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REDE CATA RIO


COORDENAÇÃO: JOÃO DAMÁSIO DE OLIVEIRA FILHO

Centro de Referência de Catadores de Materiais Recicláveis


PANGEA
Salvador, OUTUBRO de 2008
2

ÍNDICE GERAL

SEÇÃO 1: INTRODUÇÃO 4

SEÇÃO 2: A AMOSTRA DAS UNIDADES DE CATADORES DE 4


MATERIAIS RECICLÁVEIS NA REGIÃO METROPOLITANA
DO RIO DE JANEIRO

2.1. CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA DAS UNIDADES DE 4


CATADORES
2.2. DESIDENTIFICAÇÃO DAS UNIDADES DE CATADORES E 6
VALORES INDIVIDUAIS
2.3. AS 33 UNIDADES DE CATADORES DA AMOSTRA DO UNIVERSO 8
AMOSTRAL PESQUISADO
2.4. AS UNIDADES DO UNIVERSO AMOSTRAL NÃO-PESQUISADO 13

SEÇÃO 3: AS UNIDADES DE CATADORES AGRUPADAS E 15


SUAS EFICIÊNCIAS RELATIVAS

3.1. EFICIÊNCIA FÍSICA E EFICIÊNCIA ECONÔMICA 15


3.2. ANÁLISE DOS GRUPOS DE EFICIÊNCIA 21
3.3. ANÁLISE DA EFICIÊNCIA FÍSICA NA PRODUÇÃO DE 26
MATERIAIS RECICLÁVEIS: DETALHAMENTO POR PRODUTOS
3.4. ANÁLISE DA EFICIÊNCIA ECONÔMICA NA PRODUÇÃO DE 32
MATERIAIS RECICLÁVEIS: DETALHAMENTO POR PRODUTOS
3.5. ANÁLISE DA EFICIÊNCIA DE MERCADO NA PRODUÇÃO DE 36
MATERIAIS RECICLÁVEIS: DETALHAMENTO POR PRODUTOS
3.6. SUMÁRIO DOS GRUPOS DE EFICIÊNCIA 42

SEÇÃO 4: OS ENTREPOSTOS DA REDE CATA RIO: 43


COMPOSIÇÃO E LOCALIZAÇÃO

4.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS 43


4.2. ASPECTOS ESTRATÉGICOS SOBRE OS ENTREPOSTOS E A 44
CENTRAL CATA RIO
4.3. O ENTREPOSTO DAS DOCAS 48
4.4. O ENTREPOSTO NORTE 58
4.5. O ENTREPOSTO DUTRA 73
4.6. O NÚCLEO DO ENTREPOSTO DE ITABORAÍ 86
4.7. SUMÁRIO DOS QUATRO ENTREPOSTOS DA REDE CATA RIO 94

SEÇÃO 5: ÁREAS DE INFLUÊNCIA DOS ENTREPOSTOS E 97


PERSPECTIVAS DE LOGÍSTICA DA CENTRAL CATA RIO
3

5.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS 97


5.2. AS ÁREAS DE INFLUÊNCIA DOS QUATRO ENTREPOSTOS 101
5.3. PERSPECTIVAS DE LOGÍSTICA DA CENTRAL CATA RIO 104

SEÇÃO 6. BENEFÍCIOS ECONÔMICOS POTENCIAIS 110


DECORRENTES DA IMPLANTAÇÃO DOS QUATRO
ENTREPOSTOS E DA CENTRAL CATA RIO

6.1. CARACTERIZAÇÃO DOS BENEFÍCIOS ECONÔMICOS 110


POTENCIAIS ANALISADOS
6.2. BENEFÍCIOS ECONÔMICOS POTENCIAIS DECORRENTES DA 112
IMPLANTAÇÃO DO ENTREPOSTO DAS DOCAS
6.3. BENEFÍCIOS ECONÔMICOS POTENCIAIS DECORRENTES DA 118
IMPLANTAÇÃO DO ENTREPOSTO NORTE
6.4. BENEFÍCIOS ECONÔMICOS POTENCIAIS DECORRENTES DA 124
IMPLANTAÇÃO DO ENTREPOSTO DUTRA
6.5. BENEFÍCIOS ECONÔMICOS POTENCIAIS DECORRENTES DA 130
IMPLANTAÇÃO DO NÚCLEO DO ENTREPOSTO DE ITABORAÍ

SEÇÃO 7. ANÁLISE DAS EFICIÊNCIAS RELATIVAS DOS 136


QUATRO ENTREPOSTOS

7.1. ANÁLISE DAS EFICIÊNCIAS FÍSICAS DOS ENTREPOSTOS: 136


DETALHAMENTO POR PRODUTOS
7.2. ANÁLISE DAS EFICIÊNCIAS ECONÔMICAS DOS 141
ENTREPOSTOS: DETALHAMENTO POR PRODUTOS
7.3. ANÁLISE DAS EFICIÊNCIAS DE MERCADO DOS 146
ENTREPOSTOS: DETALHAMENTO POR PRODUTOS
7.4. SUMÁRIO DOS ENTREPOSTOS: BENEFÍCIOS POTENCIAIS 152
CONJUNTOS
4

1. INTRODUÇÃO
PARA SER ESCRITO CONJUNTAMENTE, AO FINAL ....

2. A AMOSTRA DAS UNIDADES DE CATADORES DE


MATERIAIS RECICLÁVEIS NA REGIÃO
METROPOLITANA DO RIO DE JANEIRO

2.1. CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA DAS UNIDADES DE CATADORES

Para construir uma amostra das unidades de


catadores/associações – e outras formas de organização -- de
catadores de materiais recicláveis na Região Metropolitana do
Rio de Janeiro, foram adotados alguns critérios1:

a) Quanto à forma das suas caracterizações jurídicas


– foi adotado o termo comum “UNIDADE” como forma
geral de referência para todos os casos. Trata-se
apenas de simplificação terminológica, não
indicando uma opção preferencial por uma ou outra
forma de organização;
b) Existem organizações de catadores que possuem
várias unidades operacionais -- de forma
geograficamente dispersas -- funcionando com
variáveis graus de autonomia, muitas vezes
elevado. Para os efeitos deste trabalho, cada
unidade foi singularizada, de maneira a ser ela
própria caracterizada individualmente. Isto visou
captar o grau de heterogeneidade existente entre
“matriz” e unidades “periféricas”, que, de resto,
é aparente em um grande número de casos. Deve,
entretanto ficar claro desde logo, que alguma
externalidade positiva dessa relação passa a não
ser captada – entretanto sem prejuízo para os
objetivos deste trabalho;

1
Os critérios aqui adotados são espelhados naqueles utilizados na elaboração do trabalho “Análise do Custo
de Geração de Postos de Trabalho na Economia Urbana para o Segmento dos Catadores de Materiais
Recicláveis” elaborado pelo Prof. Dr. João Damásio para o PANGEA/ Ministério do Desenvolvimento Social
e Combate à Fome (MDS) em 2006. O referido estudo encontra-se no prelo, para publicação, com prefácio do
Ministro Patrus Ananias, do MDS.
5

c) Dados os limitados recursos para proceder a um


extenso levantamento de dados primários – e dada a
exigüidade do tempo no qual foi executado este
trabalho (seis meses), optou-se por efetuar uma
amostragem intencional estratificada não-
aleatória, procurando obter uma distribuição
territorial e dimensional – quanto ao tamanho das
unidades pesquisadas – razoavelmente proporcional
em relação ao Universo presumido de setenta e
sete2 unidades de catadores de materiais
recicláveis.
d) Essa estratificação levou em consideração
 os portes relativos das unidades;
 as eficiências diferenciais das unidades,
evidenciadas pelos seus estágios de organização;
 os volumes físicos de equipamentos das unidades,
de forma a preservar a diversidade na amostra;
 a sua localização espacial dentro da Região
Metropolitana do Rio de Janeiro;
 a presença ou não de entidades mantenedoras,
incubadoras ou financiadoras, de forma a obter a
necessária heterogeneidade.
 Outros fatores presentes incluem a
impossibilidade de acesso a unidades, devido a
restrições policiais (Rocinha, Maré); recusa
peremptória em participar do levantamento de
dados; ou a presença de valores quantitativos que
não resistiram à crítica estatística. Entretanto
esses foram casos minoritários, que não afetam
significativamente a robustez dos dados
primários, como será evidenciado.
e) Durante dezesseis semanas foram efetuadas diversas
campanhas de levantamento de dados primários, via
preenchimento direto de questionários, entrevistas
e envio eletrônico de dados adicionais. Assim,
partiu-se de um número inicialmente avaliado em
vinte unidades de catadores/associações dentro da
rede — as mais visíveis e ativas – para logo
elevá-lo para vinte e oito, e finalmente o número
final de unidades pesquisadas: trinta e três, em
um Universo de setenta e sete.

2
O Universo é referido como sendo composto por setenta e sete unidades de catadores de materiais
recicláveis. Entretanto, como o índice de mortalidade e de surgimento dessas unidades pode ser elevado em
regiões periféricas, é possível que algumas dessas unidades tenham se tornado inoperantes durante a
realização deste estudo, assim como é possível que outras hajam sido criadas. A implementação da Rede Cata
Rio deverá devotar recursos para diagnosticar e cadastrar todas as unidades operantes.
6

2.2. DESIDENTIFICAÇÃO DAS UNIDADES DE CATADORES E VALORES


INDIVIDUAIS

Um trabalho que procure dizer alguma coisa relevante


sobre os dados levantados pelos questionários da amostra deve
poder trabalhar com esses dados de forma desagregada e
individualizada.

O QUADRO 2.1 apresenta as 33 unidades de catadores de


materiais recicláveis que pertencem à amostra, em ordem
alfabética.

Porém, a divulgação ampla desses dados pode ensejar o


fornecimento de informações de natureza comercial que podem,
eventualmente, prejudicar os interesses das unidades de
catadores envolvidas3. O mercado de materiais recicláveis
funciona em regime de oligopsônio, o que torna sensível a
veiculação pública dos dados individualizados.

Neste trabalho será mantido o sigilo das informações


individualizadas das unidades através da desidentificação.
Este procedimento espelha-se na forma rotineira de trabalho
das agências oficiais de produção estatística – a exemplo de
IBGE – onde apenas dados de um mínimo de três
estabelecimentos agregados é divulgado. Os dados
individualizados são mantidos em sigilo.

No presente caso, foram mantidos critérios semelhantes,


sempre que possível, apresentando dados de um mínimo de três
unidades agregadas4.

Assim, com a adoção de códigos, pode-se ter um panorama


individualizado das unidades da amostra. Essas foram
numeradas de 1 a 33, na ordem de retorno dos questionários5,
e designadas, respectivamente UNIDADE 01, UNIDADE 02,.....,
UNIDADE 33. Isto permite utilizar e discutir as informações
individualizadas, ao mesmo tempo em que é preservada a
identidade das unidades da amostra.

3
Os financiadores deste presente trabalho tiveram acesso aos dados desagregados efetivos das unidades de
catadores de forma não-desidentificada, em versão apresentada em 24/10/2008 no Rio de Janeiro. A presente
versão foi preparada após aquela apresentação, visando preservar o sigilo, conforme a legislação.
4
A única exceção ocorre no Núcleo do Entreposto de Itaboraí, onde duas unidades são agregadas.
5
Isto significa que a ordem apresentada NÃO É a ordem alfabética, ou qualquer outra ordenação lógica.
7

QUADRO 2.1: UNIDADES DA AMOSTRA EM ORDEM ALFABÉTICA

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA - 2008


8

Adotando, pois, a desidentificação das unidades da


amostra e fazendo uso das respectivas codificações, são
apresentados a seguir os dados individualizados das trinta e
três unidades da amostra: Número de catadores, Produção,
Faturamento Bruto e Investimento.

2.3. AS 33 UNIDADES DE CATADORES DO UNIVERSO AMOSTRAL


PESQUISADO

Com base nessa disposição de critérios, são apresentados


a seguir os valores descritivos do conjunto amostral
utilizado, referentes às 33 unidades pesquisadas. Nesse
quadro – assim como nos demais quadros apresentados ao longo
deste trabalho – devem ser observadas as seguintes
convenções:

a) Número de CATADORES: Indica o número de catadores


efetivamente declarados em atividade – formalizados, ou
não -- pelas administrações das unidades de catadores;
b) PRODUÇÃO Kg: Representa a magnitude em peso média do
volume mensal de material reciclado efetivamente
recolhido, triado, enfardado e comercializado pelas
respectivas unidades de catadores;
c) VALOR DA PRODUÇÃO R$6: Representa o valor obtido pela
venda média do volume mensal de material reciclado
efetivamente recolhido, triado, enfardado e
comercializado pelas respectivas unidades de catadores;

As trinta e três unidades, que hoje compõem o Universo


amostral pesquisado, são muito diversas entre si: vão desde
organizações de alta eficiência até grupos-de-rua -- não-
formalizados e em etapas de organização -- que apresentam
baixíssima eficiência. O QUADRO 2.2 apresenta esses
resultados. Notar que os números de ordem originalmente
atribuídos apenas indicam a precedência de retorno dos
questionários.

Os dados apresentados no QUADRO 2.2 são descritos


graficamente na FIGURAS 2.1, 2.2 e 2.3.

6
O faturamento bruto médio mensal corrente das respectivas unidades de catadores muitas vezes é
idêntico ao da PRODUÇÃO R$/mês, porém – naquelas unidades de catadores de maior grau de organização
– também espelham valores adicionais percebidos pela venda de materiais processados. Na RM do Rio de
Janeiro essa prática ainda é bastante episódica.
9

O exame dos dados do quadro e das figuras explicita a


ampla diversidade das unidades de catadores de materiais
recicláveis presente no Universo amostral pesquisado. É
importante notar que não existe uma ordenação única dessas
unidades, seja com referência ao número de catadores
envolvidos no processo, seja no valor bruto da produção
física, seja ainda nas receitas brutas decorrentes da venda
dos materiais recicláveis coletados e processados.

