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Perfil dos Alunos Versus Fatores e Motivos Determinantes Para a Evasão do

Curso de Administração, das Modalidades: Presencial e a Distância


Maria A. da Silva1, Carolina C. Sá2, Dayse B. França2, Luiz Alberto S. Correia2,
Carlos E. S. Costa1.
1
Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade - Universidade Federal de
Alagoas (UFAL)
57072-900 – Maceió – AL – Brasil
2
Coordenação do curso de Administração a distância da Universidade Federal de
Alagoas (UFAL)
57072-900 – Maceió – AL – Brasil

{mapasilvaadmead, luiz.admead, carloseveraldo}@gmail.com,


carolinacondeesa@yahoo.com.br, dayse_bf@hotmail.com

Abstract. This paper shows a survey’s results with graduation students, on


normal course and distance, in a brazilian federal university. The research is
characterized as a type of quantitative and qualitative. The results allow us to
observe that there is a relationship between the student profile, the
characteristics of the course and characteristics of the student in relation to
circumvention in undergraduate courses. Factors such as available time and
conditions of access are reasons that influence the motivation of the student.

Resumo. Este artigo apresenta resultado de levantamento com alunos de


graduação, presenciais e a distância, numa universidade federal brasileira. A
pesquisa realizada caracteriza-se como do tipo quanti-qualitativa. Os
resultados permitem observar que há relação entre o perfil do aluno, as
características do curso e características do próprio aluno em relação à
evasão num curso de graduação. Fatores como tempo disponível e condições
de acesso são razões que influenciam na motivação do aluno.

1. Introdução
Indiscutivelmente, a necessidade de estar entre pessoas que compartilhem o mesmo
objetivo e nutram o desejo de mover-se pelo alcance de resultados positivos é
característica nata do homem como ser dotado de capacidade de decisão. Esses aspectos
impulsionam o surgimento de organizações, que, do nascimento à morte, absorvem o
tempo humano, dado que as atividades realizadas pelo homem, bem como aspectos
gerais de vida são concretizados nestas [HALL, 2004].
No entanto, o pensar físico a respeito do que compreende a noção organizacional tem se
modificado. Com a ampliação dos espaços de aprendizagem, novos mecanismos de
difusão do conhecimento têm se apresentado vantajosos num mundo em que o tempo
disponível para ida ao Centro de Formação é cada vez mais raro. Compreenda-se aqui o
termo Centro de Formação como qualquer instituição voltada a capacitar indivíduos
para a realização de atividades diversas, culturais ou profissionais.
Essa permissividade do saber, observada nos dias atuais, reacende a ideia de mudança
social, que, conforme Hall (2004), ocorre a partir do momento em que, por exemplo,
uma Instituição de Ensino Superior – IES – passa a oferecer um curso de graduação em
um local que antes não possuía. A universidade, deste modo, influencia a sociedade e
essa parte da sociedade atingida passa a influenciar os demais membros. Neste contexto
de compreensão sobre a noção e conceito organizacional, uma nova organização foi
criada no intuito de atender necessidades sociais, através do projeto Universidade
Aberta do Brasil – UAB, na tentativa de democratização do acesso às universidades,
pelo Ministério da Educação, sob a exigência de serem oferecidos cursos de nível
superior a distância, com qualidade.
No entanto, não importa investir em conhecimento, pois o fator motivação precisa estar
presente em nível de maior destaque. As razões de empenhar-se pela realização de algo
estão presentes em tudo o que se move por instinto humano. Nasce-se em organizações
e as tais estão presentes em toda a vida racional terrestre, no entanto, enquanto os
motivos estiverem omissos a quem deve executar qualquer que seja a operação, os
resultados podem estar comprometidos, uma vez que o indivíduo ainda não enxerga o
porquê de fazer o que faz. Numa IES não ocorre de modo diferente, os motivos,
segundo Abbad (2006) podem residir no próprio aluno, por características que lhe sejam
particulares, ou ainda intrínsecas ao curso.
É por compreender que o comportamento humano é condicionado pela vontade de
realizar a ação e que a ausência desta anterior ocasiona perdas, que os objetivos deste
trabalho foram estabelecidos. A evasão é, certamente, um dos problemas que afligem as
instituições de ensino em geral. A busca de suas causas tem sido objeto de trabalhos e
pesquisas educacionais. Sobre o tema, cabe ressaltar que se trata de problema
internacional e afeta o resultado dos sistemas educacionais. As perdas de estudantes que
iniciam e não terminam seus cursos são desperdícios sociais, acadêmicos e econômicos.
O presente trabalho, portanto, origina-se na busca de respostas às razões que levam um
aluno a deixar um curso de graduação. A fim de mais bem compreender os fatores que
levam à evasão dos alunos do curso de Administração presencial e modalidade a
distância de uma IES, foi realizado um estudo de caso com os alunos que iniciaram o
curso e não terminaram, considerando-se que a evasão pode ser medida em uma
instituição de ensino superior, em um curso, em uma área de conhecimento, ou ainda
em um período de oferta de cursos e em qualquer outro universo, desde que se tenha
acesso a dados e informações pertinentes. Optou-se por estudar a evasão no âmbito de
uma IES, a fim de analisar neste nível educacional o grande dilema da evasão.
A apresentação do artigo reparte-se em 6 seções, a contar com esta introdução. Nas que
seguem, são apresentadas, pela ordem: a fundamentação teórica, metodologia, análise e
apresentação dos resultados, considerações e referências bibliográficas.

