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A verdadeira alegria está em Deus, e tudo o que nos chega d’Ele sempre
vem com esse sinal. Quando Deus criou este mundo do nada, e de modo
especial quando criou o homem à sua imagem e semelhança, tudo foi uma
festa. Há uma alegria contida na expressão com que se conclui o relato da
criação: E Deus viu que era muito bom tudo o que tinha feito2. Os nossos
primeiros pais desfrutavam de tudo o que existia e exultavam no amor, louvor e
gratidão a Deus. Não conheciam a tristeza.
Quando Deus “quer trabalhar uma alma, elevá-la ao cume do seu amor,
estabelece-a primeiro na sua alegria”3. Foi o que a Santíssima Trindade fez
com a Virgem. E a plenitude dessa alegria é dupla: em primeiro lugar, porque
Maria está cheia de graça, cheia de Deus, como nunca esteve nem chegará a
estar nenhuma outra criatura; em segundo lugar, porque desde o momento do
seu assentimento à embaixada do Anjo, o Filho de Deus assumiu a natureza
humana nas suas entranhas puríssimas: com Ele, chegou aos homens toda a
alegria verdadeira. O anúncio do seu nascimento em Belém será levado a cabo
com estas significativas palavras: Não temais, porque eis que vos anuncio uma
grande alegria, que o será para todo o povo. Nasceu-vos na cidade de David
um Salvador, que é o Cristo Senhor4. Cristo é a grande alegria, que cura as
tristezas do coração; e Nossa Senhora foi a Causa da nossa alegria
verdadeira, porque com o seu assentimento deu-nos Cristo, e actualmente,
todos os dias, nos leva a Ele e no-lo entrega novamente.
II. A VIRGEM LEVA A ALEGRIA aonde quer que vá. E aconteceu que,
apenas Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino saltou no seu ventre e
Isabel ficou cheia do Espírito Santo6. É a proximidade de Maria, que leva no
seu seio o Filho de Deus, a causa de tanto alvoroço naquela casa, de um
alvoroço que até o Batista ainda não nascido manifesta no ventre de sua mãe.
“Na presença do Senhor – escreve São João Crisóstomo –, não pode conter-se
nem suporta esperar os prazos da natureza, mas procura romper a prisão do
seio materno e cuida de dar testemunho de que o Salvador está prestes a
chegar”7.
(1) Missas da Virgem Maria, II, Missa de Santa Maria, Causa da nossa alegria. Oração coleta;
(2) Gên 1, 31; (3) M. D. Philippe, Mistério de Maria, pág. 134; (4) Lc 2, 10-11; (5) L. Giussani,
La utopia y la presencia, em 30 Dias, 8.9.1990, pág. 9; (6) Lc 1, 41; (7) São João Crisóstomo,
Sermão recolhido por Metafrasto; (8) S. Josemaría Escrivá, Caminho, n. 662; (9) São Tomás,
Summa theologica, II-II, q. 28, a. 4; (10) Santa Teresa, Livro das Fundações, 5, 10; (11) cfr.
Josemaría Escrivá, Sulco, n. 63; (12) F. M. Moschner, Rosa mística, Rialp, Madrid, 1957, pág.
180; (13) Prov 25, 20; (14) Ecle 30, 24-25; (15) João Paulo II, Homilia, 31-V-1979.