QUADRO 2.2: DADOS GERAIS: NÚMERO DE CATADORES, VENDAS TOTAIS


E PRODUÇAO FÍSICA DAS UNIDADES PESQUISADAS – AGO 2008

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA - 2008


10

FIGURA 2.1: NÚMERO DE CATADORES POR UNIDADE – JUN/JUL/AGO 2008

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008


11

FIGURA 2.2: PRODUÇÃO FÍSICA DAS UNIDADES DE CATADORES (Kg/mês) – JUN/JUL/AGO 2008

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA - 2008


12

FIGURA 2.3: VALOR DAS RECEITAS DAS UNIDADES DE CATADORES (R$/mês) – JUN/JUL/AGO 2008

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA - 2008


13

2.4. AS UNIDADES DO UNIVERSO AMOSTRAL NÃO-PESQUISADO

Como já foi mencionado anteriormente, foram identificadas


setenta e sete unidades de catadores de materiais recicláveis
na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Trinta e três
dessas unidades foram incluídas na amostra intencional
estratificada apresentada na seção anterior.

As quarenta e quatro unidades não incluídas na pesquisa


quantitativa são, entretanto, relevantes do ponto de vista da
constituição de uma rede de entrepostos e central de
comercialização e transformação de materiais recicláveis.

Embora as adesões de quaisquer unidades de catadores à


rede sejam obviamente opcionais – quer tenham ou não sido
incluídas na amostra do presente trabalho -- o conhecimento
prévio de suas existências é decisivo para as adequadas
alocações nos sistemas de entrepostos, do ponto de vista
logístico.

As unidades não-pesquisadas foram geo-referenciadas pelos


seus endereços declarados, o que possibilitou estabelecer
suas afinidades geográficas e logísticas. De fato -- no que
se segue -- as unidades não-pesquisadas foram preliminarmente
alocadas aos entrepostos de maior viabilidade logística, em
cada caso, apesar dos cálculos apresentados referirem-se ao
Universo amostrado.

Deve ser destacado que uma melhor caracterização dessas


unidades não-amostradas é essencial para as suas efetivas
inclusões e devem ser objeto de investigação adicional, em
paralelo às ações de implementação dos entrepostos, da rede
de comercialização, e da central de transformação.

O QUADRO 2.3 apresenta os nomes dessas unidades de


catadores de materiais recicláveis não incluídas na amostra,
EM ORDEM ALFABÉTICA.

Para futuros efeitos de desidentificação as quarenta e


quatro unidades de catadores desse grupo foram numeradas de
34 a 77. Novamente os seus números de ordem são incidentais,
não-alfabéticos, e não devem ser interpretados de qualquer
forma lógica.
14

QUADRO 2.3: UNIDADES DE CATADORES NÃO-INCLUÍDAS NA


AMOSTRA, PORÉM ALOCADAS AOS ENTREPOSTOS

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA - 2008


15

3. AS UNIDADES DE CATADORES AGRUPADAS E SUAS


EFICIÊNCIAS RELATIVAS

3.1. EFICIÊNCIA FÍSICA E EFICIÊNCIA ECONÔMICA

O melhor critério para tipificar o desempenho das


unidades de catadores e agregar as unidades de catadores da
amostra NÃO É o seu tamanho, expresso no numero de
trabalhadores efetivamente envolvidos no processo de
reciclagem. Pode-se imaginar uma unidade com poucos
catadores, mas com equipamentos e instalações adequadas, que
apresente um melhor desempenho do que uma outra unidade com
muitos membros, porém desassistida de equipamentos e
instalações minimamente funcionais.7

Um critério muito caro à análise econômica é o critério


de eficiência. Existem muitas maneiras de se procurar medir a
eficiência de um processo produtivo ou de uma organização.
Uma das mais comuns, é a utilização da relação
(produto)/(trabalho) – tanto em termos físicos, como em
termos de valoração (R$) – a fim de permitir que sejam
avaliados eventuais diferenciais na produção per capita, ou
seja, por trabalhador envolvido. O QUADRO 3.1 apresenta esses
valores para as unidades da amostra.

Essa é uma medida da produtividade média, ou


eficiência que passa a ser utilizada nesse trabalho. Assim,
foi formulado um critério que buscou classificar as unidades
de catadores da amostra por dois critérios:

a) A eficiência física – ou produtividade média – da


produção física per capita, ou seja, por catador,
medida em Kg/mês. A FIGURA 3.1 apresenta os valores
desse indicador de eficiência física para as unidades
de catadores da amostra.
b) Outro indicador de eficiência é o de eficiência
econômica – ou retorno bruto médio – calculado pelo
valor comercializado da produção física per capita, ou
seja, por catador, medido em R$/mês. A FIGURA 3.2
apresenta os valores desse indicador de eficiência
física para as unidades de catadores da amostra.

7
Cf. op. cit. p. 22-3. No que se segue, os conceitos aqui adotados são idênticos aos utilizados no trabalho
citado.
16

QUADRO 3.1: PRODUTIVIDADES FÍSICAS E ECONÔMICAS DAS


UNIDADES DA AMOSTRA

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA - 2008

Embora sejam correlacionados, esses dois critérios não


são coincidentes, uma vez que as condições objetivas dos
processos de comercialização dos materiais recicláveis variam
17

muito, de unidade para unidade de catadores, de bairro para


bairro, de cidade para cidade, além de terem a haver com o
poder de barganha de cada organização em seu mercado local de
venda. A observação das FIGURAS 3.1 e 3.2 explicita que os
critérios de eficiência física e de eficiência econômica não
geram uma mesma ordenação das unidades de catadores, uma vez
utilizados.
19

FIGURA 3.1: ORDENAÇÃO DAS UNIDADES POR PRODUTIVIDADES FÍSICAS (Kg/Cat)

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA - 2008


20

FIGURA 3.2: ORDENAÇÃO DAS UNIDADES POR PRODUTIVIDADES ECONÔMICAS (R$/Cat)

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA - 2008


21

3.2. ANÁLISE DOS GRUPOS DE EFICIÊNCIA

A ordenação conjunta das unidades de catadores por


produtividades combinadas não é um problema trivial: exige
técnicas de estatísticas multivariadas para a adequada
composição de critérios desiguais.

Utilizando as técnicas da Análise Fatorial e a observação


do Discriminante Canônico dos dados, foi possível chegar a
uma ordenação conjunta das produtividades combinadas das
unidades de catadores de materiais recicláveis no Universo
amostrado na Região Metropolitana da cidade do Rio de
Janeiro. Esses resultados são apresentados – já na ordenação
de produtividades combinadas – no QUADRO 3.2, a seguir:
22

QUADRO 3.2: ORDENAÇÃO DAS UNIDADES POR PRODUTIVIDADES


COMBINADAS

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA - 2008

A partir dos dados do QUADRO 3.2, torna-se possível


detectar agrupamentos específicos – por critérios de
produtividades combinadas – que permitem segmentar as
unidades de catadores recicláveis da amostra em quatro grupos
23

distintos de eficiências combinadas8. O QUADRO 3.3 apresenta


esses quatro grupos de eficiência:

QUADRO 3.3: GRUPOS DE EFICIÊNCIA

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA - 2008

8
Cf. op. cit. pp.78-86. As unidades da presente amostra foram adicionalmente cotejadas às unidades do
estudo original – devidamente ajustadas pela inflação – de forma a evitar distorções paramétricas regionais.
24

Neste QUADRO 3.3, é utilizada uma convenção de cores para


identificar a qual grupo de eficiência cada unidade de
catadores pertence originalmente:

AZUL : As unidades possuem altas eficiências combinadas.

VERDE : As unidades possuem médias eficiências


combinadas.

AMARELO : As unidades possuem baixas eficiências


combinadas.

ROSA : As unidades possuem baixíssimas eficiências


combinadas.

Essa convenção será utilizada neste presente trabalho


sempre que sejam feitas referências a grupos de eficiências,
ou quando cada respectiva unidade seja alocada a algum dos
entrepostos.

A seguir são apresentados nos QUADROS 3.4, 3.5, 3.6 e


3.7 os grupos de eficiência existentes na amostra das
unidades de catadores da Região Metropolitana da cidade do
Rio de Janeiro:

QUADRO 3.4: UNIDADES DE CATADORES DE ALTA EFICIÊNCIA

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA - 2008


25

QUADRO 3.5: UNIDADES DE CATADORES DE MÉDIA EFICIÊNCIA

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA - 2008

QUADRO 3.6: UNIDADES DE CATADORES DE BAIXA EFICIÊNCIA

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA - 2008


26

QUADRO 3.7: UNIDADES DE CATADORES DE BAIXÍSSIMA EFICIÊNCIA

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA - 2008

3.3. ANÁLISE DA EFICIÊNCIA FÍSICA NA PRODUÇÃO DE MATERIAIS


RECICLÁVEIS: DETALHAMENTO POR PRODUTOS

Durante o levantamento primário, feito através de


questionários, foram obtidos dados sobre a produção e a venda
de 89 materiais recicláveis.

Para que esses dados pudessem ser tratados de uma maneira


mais sistemática e visível, esses 89 materiais foram
agrupados em 21 categorias de materiais recicláveis. Essas
categorias são as mesmas utilizadas anteriormente em
trabalhos executados pela equipe técnica do PANGEA, com a
exceção do Óleo de Cozinha que – devido ao seu crescente
papel como insumo para a fabricação de biocombustíveis – foi
desagregado da categoria Outros Materiais.

O QUADRO 3.8 descreve as produtividades físicas médias


nos diversos grupos de eficiência, segmentadas por categorias
de materiais. Observar a legenda – que será utilizada sempre
que tabelas desse tipo sejam apresentadas – que permite
avaliar imediatamente os resultados.
27

Os valores médios das produtividades físicas para cada


categoria de materiais estão apresentados na última coluna.
Nas demais colunas – comparativamente aos valores da média –
aparecem em vermelho os valores abaixo da média; em preto os
valores acima da média; e em azul os valores que sejam pelo
menos o dobro da média.

QUADRO 3.8: EFICIÊNCIAS FÍSICAS POR MATERIAIS (Kg/Cat)

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA - 2008

Essa convenção permitirá perceber de imediato o que


ocorre em termos de produtividade média per capita de cada
caso.

O QUADRO 3.9 sumariza o número de ocorrências de cada


nível de produtividades físicas das categorias de materiais,
em cada grupo de eficiência.
28

LEGENDA
ABAIXO DA MÉDIA
ACIMA DA MÉDIA
MAIS DO QUE O
DOBRO DA MÉDIA

QUADRO 3.9: QUADRO DE EFICIÊNCIAS FÍSICAS RELATIVAS


Alta Média Baixa Baixíssima
Kg por catador Eficiência Eficiência Eficiência Eficiência
Física Física Física Física
AZUL: > 2x média 11 3 3 0
PRETO: acima da
7 9 8 0
média
VERMELHO:
1 7 7 18
abaixo da média
NÃO PRODUZ 2 2 3 3
FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA - 2008

Nessa tabela fica evidente que o grupo de unidades de


catadores de alta eficiência consegue ter vantagens em ONZE
materiais cujas produtividades são mais do que duas vezes
superiores á média, seja pela sua diversificação, seja pelos
maiores volumes comercializados – contra três, três e zero
dos outros três grupos. Percebe-se assim, que a eficiência
física é fortemente disseminada, e não apenas concentrada em
poucos materiais.

O grupo de baixíssima eficiência, em geral, concentra-se


em alguns poucos materiais, e mesmo assim, não consegue uma
produtividade física muito elevada em nenhum deles –
permanecendo sistematicamente abaixo da média.

Os grupos de médias e baixas eficiências até conseguem


sair-se com altos e baixos, mas ainda distantes da maior
produtividade física. Ambos apresentam apenas 3 materiais com
alta produtividade em relação à média e 7 materiais abaixo da
média.

Embora a visualização não seja simples, a FIGURA 3.3


apresenta os valores comparados das eficiências físicas por
categorias de materiais, nos quatro grupos de eficiência –
29

nos quais foram agregadas as unidades de catadores da RM do


Rio de Janeiro.
31

FIGURA 3.3: COMPARATIVO DAS EFICIÊNCIAS FÍSICAS NOS TOTAIS COMERCIALIZADOS (Kg/Cat)

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA - 2008


32

3.4. ANÁLISE DA EFICIÊNCIA ECONÔMICA NA PRODUÇÃO DE MATERIAIS


RECICLÁVEIS: DETALHAMENTO POR PRODUTOS

O QUADRO 3.10 descreve as produtividades econômicas


médias nos diversos grupos de eficiência, segmentadas por
categorias de materiais.

Da mesma forma, os valores médios das produtividades


econômicas para cada categoria de materiais estão
apresentados na última coluna. Nas demais colunas –
comparativamente aos valores da média – aparecem em vermelho
os valores abaixo da média; em preto os valores acima da
média; e em azul os valores que sejam pelo menos o dobro da
média.

QUADRO 3.10: EFICIÊNCIAS ECONÔMICAS POR MATERIAIS (R$/Cat)

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA - 2008


33

O QUADRO 3.11 sumariza o número de ocorrências de cada


nível de produtividades econômicas das categorias de
materiais, em cada grupo de eficiência.

QUADRO 3.11: QUADRO DE EFICIÊNCIAS ECONÔMICAS RELATIVAS


Alta Média Baixa Baixíssima
R$ por catador Eficiência Eficiência Eficiência Eficiência
Econômica Econômica Econômica Econômica
AZUL: > 2x média 12 2 3 0
PRETO: acima da
6 8 6 0
média
VERMELHO:
1 10 9 18
abaixo da média
NÃO PRODUZ 2 2 3 3
FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA - 2008

Vê-se que após a comercialização da produção, o grupo de


alta eficiência melhora ainda mais a sua posição relativa,
ficando os grupos de médias e baixas eficiências ainda
piores.

Como traduzir isto em termos simples? Bem, a análise dos


índices de eficiência da produção desagregada demonstra que
as unidades de catadores do grupo de alta eficiência não
apenas consegue uma produtividade física muito maior do que a
média, mas que – no processo de comercialização – obtém
vantagens adicionais.

No outro extremo, as unidades de baixa produtividade não


apenas têm baixo índice de eficiência na produção física de
materiais, como perdem duplamente no processo de
comercialização.

