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O documento apresenta uma análise dos conceitos existentes sobre nascentes com base em definições encontradas em bibliografias técnicas. Discorre sobre diferentes tipos de nascentes de acordo com sua forma, vazão, origem e estrutura geológica de ocorrência. Também apresenta classificações de nascentes baseadas em critérios como vazão de descarga e características morfológicas.
O documento apresenta uma análise dos conceitos existentes sobre nascentes com base em definições encontradas em bibliografias técnicas. Discorre sobre diferentes tipos de nascentes de acordo com sua forma, vazão, origem e estrutura geológica de ocorrência. Também apresenta classificações de nascentes baseadas em critérios como vazão de descarga e características morfológicas.
O documento apresenta uma análise dos conceitos existentes sobre nascentes com base em definições encontradas em bibliografias técnicas. Discorre sobre diferentes tipos de nascentes de acordo com sua forma, vazão, origem e estrutura geológica de ocorrência. Também apresenta classificações de nascentes baseadas em critérios como vazão de descarga e características morfológicas.
NASCENTES: ANLISE E DISCUSSO DOS CONCEITOS EXISTENTES
Pedro Henrique Vaz Pereira 1
Sueli Yoshinaga Pereira 2
Alberto Yoshinaga 3
Paulo Ricardo Brum Pereira 4
RESUMO: O presente estudo buscou reunir definies encontradas em bibliografias especficas bem como as resolues de mbito nacional sobre nascentes, com a inteno de ampliar o debate sobre este tema to importante na gesto dos recursos hdricos e ambiental. O trabalho consistiu em um levantamento de diversas fontes de divulgao do conhecimento tanto em forma de livros acadmicos quanto de endereos eletrnicos e glossrios internacionais de renome no meio cientfico. Apoiados neste resgate de literatura buscaram-se definir alguns conceitos bsicos, podendo considerar que as nascentes so surgncias que possuem vazo suficiente para originar curso ou acmulo de gua. O estudo deve detalhar os diferentes modos de ocorrncia das nascentes, quanto forma, vazo, origem, bem como estabelecer algumas diretrizes em relao a sua caracterizao e estudo de seu comportamento dinmico. Destaca-se a importncia da preservao da mata ciliar estipulada por lei bem como no controle da dinmica das transformaes no uso e ocupao do solo das reas a montante.
Palavra chave: Nascentes, conceitos, anlises.
1. INTRODUO
1 Geografo, Mestrando, Instituto de Geocincias UNICAMP. Email: pedropereira@ige.unicamp.br 2 Geloga. Professor Doutor, Instituto de Geocincias UNICAMP. Email: sueliyos@ige.unicamp.br. 3 Arquiteto. Email; betoyoshinaga@gmail.com. 4 Geografo. Doutor. Instituto Florestal SMA. Email: paulobrumpereira@ig.com.br
140 V. 07, N. 02, 2011 Categoria: Artigo Completo O presente artigo visa apresentar uma anlise relativa definio de nascentes baseadas nas bibliografias existentes no sentido de subsidiar estudos sobre o assunto e esclarecimentos relativos a sua caracterizao. Assim foi realizado um levantamento em livros acadmicos, endereos eletrnicos e glossrios internacionais no sentido de reunir o maior nmero de definies. So raros estudos mais aprofundados sobre o assunto, e portanto, este artigo visa reunir os conceitos existentes na bibliografia tcnica, analis-las e discuti-las sob a tica do conhecimento existente.
2. DEFINIES E CONCEITOS RELATIVOS
Os estudos sobre nascentes ainda so escassos na literatura cientfica. Entende-se comumente que as nascentes so afloramentos do nvel fretico na superfcie do terreno, e so pontos iniciais de cursos de gua. De acordo com o Dicionrio Aurlio, nascente significa fonte de um curso de gua, cabeceira. Em livros bsicos de hidrogeologia, cita-se Davis & De Wiest (1966) que define fonte (spring) como qualquer descarga superficial natural de gua suficientemente grande para fluir em um pequeno curso de gua. Valores de descarga menor que isto denominado de percolao superficial (surface seepage).
Kresic (2007) define fonte (spring) como o local na superfcie da terra onde h descarga de gua subterrnea do aquifero, criando um fluxo visvel. Quando o fluxo no visvel, mas a superfcie mida quando comparada rea do entorno, ento a descarga de gua subterrnea denominada de percolao (seep). Fontes formadas por um conjunto dessas percolaes (seepage spring) definida quando a descarga de gua atravessa pequenos poros intergranulares de sedimentos inconsolidados (por ex. areia e cascalho). Essa fonte geralmente marcada por uma abundante vegetao e ocorre comumente em vales que cortam a jusante da zona de saturao de um depsito de camada aqfera uniforme. Ainda so definidas Fontes por fraturas (ou fissuras) referentes s descargas de gua ao longo de planos de acamamentos, juntas, clivagens, falhas e outras quebras nas rochas consolidadas.
