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3ª Sessão – Tarefa 2 José Carlos Santos

Análise crítica ao “Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares”

1 - O Modelo enquanto instrumento pedagógico e de melhoria.


Conceitos implicados
Constituindo o Modelo de Auto-Avaliação das Bibliotecas Escolares (BE’s) o
quadro de referência estratégico que persegue a melhoria contínua da qualidade, numa
perspectiva de inovação nas BE’s, a resultante da sua implementação deverá assumir
uma dimensão de “missão” - elevar ao máximo as aprendizagens, o desenvolvimento
curricular e o sucesso educativo dos alunos.
O Aluno, como sujeito activo, construtor do seu próprio conhecimento, deve
adoptar novas estratégias assentes no questionamento constante. A introdução das TIC
no desenvolvimento de novos ambientes de circulação da informação, também implica
novas literacias e aprendizagem continuada – A BE deve dar resposta a esta perspectiva.
Mesmo que se identifiquem as áreas de sucesso e aquelas que, por apresentarem
resultados menores requerem maior investimento futuro, nem sempre é possível dar
resposta a estes sinais, ou por ausência de formação específica da equipa da BE, ou por
dificuldades físicas e financeiras – a realidade de cada Escola implicará muitas
assimetrias ao nível das realizações, que forçosamente se quedarão aquém das
expectativas.
O conceito de “valor” que a BE acresce à dinâmica de ensino-aprendizagem, é um
dos conceitos basilares à construção e aplicação do modelo. O aspecto físico, as
actividades, os meios tecnológicos e conteúdo do espaço da BE, são importantes, mas
devem conduzir a resultados visíveis no aproveitamento/ apropriação de conhecimentos
por parte dos alunos. A auto-avaliação deve ser encarada como um “processo
pedagógico e regulador”, inerente à gestão e procura de uma melhoria contínua dos
serviços da BE. Para que o impacto seja positivo no ensino e na aprendizagem, a auto-
-avaliação deve levar à reflexão que origine mudanças concretas. Como “instrumento
pedagógico”, orienta as escolas no sentido de identificarem pontos fracos no
funcionamento das áreas nucleares, sugerindo acções de melhoria. A constante recolha
de evidências torna-se crucial no processo de melhoria do desempenho e no
estabelecimento de prioridades de acção em tempo de mudança.
Considero, no entanto, que este instrumento pedagógico não irá produzir efeitos
visíveis a curto prazo, devido às inúmeras resistências do sistema educativo. A BE
desenvolve a sua actividade num ambiente complexo em que não estão reunidos todos
os pressupostos para a sua eficácia plena (apontados na análise crítica da anterior sessão
de formação). No entanto, a existência de um relatório final consubstanciado(!) em
evidências, permitirá ao Órgão Directivo e ao Coordenador/Equipa avaliarem o trabalho
da BE, o seu impacto institucional e nas aprendizagens dos alunos. A planificação
estratégica a médio prazo (plano de acção a quatro anos) será um instrumento de
trabalho determinante, por se revelar flexível e capaz de ultrapassar dificuldades num
tempo mais alargado.
Todd (2008) “The Evidence-Based Manifesto for School Librarians”

2 - Pertinência da existência de um Modelo de Avaliação para as


bibliotecas escolares
A inevitabilidade da existência de um modelo orientador da avaliação para as
BE’s decorre dos seguintes factores:
- Clarificar, uniformizar e sistematizar procedimentos em função dos objectivos
da BE;

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- Envolver e a totalidade da comunidade educativa (direcção, estruturas
intermédias, professores, alunos, funcionários e pais) na tomada de decisões;
- Identificar e remediar pontos fracos, potenciando os pontos fortes;
- Pautar a acção pela qualidade e eficácia, adaptando as práticas à realidade em
que nos inserimos, corrigindo possíveis desvios;
- Gestão baseada em evidências e na auto-regulação;
A avaliação de qualquer organização é importante por significar:
"A medição sistemática do grau em que um sistema (por exemplo, uma biblioteca)
tem alcançado seus objectivos num determinado período de tempo".
Mackenzie (1990)

"… um processo sistemático de determinar o valor (em termos de benefício


obtido) e qualidade (reflectida na satisfação dos utilizadores) de um sistema.
(McKee 1989: 156)

3 - Organização estrutural e funcional. Adequação e constrangimentos


O desejável impacto positivo da BE no ensino e na aprendizagem, fundamentado
na construção autónoma do conhecimento e formação contínua do indivíduo, levou a
que se convencionassem quatro domínios estruturantes (áreas essenciais) para que a BE
cumpra cabalmente os seus pressupostos e objectivos:
A – Apoio ao desenvolvimento curricular – articulação com as estruturas pedagógicas
e os docentes (DC’s, CD’s, responsáveis pelas NAC’s, DT’s, SAE, Docentes dos
AE’s, participação no PTE/TIC,etc.); promover a formação de utilizadores;
promoção das literacias da informação;
B – Leitura e literacias – promoção da leitura em diversos suportes e nas diversas
vertentes; articulação com os departamentos /docentes e meio exterior; análise do
impacto da BE nas atitudes e competências da leitura e das literacias;
C – Projectos, parcerias e actividades livres e de abertura à comunidade - Apoio a
actividades livres, extra-curriculares e de enriquecimento curricular (métodos de
trabalho e de estudo; actividades lúdico-culturais; utilização autónoma da BE e
fruição de recursos; apoiar as AEC’s; envolvimento da BE em projectos de âmbito
local; colaboração com outras escolas/BE’s; colaboração com o GTCG;
mobilização dos pais/EE em torno da promoção da leitura; abertura da BE à
comunidade)
D – Gestão da Biblioteca Escolar – Articulação da BE coma Escola/Agrupamento
(promoção da BE junto dos órgãos de gestão e de decisão pedagógica; dar resposta
às necessidades da escola e dos utilizadores; avaliar a BE; assumir a liderança;
adequar a equipa em quantidade e qualificação; adequar espaço e equipamento/
computadores).
No que respeita à adequação e constrangimentos estruturais, incluir a “Leitura e as
literacias” no domínio B, não as inscrevendo no domínio A “Apoio ao Desenvolvimento
Curricular”, que inclui a articulação curricular da BE com as estruturas pedagógicas e os
docentes e o desenvolvimento da literacia da informação, pode tornar-se de difícil
implementação no que às suas actividades diz respeito. Por outras palavras, uma visão
integrada da promoção da leitura e das literacias colocá-la-ia necessariamente na
articulação entre a BE e as estruturas pedagógicas e os docentes. Sendo o domínio da
leitura uma competência transversal a todas as áreas curriculares disciplinares e não
disciplinares e uma condição fundamental do sucesso escolar, promover a leitura e as
literacias a partir da BE só faz sentido se as respectivas actividades estiverem integradas
no desenvolvimento do currículo.