2. Fundamentação teórica
O ensino a distância é algo bastante antigo. O que é novo é o desenvolvimento e a
adoção de tecnologias cada vez mais sofisticadas de comunicação. A primeira
tecnologia que permitiu o ensino a distância foi a escrita. A invenção da escrita
possibilitou que as pessoas escrevessem o que antes só podiam dizer e, assim, permitiu
o surgimento da primeira forma de ensino a distância: o ensino por correspondência. As
epístolas do Novo Testamento (destinadas a comunidades inteiras), que possuem nítido
caráter didático, são claros exemplos de Educação a Distância (EaD). Seu alcance,
entretanto, foi relativamente limitado – até que foram transformadas em livros. O livro
é, com certeza, a tecnologia mais importante nesta área antes do aparecimento das
modernas tecnologias eletrônicas, especialmente as digitais. EaD é o ensino que ocorre
quando o docente e o discente (aquele a quem se ensina) estão separados (no tempo ou
no espaço). Obviamente, para que possa haver EaD, mesmo nesse sentido fundamental,
é necessário que ocorra a intervenção de alguma tecnologia. Mais recentemente, as
tecnologias de comunicação e telecomunicações, especialmente em sua versão digital,
ampliaram ainda mais o alcance e as possibilidades deste tipo de ensino [MAIA e
MEIRELLES, 2002; FARIA etal, 2006].