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A Figura 1 apresenta as vrias formas de nascentes existentes e definidas em Davis e De Wiest (1966). Ainda segundo Davis e DeWiest (1966), existem vrias propostas de classificao das fontes, baseadas em caractersticas diversas, sendo as mais comuns: A vazo de descarga; Caractersticas da carga hidrulica (presso), que cria a descarga; Estrutura geolgica que controla a descarga, e Qualidade e temperatura da gua. Assim, apresentada tambm a classificao de Meinzer (1923 apud Davis e DeWiest 1966), baseada nas faixas de vazo de descarga na fonte. Esta classificao apresentada na Tabela 1.
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Figura 1 Diversas ocorrncias de fontes de acordo com o material geolgico (Davis e DeWiest 1966). (a) depresso do terreno que intercepta o nvel de gua; (b) infiltrao da gua de chuva em material grosseiro e permevel no sop de escarpa; (c) arenito permevel sobreposto a camada de argila; (d) uma falha que coloca camadas impermeveis contra camadas permeveis em aluvies; (e) uma falha que forma zonas abertas fraturadas nas rochas cisalhadas; (f) fraturas de resfriamento em rochas granticas.
Tabela 1 Classificao de fontes baseadas na taxa mdia de descarga (Meinzer 1923 apud Davis e DeWiest 1966).
MAGNITUDE DESCARGA MAGNITUDE DESCARGA Primeira 10 m 3 /s ou maior Quinta 1 a 10 L/s Segunda 1 a 10 m 3 /s Sexta 0,1 a 1 L/s Terceira 0,1 a 1 m 3 /s Stima 10 a 100 cm 3 /s Quarta 10 a 100 L/s Oitava Menor que 10 cm 3 /s
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Calheiros et al. (2004) descreve nascente como o afloramento do lenol (sic) fretico, que vai dar origem a uma fonte de gua de acmulo (represa), ou cursos dgua (regatos, ribeires e rios). A nascente ideal aquela que fornece gua de boa qualidade, abundante e contnua, localizada prxima do local de uso e de cota topogrfica elevada, possibilitando sua distribuio por gravidade, sem gasto de energia. bom ressaltar que, alm da quantidade de gua produzida pela nascente, desejvel que tenha boa distribuio no tempo, ou seja, a variao da vazo situe-se dentro de um mnimo adequado ao longo do ano. Esse fato implica que a bacia no deve funcionar como um recipiente impermevel, escoando em curto espao de tempo toda a gua recebida durante uma precipitao pluvial. Ao contrrio, a bacia deve absorver boa parte dessa gua atravs do solo, armazen- la em seu lenol (sic) subterrneo e ced-la, aos poucos, aos cursos dgua atravs das nascentes, inclusive mantendo a vazo, sobretudo durante os perodos de seca. Isso fundamental, tanto para o uso econmico e social da gua - bebedouros, irrigao e abastecimento pblico, como para a manuteno do regime hdrico do corpo dgua principal, garantindo a disponibilidade de gua no perodo do ano em que mais se precisa dela. Ainda segundo estes mesmos autores, as nascentes podem ser classificadas como: Nascente ou olho dgua - pode ser o tipo de nascente sem acmulo dgua inicial, comum quando o afloramento ocorre em um terreno declivoso, surgindo em um nico ponto em decorrncia da inclinao da camada impermevel ser menor que a da encosta. So exemplos desse tipo as nascentes de encosta e de contato Veredas so formadas por vrias nascentes espalhadas de modo difuso, numa rea de afloramento. (Figura 3) Nascentes com acmulo inicial - quando a camada impermevel fica paralela a parte mais baixa do terreno e, estando prxima a superfcie, acaba por formar um lago. A Figura 2 apresenta as diversas formas de nascentes, de acordo com Calheiros et al. (2004)
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Figura 3 Tipos mais comuns de nascentes originrias de aquifero no confinado: de encosta, de fundo de vale, de contato e de rio subterrneo (carste) (Linsley e Franzini, 1978, apud Calheiros et al 2004).