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Por outro lado, ainda que um PB (em regime de ½ horário) possa optar por apenas
um dos domínios, a verdade é que, mesmo nesse caso, o volume de informação a
processar é de tal forma elevado que pode comprometer seriamente quer a validade da
avaliação feita, quer o desenvolvimento das actividades da BE. As crescentes
solicitações que são colocadas aos docentes têm como resultado inevitável a menor
disponibilidade para reflectirem sobre as próprias práticas, assim como para se
encontrarem tempos comuns aos professores e aos elementos da equipa de coordenação
da BE para planearem e desenvolverem actividades colaborativas.

4 - Integração/ Aplicação à realidade da escola


Em termos académicos, qualquer processo de auto-avaliação deve ser bem aceite
numa dinâmica de melhoria em função dos sucessos e insucessos da actividade em
causa. Por este facto não conjecturo outros problemas que não sejam de carácter prático
e de adaptação na aplicação do “Modelo de Auto-Avaliação da BE” à realidade da
Escola.
Numa perspectiva de antevisão das dificuldades de assimilação do processo de
auto-avaliação da BE e aplicação à realidade da Escola em que exerço funções, posso
apontar alguns possíveis factores de bloqueio, comuns à generalidade dos
estabelecimentos de ensino que já iniciaram o processo:
- O curto período de actividade da BE/CRE (cerca de 2 anos) nos moldes preconizados
pela RBE, a ausência de práticas de avaliação alicerçadas em evidências e o
inexistente hábito de pensar em termos de resultados e impactos, pode gerar algumas
resistências;
- Discriminar todo o conjunto de evidências passíveis de serem obtidas a partir dos
diferentes instrumentos de recolha de informação, primando em muitos casos pela
omissão ou descrição demasiado vaga ou genérica, poderá comprometer o rigor e
objectividade;
- Não consigo imaginar, ainda, o grau de dificuldade em analisar e interpretar os dados a
obter através das “fichas de observação de competências”, bem como ajuizar sobre os
pontos fortes e fracos da actividade da BE;
- Até que ponto esta análise conseguirá medir o impacto da BE na Escola e na
consecução dos objectivos relacionados com a aprendizagem, a formação e os
resultados escolares dos alunos?! …
- …E se as conclusões, numa fase inicial de implementação do modelo, vierem a ser
contraditórias face aos resultados escolares dos alunos em geral?!

5 - Competências do professor bibliotecário e estratégias implicadas na


sua aplicação
O professor bibliotecário deve, neste processo, evidenciar as seguintes
competências:
- Ser um comunicador efectivo no seio da instituição;
- Ser proactivo e não reactivo;
- Saber exercer influência junto de professores e do órgão de gestão;
-Ser útil, relevante e considerado pelos outros membros da comunidade
educativa;
- Ser observador e investigativo;
- Ser capaz de ver o todo - “the big picture”;
- Saber estabelecer prioridades;
- Realizar uma abordagem construtiva aos problemas e à realidade;

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- Ser gestor de serviços de aprendizagem no seio da escola;
- Saber gerir recursos no sentido lato do termo;
- Ser promotor dos serviços e dos recursos;
- Ser tutor, professor e um avaliador de recursos, com o objectivo de apoiar e
contribuir para as aprendizagens;
- Saber gerir e avaliar de acordo com a missão e objectivos da escola.
- Saber trabalhar com departamentos e colegas.

Eisenberg e Miller (2002) “This Man Wants to Change Your Job”

Quanto à postura e às estratégias, “Ao professor bibliotecário exige-se acção,


compromisso e responsabilidade, com implicações nas práticas e na forma como
interage com a Escola. Cabe-lhe, como Todd (2001) refere, transformar a biblioteca
escolar em “espaço de conhecimento, por oposição a um espaço de informação”. Cabe-
-lhe entender a biblioteca escolar além da colecção, além do espaço. Cabe-lhe
transformá-la “num espaço de conexões de links e multi-referências”, seja ao nível das
colecções, seja ao nível da integração/ interacção com a Escola. Cabe-lhe definir
“acções, por oposição a posições e um trabalho persistente de demonstração do valor e
do impacto da BE”. O sentido e a força desse impacto têm que ser obtidos com recurso
a evidências, num movimento cada vez mais pertinente de mudança entre “dizer ou
relatar (retórica)” e a necessidade de “demonstrar” o que se faz (Todd 2008).

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