2.1. Educação a Distância: características e evolução


Com o livro (mesmo que manuscrito) o alcance do EaD aumentou significativamente
em relação à carta. Com o aparecimento da tipografia, entretanto, o livro impresso
aumentou exponencialmente o alcance dessa modalidade de ensino. Especialmente
depois do aparecimento dos sistemas postais modernos, rápidos e confiáveis, o livro
tornou-se o foco do ensino por correspondência, que deixou de ser epistolar. Mas o
livro, seja ele manuscrito, seja impresso, representa o segundo estágio do ensino a
distância, independentemente de estar envolvido no ensino por correspondência, pois
ele pode ser adquirido em livrarias e através de outros canais de distribuição. Com o
livro impresso temos, portanto, a primeira forma de EaD em massa. O surgimento do
rádio, da televisão e, mais recentemente, o uso do computador como meio de
comunicação vieram dar nova dinâmica ao ensino a distância. Cada um desses meios
introduziu um novo elemento a esse meio de ensino.
Segundo Maia e Meirelles (2002), educação a distância é um método com
desenvolvimento inovativo no ensino superior que utiliza a tecnologia para facilitar o
aprendizado, sem ter limitações de tempo e lugar. Por muito tempo uma comunidade de
aprendizagem esteve tradicionalmente associada a uma localização física, exemplo:
uma escola, uma universidade, uma classe ou um laboratório. Com o surgimento da
tecnologia apareceu uma nova noção de comunidade de aprendizagem; movendo se
para o espaço virtual.
Vale-nos ressaltar que para cada curso da modalidade de educação à distância caberá à
instituição as metodologias de avaliação, as quais poderão ser alteradas com o
desenvolvimento do curso, ou ainda, com o passar do tempo. Conforme aponta Bruno-
Faria et al (2006), os cursos presenciais, tecnicamente, apresentam uma estrutura sólida
e amplamente desenvolvida em nossa sociedade, demonstrando uma estrutura de
avaliação mais consolidada, apesar das constantes críticas ao processo, deparam-se com
dificuldades para acompanhar os índices qualitativos de seus programas, sendo assim, o
EaD, como um método que, apesar de ser bastante usado, é relativamente recente e
ainda se encontra em fase de aprimoramento, tem um longo caminho a percorrer em
direção à consolidação de índices de avaliação satisfatórios.
2.2. O problema da evasão nos cursos a distância
Brookfield (1986) salienta que os indivíduos adultos, possuindo autonomia em suas
ações, sendo isto traduzido em compromissos profissionais, familiares e pessoais, não
apresentam (ou apresentam em baixa quantidade) tal comprometimento nos estudos.
Devemos saber que ser adulto é diferente de agir adulto, pois no primeiro momento
reportamos ao seu estado fisiológico e no segundo caso estamos tratando do indivíduo
que, independente de sua idade fisiológica, realiza ações que o caracterizam como um
adulto, ações responsáveis, que demonstram amadurecimento.
Em relação à produção científica sobre o que se conhece por evasão, particularmente,
aos estudos referentes à modalidade presencial de ensino, nota-se a predominância de
estudos quantitativos, havendo poucos trabalhos realizados a fim de levantar as
possíveis causas de sua ocorrência.
Na pesquisa de Santos e Noronha (2001) foi realizado um estudo sobre o perfil dos
alunos que evadiram dos cursos de Administração, Economia e Contabilidade da
Universidade de São Paulo, no Campus de Ribeirão Preto, quantificando os índices de
evasão, de maneira a prever os possíveis evadidos dos três cursos em questão e analisar
o comportamento do aluno perante os desafios da vida acadêmica. Sua metodologia foi
tanto quantitativa, devido aos índices de evasão formulados e os dados estatísticos
apresentados; quanto qualitativa, pois leva em conta os motivos para a evasão.
Inicialmente, foram coletados os dados dos alunos evadidos junto à Pró-Reitoria
Acadêmica da USP, e à seção de graduação da Faculdade de Economia, Administração
e Contabilidade do campus mencionado.
O trabalho de Cunha et al (2001) buscou identificar os fatores que ocasionam a saída do
aluno do curso de Química na Universidade de Brasília (UnB), utilizando, para isso, um
levantamento da trajetória do ex-aluno, desde o ingresso por vestibular até a saída dele
antes do término do curso, e uma entrevista com o mesmo.
O estudo de Moraes e Theóphilo (2006) consta como uma tentativa de identificar e
explicar os fatores responsáveis pela evasão dos discentes do curso de Ciências
Contábeis da Universidade de Montes Claros, no período de 1993 a 2002.
O trabalho de Pereira (2003) buscou, além de identificar os fatores que influenciam a
decisão do aluno de abandonar o sistema de ensino superior, verificar se estes fatores
estavam relacionados à má qualidade de ensino, através de uma pesquisa de opinião
com os alunos evadidos, e ainda, calcular os custos dessa decisão para as instituições de
ensino, em especial a Universidade do Extremo Sul Catarinense (UNESC).
Como mencionam Moraes e Theóphilo (2006), a educação é de vital importância para o
desenvolvimento do ser humano enquanto indivíduo e parte de uma sociedade, pois,
como define Garcia (1987, apud Moraes e Theóphilo, 2006), ao utilizar a definição do
Dicionário Caldas Aulete, educação é a ação e efeito de educar, desenvolvendo as
faculdades físicas, intelectuais e morais do ser humano.
Pereira (2003) afirma que, os índices nacionais de evasão nos cursos de
graduação estão elevados e isso não constitui um fenômeno recente. Atualmente, é dada
uma maior importância a este problema devido ao grande número de pessoas sem o
curso superior e da necessidade do país de uma força de trabalho qualificada, o que
torna seu estudo indispensável, principalmente devido à sua complexidade e
abrangência. Veloso e Almeida (2001) consideram como evadidos os alunos que saíram
do seu curso de origem sem o concluir, figurando os seguintes tipos de evasão: aquela