O Glossrio Hidrolgico da UNESCO, (2011) apresenta as seguintes definies: Fonte: (1) origem de um rio; (2) em dinmica de fluidos, ponto (ou linha) de onde divergem as linhas de corrente. Fonte difusa: nascente que emana de um meio permevel para uma rea relativamente extensa. Nascente: local de onde a gua emerge naturalmente, de uma rocha ou do solo, para a superfcie do solo ou para uma massa de gua superficial.
145 V. 07, N. 02, 2011 Categoria: Artigo Completo Nascente artesiana: nascente cuja gua provm de um aqufero artesiano, geralmente atravs de uma fissura ou outro tipo de abertura da formao impermevel que delimita o aqufero. Nascente de contato: nascente em que a gua flui de uma formao permevel subjacente a uma formao relativamente impermevel. Nascente de depresso (sin. Nascente de gravidade): nascente que emerge para uma superfcie, devido apenas ao fato dessa superfcie interceptar o nvel do aqufero. Nascente intermitente (sin. Nascente peridica): nascente cuja vazo se produz apenas em certos perodos cessando em outros. Nascente de falha geolgica: nascente alimentada por gua subterrnea profunda que emerge de uma falha de grande dimenso. Nascente de fissura: nascente que surge de uma fissura. Nascente de fratura: nascente que flui da fratura de uma rocha. Nascente mineral: nascente cuja gua contem quantidades significativas de sais minerais Nascente termal (sin. Nascente termomineral): nascente cuja gua tem uma temperatura superior temperatura anual mdia do local onde ela emerge. Nascente vauclusiana: ressurgncia em regies crsticas que controlada por um sifo natural e com funcionamento intermitente.
A Resoluo CONAMA n 303 de 20 de maro de 2002 d a definio de nascente e sua rea de proteo: Art. 2 - Para os efeitos desta Resoluo, so adotadas as seguintes definies: ... II - nascente ou olho d`gua: local onde aflora naturalmente, mesmo que de forma intermitente, a gua subterrnea; Art. 3 - Constitui rea de Preservao Permanente a rea situada: ...
146 V. 07, N. 02, 2011 Categoria: Artigo Completo II - ao redor de nascente ou olho d`gua, ainda que intermitente, com raio mnimo de cinqenta metros de tal forma que proteja, em cada caso, a bacia hidrogrfica contribuinte; O (IBGE, 2004) em seu Vocabulrio Bsico de Recursos Naturais e Meio Ambiente d a definio de rio intermitente: Rio intermitente curso dgua que circula em certas pocas do ano, sendo alimentado por gua de nascentes, por guas superficiais ou at mesmo pela fuso da neve. Comum em regies semiridas. Em artigo publicado pelo gelogo Santos, (2009), denominado As APPs associadas a nascentes: O que uma nascente? Como identific-la?, define-se a caracterizao de uma nascente: Vale a pena chamar a ateno para duas situaes que normalmente confundem os observadores e os tm muitas vezes levado a equivocadamente as caracterizar como nascentes, com decorrente aplicao das disposies legais de uma APP, quando efetivamente no se trata de uma nascente. A primeira refere-se a terrenos localmente de topografia plana ou bastante suave, com dificuldade natural de escoamento superficial de guas de chuva. H nessas situaes a possibilidade de formao de uma camada sub-superficial de argilas hidromrficas que, por sua grande impermeabilidade, dificultam a infiltrao e proporcionam a sustentao de uma camada superficial saturada ou mida, especialmente em perodos chuvosos. So situaes que sugerem, erroneamente, uma classificao como nascente difusa. Outro caso controverso diz respeito a olhos dgua intermitentes originados de guas de infiltrao que, ao atravessar a zona superior do solo (zona de aerao) encontram obstculos com menor permeabilidade ou mesmo impermeveis, decorrentes da existncia de variaes geolgicas internas horizontais ou sub-horizontais (uma lente argilosa, por exemplo, ou algum tipo de estrutura). Nessas condies essas guas de infiltrao podem resultar na formao de lenis suspensos ou empoleirados e acabam aflorando superfcie de um terreno declivoso antes de atingir o lenol fretico propriamente dito. Uma situao que, pelas definies conceituais estabelecidas, tambm no pode ser caracterizada como uma nascente, ainda que sugira cuidados especiais de proteo.
