O Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Análise e
Escolares: metodologias de Comentário Crítico
operacionalização (Conclusão)” Cristina Assunção
Considerando a amostra de relatórios de avaliação externa de
escolas disponíveis na Plataforma, seleccionei relatórios de três escolas, sendo um de cada ano lectivo apresentado - 2006/07, 2007/08 e 2008/09.
Realizei uma leitura atenta destes relatórios de avaliação de escolas
que se integram na área da DRELVT. De modo a possibilitar a análise de realidades de escolas diferentes, por ciclos de ensino, escolhi um agrupamento em que a escola sede é EBI, outro agrupamento com a escola sede EB2,3 e uma escola Secundária.
As escolas seleccionadas foram as seguintes:
• Escola Secundária Augusto Cabrita –Alto do Seixalinho-Barreiro
(Março 2007)
• Agrupamento de Escolas de Álvaro Velho – Lavradio-Barreiro
(Janeiro 2008)
• Agrupamento de Escolas de Apelação – Loures (Março 2009)
No relatório do Agrupamento de Escolas de Álvaro Velho a referência
à Biblioteca é sempre breve. É mencionada quando se caracterizam os edifícios das escolas, evidenciando em alguns casos algumas deficiências estruturais e sinais de degradação. No entanto, quando existe essa referência, é designada por Centro de Recursos/Biblioteca e não por Biblioteca Escolar.
No relatório destacam “...espaços específicos para a
aprendizagem ... o centro de recursos onde funciona a biblioteca, um auditório, um espaço destinado à produção de material multimédia e uma sala de estudo.”, revelando que a Biblioteca Escolar está incluída do Centro de Recursos.
Relativamente ao ponto sobre a valorização e impacto das
aprendizagens, é mencionada a valorização das aprendizagens dos alunos e a promoção de acções no âmbito do PNL e da RBE. Contudo não é especificado que actividades foram desenvolvidas na biblioteca.
No ponto “2-Prestação do serviço educativo”, no que se refere à
planificação e definição de estratégias e metodologias de trabalho em sala de aula, descrevem apenas que ”... o PNL tem tido uma
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expressão mobilizadora no trabalho conjunto inter e
intradepartamentos. O PNL tem servido como instrumento de desenvolvimento de aprendizagens da Língua Portuguesa, bem como do gosto pela leitura.” É mencionado ainda que “...o Agrupamento convidou escritores, neste âmbito, possibilitando aos alunos a presentação de trabalhos sobre as obras...”. Sendo a biblioteca o local privilegiado para estes eventos decorrerem e onde estão “guardados” os livros do PNL para os alunos lerem e desenvolverem o gosto pela leitura, como é que não há referência à biblioteca?
No ponto sobre “Gestão dos recursos materiais e financeiros” a
Biblioteca/Centro de Recursos é mencionada como um espaço polivalente e bem equipado mas destacam que incorpora também a Sala de Estudo onde os alunos desenvolvem competências diversificadas ligadas designadamente ao PNL. Mais uma vez, a Biblioteca é vista como um espaço incluido no Centro de Recursos e não como um polo central de desenvolvimento de competências e aprendizagens nos alunos.
É feita referência ao horário alargado do centro de recursos e que
este tem um bom funcionamento, demonstrando algum reconhecimento pelo trabalho realizado pelos “responsáveis” e pela “AAE” que nele presta serviço. Não se percebe quem são os responsáveis, se existe uma equipa de professores e se a funcionária está neste serviço a tempo inteiro ou apenas parte do dia.
É ainda mencionado que as receitas próprias que a escola realiza,
em termos de verba, possibilita a melhoria dos espaços escolares e, entre outras aplicações, a aquisição de livros para a Biblioteca.
No ponto sobre “Parcerias, protocolos e projectos” é descrito o
envolvimento do agrupamento em projectos nacionais, incluindo a RBE e o PNL. Contudo, não é referida qualquer articulação entre o PNL e a Biblioteca.
No relatório da Escola Secundária Augusto Cabrita, a Biblioteca é
referida no ponto sobre “Caracterização da Unidade de Gestão”, quando se apresentam os espaços e serviços da escola.
2 Agrupamento Vertical de Escolas Vale da Amoreira
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No ponto “2-A prestação do serviço educativo” é referida “... a
utilização do Centro de Recursos para favorecer maior igualdade de oportunidades educativas e para a criação de hábitos de trabalho...”.
No ponto sobre “Parcerias, protocolos e projectos” é mencionada a
participação da escola em projectos nacionais, nomeadamente a RBE.
O Agrupamento de Escolas de Apelação está integrado no programa
dos Territórios Educativos de Intervenção Prioritária (TEIP2) desde 2005/2006. É mencionado diversas vezes os problemas de indisciplinas e violência na escola. Grande maioria dos alunos não têm como língua materna o Português e vêm de meios sócio- económicos desfavorecidos. Contudo, no relatório realizado não é feita qualquer referência à Biblioteca.
Concluindo, a referência à Biblioteca Escolar é ainda muito ténue,
limitando-se a referências de carácter estrutural e de caracterização do espaço físico. Regra geral, é mencionado o Centro de Recursos e a Biblioteca é apresentada como um espaço que se inclui nesse.
Não está evidenciado o contributo da Biblioteca Escolar para a
melhoria das práticas pedagógicas.
Vale da Amoreira, Dezembro 2009
3 Agrupamento Vertical de Escolas Vale da Amoreira