A FIGURA 3.4 apresenta os valores comparados das


eficiências econômicas por categorias de materiais, nos
quatro grupos de eficiência – nos quais foram agregadas as
unidades de catadores da Região Metropolitana do Rio de
Janeiro.
35

FIGURA 3.4: COMPARATIVO DAS EFICIÊNCIAS ECONÔMICAS NOS TOTAIS COMERCIALIZADOS (R$/Cat)

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA - 2008


36

3.5. ANÁLISE DA EFICIÊNCIA DE MERCADO NA PRODUÇÃO DE


MATERIAIS RECICLÁVEIS: DETALHAMENTO POR PRODUTOS

Com base nos resultados das seções anteriores,


sumarizamos assim: as unidades de catadores de alta
eficiência tendem a ser fisicamente eficientes de forma
ampla, em toda uma gama de materiais recicláveis distintos.

As unidades de catadores de médias e baixas eficiências


parecem até obter um desempenho razoável – do ponto de vista
da produtividade física, em geral com baixos índices de
capitalização – mas perdem boa parte desses ganhos de
eficiência no processo de comercialização – o que leva a
índices de eficiência econômica inferiores.

No outro extremo, as unidades de catadores de baixíssima


eficiência perdem duplamente: apresentam baixos índices
gerais de produtividade física – pela evidente
descapitalização de seu processo de produção -- e perdem
ainda mais no processo de comercialização.

Faz-se necessária a introdução de um conceito adicional:


a eficiência de mercado. A eficiência de mercado, tem
justamente a haver com a capacidade da unidade de catadores
de obter melhores valores pelas mesmas quantidades do mesmo
material reciclável. A eficiência de mercado é expressa pelo
preço médio obtido por cada material reciclável na etapa da
comercialização.

A eficiência de mercado representa a capacidade da


unidade de catadores em colocar os seus produtos recicláveis
de forma vantajosa no mercado. Pouco adianta um volume per
capita de coleta elevado, se não existe escala para fazer
frente ao intermediário9, ou se os canais de comercialização
estão obstruídos por questões estruturais como logística e
transporte.

Os índices de eficiência de mercado, nada mais são do que


a razão entre os índices de eficiência econômica e os índices
de eficiência física10. Assim definido, este índice tem um

9
Estamos genericamente chamando de “intermediários” a uma não rara estrutura de comercialização em
forma de pirâmide, voltada à apropriação de parte do excedente diferencial gerado na cadeia da reciclagem.
10
É evidente que o mesmo valor seria obtido pela simples divisão entre o montante obtida pela
comercialização da produção em reais pelo valor da produção física em Kg.
37

sabor de “preço médio”, embora na maioria das vezes não o


seja, por tratarem-se de agregados de materiais diferentes.

O QUADRO 3.12 descreve as eficiências de mercado médias


nos diversos grupos de eficiência, segmentadas por categorias
de materiais.

Da mesma forma, os valores médios das eficiências de


mercado para cada categoria de materiais estão apresentados
na última coluna. Nas demais colunas – comparativamente aos
valores da média – aparecem em vermelho os valores abaixo da
média; em preto os valores acima da média; e em azul os
valores que sejam pelo menos o dobro da média.

QUADRO 3.12: EFICIÊNCIAS DE MERCADO POR MATERIAIS (R$/Kg)

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA - 2008


38

O QUADRO 3.13 sumariza o número de ocorrências de cada


nível de eficiência de mercado das categorias de materiais,
em cada grupo de eficiência.

QUADRO 3.13: QUADRO DE EFICIÊNCIAS DE MERCADO RELATIVAS


Alta Média Baixa Baixíssima
R$ por Kg Eficiência Eficiência Eficiência Eficiência
de Mercado de Mercado de Mercado de Mercado
AZUL: > 2x média 0 0 0 0
PRETO: acima da
14 7 8 6
média
VERMELHO:
5 11 10 12
abaixo da média
NÃO PRODUZ 2 2 3 3
FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA - 2008

Nota-se que as unidades de catadores do grupo de alta


eficiência vendem 14 das 21 categorias de materiais que
produz (67%) a preços acima da média; cifra atingida por,
respectivamente 7, 8 e 6 das 21 categorias de materiais das
unidades de média, baixa e baixíssima eficiências --
correspondentes a (33%), (38%) e (29%).

Mais incisivo ainda: nenhum grupo de eficiência consegue


comercializar os seus produtos por valores superiores ao
dobro da média – privilégio esse ainda monopolizado, no Rio
de Janeiro, pelos intermediários existentes no mercado de
produtos recicláveis.

Compreende-se assim, que uma elevada eficiência na


produtividade física é necessária, mas não suficiente para
garantir uma elevada eficiência na produtividade econômica.

Pode-se dizer que a eficiência econômica é o produto da


eficiência física pela eficiência de mercado11. E esta última
só é adquirida com volume de produção, logística, transporte,
instalações e equipamentos adequados – o que apenas uma
minoria das unidades de catadores de materiais recicláveis a
Região Metropolitana do Rio de Janeiro dispõe hoje.

11
Na verdade, por definição: (eficiência econômica) = (eficiência física) x (eficiência de mercado).
39

A FIGURA 3.5 apresenta os valores comparados das


eficiências de mercado por categorias de materiais, nos
quatro grupos de eficiência – nos quais foram agregadas as
unidades de catadores da Região Metropolitana do Rio de
Janeiro.
41

FIGURA 3.5: COMPARATIVO DAS EFICIÊNCIAS DE MERCADO NOS TOTAIS COMERCIALIZADOS (R$/Kg)

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA - 2008


42

3.6. SUMÁRIO DOS GRUPOS DE EFICIÊNCIA

Cumpre-se assim, o objetivo desta Seção: o de demonstrar


que as unidades de catadores de materiais recicláveis são
operacionalmente muito diferentes, e que o principal fator
que as diferencia não é o seu tamanho, seu número de
catadores, ou a sua localização espacial.

De fato, o que foi demonstrado nesta seção é que a


eficiência é o fator que gera essas importantes diferenças.
Os conceitos de eficiência física, eficiência econômica e
eficiência de mercado foram apresentados, analisados e
testados – e corroboraram o seu papel segmentador.

O QUADRO 3.14 sumariza os resultados para os quatro


grupos de eficiência nas unidades de catadores de materiais
recicláveis na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

QUADRO 3.14: MÉDIAS DOS GRUPOS DE EFICIÊNCIA

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA - 2008


43

4. OS ENTREPOSTOS DA REDE CATA RIO: COMPOSIÇÃO E LOCALIZAÇÃO

4.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Antes de proceder à análise propositiva, faz-se


necessária uma observação importante: o tema central deste
trabalho refere-se à constituição de uma Rede de
Comercialização Conjunta e de Transformação de Materiais
Recicláveis, a REDE CATA RIO. Concentra-se – através da
ordenação logística e espacial -- em procurar agregação de
unidades de catadores de maneira a obter volumes, escalas e
qualidades que permitam o incremento das eficiências de
mercado conjuntas – de início no seio de cada Entreposto, e
depois no âmbito de toda a Central.

Com a elevação das eficiências de mercado – através da


Rede de Comercialização Conjunta -- obviamente surgirá um
acréscimo nas eficiências econômicas! E esses incrementos nas
eficiências econômicas são os resultados mais expressivos que
a implementação dos Entrepostos e da Central da Rede Cata Rio
vão demonstrar. E todas as unidades de catadores da Região
Metropolitana do Rio de Janeiro que aderirem à Rede devem ser
beneficiadas.

Entretanto, cabe lembrar que as eficiências econômicas


são diretamente atingidas pelas variadas eficiências físicas
hoje existentes nas unidades de catadores. Essas eficiências
físicas só podem ser aumentadas através do aumento de
organização e capitalização em instalações e equipamentos
dessas unidades – fator que o presente trabalho NÃO TRATA,
especificamente12.

Embora seja evidente que investimentos adicionais sejam


necessários em consideráveis montantes para a efetiva
elevação das eficiências físicas médias das unidades de
catadores da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, nenhuma
consideração conjunta desses investimentos será aqui tratada.
Os investimentos aqui propostos referem-se à implementação
das infra-estruturas dos Galpões dos Entrepostos e à
viabilização da Central CATA RIO -- tratando apenas
pontualmente de investimentos em equipamentos em unidades
específicas ligadas a esses Entrepostos.

12
A questão da capitalização das unidades de catadores de materiais recicláveis foi explicitamente
considerada em um trabalho anterior, que serviu de referência para a criação da linha do BNDES de
financiamentos a fundos-perdidos beneficiando essas unidades. Favor Cf. op. cit.
44

4.2. ASPECTOS ESTRATÉGICOS SOBRE OS ENTREPOSTOS E A CENTRAL


CATA RIO

É necessário ressaltar que as análises de eficiências até


aqui apresentadas NÃO PODEM ser os únicos critérios para a
determinação das composições e das localizações dos
Entrepostos e da Central da Rede Cata Rio.

Os aspectos logísticos e a necessidade de obtenção de


volume, escala e qualidade são decisivos na correta alocação
das unidades visando o bem sucedido estabelecimento de uma
Rede de Comercialização de Materiais Recicláveis na Região
Metropolitana do Rio de Janeiro.

Por outro lado, uma visão perspectiva mais ampla é


necessária -- a partir de considerações estratégicas de médio
e de longo prazos – decorrentes da implantação do COMPERJ, o
Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro em Itaboraí. Diante
da discussão do Plano Diretor do COMPERJ, explicita-se o seu
caráter decisivo na transformação e agregação de valor aos
derivados do refino do petróleo resultantes das explorações
já existentes – e das recentes divulgações das chamadas
reservas do pré-sal.

Nessa perspectiva mais ampla – do ponto de vista regional


– e mais extensa – do ponto de vista temporal – a
implementação da Rede Cata Rio revela a sua oportunidade
estratégica de forma mais decisiva! A reciclagem de materiais
-- em particular os petroquímicos -- ensejará economias de
escala, de recursos e de energia; promoverá a inclusão social
em escala considerável; e encorajará práticas ambientalmente
mais eficientes -- não apenas na Região Metropolitana, mas em
todo o Estado do Rio de Janeiro e regiões adjacentes.

Foi com essa perspectiva estratégica mais ampla que as


considerações logísticas foram efetuadas, assim como a
determinação das localizações e composições dos Entrepostos
da Rede Cata Rio.

Vale ressaltar que durante a realização do presente


trabalho foram colocados à disposição da Rede de
Comercialização das unidades de catadores, ora em gestação,
TRÊS galpões já existentes: um galpão na região das docas do
porto do Rio de Janeiro; um galpão na região norte do Rio de
Janeiro, entre a Ilha do Governador e Duque de Caxias; e um
45

terceiro galpão no município de Itaboraí. Assim, a


localização física de três Entrepostos foi condicionada à
disponibilidade prévia das instalações existentes.

Este fato auspicioso, por um lado reduz consideravelmente


os custos de implantação da REDE, ao mesmo tempo em que torna
o seu processo de implementação mais imediato.

Por outro lado, restringe espacialmente as contingências


logísticas, criando a necessidade estratégica da criação de
um outro Entreposto ao longo da rodovia Presidente Dutra, nas
proximidades de Belfort Roxo, Mesquita ou Nilópolis.

Após essas considerações, são aqui propostos QUATRO


ENTREPOSTOS, para a REDE CATA RIO assim descritos:

A) ENTREPOSTO DAS DOCAS: Este Entreposto será


fisicamente situado em galpão existente do armazém
das docas do porto do Rio de Janeiro, na Avenida
Rodrigues Alves. Sua composição compreende as
unidades de catadores existentes no Centro; dos
bairros ao longo da Av. Getúlio Vargas; e de toda
a Região Sul até o início da Barra da Tijuca, ao
redor da Lagoa do Joá. Os seus acessos serão
efetuados pelos túneis Dois Irmãos, Santa Bárbara
e Rebouças; Elevado Paulo de Frontim e Estrada
Lagoa-Barra; Avenida Beira-Mar, Avenida Francisco
Otaviano, e início da Av. Brasil; além de outras
artérias.
B) ENTREPOSTO NORTE: Este Entreposto – aqui
preliminarmente chamado de NORTE por falta de nome
mais adequado – será fisicamente situado em galpão
existente disponibilizado na rua do Alho, ao norte
da entrada da Ilha do Governador, nas proximidades
de Duque de Caxias. Sua composição compreende as
unidades de catadores existentes nas imediações;
ao longo da Linha Vermelha; ao longo da linha
Amarela, inclusive trechos da Barra da Tijuca,
Taquara, Vargem Grande e Vargem Pequena; e as
unidades situadas ao longo da rodovia Washington
Luís; além de outras artérias. A inclusão das
unidades situadas ao sul – viabilizada pela Linha
Amarela tornou-se logisticamente necessária pela
inexistência de escala produtiva nessas unidades
que justificasse a criação de um Entreposto
adicional.
46

C) ENTREPOSTO DUTRA: Este Entreposto deve ser


fisicamente situado ao longo da rodovia Presidente
Dutra -- em terreno e galpão ainda não disponíveis
– nas imediações dos municípios de Belfort Roxo,
Mesquita ou Nilópolis. Entretanto a sua
importância estratégica não pode ser desprezada:
servirá futuramente de eixo de recepção de
produtos provenientes da BR-116 e da BR-101 SUL,
além dos subúrbios mais distantes a sudoeste da
cidade do Rio de Janeiro. Eventualmente pode ainda
ser importante na destinação da reciclagem de
produtos não-petroquímicos de toda a REDE CATA RIO
(Vidro, Papéis e Papelão; Metais) junto a
indústrias com preços mais favoráveis no eixo Rio-
São Paulo. Os custos de sua implementação devem
ser amplamente compensados pela sua localização
estratégica! Sua composição inicial compreende as
unidades de catadores situadas nas imediações da
rodovia Presidente Dutra, inclusive Nova Iguaçu,
Queimados, Seropédica e Paracambi; ao longo da Av.
Brasil, até Bangu, Santíssimo, Itaguaí e Campo
Grande.
D) NÚCLEO DO ENTREPOSTO DE ITABORAÍ: Este Entreposto
será fisicamente situado em galpão existente no
município de Itaboraí. Aqui, fala-se em NÚCLEO
porque o número de unidades de catadores
pesquisadas na amostra da Região Metropolitana do
Rio de Janeiro a ele ligadas é ainda reduzido. A
incorporação de unidades de catadores situadas
fora da Região Metropolitana do Rio de Janeiro
deve dar ao Entreposto os volumes e as escalas
necessárias para o seu efetivo desempenho. A
presença de um Entreposto no município de Itaboraí
é estratégica por duas razões: a) a proximidade
com a Central de Comercialização e de
Transformação a ser localizada nas imediações do
COMPERJ, também no município de Itaboraí; b) a sua
localização privilegiada, do ponto de vista
logístico, para servir de eixo de integração com
as unidades do fundo da Baía da Guanabara; da
Região Serrana; da Região dos Lagos; e das
unidades dos municípios ao longo da BR-101 Norte.
Sua composição inicial será constituída pelas
unidades de catadores de Niterói, São Gonçalo e
Magé – devendo ser ampliada após estudos
adicionais em 2009, que permitam avaliar mais
47

adequadamente as unidades adicionais da região


mais ampla a serem fortalecidas e agregadas.