devida ao esgotamento do prazo máximo para conclusão do curso, em que ocorre uma
solicitação de desligamento por parte da instituição e aquela por desistência do
estudante, mediante solicitação do próprio aluno. Enquanto Santos e Noronha (2001)
consideram o cancelamento da matrícula, seja por opção do aluno ou por ato
administrativo, apresentando para isso os seguintes motivos: no caso de cancelamento
por opção própria, a segurança e bem estar do indivíduo e de sua família; a escolha
profissional; o status profissional que a carreira proporciona; as perspectivas dos
mercados; as pressões exercidas pela família e amigos e a avaliação - acertada ou não -
que o próprio indivíduo faz de seus interesses, capacidades e possibilidades. No
trabalho de Veloso e Almeida (2001) há ainda a conceituação do fenômeno da
mobilidade: esse fenômeno, segundo Ristoff (1999, apud Veloso e Almeida, 2001, p. 5),
“se diferencia da evasão, pois esta corresponde ao abandono dos estudos, enquanto
mobilidade corresponde à migração do aluno para outro curso”, pois, segundo ele,
grande parcela do que é considerada evasão é apenas mobilidade, numa tentativa do
estudante de buscar o sucesso ou a felicidade, através do processo natural de
crescimento do indivíduo e do reconhecimento de suas reais potencialidades. Pereira
(2003) afirma que os fatores que levam à evasão são divididos entre: Os fatores
referentes a características individuais do estudante: fatores relativos à habilidade de
estudo, personalidade, desencanto com o curso escolhido, desinformação no momento
da escolha do curso; os fatores internos às instituições: relativos a questões acadêmicas,
tais como currículos desatualizados, rígida cadeia de pré-requisitos para as disciplinas;
falta de formação pedagógica ou desinteresse do docente; insuficiência de estrutura de
apoio como laboratórios de ensino e de informática; e os fatores externos às
instituições: relacionados às condições da profissão no mercado de trabalho,
conjunturas econômicas, e outros vinculados às dificuldades financeiras do estudante.
Pode-se, ainda, encontrar em seu trabalho outras motivações para a ocorrência deste
fenômeno, como: o rendimento baixo nos primeiros períodos do curso; dificuldades em
acompanhar as atividades curriculares devido às carências do ensino médio ou
imaturidade dos alunos ingressantes; falta de motivação para fazer o curso; decepção
com o curso; dificuldades de conciliar estudo e trabalho; interesse por outro curso ou
indecisão quanto ao curso escolhido; avaliação do prestígio ou remuneração que a
profissão vai possibilitar; estrutura física da instituição e dificuldades financeiras.
Segundo Abbad et al (2006, p. 1) evasão refere-se à “desistência definitiva do aluno em
qualquer etapa do curso”. As variáveis antecedentes incluíram dados demográficos e de
uso dos recursos eletrônicos os resultados mostram que os alunos não concluintes são
aqueles que tendem a não utilizar os recursos eletrônicos interação (mural de notícias,
chats, troca de mensagens eletrônicas). De acordo com a autora o papel da tecnologia
nessa modalidade é de grande importância, pois ela estimula o indivíduo a interagir
mais, navegando pela internet para pesquisar em bibliotecas virtuais.
O principal fator que afeta a evasão é a quantidade de módulos completada pelo aluno.
As pesquisas mostram, por exemplo, que na maior parte dos cursos, os estudantes que
interromperam sua participação em um curso a distância o fizeram logo após o primeiro
ou segundo modulo. Há fatores que, historicamente, vêm afetando os níveis de evasão
em cursos universitários a distância e que podem ser classificados em três grandes
categorias, conforme Xenos et al (2002): fatores internos relacionados às percepções do
aluno e seu lócus de controle; fatores relativos ao curso e aos tutores; e fatores
relacionados a certas características demográficas dos estudantes, como idade, sexo,
estado civil, números de filhos, tipo de trabalho ou profissão. Em relação à modalidade
presencial, as principais propostas mencionadas por Veloso e Almeida (2001) para
combater a evasão são de dois momentos diferentes: antes da entrada do aluno na
universidade, através de programas de divulgação junto a escolas do ensino médio,
públicas e privadas, para esclarecimento das profissões; e após a entrada do aluno, pelo
acompanhamento e apoio ao ingressante na universidade, para melhorar o processo de
adaptação à vida universitária, através da reestruturação do sistema de registro
acadêmico, para um sistema tático de informação gerencial, visando o fornecimento de
ferramentas para a Universidade de maneira a acompanhar e auxiliar a vida universitária
do aluno.
As ações remediadoras são corroboradas por Cunha et al (2001), quando afirmam serem
as recomendações como forma de combate à evasão: a criação de programas de
informação vocacional e profissional em escolas do ensino médio, a reformulação do
currículo do curso, a análise da relação interpessoal aluno-professor, visando a melhora
da qualidade dessa relação, uma maior interação com os demais cursos da universidade
para expandir o horizonte de contatos dos alunos e o levantamento da situação
acadêmica e profissional do aluno, procurando identificar outros problemas que possam
influenciar a saída.
Considerando a divisão dos fatores causadores da evasão contida no trabalho de Veloso
e Almeida (2001) já mencionada no presente trabalho, onde há divisão em cinco
categorias, sendo elas: os fatores relacionados ao aluno, à estrutura do curso, à estrutura
física da instituição, aos docentes e ao mercado de trabalho; segue-se uma comparação
entre as modalidades de ensino presencial e a distância quanto a esses fatores. É
verificado se, de alguma maneira, os fatores conhecidos em uma modalidade também
podem ser aplicados à outra, ou se eles divergem, e em qual categoria isso ocorre mais
frequentemente.

