (art. 213 do Cód.
Penal).
a
Voto nº 11.826 — PELAçÃO RIMINAL Nº c
993.02.023191-9
Art. 89 da Lei nº 9.099/95;
arts. 129, “caput”, § 2º, nº IV, 23, 107, nº IV, 109, nº IV, 110, § 1º e 115,
do Cód. Penal;
art. 61 do Cód. Proc. Penal.
— Instituto destinado a beneficiar unicamente o infrator de vida pregressa inculpável, o
benefício da suspensão condicional do processo não se aplica a acusado que tenha
outros feitos criminais em andamento (art. 89 da Lei nº 9.099/95).
— Ao réu que alega tese do número das descriminantes legais (art. 23 do Cód. Penal)
cabe demonstrá-lo cumpridamente; se não, entende-se provado o crime, sua autoria
e culpabilidade do agente.
— O decurso do tempo apaga a memória do fato punível e a necessidade do exemplo
desaparece (Abel do Vale; apud Ribeiro Pontes, Código Penal Brasileiro, 8a. ed., p. 154).
–– A prescrição intercorrente (art. 110, § 1º, do Cód. Penal) “constitui forma de
prescrição da pretensão punitiva (da ação), que rescinde a própria sentença
condenatória” (Damásio E. de Jesus, Código Penal Anotado, 18a. ed., p. 358).
98
a
Voto nº 11.827 — PELAçÃO RIMINAL Nº c
993.06.108300-0
Art. 16, parág. único, nº IV, da Lei nº 10.826/03;
art. 10 da Lei nº 9.437/97;
art. 202 do Cód. Proc. Penal;
art. 5º, “caput” da Const. Fed.
a
Voto nº 11.829 — PELAçÃO RIMINAL Nº c
993.05.016823-9
Arts. 12 e 16, da Lei nº 6.368/76;
arts. 180, “caput”, 107, nº IV, 109, nº V e 110, § 1º, do Cód. Penal;
art. 61 do Cód. Proc. Penal.
a
Voto nº 11.831 — PELAçÃO RIMINAL Nº c
993.07.042336-6
Arts. 14, “caput”, e 16, parág. único, IV, da Lei nº 10.826/03;
art. 33, § 2º, alínea b, do Cód. Penal;
art. 202 do Cód. Proc. Penal.
–– A posse irregular de arma de fogo de uso permitido tipifica a infração do art. 14,
“caput”, da Lei nº 10.826/03 (Estatuto do Desarmamento), independentemente
de perigo concreto.
— A crítica irrogada ao testemunho policial com o intuito de desmerecê-lo constitui
solene despropósito, pois toda a pessoa pode ser testemunha (art. 202 do Cód.
Proc. Penal) e aquela que, depondo sob juramento, falta à verdade incorre nas
penas da lei, donde a inépcia do raciocínio apriorístico de que o policial vem a
Juízo para mentir.
–– Ao cominar pena àquele que, sem licença da autoridade, traz arma consigo, pôs a
mira o legislador em “evitar a posse indiscriminada de armas de fogo e os
perigos que acompanham a admissão de uma sociedade armada sem que
existam controles ou regras gerais estabelecidas” (Luiz Flávio Gomes, Lei das
Armas de Fogo, 1998, p. 107).
— Esta é também a opinião do insigne Damásio E. de Jesus:“A ratio legis reside
exatamente nisso: para proteger direitos fundamentais do homem, como a vida,
o legislador antecipa a punição a fatos que, de acordo com a experiência,
conduzem à lesão de bem de valor supremo” (Direito Penal do Desarmamento,
5a. ed., p. 44).
— Não há proibição legal de o Juiz conceder regime semiaberto a condenado não
reincidente a pena inferior a 8 anos (art. 33, § 2º, alínea b, do Cód. Penal); a
concessão de tal benefício unicamente é defesa ao réu condenado a pena que
exceda a 8 anos (não importando se primário), ou ao reincidente, cuja pena seja
superior a 4 anos.
a
Voto nº 11.832 — PELAçÃO RIMINAL Nº c
993.05.009410-3
Arts. 155, “caput”, 44, § 3º, 107, nº IV, 109, nº V, e 110, § 1º, do Cód.
Penal;
art. 61 do Cód. Proc. Penal;
art. 5º da Lei de Introdução ao Cód. Civil.
a
Voto nº 11.833— gravo em xecução Nº e
990.09.055503-3
Art. 112 da Lei de Execução Penal;
art. 112 da Lei nº 7.210/84.