A criação física da CENTRAL CATA RIO de Comercialização


Conjunta e Transformação nas imediações do COMPERJ, no
município de Itaboraí, deve ser precedida pela constituição
administrativa formal de sua operação, de forma a tornar o
processo de implementação eficiente e racional.

Em termos esquemáticos preliminares, a REDE CATA RIO é


apresentada na FIGURA 4.1. Nessa figura podem ser vistos os
quatro Entrepostos acima descritos; a Central (representada
por uma estrela); e futuros Entrepostos hipotéticos que
eventualmente favoreçam a expansão da Rede.

FIGURA 4.1: LOGÍSTICA ESQUEMÁTICA SIMPLIFICADA DA


REDE CATA RIO
48

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA - 2008

Nas seções seguintes serão apresentadas as propostas para


os Entrepostos acima descritos sumariamente.

4.3. O ENTREPOSTO DAS DOCAS

Como mencionado na Seção 4.2, esse Entreposto será


fisicamente situado em galpão existente do armazém das docas
do porto do Rio de Janeiro, na Avenida Rodrigues Alves. Sua
composição compreende as unidades de catadores existentes no
Centro; dos bairros ao longo da Av. Getúlio Vargas; e de toda
a Região Sul até o início da Barra da Tijuca, ao redor da
Lagoa do Joá. Os seus acessos serão efetuados pelos túneis
Dois Irmãos, Santa Bárbara e Rebouças; Elevado Paulo de
Frontim e Estrada Lagoa-Barra; Avenida Beira-Mar, Avenida
Francisco Otaviano, e início da Av. Brasil; além de outras
artérias.

O QUADRO 4.1 apresenta a composição das onze unidades de


catadores correspondentes a esse Entreposto. Notar que,
novamente, aqui foi seguida a convenção de cores
anteriormente apresentada onde:

AZUL : As unidades possuem altas eficiências combinadas.


VERDE : As unidades possuem médias eficiências
combinadas.
AMARELO : As unidades possuem baixas eficiências
Combinadas (não presente neste Entreposto)
ROSA : As unidades possuem baixíssimas eficiências
combinadas.
49

QUADRO 4.1: ENTREPOSTO DAS DOCAS: COMPOSIÇÃO

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA - 2008

A FIGURA 4.2 apresenta essas unidades de catadores geo-


referenciadas no Google Earth, assim como a localização do
ENTREPOSTO DAS DOCAS. Notar que a cor rosa foi substituída no
geo-referenciamento pela cor vermelha, de mais fácil
visualização.

FIGURA 4.2: ENTREPOSTO DAS DOCAS: LOCALIZAÇÃO

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA - 2008


50

O QUADRO 4.2 apresenta as mesmas unidades de catadores


ligadas ao ENTREPOSTO DAS DOCAS e as entidades a que são
respectivamente ligadas:

QUADRO 4.2: ENTREPOSTO DAS DOCAS: ENTIDADES

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA - 2008

Os QUADROS 4.3 e 4.4 apresentam os volumes gravimétricos


da produção física bruta mensal (em Kg) – desagregados pelas
21 categorias de materiais para as onze unidades de catadores
de materiais recicláveis alocadas ao ENTREPOSTO DAS DOCAS.

Os QUADROS 4.5 e 4.6 apresentam os valores das receitas


mensais obtidas pela venda dos materiais recicláveis (em R$)–
também desagregada pelas 21 categorias de materiais para
essas mesmas unidades.
51

QUADRO 4.3: ENTREPOSTO DAS DOCAS: PRODUÇÃO FÍSICA DE MATERIAIS (Kg) – 1 de 2

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA - 2008


52

QUADRO 4.4: ENTREPOSTO DAS DOCAS: PRODUÇÃO FÍSICA DE MATERIAIS (Kg) – 2 de 2

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA - 2008


53

QUADRO 4.5: ENTREPOSTO DAS DOCAS: RECEITAS DESAGREGADAS POR MATERIAIS (R$) – 1 de 2

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA - 2008


54

QUADRO 4.6: ENTREPOSTO DAS DOCAS: RECEITAS DESAGREGADAS POR MATERIAIS (R$) – 2 de 2

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA - 2008


55

A inclusão adicional das unidades de catadores de


materiais recicláveis pertencentes ao Universo amostral não-
pesquisado, permite a visualização mais amplificada da área
de influência do ENTREPOSTO DAS DOCAS.

O QUADRO 4.7 apresenta a relação completa das unidades


alocadas a esse Entreposto. Com a adição dessas sete
unidades, o número total de unidades passa de onze para
dezoito. Entretanto, os valores utilizados para caracterizar
o Entreposto continuam a ser referenciados apenas às unidades
pertencentes ao Universo amostral pesquisado.

Para evitar quaisquer alusões às suas respectivas


produtividades e eficiências, optou-se por apresentá-las com
a cor LARANJA.

QUADRO 4.7: ENTREPOSTO DAS DOCAS COMPLETO: COMPOSIÇÃO

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA - 2008

O QUADRO 4.8 apresenta, em ordem alfabética, as unidades


de catadores do ENTREPOSTO DAS DOCAS completo, identificadas
56

por seus nomes. Observar que, novamente, as unidades não-


amostradas aparecem com sombra laranja.

QUADRO 4.8: ENTREPOSTO DAS DOCAS COMPLETO: UNIDADES

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA - 2008

A FIGURA 4.3 apresenta as unidades de catadores ligadas


ao ENTREPOSTO DAS DOCAS completo, com o respectivo geo-
referenciamento das unidades pesquisadas, e das unidades não-
pesquisadas. Essas últimas também aqui aparecem em cor
LARANJA.
57

FIGURA 4.3: ENTREPOSTO DAS DOCAS COMPLETO: LOCALIZAÇÃO

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA - 2008


58

4.4. O ENTREPOSTO NORTE

Como mencionado na Seção 4.2, este Entreposto – aqui


preliminarmente chamado de NORTE por falta de nome mais
adequado – será fisicamente situado em galpão existente
disponibilizado na rua do Alho, ao norte da entrada da Ilha
do Governador, nas proximidades de Duque de Caxias.

Sua composição compreende as unidades de catadores


existentes nas imediações; ao longo da Linha Vermelha; ao
longo da linha Amarela, inclusive trechos da Barra da Tijuca,
Taquara, Vargem Grande e Vargem Pequena; e as unidades
situadas ao longo da rodovia Washington Luís; além de outras
artérias.

A inclusão das unidades situadas ao sul – viabilizada


pela Linha Amarela tornou-se logisticamente necessária pela
inexistência de escala produtiva nessas unidades que
justificasse a criação de um Entreposto adicional.

O QUADRO 4.9 apresenta a composição das doze unidades de


catadores correspondentes a esse Entreposto. Notar que,
novamente, aqui foi seguida a convenção de cores
anteriormente apresentada onde:

AZUL : As unidades possuem altas eficiências combinadas.


VERDE : As unidades possuem médias eficiências
combinadas.
AMARELO : As unidades possuem baixas eficiências
combinadas.
ROSA : As unidades possuem baixíssimas eficiências
combinadas.
59

QUADRO 4.9: ENTREPOSTO NORTE: COMPOSIÇÃO

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA - 2008

A FIGURA 4.4 apresenta essas unidades de catadores geo-


referenciadas no Google Earth, assim como a localização do
ENTREPOSTO NORTE. Notar que aqui também a cor rosa foi
substituída no geo-referenciamento pela cor vermelha, de mais
fácil visualização.
60

FIGURA 4.4: ENTREPOSTO NORTE: LOCALIZAÇÃO

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA - 2008

O QUADRO 4.10 apresenta as mesmas unidades de catadores


ligadas ao ENTREPOSTO NORTE e as entidades a que são
respectivamente ligadas:
61

QUADRO 4.10: ENTREPOSTO NORTE: ENTIDADES

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA - 2008

Os QUADROS 4.11 e 4.12 apresentam os volumes


gravimétricos da produção física bruta mensal (em Kg) –
desagregados pelas 21 categorias de materiais para as doze
unidades de catadores de materiais recicláveis alocadas ao
ENTREPOSTO NORTE.

Os QUADROS 4.13 e 4.14 apresentam os valores das receitas


mensais obtidas pela venda dos materiais recicláveis (em R$)–
também desagregada pelas 21 categorias de materiais para
essas mesmas unidades.
63

QUADRO 4.11: ENTREPOSTO NORTE: PRODUÇÃO FÍSICA DE MATERIAIS (Kg) – 1 de 2

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA - 2008


64

QUADRO 4.12: ENTREPOSTO NORTE: PRODUÇÃO FÍSICA DE MATERIAIS (Kg) – 2 de 2

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA - 2008


65

QUADRO 4.13: ENTREPOSTO NORTE: RECEITAS DESAGREGADAS POR MATERIAIS (R$) – 1 de 2

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA - 2008


66

QUADRO 4.14: ENTREPOSTO NORTE: RECEITAS DESAGREGADAS POR MATERIAIS (R$) – 2 de 2

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA - 2008


67

A inclusão adicional das unidades de catadores de


materiais recicláveis pertencentes ao Universo amostral não-
pesquisado, permite a visualização mais amplificada da área
de influência do ENTREPOSTO NORTE.

O QUADRO 4.15 apresenta a relação completa das unidades


alocadas a esse Entreposto. Com a adição dessas vinte e uma
unidades, o número total de unidades passa de doze para
trinta e três. Entretanto, os valores utilizados para
caracterizar o Entreposto continuam a ser referenciados
apenas às unidades pertencentes ao Universo amostral
pesquisado.

Para evitar quaisquer alusões às suas respectivas


produtividades e eficiências, novamente optou-se por
apresentá-las com a cor LARANJA.
68

QUADRO 4.15: ENTREPOSTO NORTE COMPLETO: COMPOSIÇÃO

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA - 2008

O QUADRO 4.16 apresenta, em ordem alfabética, as unidades


de catadores do ENTREPOSTO NORTE completo, identificadas por
seus nomes. Observar que, novamente, as unidades não-
amostradas aparecem com sombra laranja.
69

QUADRO 4.16: ENTREPOSTO NORTE COMPLETO: UNIDADES

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA - 2008


70

A FIGURA 4.5 apresenta as unidades de catadores ligadas


ao ENTREPOSTO NORTE completo, com o respectivo geo-
referenciamento das unidades pesquisadas, e das unidades não-
pesquisadas. Essas últimas também aqui aparecem em cor
LARANJA. Observar que para facilitar o enquadramento o Norte
magnético foi inclinado cerca de 45o à esquerda.

FIGURA 4.5: ENTREPOSTO NORTE COMPLETO: LOCALIZAÇÃO

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA - 2008

Adicionalmente são apresentados mais dois detalhamentos


das posições geo-referenciadas das unidades de catadores
componentes do ENTREPOSTO NORTE. A FIGURA 4.6 possibilita uma
visão mais próxima das unidades nas vizinhanças do galpão do
Entreposto. A FIGURA 4.7 explicita as unidades de catadores
que estarão ligadas ao ENTREPOSTO NORTE através da LINHA
AMARELA.
71

FIGURA 4.6: ENTREPOSTO NORTE COMPLETO: VIZINHANÇAS

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA - 2008


72

FIGURA 4.7: ENTREPOSTO NORTE COMPLETO: LINHA AMARELA

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA - 2008


73

4.5. O ENTREPOSTO DUTRA

Como mencionado na Seção 4.2, esse Entreposto deve ser


fisicamente situado ao longo da rodovia Presidente Dutra --
em terreno e galpão ainda não disponíveis – nas imediações
dos municípios de Belfort Roxo, Mesquita ou Nilópolis.

Entretanto a sua importância estratégica não pode ser


desprezada: servirá futuramente de eixo de recepção de
produtos provenientes da BR-116 e da BR-101 SUL, além dos
subúrbios mais distantes a sudoeste da cidade do Rio de
Janeiro.

Eventualmente pode ainda ser importante na destinação da


reciclagem de produtos não-petroquímicos de toda a REDE CATA
RIO (Vidro, Papéis e Papelão; Metais) junto a indústrias com
preços mais favoráveis no eixo Rio-São Paulo.

Os custos de sua implementação devem ser amplamente


compensados pela sua localização estratégica! Sua composição
inicial compreende as unidades de catadores situadas nas
imediações da rodovia Presidente Dutra, inclusive Belfort
Roxo, Mesquita, Nilópolis, Nova Iguaçu, Queimados, Seropédica
e Paracambi; e ao longo da Av. Brasil, até Bangu, Santíssimo,
Itaguaí e Campo Grande.

O QUADRO 4.17 apresenta a composição das oito unidades de


catadores correspondentes a esse Entreposto. Notar que,
novamente, aqui foi seguida a convenção de cores
anteriormente apresentada onde:

AZUL : As unidades possuem altas eficiências combinadas


(não presente neste Entreposto).
VERDE : As unidades possuem médias eficiências
combinadas.
AMARELO : As unidades possuem baixas eficiências
combinadas.
ROSA : As unidades possuem baixíssimas eficiências
combinadas.
74

QUADRO 4.17: ENTREPOSTO DUTRA: COMPOSIÇÃO

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA - 2008

A FIGURA 4.8 apresenta essas unidades de catadores geo-


referenciadas no Google Earth, assim como a localização
aproximada desejável do galpão do ENTREPOSTO DUTRA. Notar que
aqui também a cor rosa foi substituída no geo-referenciamento
pela cor vermelha, de mais fácil visualização.
75

FIGURA 4.8: ENTREPOSTO DUTRA: LOCALIZAÇÃO

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA - 2008

O QUADRO 4.18 apresenta as mesmas unidades de catadores


ligadas ao ENTREPOSTO DUTRA e as entidades a que são
respectivamente ligadas:

QUADRO 4.18: ENTREPOSTO DUTRA: ENTIDADES

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA - 2008


76

Os QUADROS 4.19 e 4.20 apresentam os volumes


gravimétricos da produção física bruta mensal (em Kg) –
desagregados pelas 21 categorias de materiais para as oito
unidades de catadores de materiais recicláveis alocadas ao
ENTREPOSTO DUTRA.

