0 оценок0% нашли этот документ полезным (0 голосов)
94 просмотров8 страниц
1. O documento discute as aplicações da musicoterapia em reabilitação física, detalhando procedimentos, técnicas e atendimento a pacientes com diferentes diagnósticos em um centro de reabilitação.
2. São abordados os equipamentos e sala de atendimento, com foco no alinhamento dos objetivos musicoterápicos com a equipe multidisciplinar.
3. Exemplos de clínicas atendidas são apresentados, como ataxias, lesão encefálica adquirida e paralisia cerebral, com detalhes
1. O documento discute as aplicações da musicoterapia em reabilitação física, detalhando procedimentos, técnicas e atendimento a pacientes com diferentes diagnósticos em um centro de reabilitação.
2. São abordados os equipamentos e sala de atendimento, com foco no alinhamento dos objetivos musicoterápicos com a equipe multidisciplinar.
3. Exemplos de clínicas atendidas são apresentados, como ataxias, lesão encefálica adquirida e paralisia cerebral, com detalhes
1. O documento discute as aplicações da musicoterapia em reabilitação física, detalhando procedimentos, técnicas e atendimento a pacientes com diferentes diagnósticos em um centro de reabilitação.
2. São abordados os equipamentos e sala de atendimento, com foco no alinhamento dos objetivos musicoterápicos com a equipe multidisciplinar.
3. Exemplos de clínicas atendidas são apresentados, como ataxias, lesão encefálica adquirida e paralisia cerebral, com detalhes
Nydia Cabral Coutinho do Rego Monteiro O objetivo deste trabalho contribuir para a prtica do musicoterapeuta que pretende trabalhar ou trabalha com pacientes em reabilitao fsica. Por experincia prpria ao precisar ter acesso a material bibliogrfico especfico para um melhor preparo no concurso que me deu acesso ao trabalho de musicoterapeuta em reabilitao, constatei a quase inexistncia desta bibliografia. Este material baseia- se em estudos cientficos recentes e nosso fazer dirio em musicoterapia com pacientes de clnicas variadas (AVC, traumatismo craniano, leso medular, ataxias, paralisia cerebral, mielomeningocele) em centro de reabilitao de alta complexidade. Visamos traduzir de forma prtica as particularidades da musicoterapia nesta rea. Exemplos de situaes clnicas sero trazidos e o uso especfico de parmetros sonoros e instrumental adequados a cada clnica. Alguns casos e seqelas mais comuns sero citados como forma de melhor demonstrar e interagir com os interessados em nossa rea. Entre as principais fontes tericas usadas no campo da neurologia e medicina em reabilitao esto: Casalis, Hebert, Fernandes e Ramos (2007), Nascimento (2003), Sacks (2007).
Palavras-Chave: Musicoterapia, reabilitao fsica, centro reabilitao alta complexidade.
* Apresentado no XIII Simpsio Brasileiro de Musicoterapia, IX Encontro Nacional de Pesquisa, Curitiba, Paran, 2009 2
* 1 Especialista em Musicoterapia CBM-RJ-1998.Co-autora projeto de Especializao em Musica-Musicoterapia-UFPI-2005.Musicoterapeuta do CEIR- Centro Integrado de Reabilitao Fsica de Teresina-PI.Presidente AMT-PI- Associao de Musicoterapia do Piau. E-mail-nydiadoregomonteiro@yahoo.com.br
INTRODUO
Este trabalho pretende detalhar um pouco mais a prtica atual da musicoterapia na rea de reabilitao fsica em um centro de alta complexidade com uma equipe multidisciplinar completa. Abordaremos o atendimento a pacientes de clnicas, diagnsticos e idades variadas e as particularidades da musicoterapia nesta rea que difere um pouco da aplicao em outras reas. Gostaria de deixar claro que um trabalho sem grandes pretenses, mas com um desejo de colaborar na prtica de colegas que necessitam de material nesta rea apaixonante da reabilitao. Utilizaremos o excelente material bibliogrfico j existente e o que conseguimos desenvolver ao longo do nosso trabalho prtico em reabilitao fsica em parceria com uma equipe multidisciplinar completa. Conforme Chagas (2008,p.47) comum encontrar em trabalhos em nossa rea, maior enfoque na descrio da patologia do que sobre a utilizao da msica e a interseo de ambos. Pretendemos dar maior nfase no enfoque musicoterpico por saber ser este material mais necessrio atualmente para nossos colegas no seu fazer dirio. 1-REABILITAO FSICA: SETOR DE MUSICOTERAPIA Bruscia (2000) diz que as experincias musicais e as relaes desenvolvidas atravs delas so um meio para ajudar os pacientes lesionados, traumatizados a readquirirem os nveis anteriores ou adapt-los a vida atual no que fr possvel. Para este mesmo autor, a musicoterapia na reabilitao uma forma intensiva de tratamento podendo tornar-se primria. Por terapia primria entende-se uma terapia reconstrutiva com um processo de interveno e mudana caracterizado por sua profundidade e extenso. A musicoterapia em um centro de reabilitao est inserida na rea mdica.O trabalho em equipe multidisciplinar, objetiva obter, atravs de recursos teraputicos existentes, metas precisas e realistas para cada paciente em um tempo definido, contadas nas diferentes etapas de sua reabilitao (Ramos e Casalis,2007,p.6). Segundo a prtica do centro de reabilitao em que 3
estou inserida evita-se a dependncia do paciente, estimulando sua reintegrao familiar, social, educacional e profissional.