A legislao brasileira, quando se refere ao barramento de rios permanentes, est de acordo com os princpios ecolgicos e com a legislao americana (RIPARIAN RIGHTS), segundo o Parecer Tcnico referente Construo de Barragens em Talvegues com fluxo de gua dos engenheiros agrnomos Afranio Almir Righes & Gilberto Luiz Marin Righi:
147 V. 07, N. 02, 2011 Categoria: Artigo Completo Talvegues (Linha que segue a parte mais baixa do leito de um canal ou vale) com fluxo de gua intermitente (somente quando ocorrem precipitaes com intensidades superiores taxa de infiltrao de gua no solo) no podem ser interpretados como rios intermitentes. O escoamento superficial ou enxurrada um evento efmero e somente ocorre quando o solo estiver saturado e no tem capacidade para conduzir toda a gua da chuva para o seu interior, perdendo-se por escoamento superficial.
Neste caso, alguns chamam este escoamento superficial de rios temporrios, que s ocorrem aps as chuvas e que, evidentemente, no possuem nenhuma contribuio da superfcie fretica e na maioria dos casos, nem a sua calha bem definida. Porm, tais rios temporrios sequer merecem a distino de rios, haja vista a incapacidade de suportarem uma fauna aqutica permanente e significativa. Assim sintetizam-se as seguintes definies: - Rio intermitente aqueles cursos dgua, que possuem, quando em deflvio, uma contribuio do aquifero fretico. - Linha de Drenagem Superficial s ocorrem aps as chuvas e no possuem nenhuma contribuio do aquifero fretico.
3. DISCUSSO
O conceito de nascentes ou seu sinnimo (fontes - como visto em diversas literaturas e glossrios tcnicos) tem sua definio como a descarga natural de gua suficientemente grande para fluir em pequeno curso de gua, ou na definio de Calheiros, que pode dar origem a uma fonte de acmulo (represa ou regatos, ribeires e rios). Na maioria dos casos, as nascentes tem sua origem no afloramento da superfcie fretica, e sua surgncia pode ocorrer de vrias maneiras (pontual, difusa, por veredas, etc..). No entanto, acredita-se que cada fonte deva ser caracterizada tambm de acordo com a proposta de Davis e DeWiest (1966), ou seja, com a determinao da vazo de
148 V. 07, N. 02, 2011 Categoria: Artigo Completo descarga, caractersticas hidrulicas, estruturas geolgicas e qualidade e temperatura das guas. A classificao de Meinzer (1923 apud Davis e DeWiest 1966) em funo da magnitude da vazo a nica encontrada na literatura cientfica e que pode ser utilizada para classificao das nascentes brasileiras. O trabalho de Calheiros et al (2004) uma das nicas referncias brasileiras encontradas especificamente sobre nascentes, e a classificao proposta (olho dgua, veredas e de acumulo inicial) em funo da forma de surgncia principalmente. No entanto, na Resoluo CONAMA (303, de 20 de maro de 2002), a nascente definida como afloramento natural de gua subterrnea (mesmo de forma intermitente). Essa definio abarca dessa maneira quase todas as ocorrncias de surgncia de gua subterrnea, inclusive aquelas relativas aos aquferos suspensos. Na definio do CONAMA a condio de fluxo e formao de corpos de gua no so estabelecidas. A definio tcnica deixa claro que a nascente deve ter ocorrncia natural e com vazo suficiente para fluir em curso de gua ou a fonte de acmulo. Dessa forma a nascente a descarga (pontual ou no) da gua subterrnea, de onde se inicia um curso de gua, que pode ser monitorada periodicamente e analisada por meio hidrgrafa (grfico vazo versus tempo). Esta hidrgrafa pode contribuir para o melhor entendimento daquele ponto de surgncia e de sua rea de drenagem, das condies de recarga e descarga a montante da nascente. As nascentes tambm possuem relao direta com a precipitao, evapotranspirao e infiltrao, e assim seus pontos de afloramento podem mover-se de acordo com a variao da superfcie fretica. Isso implica que as nascentes podem se movimentar durante o ano hidrolgico, bem como sua vazo variar tambm em funo desses parmetros citados. Por fim, caso aplicar o modelo de Horton (1933, 1934 apud Fetter 2001), existem na questo de drenagens intermitentes, os fluxos de subsuperficie (interflow), que ocorrem na zona no saturada do solo e de suas surgncias prximos aos corpos de gua (return
149 V. 07, N. 02, 2011 Categoria: Artigo Completo flow), em perodos chuvosos. Nestes casos, no se poderiam classific-las como nascentes, porm pode haver uma caracterizao falha nestes tipos de ocorrncias, assim como na ocorrncia das linhas de drenagem superficiais. As nascentes, surgncias de superfcie fretica, possuem uma relao direta com a cobertura vegetal. A supresso da vegetao nas reas prximas das nascentes e nas margens dos rios provoca alteraes adversas no comportamento dessas ocorrncias, pois a vegetao fundamental para a recarga do aquifero fretico, e a gua percolada acaba aflorando nas nascentes e olhos dgua. A retirada da vegetao nas reas de nascentes determina seu desaparecimento, pois as condies de infiltrao so reduzidas e aumentadas o escoamento superficial. Consequentemente, h o assoreamento no canal de drenagem e a diminuio da contribuio do fluxo de base no corpo de gua superficial. O uso e ocupao do solo tanto em reas rurais quanto urbanas vem ao longo dos tempos impactando profundamente na rede de drenagem, por isso a proteo das reas de nascente a inteno da legislao ambiental. As nascentes de fraturas profundas podem possuir guas termominerais, minerais ou termais, e geralmente so guas que se infiltram e surgem de modo artesiano em condies especiais. Estas surgncias podem possuir altas vazes e originar rios de porte. o caso das fontes do Balnerio de guas de Lindia, principalmente a Fonte So Roque, com vazes de 50 m 3 /h, e que origina o ribeiro das guas Quentes, que corta a poro central do municpio (Yoshinaga, 1990). Nestes casos, as reas de recarga destas fontes profundas geralmente so grandes reas a montante, definidas aps estudos hidrogeolgicos.