Os QUADROS 4.21 e 4.22 apresentam os valores das receitas


mensais obtidas pela venda dos materiais recicláveis (em R$)–
também desagregada pelas 21 categorias de materiais para
essas mesmas unidades.
77

QUADRO 4.19: ENTREPOSTO DUTRA: PRODUÇÃO FÍSICA DE MATERIAIS (Kg) – 1 de 2

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008


78

QUADRO 4.20: ENTREPOSTO DUTRA: PRODUÇÃO FÍSICA DE MATERIAIS (Kg) – 2 de 2

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008


79

QUADRO 4.21: ENTREPOSTO DUTRA: RECEITAS DESAGREGADAS POR MATERIAIS (R$) – 1 de 2

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008


80

QUADRO 4.22: ENTREPOSTO DUTRA: RECEITAS DESAGREGADAS POR MATERIAIS (R$) – 2 de 2

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008


81

A inclusão adicional das unidades de catadores de


materiais recicláveis pertencentes ao Universo amostral não-
pesquisado, permite a visualização mais amplificada da área
de influência do ENTREPOSTO DUTRA.

O QUADRO 4.23 apresenta a relação completa das unidades


alocadas a esse Entreposto. Com a adição dessas treze
unidades, o número total de unidades passa de oito para vinte
e um. Entretanto, os valores utilizados para caracterizar o
Entreposto continuam a ser referenciados apenas às unidades
pertencentes ao Universo amostral pesquisado.

Para evitar quaisquer alusões às suas respectivas


produtividades e eficiências, novamente optou-se por
apresentá-las com a cor LARANJA.

QUADRO 4.23: ENTREPOSTO DUTRA COMPLETO: COMPOSIÇÃO

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008


82

O QUADRO 4.24 apresenta, em ordem alfabética, as unidades


de catadores do ENTREPOSTO NORTE completo, identificadas por
seus nomes. Observar que, novamente, as unidades não-
amostradas aparecem com sombra laranja.

QUADRO 4.24: ENTREPOSTO DUTRA COMPLETO: COMPOSIÇÃO

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008


83

A FIGURA 4.9 apresenta as unidades de catadores ligadas


ao ENTREPOSTO DUTRA completo, com o respectivo geo-
referenciamento das unidades pesquisadas, e das unidades não-
pesquisadas. Essas últimas também aqui aparecem em cor
LARANJA. Observar que para facilitar o enquadramento o Norte
magnético foi novamente inclinado cerca de 45o à esquerda.
FIGURA 4.9: ENTREPOSTO DUTRA COMPLETO: LOCALIZAÇÃO

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008

As FIGURAS 4.10 e 4.11 fornecem perspectivas regionais


mais amplas que explicitam a importância logística e
estratégica do ENTREPOSTO DUTRA. Nessas figuras percebe-se o
papel futuro que esse Entreposto poderá desempenhar ao
articular o encaminhamento de materiais recicláveis de
unidades de catadores regionalmente dispostas. Ao Norte da
via Dutra, nos municípios de Vassouras e Barra do Piraí e
arredores; ao longo da via Dutra, Volta Redonda, Barra Mansa
e Resende; ao Sul, via BR-101 SUL e sua junção à via Dutra,
Mangaratiba, Angra dos Reis e Parati.

O pleno funcionamento do ENTREPOSTO DUTRA permitirá


adicionalmente que ele funcione como estação de transbordo
para a eficiente destinação de materiais diferentes –
particularmente não-petroquímicos – para reciclagem
industrial no eixo Rio-São Paulo. Por outro lado -- se seu
84

porte e eficiência eventualmente comportarem – poderá também


se converter em nó de adensamento de materiais petroquímicos
recicláveis destinados à CENTRAL CATA RIO em Itaboraí, via
Dutra, trecho da Avenida Brasil, Ponte Rio-Niterói e BR-101-
NORTE.

FIGURA 4.10: ENTREPOSTO DUTRA COMPLETO: PERSPECTIVA REGIONAL

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008


85

FIGURA 4.11: ENTREPOSTO DUTRA COMPLETO: PERSPECTIVA REGIONAL


AMPLIADA

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008


86

4.6. O NÚCLEO DO ENTREPOSTO DE ITABORAÍ

Como mencionado na Seção 4.2, esse Entreposto será


fisicamente situado em galpão existente no município de
Itaboraí.

Aqui, fala-se em NÚCLEO porque o número de unidades de


catadores pesquisadas na amostra da Região Metropolitana do
Rio de Janeiro a ele ligadas é ainda reduzido. A incorporação
de unidades de catadores situadas fora da Região
Metropolitana do Rio de Janeiro deve dar ao Entreposto os
volumes e as escalas necessárias para o seu efetivo
desempenho.

A presença de um Entreposto no município de Itaboraí é


estratégica por duas razões:

a) a proximidade com a Central de Comercialização e


de Transformação a ser localizada nas imediações
do COMPERJ, também no município de Itaboraí;
b) a sua localização privilegiada, do ponto de vista
logístico, para servir de eixo de integração com
as unidades do fundo da Baía da Guanabara; da
Região Serrana; da Região dos Lagos; e das
unidades dos municípios ao longo da BR-101 Norte.

A sua composição inicial será constituída pelas unidades


de catadores de Niterói, São Gonçalo e Magé – devendo ser
ampliada após estudos adicionais em 2009, que permitam
avaliar mais adequadamente as unidades adicionais da região
mais ampla a serem fortalecidas e agregadas.

O QUADRO 4.25 apresenta a composição das duas unidades de


catadores correspondentes ao Núcleo do Entreposto de
Itaboraí. Notar que, novamente, aqui foi seguida a convenção
de cores anteriormente apresentada onde:

AZUL : As unidades possuem altas eficiências combinadas


(não presentes neste Entreposto).
VERDE : As unidades possuem médias eficiências
combinadas.
AMARELO : As unidades possuem baixas eficiências
combinadas.
ROSA : As unidades possuem baixíssimas eficiências
Combinadas (não presentes neste Entreposto).
87

QUADRO 4.25: NÚCLEO DO ENTREPOSTO DE ITABORAÍ: COMPOSIÇÃO

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008

A FIGURA 4.12 apresenta essas unidades de catadores geo-


referenciadas no Google Earth, assim como a localização do
galpão do NÚCLEO DO ENTREPOSTO DE ITABORAÍ.

FIGURA 4.12: NÚCLEO DO ENTREPOSTO DE ITABORAÍ: LOCALIZAÇÃO

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008

O QUADRO 4.26 apresenta as mesmas unidades de catadores


ligadas ao NÚCLEO DO ENTREPOSTO DE ITABORAÍ e as entidades a
que são respectivamente ligadas:
88

QUADRO 4.26: NÚCLEO DO ENTREPOSTO DE ITABORAÍ: ENTIDADES

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008

O QUADRO 4.27 apresenta os volumes gravimétricos da


produção física bruta mensal (em Kg) – desagregados pelas 21
categorias de materiais para as duas unidades de catadores de
materiais recicláveis alocadas ao NÚCLEO DO ENTREPOSTO DE
ITABORAÍ.

O QUADRO 4.28 apresenta os valores das receitas mensais


obtidas pela venda dos materiais recicláveis (em R$)– também
desagregada pelas 21 categorias de materiais para essas
mesmas unidades.
89

QUADRO 4.27: NÚCLEO DO ENTREPOSTO DE ITABORAÍ: PRODUÇÃO


FÍSICA DE MATERIAIS (Kg)

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008


90

QUADRO 4.28: NÚCLEO DO ENTREPOSTO DE ITABORAÍ: RECEITAS


DESAGREGADAS POR MATERIAIS (R$)

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008

A inclusão adicional das unidades de catadores de


materiais recicláveis pertencentes ao Universo amostral não-
pesquisado, permite a visualização mais amplificada da área
de influência do NÚCLEO DO ENTREPOSTO DE ITABORAÍ.

O QUADRO 4.29 apresenta a relação completa das unidades


alocadas a esse Entreposto. Com a adição dessas três
unidades, o número total inicial de unidades passa de duas
para cinco. Entretanto, os valores utilizados para
91

caracterizar o Entreposto continuam a ser referenciados


apenas às unidades pertencentes ao Universo amostral
pesquisado.

QUADRO 4.29: NÚCLEO INICIAL DO ENTREPOSTO DE ITABORAÍ


COMPLETO: COMPOSIÇÃO

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008

O QUADRO 4.30 apresenta, em ordem alfabética, as unidades


de catadores do NÚCLEO DO ENTREPOSTO DE ITABORAÍ completo,
identificadas por seus nomes. Observar que, novamente, as
unidades não-amostradas aparecem com sombra laranja.

QUADRO 4.30: NÚCLEO INICIAL DO ENTREPOSTO DE ITABORAÍ


COMPLETO: UNIDADES

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008


92

A FIGURA 4.13 apresenta as unidades de catadores ligadas


ao NÚCLEO INICIAL DO ENTREPOSTO DE ITABORAÍ completo, com o
respectivo geo-referenciamento das unidades pesquisadas, e
das unidades não-pesquisadas. Essas últimas também aqui
aparecem em cor LARANJA. Observar que a figura também inclui
uma representação não geo-referenciada da CENTRAL CATA RIO,
em área desejavelmente próxima ao COMPERJ, no município de
Itaboraí.
93

FIGURA 4.13: NÚCLEO INICIAL DO ENTREPOSTO DE ITABORAÍ


COMPLETO: LOCALIZAÇÃO

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008

Durante o ano de 2009 deve ser executado um levantamento


e análise das unidades de catadores de materiais recicláveis
presentes na área de influência do NÚCLEO DO ENTREPOSTO DE
ITABORAÍ – fora da Região Metropolitana da cidade do Rio de
Janeiro -- de forma que o futuro ENTREPOSTO DE ITABORAÍ possa
ser devidamente composto.

Parece evidente que o ENTREPOSTO DE ITABORAÍ poderá jogar


um papel estratégico instrumental na logística e
racionalização dos fluxos de materiais recicláveis oriundos
de:

a) unidades situadas ao longo da BR-116 na região


serrana do estado do Rio de Janeiro, incluindo
Teresópolis, Guapimirim e chegando a Magé, no
fundo da Baía da Guanabara;
b) unidades na região serrana ao redor de Nova
Friburgo, Muri e Mauá, através da RJ-116;
c) unidades na região dos Lagos, desde Rio das
Ostras, até Maricá, passando por Araruama, Cabo
94

Frio, Búzios, São Pedro da Aldeia, Arraial do Cabo


e Saquarema.
d) Unidades do norte fluminense ao redor da BR-101
NORTE.

A FIGURA 4.14 apresenta uma visão possível do futuro


ENTREPOSTO DE ITABORAÍ, com a agregação de unidades
adicionais representadas em VIOLETA. A efetiva caracterização
dessas unidades, seus números e as eficiências de suas
atividades só serão de fato conhecidas ao término do
levantamento aqui proposto.

FIGURA 4.14: ENTREPOSTO DE ITABORAÍ COMPLETO: PERSPECTIVA


REGIONAL

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008

4.7. SUMÁRIO DOS QUATRO ENTREPOSTOS DA REDE CATA RIO

Nesta breve seção são apresentados os dados dos quatro


ENTREPOSTOS sugeridos neste estudo para a implantação da REDE
CATA RIO.

Os QUADROS 4.31 e 4.32, respectivamente, apresentam os


volumes gravimétricos da Produção (em Kg) e os valores das
95

Receitas (em R$) dos quatro Entrepostos, além de suas


totalizações. Essas tabelas são desagregadas nas 21
categorias de materiais recicláveis anteriormente
apresentadas.

O QUADRO 4.33, por sua vez, sumariza os dados globais de


cada ENTREPOSTO, lado a lado com suas respectivas
produtividades médias físicas e econômicas.

QUADRO 4.31: SUMÁRIO DOS 4 ENTREPOSTOS: PRODUÇÃO FÍSICA (Kg)

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008


96

QUADRO 4.32: SUMÁRIO DOS 4 ENTREPOSTOS: RECEITAS TOTAIS (R$)

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008

QUADRO 4.33: SUMÁRIO DOS 4 ENTREPOSTOS: PRODUTIVIDADES MÉDIAS

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008


97

5. ÁREAS DE INFLUÊNCIA DOS ENTREPOSTOS E PERSPECTIVAS DE


LOGÍSTICA DA REDE CATA RIO

5.1. CONSIDERAÇÕES INICIAIS

Após as proposições apresentadas nas seções anteriores,


faz-se oportuno discutir preliminarmente alguns aspectos
relacionados às áreas de influência dos Entrepostos e à
perspectiva da logística de curto e médio prazos da Rede Cata
Rio e sua CENTRAL.

Parte-se da seguinte constatação estratégica diacrônica:

a) Se, por um lado, a criação da REDE DE


COMERCIALIZAÇÃO CONJUNTA é, sem dúvida, um
mecanismo organizativo que potencializa em curto
prazo os rendimentos das unidades de catadores --
fortalecendo-as e contribuindo para a disseminação
de boas práticas administrativas e produtivas;
b) Por outro lado, as ações encaminhadas no presente
devem levar em consideração os focos estratégicos
de médio prazo – diante da implantação e operação
do COMPERJ. A presença do Complexo Petroquímico
viabilizará a plena capacidade da CENTRAL CATA RIO
-- então não mais apenas uma racionalizadora da
comercialização conjunta -- como o eixo da
transformação e pré-industrialização de parte
crescente dos materiais recicláveis recolhidos
pelas unidades de catadores associadas.

Nessa perspectiva, fica claro que as ações tomadas nos


anos de 2009 e 2010 serão não somente remediais, de curto
prazo, mas decisivas na estratégia de médio prazo. Os efeitos
de longo prazo estarão, sem dúvida, condicionados e
delimitados pelas opções e oportunidades que surgirem ao
longo do caminho nos próximos dez anos.