1.1- SETOR DE MUSICOTERAPIA: Segundo Nascimento (2003, p.76), os procedimentos de musicoterapia na reabilitao devem estar alinhados aos objetivos mdicos e teraputicos de reabilitao. O musicoterapeuta deve avaliar bem o paciente e direcionar o atendimento em harmonia com toda a equipe e estabelecer objetivos prticos que possibilitem um ganho funcional a curto e mdio prazo.
2- SALA , EQUIPAMENTOS, PROCEDIMENTOS E TCNICAS NO SETOR: A sala para atendimento individual e tem todo material necessrio a clientela de 0 a mais de 80 anos. adaptada a cada particularidade individual dos pacientes. Utilizamos instrumentos musicais tradicionais, como alguns adaptados, o uso de computador, cd-roms e outros que forem se apresentando como necessrios ao processo de habilitao, reabilitao e adaptao de cada um. Lembrando sempre do objetivo funcional tambm orientamos aos pacientes e/ou seus familiares quanto a tarefas que podem ser realizadas em casa como forma de atingir os objetivos estabelecidos pela equipe. A musicoterapia na reabilitao uma forma intensiva de tratamento e por isso se faz necessrio tambm que alguns materiais sonoros ou reprodues de vdeo e udio possam ser utilizadas diriamente pelos pacientes. Diferenciando-se a de atendimentos musicoterpicos em outros reas. Os procedimentos musicoterpicos so os mesmos como: entrevista, testificao, contrato, relatrios e alta. Existe o diferencial de termos antes acesso a um pronturio completo com avaliao de: mdicos (clnicas diversas), fisioterapeuta( de solo e hidro), terapia ocupacional, psiclogo, psicopedagogo , fonoaudilogo, nutricionista, odontlogo,.enfermagem e assistente social. Toda avaliao inicial e mensal compartilhada em: pronturio, reunies e contatos dirios (se necessrio). importante tambm ressaltar que as trocas entre todos os profissionais possibilitam uma melhora mais significativa no quadro final de nossos pacientes. A 4
musicoterapia um setor com uma demanda muito intensa e com menos de um ano de funcionamento outra profissional foi selecionada, treinada e iniciou atendimento. As tcnicas (Barcellos) ou mtodos (Bruscia) utilizados so os mesmos utilizados pelos musicoterapeutas como: audio, re-criao, improvisao e composio.
3-CLNICAS E DIAGNSTICOS VARIADOS 3.1-DOENAS NEUROMUSCULARES-ATAXIAS As ataxias hereditrias compreendem diferentes doenas nas quais a manifestao predominante a incoordenao motora progressiva, especialmente da marcha, desequilbrio, nistagno, hipotonia, fala e respirao vagarosas. (Fernandes, A.; Ramos, A.; Casalis, M. E.; Herbet, S.2007, p.118) Musicoterapicamente o treino sistemtico de ritmos variados pode ser eficaz para este tipo de clientela j que o cerebelo uma das principais reas afetadas. Todos os estudos atuais sobre msica e crebro demonstram que o cerebelo o responsvel pelo ajuste rtmico automtico do ser humano, logo esta ativao pode ser benfica (Levitin,2007). O canto com nfase na articulao tambem pode auxiliar na fala e respirao comprometidas. O emocional tambm deve ser trabalhado pois segundo pesquisas recentes realizadas em Harvard o cerebelo estabelece inmeras conexes com os centros emocionais do crebro.( Schmahamann apud Levitin ,2007) 3.2- LESO ENCEFLICA ADQUIRIDA Nesta clnica so atendidos principalmente os seguintes diagnsticos: Traumatismo cranioenceflico (TCE), Acidente vascular enceflico (AVE). As seqelas alm das motoras so variadas e afetam diversas reas cerebrais, por isso a msica pode estimular e trabalhar praticamente todas as reas afetadas. A memria, em suas diversas nuances, pode ser exercitada sonoramente com a audio de sons, rudos, msicas, jingles da identidade sonora do paciente sempre levando em conta os objetivos estabelecidos pela musicoterapia. O canto pode auxiliar pacientes afsicos que tiveram seu hemisfrio predominante afetado, mas tm em seu outro hemisfrio intacto seu aliado para a reabilitao. Letras de msicas e associaes a lembranas vo ampliando o potencial que ficou reduzido. O uso do membro lesado junto com o so em uma atividade prazerosa musical 5