— A Lei nº 10.729/03 — que deu nova redação ao art. 112 da Lei de Execução Penal
— não aboliu o exame criminológico para a progressão de regime, o qual pode
ser realizado se as circunstâncias pessoais do sentenciado e a natureza do
crime que cometeu o aconselharem. Nisto, como no mais, obrará sempre o
Magistrado com a prudência e o arbítrio do bom varão.
— Se o sentenciado atende aos requisitos do art. 112 da Lei de Execução Penal,
isto é, “tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e
ostentar bom comportamento carcerário”, faz jus à progressão ao regime
semiaberto. Somente fato grave, indicativo de personalidade anômala e refratária
aos estímulos da recuperação, poderá obstar-lhe a mudança para regime prisional
mais brando.
— A concessão do benefício da progressão de regime prisional segundo os
requisitos da lei não se deve interpretar por liberalidade irresponsável da Justiça
Criminal, senão por voto sincero de que o sentenciado emende a mão e tome para
o caminho do bem, de que se desviara, a fim de que possa reintegrar-se,
efetivamente, no convívio social (art. 112 da Lei de Execução Penal).
— Não esqueça ao cultor do Direito que ainda o mais vil dos homens tem jus à
proteção da Lei!
a
Voto nº 11.834— gravo em xecução Nº e
990.09.053155-0
Art. 127 da Lei de Execução Penal;
art. 126, § 3º, da Lei nº 7.210/84;
Súmula Vinculante nº 9, do STF;
art. 5º, nº XXXVI, da Const. Fed.
— Justiça excessiva não é senão injustiça, proclamou com assaz de razão o eloqüente
Cícero: “Summum jus, summa injuria” (De Officiis, I, 10).
— A decisão que concede remição de penas é imutável após seu trânsito em julgado.
Portanto, desconstituí-la, salvo mediante revisão criminal, fora violar a autoridade da
“res judicata”, um dos principais dogmas em que assenta a ordem jurídica (art. 5º, nº
XXXVI, da Const. Fed.).
— Frutos de seu trabalho e, pois, estipêndio do suor, os dias remidos do preso têm
alguma coisa de sagrado que os guarda do rigor do Juízo da execução penal.
—“É inadmissível a perda dos dias remidos por decisão judicial, em virtude de falta
grave cometida pelo sentenciado” (RJTACrimSP, vol. 39, p. 416).
— De presente, já não é lícito ao Juiz dar ao art. 127 da Lei de Execução Penal outra
interpretação que a literal restrita, por força da Súmula Vinculante nº 9, editada
pelo Colendo Supremo Tribunal Federal, que mandou inscrever entre os dogmas
jurídicos a perda, para o condenado “que for punido por falta grave”, do direito
ao tempo remido pelo trabalho.
101
a
Voto nº 11.835 — PELAçÃO RIMINAL Nº c
993.06.010411-0
Arts. 157, § 3º e 14, II, do Cód. Penal;
arts. 217, 386, ns. IV e VI, 399, § 2º, 563 e 566, do Cód. Proc. Penal;
art. 2º, § 1º, da Lei nº 8.072/90;
art. 5º, nº LXIII, da Const. Fed.
— À luz da nova ordem constitucional instaurada no País, a regra geral é que se defenda o
réu em liberdade. Consectário do princípio do estado de inocência (art. 5º, nº LVII,
da Const. Fed.), só por exceção deve o acusado responder preso ao processo.
–– Conforme a comum opinião dos doutores, toda prisão cautelar, que se não sustente em
indeclinável necessidade, passa por abusiva e ilegítima e, pois, quer-se revogada.
Nesse número merecem contados os casos de encarceramento de réu, quando ausentes
os requisitos da decretação da prisão preventiva (art. 310, parág. único, do Cód. Proc.
Penal).
—“Sem que se caracterize situação de real necessidade, não se legitima a privação
cautelar da liberdade individual do indiciado ou do réu. Ausentes razões de
necessidade, revela-se incabível, ante a sua excepcionalidade, a decretação ou a
subsistência da prisão preventiva (...)” (STF; Rev. Trim. Jurisp., vol. 180, pp. 262-
264; rel. Min. Celso de Mello).