Cabe lembrar que existem alguns empecilhos formais,


legais e estruturais, cuja resolução pode alterar
profundamente alguns pontos de estrangulamento no quadro
logístico mais geral. Como exemplo citamos:

I) Hoje o transporte e o transbordo de materiais


recicláveis entre unidades seria essencialmente
executado através de caminhões trafegando por
98

ruas, avenidas e rodovias. Isto, de imediato


significa que o desempenho de uma Rede de
Comercialização Conjunta estará sempre subordinado
à dependência dos preços dos combustíveis. A
adoção de um sistema multi-modal de transporte de
materiais recicláveis – com a utilização de
ferrovias e barcaças – pode, eventualmente
proporcionar economias de escala e maior
estabilidade na operação e nos níveis das receitas
líquidas;
II) Ainda com referência a transporte e transbordo de
materiais, cabe lembrar que é considerada no Plano
Diretor do COMPERJ, a possibilidade de implantação
de uma linha de metrô do Rio de Janeiro – passando
por sob a Baía da Guanabara – e atingindo os
municípios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí. Por
ousada que seja a proposta – e considerados os
tempos e custos envolvidos – esta seria uma
alternativa apenas considerável no longo prazo.
Nesse caso, não se deve descartar a possibilidade
da introdução de um transbordo noturno em altas
velocidades, em carros especiais do metrô, e a
custos baixíssimos entre o Centro do Rio de
Janeiro e a CENTRAL CATA RIO em Itaboraí;
III) A atual legislação ainda não isenta de impostos
diversos os transportes interestaduais e alguns
tipos de processamento de materiais recicláveis.
Isto dificulta e encarece o transbordo de
materiais recicláveis, por exemplo, do sul de
Minas Gerais – na região de Juiz de Fora e
Leopoldina – para a CENTRAL CATA RIO. Também cria
empecilhos para a eventual incorporação de
unidades do sul do Espírito Santo e possivelmente
afetaria a capacidade da própria CENTRAL em
comercializar recicláveis não-petroquímicos a
preços mais competitivos junto a indústrias de
outros estados;
IV) Diante de imprecisões na Lei Federal que
regulamente a matéria, devem ser envidados
esforços junto aos poderes públicos estadual e
municipais para garantir que seja interrompido o
processo de destinação de materiais recicláveis
para os Aterros Sanitários, sem que sejam
previamente efetuadas a separação e a coleção
seletiva do lixo urbano bruto. As práticas atuais
levam à consideráveis perdas no potencial de
volumes brutos de materiais recicláveis, hoje
99

enterrados com custos para o erário público.


Entretanto, a superação deste tipo de
estrangulamento pode eventualmente criar conflitos
com as diversas empresas terceirizadas na coleta
do lixo urbano, vale ressaltar;
V) A importação e a exportação de determinados tipos
de materiais recicláveis podem ser um tópico
logístico adicional não levado explicitamente em
conta neste trabalho. Existem dificuldades
tarifárias e estruturais a superar. A eventual
incorporação de fluxos procedentes do -- e
direcionados ao -- mercado externo pode ser fator
importante de ganhos de produtividades;

Explicitadas essas dificuldades logísticas de curto


prazo, procedamos à discussão sumária dos procedimentos
operacionais de implantação da REDE CATA RIO:

 No curtíssimo prazo devem ser estabelecidos


dois Entrepostos: os ENTREPOSTOS DAS DOCAS e
NORTE. As unidades presentes em suas áreas de
influência são numerosas e potencialmente
provêem os volumes de materiais necessários
para obter economias de escala adequadas. Os
galpões destinados a estes Entrepostos estão
disponíveis, e os valores de investimentos
imediatos em equipamentos e instalações são
pontuais e relativamente pequenos.
 Também no curtíssimo prazo, estabelecer a
estrutura administrativa da CENTRAL CATA RIO,
que, provisoriamente será alojada em
escritório na cidade do Rio de Janeiro. Esta
CENTRAL atuará na coordenação logística e
operacional da comercialização conjunta e na
implementação dos quatro Entrepostos aqui
mencionados.
 Iniciar de imediato a procura de um local
adequado para a implantação do ENTREPOSTO
DUTRA. Caso não seja encontrado galpão
disponível nas imediações sugeridas, avaliar
a oportunidade de obter doação de terreno
público que seja destinado à construção da
infraestrutura física do Entreposto. O
estabelecimento definitivo do ENTREPOSTO
DUTRA depende do tempo que for envolvido para
solucionar esses entraves e dos volumes de
100

investimentos disponíveis. Vale, entretanto


lembrar outra vez, a característica
estratégica da existência desse Entreposto.
 O ENTREPOSTO DE ITABORAÍ, no ano de 2009,
será singularmente um NÚCLEO – consideradas
apenas as unidades de catadores da Região
Metropolitana do Rio de Janeiro situadas em
sua área de influência. Investimentos devem
ser feitos para equipar o galpão existente e
para fortalecer as unidades que compõem esse
NÚCLEO. Durante o ano de 2009 deverá ser
efetuado levantamento analítico amplo e
exaustivo das unidades de catadores de
materiais recicláveis – já existentes ou em
formação – fora da Região Metropolitana do
Rio de Janeiro, mas dentro de sua área de
influência. Não é necessário salientar
novamente a importância estratégica do
ENTREPOSTO DE ITABORAÍ.
 As disposições acima fornecem um panorama
temporal sumário das etapas de implantação
dos quatro ENTREPOSTOS e da CENTRAL CATA RIO.
Na seção 6 serão discutidos os benefícios
dessa implantação em dois momentos: i) após a
implantação de cada Entreposto, considerados
apenas os ganhos em eficiência de mercado e
eficiência econômica de suas próprias
unidades de catadores; ii) após a implantação
dos quatro Entrepostos e da plena operação da
CENTRAL CATA RIO no processo de
comercialização conjunta, então considerados
todos os ganhos conjuntos em eficiências.
 No médio prazo devem ser estabelecidos os
critérios e os custos para a implantação de
ENTREPOSTOS adicionais, situados em outras
áreas do estado do Rio de Janeiro, e,
possivelmente, em regiões de outros estados
que sejam adjacentes, e que demonstrem
vantagens logísticas em serem agregadas à
REDE CATA RIO. O estabelecimento de relações
formais e comerciais com outras redes de
comercialização de materiais recicláveis já
existentes deve ser considerado.
101

5.2. AS ÁREAS DE INFLUÊNCIA DOS QUATRO ENTREPOSTOS

As áreas de influência de cada um dos Entrepostos aqui


discutidos podem ser vistas na FIGURA 5.1. A área de
influência do ENTREPOSTO DAS DOCAS aqui aparece em azul; a
área de influência do ENTREPOSTO NORTE em amarelo; a área de
influência do ENTREPOSTO DUTRA em verde; e a área de
influência do ENTREPOSTO DE ITABORAÍ em vermelho13. Observar
que para facilitar o enquadramento o Norte magnético foi
inclinado cerca de 45o à esquerda.

FIGURA 5.1: ÁREAS DE INFLUÊNCIA DOS ENTREPOSTOS: REGIÃO DA


BAÍA DA GUANABARA

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008

Essas mesmas áreas de influência podem ser vistas na


FIGURA 5.2, onde foram acrescentadas as principais artérias
de transporte rodoviário da região considerada.

13
Os tons das cores utilizadas foram diferentes dos anteriormente convencionados para evidenciar eficiências
diferenciais, embora possam haver objeções.
102

FIGURA 5.2: ÁREAS DE INFLUÊNCIA DOS ENTREPOSTOS: REGIÃO DA


BAÍA DA GUANABARA – PRINCIPAIS ARTÉRIAS

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008

As FIGURAS 5.3 e 5.4 incluem os galpões dos Entrepostos.


A primeira figura limita-se a uma visão mais próxima do lado
sul da Baía da Guanabara, incluindo a maior parte do
município do Rio de Janeiro e os três Entrepostos situados
nessa área geográfica. A segunda figura fornece uma visão
mais ampla da situação espacial dos quatro Entrepostos.

Deve ser observado que a área de influência do ENTREPOSTO


DAS DOCAS é seguramente a menor em Km2, porém é a mais
densamente habitada e a de maior poder aquisitivo –
importando em maior volume de materiais recicláveis em seus
lixos urbanos. Adicionalmente, a sua localização junto ao
porto do Rio de Janeiro pode abrir futuras perspectivas de
transbordos por meio aquático.

A área de influência do ENTREPOSTO NORTE é francamente ao


longo de um eixo norte-sul, grosso modo, ao longo da rodovia
Washington Luís, trecho da Avenida Brasil e Linha Amarela ao
sul. Notar que -- até que o ENTREPOSTO DE ITABORAÍ seja
definitivamente estabelecido -- o ENTREPOSTO NORTE pode
ancorar temporariamente as unidades da Região Serrana.
103

FIGURA 5.3: ÁREAS DE INFLUÊNCIA DOS ENTREPOSTOS: LOCALIZAÇÃO


DOS GALPÕES DAS DOCAS, NORTE E DUTRA

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008

O ENTREPOSTO DUTRA tem a sua área de influência definida


ao longo da rodovia Presidente Dutra, mas potencialmente
também deve ancorar as unidades próximas à Avenida Brasil na
direção da Zona Oeste do Rio de Janeiro. Essas últimas
unidades de catadores podem temporariamente ser abrigadas no
ENTREPOSTO NORTE, se for o caso, diante do tempo necessário
para a definitiva implantação do ENTREPOSTO DUTRA.

O ENTREPOSTO DE ITABORAÍ – dada a sua relativa distância


com os demais Entrepostos – tem a vocação de abranger uma
área de influência superior à representada na FIGURA 5.4.
Esse potencial deverá ser demonstrado pela incorporação de
unidades de catadores de regiões relativamente densas em
população, porém dispersas do ponto vista espacial.
104

FIGURA 5.4: ÁREAS DE INFLUÊNCIA DOS ENTREPOSTOS: LOCALIZAÇÃO


DOS QUATRO GALPÕES

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008

5.3. PERSPECTIVAS DE LOGÍSTICA DA CENTRAL CATA RIO

A logística é um instrumento de planejamento estratégico


que necessita ser adaptada às circunstâncias objetivas e
revisada periodicamente. Desta forma é prematura a elaboração
detalhada de ações que visem implementar canais de
escoamento; estações de transbordo diferenciadas por
materiais; ou a incorporação de mecanismos de controle que
proporcionem a regularização dos fluxos e a manutenção de
estoques.

Entretanto, algumas perspectivas de logística para a


atuação da CENTRAL CATA RIO e dos seus quatro Entrepostos
iniciais são visíveis.

Em um primeiro momento – com a constituição do ENTREPOSTO


DAS DOCAS e do ENTREPOSTO NORTE – a comercialização conjunta
deve ter o seu início. Num segundo momento -- com a
105

implantação do ENTREPOSTO DE ITABORAÍ -- novos fluxos de


materiais são viabilizados. A FIGURA 5.5 representa esses
fluxos.

FIGURA 5.5: PERSPECTIVAS DA LOGÍSTICA REGIONAL: ENTREPOSTO DE


ITABORAÍ

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008

A FIGURA 5.6 apresenta uma perspectiva da logística


regional, apresentando os quatro galpões, além da CENTRAL
CATA RIO, já implantada. Os fluxos de materiais recicláveis -
- representados através de setas vermelhas e azuis claras –
seguem as principais artérias da região.
106

FIGURA 5.6: PERSPECTIVAS DA LOGÍSTICA REGIONAL: REDE CATA RIO

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008

A consolidação da REDE CATA RIO possibilitará a sua


eventual ampliação através da implantação de novos
Entrepostos Regionais, ampliando a sua área de influência. A
FIGURA 5.7 ilustra uma possível ampliação dessa área de
atuação, através da adição de mais seis Entrepostos no Estado
do Rio de Janeiro e de um Entreposto na região Sul do estado
de Minas Gerais.
107

FIGURA 5.7: PERSPECTIVAS DA LOGÍSTICA REGIONAL DA REDE CATA


RIO AMPLIADA

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008

Nessa perspectiva de ampliação da REDE CATA RIO a médio e


a longo prazos, a logística esquemática básica da rede em
plena operação pode ser representada pela FIGURA 5.8.
Observar os papéis estratégicos que os Entrepostos Dutra e de
Itaboraí passam a jogar nessa situação:

a) O ENTREPOSTO DUTRA passa a ser o eixo de


integração com os Entrepostos ou unidades de
catadores ao longo da via Dutra e da BR-101-Sul;
b) O ENTREPOSTO DE ITABORAÍ passa a ser o eixo de
integração com os Entrepostos ou unidades da
região dos Lagos, da região Serrana e do Norte
Fluminense.
109

FIGURA 5.8: LOGÍSTICA ESQUEMÁTICA SIMPLIFICADA DA REDE CATA RIO AMPLIADA

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008


110

6. BENEFÍCIOS ECONÔMICOS POTENCIAIS DECORRENTES DA


IMPLANTAÇÃO DOS QUATRO ENTREPOSTOS E DA CENTRAL
CATA RIO

6.1. CARACTERIZAÇÃO DOS BENEFÍCIOS ECONÔMICOS POTENCIAIS


ANALISADOS

A implementação de uma estrutura complexa como o conjunto


de quatro Entrepostos e da CENTRAL CATA RIO trará uma
infinidade de benefícios organizativos e administrativos ao
processo de reciclagem de materiais. Os impactos sociais e
ambientais também são consideráveis.

Nesta Seção, são tratados os benefícios potenciais de


natureza econômica que serão decorrentes da implantação dos
Entrepostos e da Central de Comercialização Conjunta.
Entretanto, faz-se necessário explicitar a metodologia de
mensuração desses impactos econômicos potenciais.

Em primeiro lugar, é necessário entender como as três


eficiências – anteriormente discutidas na Seção 3 -- estão
interligadas. A FIGURA 6.1 explicita de maneira objetiva esta
relação.