utilizando instrumentos adaptados ou a tecnologia atual pode auxiliar a toda a prtica do mesmo paciente em tratamento multidisciplinar. Sacks (2007, p.215) coloca de forma clara o terapeuta e sua relao com o paciente- uma relao que envolve no s a interao vocal e musical, mas contato fsico. E este o diferencial da musicoterapia que estimula em sua prtica os neurnios-espelho por todo o crebro que permitem ao paciente em reabilitao: imitar, incorporar as aes ou habilidades de outros, como estudado por Rizzoletti et all.(apud Sacks,2007) Este processo muito importante para uma maior reabilitao. 3.3-PARALISIA CEREBRAL: uma desordem motora esttica, no devendo haver evidncia de doena progressiva ou perda de aquisies motoras j previamente adquiridas.(Fernandes, A.; Ramos, A.; Casalis, M. E.; Herbet, S.,2007,p.20). O comprometimento fsico diferencia bastante conforme: tipos, tnus postural anormal, distribuio, qualidade, graus, habilidades cognitivas, deficincias associadas. Modificamos o tnus para modificar a postura . O ritmo binrio citado como ideal para ser usado por todos os autores de trabalhos na rea. Segundo Levitin (2007) os compassos 4/4 e 2/4 so fceis para caminhar, danar ou marchar. PC tipo espstico necessita de reduo da hipertonia combatendo os padres de espasticidade , segundo Nascimento (2007,p.857), alm de necessitar de uma cuidadosa investigao sonora especfica. Em geral h um maior controle com msica ritmicamente marcada, repetitiva, estimulando a atividade muscular e controle emotivo. Todos os estmulos sonoros, assim como o posicionamento do musicoterapeuta, devem ficar altura dos olhos do paciente e centralizados, evitando que entre em atividade reflexa. Em espsticos graves, a presena do reflexo de Moro exige cautela no uso de sons de diferentes alturas, que podem desencadear este reflexo. O uso de instrumentos metlicos e a intensidade mais forte tambm podem provocar esta mesma reao. PC tipo atetide- Oscilao de tnus, normal a hiper, dificuldade em movimentos seletivos, falta de simetria, movimentos atetide (em crculos) nas extremidades. Uso de msica com ritmo bem marcado, calma e por vezes em tom menor acompanhando sempre a flutuao do tnus, at a estabilizao e a melhor atuao do musicoterapeuta com o paciente. O uso de instrumentos que do estabilidade de 6
tronco e despertam o interesse da criana para o uso dos membros superiores, mesmo daquele membro normalmente esquecido, deve ser aproveitado. Em minha prtica, tambores, atabaque, teclado e computador com atividades tm se mostrado importantes aliados. O prazer e a diverso estimulam a exerccios, posicionamentos e movimentos que em outras atividades so recusadas pelos mesmos pacientes. PC tipo creo-atetsicos- Observamos movimentos involuntrios de lngua, falta de controle de cabea, movimentos mais bruscos, tnus de hipo ao normal e ao hiper, dificuldades na reao protetora e de extenso de braos. Ritmos bem marcados para auxiliar na organizao dos movimentos e o uso de baquetas mais pesadas so adequados para a centralizao dos movimentos. So crianas inteligentes, com rapidez de percepo e movimentos lentos e incontrolveis. Seu humor, ansiedade e auto-estima devem ser trabalhadas desde o incio, pois se ressentem por serem vistos normalmente como deficientes mentais. O controle da respirao e exerccios que possibilitem um certo relaxamento deve ser tambm utilizado com o mesmo como auxiliar no seu tratamento. O canto com o uso de microfone tambm pode lhes trazer grande prazer e auxiliar na projeo de voz, articulao. 3.4- LESO MEDULAR Apesar do grande nmero de tentativas para a descoberta de medidas que revertam os danos causados por uma leso na medula espinhal, ainda o tratamento de reabilitao constitui o melhor recurso.(Fernandes, A.; Ramos, A.; Casalis, M. E.; Herbet, S.,2007,p.188) H necessidade de expressar seus medos, dvidas em relao a sua mudana radical de vida. O fazer musical como ao produtiva auxilia na aceitao da nova etapa de vida. Esta prtica musical no setor de musicoterapia muitas vezes necessita de adaptaes desenvolvidas pelo setor de terapia ocupacional para a facilitao do manuseio dos instrumentos musicais (Nascimento,2003,p.44). Existe ainda um potencial muito vasto de pesquisa e com a prtica tenho percebido outras possibilidades mais profundas de aplicao da musicoterapia a serem investigadas. 3.5-MIELOMENINGOCELE- uma m formao complexa do tubo neural, onde ocorre uma falha na fuso dos elementos posteriores da coluna vertebral, causando a falta de 7
fechamento do canal vertebral e displasia da medula espinhal. (Fernandes, A.; Ramos, A.; Casalis, M. E.; Herbet, S.,2007, p.141) Crianas portadoras de defeitos do tubo neural devem ser posicionadas de forma cuidadosa e bem orientada (Nascimento, 2007, p.859). Para isso a presena do fisioterapeuta ou do terapeuta ocupacional envolvido no atendimento do mesmo paciente deve ser solicitada para uma orientao sempre que necessrio. A musicoterapia com esta clientela, que tem seu cognitivo e emocional alterados, promove de maneira prazerosa o planejamento de ao, cognitivo, ateno, afetividade, motivao e inteligncia emocional. Tambm facilita a entrada de outras terapias que s vezes tem dificuldade de atuao com esta clientela instvel em suas relaes sociais. O paciente desta clnica deve ser incentivado a participar de grupos de musicoterapia infantil . o que estamos fazendo atualmente.