4. CONCLUSES
As nascentes apresentam definies que se convergem a essa definio geral: so surgncias que possuem vazo suficiente para originar curso ou acmulo de gua.
150 V. 07, N. 02, 2011 Categoria: Artigo Completo A caracterizao das nascentes devem ser fundamentadas por estudos relativos a sua vazo, condies geolgicas e hidrogeolgicas de ocorrncia, qualidade e temperatura. O estudo do comportamento das vazes em funo do monitoramento das vazes ao longo do ano hidrolgico fundamental para o entendimento da dinmica das guas, de suas condies de recarga e descarga, bem como de suas variaes na qualidade e temperatura. Em casos de nascentes de afloramento da superfcie fretica, a presena da vegetao original proporciona condies de recarga e armazenamento, pois favorece o processo de infiltrao das guas de chuva, e assim garante a manuteno da vazo. A no preservao dessas condies na nascente e seu entorno, provoca seu desaparecimento, como visto em vrias paisagens no Brasil, pois sem capacidade de infiltrao, no existe recarga e h assoreamento no canal de drenagem. As definies apresentadas neste trabalho no divergiram em relao a sua conceituao e sim detalharam os diferentes modos de ocorrncia das nascentes, quanto a forma, vazo, origem, bem como estabeleceu algumas diretrizes em relao a sua caracterizao e estudo de seu comportamento. Por fim, destaca-se que estas ocorrncias possuem uma dinmica que se modifica em funo da sazonalidade, mas tambm das transformaes no uso e ocupao das terras a montante.
REFERNCIAS
CONAMA. Legislao ambiental. Disponvel em http://www.mma.gov.br/ conama . Acesso em 19 de outubro de 2010.
CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resoluo CONAMA n 303 de 20/03/2002
FETTER, C.W. 2001. Applied Hydrogeology. Prentice-Hall. New Jersey. 598pp.
IBGE. Vocabulrio Bsico de Recursos Naturais e Meio Ambiente. (2004). Site: http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/vocabulario.pdf, acesso em 28 de maro de 2011
KRESIC, N. Hydrogeology and Groundwater Modelling. 2nd. Edition. CRC Press (Taylor and Francis Group). 807 pp. 2007.
RIGHES, A. A. & RIGHI, G. L. M. (2006). Parecer Tcnico referente Construo de Barragens em Talvegues com Fluxo de gua.
SANTOS, A. R. dos (2009). As APPs associadas a nascentes: O que uma nascente? Como identific-la? Site: http://www.ecodebate.com.br/ 2009/07/21/as-apps-associadas-a- nascentes-o-que-e-uma-nascente-como-identifica-la-artigo-de-alvaro-rodrigues-dos- santos/, acesso em 28 de maro de 2011.
UNESCO. Glossrio Internacional de Hidrogeologia. Disponvel em: (http://webworld.unesco.org/water/ihp/db/ glossary/glu/PT/GF1166PT.HTM. Acesso em 12 de agosto de 2011).
YOSHINAGA, S. 1990. Estudos Hidrogeolgicos, Hidrogeoqumicos e Isotpicos em guas Minerais dos Municpios de guas de Lindia e Lindia SP. Dissertao de Mestrado. Instituto de Geocincias, Universidade de So Paulo. 90 pp.