FIGURA 6.1: RELAÇÃO ENTRE AS EFICIÊNCIAS

FONTE: OP. CIT. – GERI/PANGEA – 2006

Fica evidente que a eficiências econômicas dependem


diretamente das eficiências físicas e das eficiências de
mercado.
111

Assim, quaisquer acréscimos nas eficiências físicas ou


nas eficiências de mercado serão diretamente refletidos sobre
as eficiências econômicas.

Em geral, uma unidade de catadores isolada só tem meios


de procurar aumentar as suas eficiências econômicas através
do aumento de suas eficiências físicas. Mesmo isso é
dificultoso e custoso, pois implica na capitalização da
unidade para viabilizar a aquisição de equipamentos e
instalações. Sem financiamento externo – preferivelmente a
fundo perdido – torna-se impossível o incremento em
eficiências físicas, dada a incapacidade de efetuar poupanças
e acumulações internas. Ademais, as necessidades específicas
de investimentos em equipamentos e instalações (galpões,
prensas, balanças, carrinhos ou caminhões) são requisitos
individuais de cada unidade de catadores.

Entretanto – pela característica oligopsônica do mercado


de materiais recicláveis, povoada por intermediários
escalonados – mesmo o aumento nas eficiências físicas
encontram obstáculos na comercialização, por inexistência de
escala e capacidade de estocagem. Em outras palavras, as
eficiências de mercado são relativamente inelásticas ao
aumento das produtividades físicas.

É evidente que, com os acréscimos obtidos nas eficiências


físicas, uma unidade de catadores também alcança ganhos em
suas eficiências econômicas. Mas esses ganhos acabam sendo
limitados pela impossibilidade de alteração significativa nas
suas eficiências de mercado.

Uma Rede de Comercialização Conjunta – a exemplo da REDE


CATA RIO – rompe com essas limitações sobre as eficiências de
mercado, amplificando suas escalas e volumes e gerando
capacidade de estocagem de alguns materiais. De certa forma,
a implantação da rede -- embora não dispensando investimentos
no aumento das produtividades físicas de cada unidade –
inverte o processo: rompe os obstáculos existentes pela
concentração do mercado de recicláveis. Assim -- ainda que as
eficiências físicas das unidades de catadores associadas à
Rede de Comercialização Conjunta permaneçam as mesmas --
surgem ganhos em eficiências econômicas derivados dos
acréscimos obtidos nas eficiências de mercado.

É evidente que o ideal é a simultânea melhoria nas


eficiências físicas e de mercado, gerando impactos bastante
relevantes sobre as eficiências econômicas globais.
112

Entretanto – como já mencionado anteriormente –os


investimentos em acréscimos de produtividades físicas ainda
permanecem dependentes de suas alocações específicas e
pontuais.

Assim, diante das considerações acima, nesta Seção serão


examinados apenas os benefícios em eficiências econômicas
derivados de ganhos em eficiências de mercado, obtidas:

a) por ocasião da entrada em operação de cada


Entreposto, consideradas apenas as unidades de
catadores componentes de cada Entreposto;
b) por ocasião da entrada em plena operação da
Central de Comercialização Conjunta, composta
pelos quatro Entrepostos, sob a coordenação
administrativa da CENTRAL CATA RIO.

Nos próximos itens desta Seção, serão analisados esses


benefícios econômicos potenciais decorrentes da implantação
de cada um dos quatro Entrepostos.

6.2. BENEFÍCIOS ECONÔMICOS POTENCIAIS DECORRENTES DA


IMPLANTAÇÃO DO ENTREPOSTO DAS DOCAS

O QUADRO 6.1 apresenta os benefícios econômicos


potenciais auferidos por cada uma das unidades de catadores
componentes do ENTREPOSTO DAS DOCAS. Na primeira coluna estão
as receitas atualmente auferidas por cada unidade de
catadores deste Entreposto. A segunda e a terceira colunas
avaliam os benefícios auferidos pela entrada em operação do
Entreposto. A quarta e a quinta colunas evidencia os
benefícios adicionais a serem alcançados com a plena operação
da Central de Comercialização Conjunta CATA RIO. A última
coluna apresenta os benefícios econômicos totais, em pontos
percentuais.

A FIGURA 6.2 evidencia os benefícios comparativos em


receitas (R$) obtidos por cada uma das unidades ligada ao
ENTREPOSTO DAS DOCAS com a sua entrada em operação; com a
entrada em operação da Central de Comercialização; e os
benefícios potenciais totais. A FIGURA 6.3 apresenta os
mesmos benefícios acrescidos, avaliados em pontos
percentuais.
113

QUADRO 6.1: ENTREPOSTO DAS DOCAS: BENEFÍCIOS ECONÔMICOS POTENCIAIS

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008


114

FIGURA 6.2: ENTREPOSTO DAS DOCAS: COMPARATIVO DE RECEITAS (R$)

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008


115

FIGURA 6.3: ENTREPOSTO DAS DOCAS: ACRÉSCIMO DE RECEITAS (%)

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008


116

Do ponto de vista dos catadores de materiais recicláveis


ligados a cada uma das unidades do ENTREPOSTO DAS DOCAS cabe
avaliar os benefícios potenciais de sua implantação sobre o
faturamento per capita. Na maior parte dos casos, esse valor
coincide com a receita bruta por catador, indicador da
eficiência econômica.

O QUADRO 6.2 apresenta esses benefícios potenciais em


termos monetários correntes (R$) nas duas últimas colunas: a
primeira decorrente da implantação do Entreposto e a segunda
após a plena operação da Central de Comercialização. A FIGURA
6.4 possibilita avaliar esses benefícios de forma gráfica.

QUADRO 6.2: ENTREPOSTO DAS DOCAS: BENEFÍCIOS POTENCIAIS


POR CATADOR (R$)

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008


117

FIGURA 6.4: ENTREPOSTO DAS DOCAS: COMPARATIVO DE BENEFÍCIOS POTENCIAIS POR CATADOR (R$)

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008


118

6.3. BENEFÍCIOS ECONÔMICOS POTENCIAIS DECORRENTES DA


IMPLANTAÇÃO DO ENTREPOSTO NORTE

O QUADRO 6.3 apresenta os benefícios econômicos


potenciais auferidos por cada uma das unidades de catadores
componentes do ENTREPOSTO NORTE. Na primeira coluna estão as
receitas atualmente auferidas por cada unidade de catadores
deste Entreposto. A segunda e a terceira colunas avaliam os
benefícios auferidos pela entrada em operação do Entreposto.
A quarta e a quinta colunas evidenciam os benefícios
adicionais a serem alcançados com a plena operação da Central
de Comercialização Conjunta CATA RIO. A última coluna
apresenta os benefícios econômicos totais, em pontos
percentuais.

A FIGURA 6.5 evidencia os benefícios comparativos em


receitas (R$) obtidos por cada uma das unidades ligada ao
ENTREPOSTO NORTE com a sua entrada em operação; com a entrada
em operação da Central de Comercialização; e os benefícios
potenciais totais. A FIGURA 6.6 apresenta os mesmos
benefícios acrescidos, avaliados em pontos percentuais.
119

QUADRO 6.3: ENTREPOSTO NORTE: BENEFÍCIOS ECONÔMICOS POTENCIAIS

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008


120

FIGURA 6.5: ENTREPOSTO NORTE: COMPARATIVO DE RECEITAS (R$)

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008


121

FIGURA 6.6: ENTREPOSTO NORTE: ACRÉSCIMO DE RECEITAS (%)

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008


122

Do ponto de vista dos catadores de materiais recicláveis


ligados a cada uma das unidades do ENTREPOSTO NORTE cabe
avaliar os benefícios potenciais de sua implantação sobre o
faturamento per capita. Na maior parte dos casos, esse valor
coincide com a receita bruta por catador, indicador da
eficiência econômica.

O QUADRO 6.4 apresenta esses benefícios potenciais em


termos monetários correntes (R$) nas duas últimas colunas: a
primeira decorrente da implantação do Entreposto e a segunda
após a plena operação da Central de Comercialização. A FIGURA
6.7 possibilita avaliar esses benefícios de forma gráfica.

QUADRO 6.4: ENTREPOSTO NORTE: BENEFÍCIOS POTENCIAIS


POR CATADOR (R$)

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008


123

FIGURA 6.7: ENTREPOSTO NORTE: COMPARATIVO DE BENEFÍCIOS POTENCIAIS POR CATADOR (R$)

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008


124

6.4. BENEFÍCIOS ECONÔMICOS POTENCIAIS DECORRENTES DA


IMPLANTAÇÃO DO ENTREPOSTO DUTRA

O QUADRO 6.5 apresenta os benefícios econômicos


potenciais auferidos por cada uma das unidades de catadores
componentes do ENTREPOSTO DUTRA. Na primeira coluna estão as
receitas atualmente auferidas por cada unidade de catadores
deste Entreposto. A segunda e a terceira colunas avaliam os
benefícios auferidos pela entrada em operação do Entreposto.
A quarta e a quinta colunas evidenciam os benefícios
adicionais a serem alcançados com a plena operação da Central
de Comercialização Conjunta CATA RIO. A última coluna
apresenta os benefícios econômicos totais, em pontos
percentuais.

A FIGURA 6.8 evidencia os benefícios comparativos em


receitas (R$) obtidos por cada uma das unidades ligada ao
ENTREPOSTO DUTRA com a sua entrada em operação; com a entrada
em operação da Central de Comercialização; e os benefícios
potenciais totais. A FIGURA 6.9 apresenta os mesmos
benefícios acrescidos, avaliados em pontos percentuais.
125

QUADRO 6.5: ENTREPOSTO DUTRA: BENEFÍCIOS ECONÔMICOS POTENCIAIS

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008


126

FIGURA 6.8: ENTREPOSTO DUTRA: COMPARATIVO DE RECEITAS (R$)

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008


127

FIGURA 6.9: ENTREPOSTO DUTRA: ACRÉSCIMO DE RECEITAS (%)

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008


128

Do ponto de vista dos catadores de materiais recicláveis


ligados a cada uma das unidades do ENTREPOSTO DUTRA cabe
avaliar os benefícios potenciais de sua implantação sobre o
faturamento per capita. Na maior parte dos casos, esse valor
coincide com a receita bruta por catador, indicador da
eficiência econômica.

O QUADRO 6.6 apresenta esses benefícios potenciais em


termos monetários correntes (R$) nas duas últimas colunas: a
primeira decorrente da implantação do Entreposto e a segunda
após a plena operação da Central de Comercialização. A FIGURA
6.10 possibilita avaliar esses benefícios de forma gráfica.

QUADRO 6.6: ENTREPOSTO DUTRA: BENEFÍCIOS POTENCIAIS


POR CATADOR (R$)

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008


129

FIGURA 6.10: ENTREPOSTO DUTRA: COMPARATIVO DE BENEFÍCIOS POTENCIAIS POR CATADOR (R$)

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008


130

6.5. BENEFÍCIOS ECONÔMICOS POTENCIAIS DECORRENTES DA


IMPLANTAÇÃO DO NÚCLEO DO ENTREPOSTO DE ITABORAÍ

O QUADRO 6.7 apresenta os benefícios econômicos


potenciais auferidos por cada uma das unidades de catadores
componentes do NÚCLEO DO ENTREPOSTO DE ITABORAÍ. Na primeira
coluna estão as receitas atualmente auferidas por cada
unidade de catadores deste Entreposto. A segunda e a terceira
colunas avaliam os benefícios auferidos pela entrada em
operação do Entreposto. A quarta e a quinta colunas
evidenciam os benefícios adicionais a serem alcançados com a
plena operação da Central de Comercialização Conjunta CATA
RIO. A última coluna apresenta os benefícios econômicos
totais, em pontos percentuais.

A FIGURA 6.11 evidencia os benefícios comparativos em


receitas (R$) obtidos por cada uma das unidades ligada ao
NÚCLEO DO ENTREPOSTO DE ITABORAÍ com a sua entrada em
operação; com a entrada em operação da Central de
Comercialização; e os benefícios potenciais totais. A FIGURA
6.12 apresenta os mesmos benefícios acrescidos, avaliados em
pontos percentuais.
131

QUADRO 6.7: NÚCLEO DO ENTREPOSTO DE ITABORAÍ: BENEFÍCIOS ECONÔMICOS POTENCIAIS

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008


132

QUADRO 6.11: NÚCLEO DO ENTREPOSTO DE ITABORAÍ: BENEFÍCIOS ECONÔMICOS POTENCIAIS

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008


133

FIGURA 6.12: NÚCLEO DO ENTREPOSTO DE ITABORAÍ: ACRÉSCIMO DE RECEITAS (%)

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008


134

Do ponto de vista dos catadores de materiais recicláveis


ligados a cada uma das unidades do NÚCLEO DO ENTREPOSTO DE
ITABORAÍ cabe avaliar os benefícios potenciais de sua
implantação sobre o faturamento per capita. Na maior parte
dos casos, esse valor coincide com a receita bruta por
catador, indicador da eficiência econômica.

O QUADRO 6.8 apresenta esses benefícios potenciais em


termos monetários correntes (R$) nas duas últimas colunas: a
primeira decorrente da implantação do Entreposto e a segunda
após a plena operação da Central de Comercialização. A FIGURA
6.13 possibilita avaliar esses benefícios de forma gráfica.

QUADRO 6.8: NÚCLEO DO ENTREPOSTO DE ITABORAÍ: BENEFÍCIOS


POTENCIAIS POR CATADOR (R$)

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008


135

FIGURA 6.13: NÚCLEO DO ENTREPOSTO DE ITABORAÍ: COMPARATIVO DE


BENEFÍCIOS POTENCIAIS POR CATADOR (R$)

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008


136

7. ANÁLISE DAS EFICIÊNCIAS RELATIVAS DOS QUATRO


ENTREPOSTOS

7.1. ANÁLISE DAS EFICIÊNCIAS FÍSICAS DOS ENTREPOSTOS:


DETALHAMENTO POR PRODUTOS

Como mencionado na Seção 5 as eficiências físicas dos


Entrepostos só serão alteradas através de investimentos
pontuais em algumas unidades de catadores. A desejável
alteração nas produtividades físicas de todas as unidades é
substancialmente dispendiosa – dado o volume da capitalização
necessário -- e necessita de alguns anos para a sua completa
e adequada implementação. Assim, somente a médio e longo
prazos será possível esperar significativos ganhos em
eficiências físicas para a maioria das unidades de catadores.