4-CONSIDERAES FINAIS Finalizando este trabalho, espero ter contribudo um pouco com material para esta rea de reabilitao fsica necessitada de produo bibliogrfica. Optei por um trabalho mais prtico e direcionado por perceber a necessidade atual por este formato. Eu me inspiro em uma citao de Barcellos (2004.p 58). preciso que nos conscientizemos que o ato de escrever se constitui como um dos mais importantes para se ter insights e ao se consultar outros autores, ampliamos , transformamos ou damos nova forma ao que j existe. Que assim seja!
ABSTRACT APPLICATIONS OF MUSICTHERAPY IN PHYSICAL REHABILITATION NOWADAYS The objective of this paper is to contribute to the practice of the musictherapist that wants to work or works with patients in physical rehabilitation. By experience when he needs to have access to a specific bibliographic material to a better preparation in the competition that gave me access to work in rehabilitation as a musictherapist I saw the virtual absence of this literature. This material is based on recent scientific studies and our daily do in musictherapy in patients with various clinical (stroke, head 8
trauma, spinal cord injuries, ataxia, cerebral palsy, myelomeningocele) in rehabilitation centers of high complexity. We aim to translate in practice characteristics of music in this area. Examples of clinical situations will be brought and the specific use of sound and instrumental parameters that are appropriate to each clinic. Some cases and most common sequels are mentioned as better show and interact with stakeholders in our area. Among the main sources used in the theoretical field of medicine in neurology and rehabilitation are: Casalis, Hebert, Fernandes e Ramos (2007), Nascimento (2003), Sacks (2007). Key-words: Musictherapy, physical rehabilitation, rehabilitation centers of high complexity
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS BARCELLOS,L.R.M(org). Musicoterapia: Alguns escritos.Rio de Janeiro: Enelivros, 2004 BRUSCIA, Kenneth. Definindo Musicoterapia. 2.ed. Rio de Janeiro: Enelivros, 2000. CHAGAS, M; PEDRO, R. Musicoterapia-desafios entre a Modernidade e a Contemporaneidade..Rio de Janeiro: X:Bapera, 2008 FERNANDES, A.; RAMOS, A.; CASALIS, M. E.; HEBERT, S. AACD Medicina e reabililitao: Princpios e prtica. So Paulo: Artes Mdicas, 2007. LEVITIN, D. Uma paixo humana-O seu crebro e a msica. Portugal: Editorial Bizncio, 2007. LOPES, A.L.; CARVALHO, P.. Musicoterapia com hemiplgicos: Um trabalho integrado a fisioterapia. Rio de Janeiro: Enelivros, 1999. NASCIMENTO, M.. Musicoterapia: princpios e prtica. In:FERNANDES, A.; RAMOS, A.; CASALIS, M. E.; HEBERT, S. AACD Medicina e reabililitao: Princpios e prtica. So Paulo: Artes Mdicas, 2007. ________________ . Paralisia cerebral: conceito de tratamento neuro evolutivo e sua aplicao no desenvolvimento da criana portadora no mbito dos procedimentos em Musicoterapia. Orientadora: Maristela Smith. Faculdade Paulista de Artes. Monografia de especializao, 2003. NITRINI, Ricardo; BACHESCHI, Luiz. A neurologia que todo mdico deve saber. 3.ed. So Paulo: Maltese, 1995. SACKS, Oliver. Alucinaes Musicais: relatos sobre a msica e o crebro. So Paulo: Companhia das Letras, 2007.