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Última atualização: setembro/2005.
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Mestre em direito econômico pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Especialista em direito
fiscal e tributário pela Universidade Cândido Mendes (UCAM/RJ). Juiz federal na Paraíba. Professor
do Centro Universitário de João Pessoa (UNIPÊ/PB).
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Por seu turno, alegava a SAELPA haver celebrado tal contrato com o
município em razão de dificuldades pelas quais estava o mesmo a passar,
aparecendo o Termo de Confissão e Parcelamento de Dívida como uma opção
menos drástica, colocada ao município inadimplente para a quitação de sua dívida
pela prestação do serviço de energia elétrica, sem a interrupção do dito serviço.
Vigoraria, assim, o princípio do pacta sunt servanda, bem como o princípio da boa-
fé, uma vez estar a entidade credora, quando da celebração da avença, legitimada
a uma ação de cobrança contra o município, ação judicial que somente não fora
ajuizada em razão da crença no pacífico pagamento pela forma assumida e, a
posteriori, severamente questionada.
Com efeito, a Constituição Federal, como lei maior de uma nação, traça o
perfil não só do Estado como ente político, mas também delineia todas as balizas
que separam a atividade administrativa lícita da atividade ilícita, arbitrária ou
abusiva.
Em perfeita sintonia com tal vertente, e sendo não menos necessária, está a
autonomia política que se traduz na possibilidade de escolha, pelos cidadãos do
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Seria correto afirmar que, uma vez pactuada tal forma de pagamento, sob
pena de prejuízo à boa-fé da requerida e ao princípio do pacta sunt servanda, esta
deveria ser mantida, principalmente por ter havido a plena aquiescência do
município ao acordo firmado? Entendemos que não.
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Tais argumentos não sobrevivem diante de uma análise mais cuidadosa por
parte do intérprete. Da refletida leitura dos dispositivos constitucionais em questão,
observa-se que, ao fazer a ressalva destacada no dispositivo acima, simplesmente
quis dizer a Constituição Federal que, quanto às transferências constitucionais, vige
o princípio da vinculação de receita, mas não para o ente estatal que recebe a
transferência, e sim, exatamente, para aquele que efetua, em caráter ativo, o
repasse de recursos.
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