Torna-se assim, bastante importante analisar as


eficiências físicas que seriam hoje existentes caso os
Entrepostos fossem resultantes da agregação justaposta das
unidades de catadores da amostra pesquisada, conforme
anteriormente discutido.

O QUADRO 7.1 apresenta as eficiências físicas dos


Entrepostos assim constituídos. Observa-se que os produtos
são desagregados nas 21 categorias de materiais e que os
volumes gravimétricos são expressos per capita, ou seja, por
catador envolvido em cada unidade.

Novamente foi adotada a legenda que permite interpretar


os resultados rapidamente. Os valores médios das eficiências
físicas para cada categoria de materiais estão apresentados
na última coluna. Nas demais colunas – comparativamente aos
valores da média – aparecem em vermelho os valores abaixo da
média; em preto os valores acima da média; e em azul os
valores que sejam pelo menos o dobro da média.

Como anteriormente, essa convenção permitirá perceber de


imediato o que ocorre em termos de produtividade média per
capita de cada caso.
137

QUADRO 7.1: EFICIÊNCIAS FÍSICAS DOS ENTREPOSTOS: MATERIAIS – (Kg/Cat)

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008


138

O QUADRO 7.2 sumariza o número de ocorrências de cada


nível de eficiências físicas das categorias de materiais, em
cada Entreposto, comparadas com a média geral.

LEGENDA
ABAIXO DA MÉDIA
ACIMA DA MÉDIA
MAIS DO QUE O
DOBRO DA MÉDIA

QUADRO 7.2: EFICIÊNCIAS FÍSICAS DOS ENTREPOSTOS:


QUADRO DE EFICIÊNCIAS RELATIVAS (Kg/Cat)
EFICIÊNCIAS
FÍSICAS DOCAS NORTE DUTRA ITABORAÍ
Kg/Catador
AZUL: > 2x média 0 4 3 5
PRETO: acima da
10 9 1 2
média
VERMELHO:
8 7 15 9
abaixo da média
NÃO PRODUZ 3 1 2 5
FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008

Comparando os resultados das duas tabelas acima


apresentadas, observa-se que embora o ENTREPOSTO DAS DOCAS
apresente a maior eficiência física média agregada (consulte
o QUADRO 7.1, por favor), ele não demonstra nenhuma
eficiência que corresponda ao dobro das médias das
produtividades dos materiais, quando desagregados. O
resultado é obtido pela maior constância em produtividades
acima das médias em 10 das 21 categorias de materiais.

O ENTREPOSTO NORTE, de perfil bem diferente, atinge


resultados desagregados ainda superiores. Isto faz desses
dois Entrepostos as âncoras iniciais da REDE CATA RIO.

O ENTREPOSTO DUTRA demonstra eficiências físicas quase


que sistematicamente abaixo das médias e suas altas
139

produtividades ocorrem em materiais menos tradicionais. Isto


evidencia a necessidade de destinar recursos pontuais às
unidades do ENTREPOSTO DUTRA de forma a contribuir para a sua
melhor eficiência física.

O NÚCLEO DO ENTREPOSTO DE ITABORAÍ apresenta valores


extremos concentrando-se em um menor número de materiais.
Tratando-se de um núcleo com apenas duas unidades iniciais,
alguns desses valores podem ser representativos de apoio
pontual similar, visando o aumento de sua eficiência física.

A FIGURA 7.1 retrata esses diferenciais expressivos hoje


existentes nas eficiências físicas entre os Entrepostos,
quando os seus produtos são desagregados em 21 categorias de
materiais.

Nesse sentido, a instalação dos Entrepostos e a


constituição da Rede de Comercialização Conjunta podem ter um
efeito de dispersão de técnicas e práticas que melhorem a
eficiência física média conjunta. Esse resultado, entretanto,
dependerá crucialmente da forma em que cada Entreposto seja
administrado e do processo de decisão interno adotados14.

14
Por exemplo, através da co-utilização de equipamentos e/ou meios de transporte de materiais recicláveis.
140

FIGURA 7.1: EFICIÊNCIAS FÍSICAS DOS ENTREPOSTOS: GRÁFICO COMPARATIVO POR MATERIAIS

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008


141

7.2. ANÁLISE DAS EFICIÊNCIAS ECONÔMICAS DOS ENTREPOSTOS:


DETALHAMENTO POR PRODUTOS

A eficiência econômica será a mais diretamente afetada


pela implantação dos Entrepostos e pela criação da CENTRAL
CATA RIO. A melhoria das eficiências econômicas das unidades
de catadores nessas duas etapas dar-se-á primordialmente
através do aumento, em curto prazo, de suas respectivas
eficiências de mercado.

Com o objetivo de servir de base para comparações, torna-


se oportuno analisar as eficiências econômicas que seriam
hoje existentes caso os Entrepostos fossem resultantes da
agregação justaposta das unidades de catadores da amostra
pesquisada, conforme anteriormente discutido.

O QUADRO 7.3 apresenta as eficiências econômicas dos


Entrepostos assim constituídos. Observa-se que os produtos
são desagregados nas 21 categorias de materiais e que os
valores são expressos per capita, ou seja, por catador
envolvido em cada unidade.

Novamente foi adotada a legenda que permite interpretar


os resultados rapidamente. Os valores médios das eficiências
econômicas para cada categoria de materiais estão
apresentados na última coluna. Nas demais colunas –
comparativamente aos valores da média – aparecem em vermelho
os valores abaixo da média; em preto os valores acima da
média; e em azul os valores que sejam pelo menos o dobro da
média.

Como anteriormente, essa convenção permitirá perceber de


imediato o que ocorre em termos de produtividade média per
capita de cada caso.
142

QUADRO 7.3: EFICIÊNCIAS ECONÔMICAS DOS ENTREPOSTOS: MATERIAIS – (R$/Cat)

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008


143

O QUADRO 7.4 sumariza o número de ocorrências de cada


nível de eficiências econômicas das categorias de materiais,
em cada Entreposto, comparadas com a média geral.

LEGENDA
ABAIXO DA MÉDIA
ACIMA DA MÉDIA
MAIS DO QUE O
DOBRO DA MÉDIA

QUADRO 7.4: EFICIÊNCIAS ECONÔMICAS DOS ENTREPOSTOS:


QUADRO DE EFICIÊNCIAS RELATIVAS (R$/Cat)
EFICIÊNCIAS
ECONÔMICAS DOCAS NORTE DUTRA ITABORAÍ
R$/Catador
AZUL: > 2x média 0 5 2 3
PRETO: acima da
7 9 2 4
média
VERMELHO:
11 6 14 9
abaixo da média
NÃO PRODUZ 3 1 3 5
FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008

Comparando os resultados das duas tabelas acima


apresentadas, observa-se que o ENTREPOSTO DAS DOCAS apresenta
uma eficiência econômica média agregada bastante abaixo do
demonstrado em sua eficiência física (consulte os QUADROS 7.1
e 7.3 por favor). Novamente ele não demonstra nenhuma entrada
que corresponda ao dobro das médias das eficiências
econômicas, quando desagregados os materiais. Na verdade este
Entreposto demonstra uma eficiência econômica abaixo das
médias em 11 das 21 categorias de materiais, demonstrando
grandes dificuldades de comercialização a preços adequados.

O ENTREPOSTO NORTE, atinge bons níveis de eficiências


econômicas para diversos produtos, demonstrando sair-se bem
melhor em termos de comercialização em condições mais
favoráveis. Ainda assim, esses dois Entrepostos apresentam as
maiores eficiências econômicas dentre todos os quatro.
144

Novamente, o ENTREPOSTO DUTRA demonstra eficiências


econômicas sistematicamente abaixo das médias e suas altas
produtividades ocorrem em materiais menos tradicionais.

Similarmente, embora demonstrando uma eficiência


econômica média próxima à do ENTREPOSTO DAS DOCAS, o NÚCLEO
DO ENTREPOSTO DE ITABORAÍ apresenta valores extremos
concentrando-se em um menor número de materiais. Tratando-se
de um núcleo com apenas duas unidades iniciais, alguns desses
valores podem ser episódicos, merecendo uma nova avaliação
quando da constituição final do ENTREPOSTO DE ITABORAÍ.

A FIGURA 7.2 retrata diferenciais hoje existentes também


expressivos nas eficiências econômicas entre os Entrepostos,
quando os seus produtos são desagregados em 21 categorias de
materiais.

Como já foi referido na Seção 6 – e será demonstrado mais


adiante -- a instalação dos Entrepostos e a constituição da
Rede de Comercialização Conjunta terão efeitos considerável
sobre as eficiências econômicas das unidades dos Entrepostos,
em cada uma dessas etapas.
145

FIGURA 7.2: EFICIÊNCIAS ECONÔMICAS DOS ENTREPOSTOS: GRÁFICO COMPARATIVO POR MATERIAIS

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008


146

7.3. ANÁLISE DAS EFICIÊNCIAS DE MERCADO DOS ENTREPOSTOS:


DETALHAMENTO POR PRODUTOS

A eficiência de mercado será a mais diretamente afetada


pela implantação dos Entrepostos e pela criação da CENTRAL
CATA RIO. A melhoria das eficiências econômicas das unidades
de catadores nessas duas etapas dar-se-á primordialmente
através do aumento, em curto prazo, de suas respectivas
eficiências de mercado.

Isto significa que as variações percentuais dos ganhos em


eficiências econômicas serão idênticas aos das variações das
eficiências de mercado15. Por essa razão as alterações nas
eficiências de mercado podem ser diretamente observadas nas
variações das eficiências econômicas.

Com o objetivo de servir de base para a avaliação dos


benefícios da Rede de Comercialização Conjunta, torna-se
oportuno analisar as eficiências de mercado que seriam hoje
existentes caso os Entrepostos fossem resultantes da
agregação justaposta das unidades de catadores da amostra
pesquisada, conforme anteriormente discutido.

O QUADRO 7.5 apresenta as eficiências de mercado dos


Entrepostos assim constituídos. Observa-se que os produtos
são desagregados nas 21 categorias de materiais e que os
valores são expressos per capita, ou seja, por catador
envolvido em cada unidade.

15
Na ausência de variações significativas nas eficiências físicas, é claro. Caso haja variações nas eficiências
físicas os benefícios nas eficiências econômicas e de mercado diferirão.
147

QUADRO 7.5: EFICIÊNCIAS DE MERCADO DOS ENTREPOSTOS: MATERIAIS – (R$/Kg)

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008


149

O QUADRO 7.6 sumariza o número de ocorrências de cada


nível de eficiências de mercado das categorias de materiais,
em cada Entreposto, comparadas com a média geral.

LEGENDA
ABAIXO DA MÉDIA
ACIMA DA MÉDIA
MAIS DO QUE O
DOBRO DA MÉDIA

QUADRO 7.6: EFICIÊNCIAS DE MERCADO DOS ENTREPOSTOS:


QUADRO DE EFICIÊNCIAS RELATIVAS (R$/Kg)
EFICIÊNCIAS DE
MERCADO DOCAS NORTE DUTRA ITABORAÍ
R$/Kg
AZUL: > 2x média 0 1 0 1
PRETO: acima da
9 14 5 6
média
VERMELHO:
9 5 13 9
abaixo da média
NÃO PRODUZ 3 1 3 5
FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008

Observa-se que, com a provável exceção de alguns poucos


produtos comercializados pelo ENTREPOSTO NORTE e pelas
unidades componentes do NÚCLEO DO ENTREPOSTO DE ITABORAÍ, as
eficiências de mercado apresentadas são bastante baixas. Mais
do que isso, a maioria dos produtos de todos os Entrepostos é
comercializada de forma muito diferencial, gerando
disparidade de eficiências de mercado consideráveis.

São justamente esses diferenciais de eficiências de


mercado que potencialmente podem ser uniformizados, gerando
os ganhos de eficiências econômicas nas etapas de
constituição dos Entrepostos, e na entrada em plena operação
da Central de Comercialização Conjunta.

A FIGURA 7.3 retrata diferenciais hoje existentes


bastante expressivos nas eficiências de mercado entre os
150

Entrepostos, quando os seus produtos são desagregados em 21


categorias de materiais.
151

FIGURA 7.3: EFICIÊNCIAS DE MERCADO DOS ENTREPOSTOS: GRÁFICO COMPARATIVO POR MATERIAIS

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008


152

7.4. SUMÁRIO DOS ENTREPOSTOS: BENEFÍCIOS POTENCIAIS CONJUNTOS

Neste item serão sumarizadas as informações geradas nos


itens anteriores desta seção, compondo-os com os resultados
da Seção 6.

O QUADRO 7.4 sumariza os benefícios potenciais conjuntos


dos Entrepostos.

As FIGURAS 7.4 e 7.5 apresentam os benefícios potenciais


em receitas brutas, respectivamente em valores monetários
correntes e em termos percentuais. Em ambos os casos existem
dois degraus: o primeiro degrau representa os benefícios
potenciais advindos da implantação dos entrepostos; o segundo
degrau representa os benefícios potenciais totais após a
operacionalização da Central de Comercialização Conjunta.

O QUADRO 7.5 sumariza, para os Entrepostos, os benefícios


potenciais médios por catador das unidades desses
Entrepostos.

Fechando a Seção 7, a FIGURA 7.6 permite visualizar, em


termos percentuais, os acréscimos de benefícios potenciais
médios por catador das unidades componentes de cada
Entreposto.
153

QUADRO 7.4: SUMÁRIO DOS ENTREPOSTOS: BENEFÍCIOS POTENCIAIS CONJUNTOS

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008


154

FIGURA 7.4: SUMÁRIO DOS ENTREPOSTOS: COMPARATIVO DE RECEITAS TOTAIS

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008


155

FIGURA 7.5: SUMÁRIO DOS ENTREPOSTOS: ACRÉSCIMOS MÉDIOS DE


RECEITAS(%)

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008


156

QUADRO 7.5: SUMÁRIO DOS ENTREPOSTOS:BENEFÍCIOS POTENCIAIS MÉDIOS POR CATADOR (R$)

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2008


157

FIGURA 7.6: SUMÁRIO DOS ENTREPOSTOS:ACRÉSCIMOS DE BENEFÍCIOS POTENCIAIS MÉDIOS POR CATADOR

FONTE: PESQUISA DIRETA – Dados trabalhados pelo projeto – PANGEA – 2


158

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