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1) A personagem que corporiza a invasão do campo pela cidade é uma vendedora de frutas e legumes, descrita como pequenina e contrastante com as casas apalaçadas e os moradores sossegados.
2) Os versos sobre a vida fácil e o conchego dos moradores expressam uma crítica social à exploração dos trabalhadores, que nunca desfrutam de tal bem-estar.
3) O sujeito poético se interessa pela vendedora por representar um símbolo de libertação da frieza citadina
1) A personagem que corporiza a invasão do campo pela cidade é uma vendedora de frutas e legumes, descrita como pequenina e contrastante com as casas apalaçadas e os moradores sossegados.
2) Os versos sobre a vida fácil e o conchego dos moradores expressam uma crítica social à exploração dos trabalhadores, que nunca desfrutam de tal bem-estar.
3) O sujeito poético se interessa pela vendedora por representar um símbolo de libertação da frieza citadina
1) A personagem que corporiza a invasão do campo pela cidade é uma vendedora de frutas e legumes, descrita como pequenina e contrastante com as casas apalaçadas e os moradores sossegados.
2) Os versos sobre a vida fácil e o conchego dos moradores expressam uma crítica social à exploração dos trabalhadores, que nunca desfrutam de tal bem-estar.
3) O sujeito poético se interessa pela vendedora por representar um símbolo de libertação da frieza citadina
Num Bairro Moderno (incio) L atentamente o seguinte texto:
Num Bairro Moderno
Dez horas da manh; os transparentes Matizam uma casa apalaada; Pelos jardins estancam-se as nascentes, E fere a vista, com brancuras quentes, A larga rua macadamizada.
Rez-de-chausse repousam sossegados, Abriram-se, nalguns, as persianas, E dum ou doutro, em quartos estucados, Ou entre a rama dos papis pintados, Reluzem, num almoo, as porcelanas.
Como saudvel ter o seu conchego E a sua vida fcil! Eu descia, Sem muita pressa, para o meu emprego, Aonde eu agora quase sempre chego Com tonturas duma apoplexia.
E rota, pequenina, azafamada, Notei de costas uma rapariga, Que no xadrez marmreo duma escada, Como um retalho de horta aglomerada, Pousara, ajoelhando, a sua giga.
E eu, apesar do sol, examinei-a: Ps-se de p; ressoam-lhe os tamancos;
E abre-se-lhe o algodo azul da meia, Se ela se curva, esguedelhada, feia, E pendurando os seus bracinhos brancos.
Do patamar responde-lhe um criado: "Se te convm, despacha; no converses. Eu no dou mais." E, muito descansado, Atira um cobre lvido, oxidado, Que vem bater nas faces duns alperces. Responde s seguintes questes: 1. O excerto acima transcrito dramatiza em parte a invaso simblica da cidade pelo campo. 1.1. Indica quem corporiza tal invaso. 1.2. Faz um levantamento das expresses que liguem essa personagem ao campo e estabelece um contraste com o cenrio envolvente. 2. Como saudvel ter o seu conchego / E a sua vida fcil - Explicita a simbologia inerente a estes versos e a crtica social neles expressa. 3. E eu, apesar do sol, examinei-a - Justifica o interesse demonstrado pelo sujeito potico nesta personagem. 4. Demonstra como o criado presente neste excerto o elemento de ligao entre dois mundos distintos. 5. Apresenta dois exemplos de caractersticas prprias da poesia de Cesrio no excerto acima transcrito.
Proposta de correco I 1.1. A personagem que corporiza o campo a vendedora de fruta e legumes. 1.2. Esta pequena vendedora o arqutipo de uma personagem campestre, que, face opulncia da cidade, se v inferiorizada e diminuda. Por este motivo, ela pequenina, no se conseguindo opor s casa apalaadas deste bairro; a sua atitude contrasta com a do bairro, uma vez que, por se mostrar azafamada, no se coaduna com os Rez-de-chausse que repousam sossegados; a sua pobreza est expressa na sua indumentria, pois mostra-se rota, abre-se-lhe o algodo azul da meia, facto impensvel para aqueles que mostram ostensivamente as suas porcelanas; por ltimo, ela esguedelhada, feia, pois a sua nica preocupao reside no seu trabalho, contrariando a vida burguesa, pois o luxo dos jardins e o bem-estar dos quartos estucados surgem como preocupao primordial. 3. Os versos transcritos expressam condio social e o modus vivendi daqueles que habitam neste bairro moderno. O sujeito potico deixa transparecer o seu desabafo ao constatar que aqueles que vivem no seu conchego no merecem tal vida, uma vez que esta demasiado fcil, um reflexo da explorao que exercem sobre os trabalhadores, que nunca chegam a beneficiar de tamanho esforo. Por este motivo, este desabafo irnico, pois a sade que estes burgueses gozam para Cesrio motivo de repdio e no de satisfao. 4. Envolvido no ambiente citadino, o sujeito potico sente-se doente, enfermo, em constantes tonturas de apoplexia. a frieza citadina, a falta de contacto humano que provocam estes sentimentos. Mas o campo revitaliza-o. A pureza, o colorido, a vitalidade transformam a sua postura e a sua maneira de ser. Ao caminhar para o emprego, e sem esperar por tal, o "eu" lrico encontra-se com uma vendedora, smbolo do campo. natural que, contra todas as adversidades que pudesse sentir, o sujeito potico de imediato se interessa por aquela pessoa, smbolo da sua libertao citadina. 5. O criado neste poema um elo de ligao entre a burguesia e o povo visto que este, apesar de pertencer ele prprio ao povo, apresenta j os mesmos comportamentos da burguesia. Ele rude na forma como trata a vendedora, snob e arrogante. No entanto, porque no pertence burguesia, continua a ser um daqueles que por ela explorado, sendo ele quem fala e lida com o povo, pois a burguesia ocupa uma posio demasiadamente altiva para se rebaixar ao ponto de falar com estas pessoas. 6. Dos diversos recursos comuns na poesia de Cesrio, podemos destacar os seguintes: - a tripla adjectivao, em rota, pequenina, azafamada; - as sinestesias, em Reluzem, num almoo, as porcelanas; - o impressionismo, em pendurando os seus bracinhos brancos; - o carcter deambulatrio, em Eu descia, sem muita pressa; ... ... ...