–– Passa por iniquidade manter preso, enquanto lhe tramita o processo, réu que poderá até
ser absolvido. Ao demais, ninguém ignora que o cárcere é o pior lugar do mundo
antes do cemitério, tendo-lhe Dostoiévski chamado, com propriedade, a “casa dos
mortos”.
a
Voto nº 11.837— gravo em xecução Nº e
990.08.185402-3
Art. 2º, § 1º, da Lei nº 8.072/90;
art. 112 da Lei de Execução Penal;
art. 214 do Cód. Penal;
arts. 310, parág. único e 312, do Cód. Proc. Penal;
art. 5º, ns. X e XL, da Const. Fed.
a
Voto nº 11.838— gravo em xecução Nº e
990.09.070828-0
Arts. 86, nº I, 89 e 90, do Cód. Penal;
art. 732 do Cód. Proc. Penal;
arts. 145 e 146, da Lei de Execução Penal.
—“Se até o seu término o livramento não é revogado, considera-se extinta a pena
privativa de liberdade” (art. 90 do Cód. Penal).
––“Uma vez cumpridas as condições e expirado o prazo do livramento condicional
sem revogação (art. 90 do Cód. Penal), a pena é automaticamente extinta” (STJ;
RHC nº 8.363-RJ; 6a. Turma; rel. Min. Fernando Gonçalves; DJU 24.5.99, p.
202).
–– É questão vitoriosa nos Tribunais que a revogação do livramento
condicional somente pode ocorrer durante o período de prova (art. 86 do
Cód. Penal).
–– “Terminado o período de prova sem revogação, a pena privativa de liberdade
deve ser julgada extinta” (Julio Fabbrini Mirabete, Execução Penal, 11a.
ed., p. 599).
a
Voto nº 11.839— gravo em xecução Nº e
990.08.108295-0
Art. 2º, § 1º, da Lei nº 8.072/90;
arts. 66, nº III, alínea b, e 112, da Lei de Execução Penal;
art. 52, X e XL, da Const. Fed.
a
Voto nº 11.840— gravo em xecução Nº e
990.09.041696-3
Art. 112 da Lei de Execução Penal;
Dec. Presidencial nº 5.620/05.
a
Voto nº 11.847— gravo em xecução Nº e
990.09.055510-6
Art. 213 do Cód. Penal;
art. 2º, § 1º, da Lei nº 8.072/90;
art. 112 da Lei de Execução Penal;
art. 52, X e XL, da Const. Fed.
a
Voto nº 11.848— gravo em xecução Nº e
990.09.064874-0
Art. 112 da Lei de Execução Penal.
— A Lei nº 10.729/03 — que deu nova redação ao art. 112 da Lei de Execução Penal —
não aboliu o exame criminológico para a progressão de regime, o qual pode ser
realizado se as circunstâncias pessoais do sentenciado e a natureza do crime que
cometeu o aconselharem. Nisto, como no mais, obrará sempre o Magistrado com
a prudência e o arbítrio do bom varão.
— Se o sentenciado atende aos requisitos do art. 112 da Lei de Execução Penal, isto
é, “tiver cumprido ao menos um sexto da pena no regime anterior e ostentar bom
comportamento carcerário”, faz jus à progressão ao regime semi-aberto.
Somente fato grave, indicativo de personalidade anômala e refratária aos estímulos
da recuperação, poderá obstar-lhe a mudança para regime prisional mais brando.
— A concessão do benefício da progressão de regime prisional segundo os requisitos
da lei não se deve interpretar por liberalidade irresponsável da Justiça Criminal,
senão por voto sincero de que o sentenciado emende a mão e tome para o caminho
do bem, de que se desviara, a fim de que possa reintegrar-se, efetivamente, no
convívio social (art. 112 da Lei de Execução Penal).
— Não esqueça ao cultor do Direito que ainda o mais vil dos homens tem jus à
proteção da Lei!
a
Voto nº 11.849 — PELAçÃO RIMINAL Nº c
993.03.079517-3
Arts. 304, 107, nº IV, 109, nº V, e 110, § 1º, do Cód. Penal;
art. 61 do Cód. Proc. Penal.
— Dispõe o art. 659 do Cód. Proc. Penal que, se o Tribunal verificar ter já cessado a
violência ou coação ilegal de que se queixa o paciente, lhe julgará prejudicado o
pedido de “habeas corpus”.
–– “Julga-se o habeas corpus prejudicado quando o impetrante obtém, durante a ação,
a situação jurídica reclamada” (STJ; HC nº 1.623/2; 6a. Turma; rel. Min. Vicente
Cernicchiaro; j. 18.12.96).