3. Metodologia
A pesquisa foi realizada em duas etapas: a primeira em busca de dados quantitativos,
com técnicas próprias da estatística descritiva e inferencial, pois estes são os mais
apropriados para a pesquisa-diagnóstico, que não busca explicar os achados; a segunda
etapa abordou uma pesquisa qualitativa. A pesquisa quantitativa é a mais apropriada
quando da necessidade de descoberta e classificação de relação entre variáveis, bem
como causalidades entre fenômenos.
Os dados para a pesquisa quantitativa para a modalidade presencial foram levantados
através do sistema acadêmico da UFAL e do banco de dados dos alunos no Núcleo de
Tecnologia da Informação da UFAL. Para a modalidade a distância, o levantamento dos
dados dos alunos foi feito através do sistema acadêmico da coordenação do curso de
administração modalidade a distância da UFAL – analisando desde o ingresso por
vestibular até a saída antes do término do curso – e os questionários aplicados e
entrevistas realizadas com os ex-alunos deste. Sendo possível desta maneira, contrastar
informações da trajetória dos ex-alunos no curso com os motivos que apresentaram, em
entrevista, para a saída do mesmo. O instrumento de coleta de dados (questionário) foi
composto de perguntas sócio-demográficas e de dimensões, e suas respectivas variáveis,
da evasão escolar. As variáveis das dimensões foram apresentadas em forma de
questionamento (o aluno escolhe uma ou mais alternativas de resposta) e de frases
afirmativas (o aluno se posiciona numa escala Likert, apontando seu grau de
concordância ou discordância com a afirmação).
A população do estudo foi composta por estudantes evadidos do Curso de
Administração da UFAL, nas modalidades presencial e a distância, a partir do segundo
semestre do ano de 2006 até o segundo semestre do ano de 2008. Na modalidade
presencial, foram descobertos 118 ex-alunos, sendo que, segundo os critérios para
evasão da UFAL, já mencionados anteriormente neste trabalho, 15 não puderam ser
considerados evadidos, reduzindo o universo de alunos evadidos para 103. Na
modalidade a distância foram arrolados 194 ex-alunos, destes, 51 são do Pólo de
Santana do Ipanema (27 da demanda social e 24 da demanda do Banco do Brasil), 33
são do Pólo de Porto Calvo (27 da demanda social e 6 alunos da demanda Banco do
Brasil) e 110 são do Pólo de Maceió.
Na modalidade presencial, do total de alunos a serem contatados (103 pessoas), 13
pessoas responderam (taxa de retorno de aproximadamente 12,6%); 14 pessoas
apresentaram uma impossibilidade de participação; 13 pessoas não têm nenhuma uma
forma de contato; 13 foram contatadas pelo e-mail fornecido, mas sem uma resposta; 12
não enviaram resposta do questionário; 13 não conseguiram contato, apesar de inúmeras
ligações terem sido feitas em diferentes horários, eles não se encontravam ou não
podiam atender; e 26 não foram contatados. Foram enviadas 43 cartas para os alunos
que disponibilizaram endereço, destas, 5 foram devolvidas pelos Correios, devido a
mudança ou endereço insuficiente, e apenas 2 foram respondidas.
O questionário aplicado é constituído de perguntas abertas, fechadas e formadas por
uma escala Likert (1 - não influenciou, 2 – influenciou pouco, 3 – influenciou muito, 4 –
influenciou de forma decisiva e 5 – não se aplica/não conhece), sendo as desta última
categoria, relacionadas às variáveis que influenciaram ou não a saída do indivíduo do
curso.
Como meio de tabulação, utilizou-se uma planilha eletrônica. Foram inseridas todas as
respostas dos questionários obtidos e partiu-se para o tratamento das pontuações dadas
nas questões de escala Likert. Primeiramente, somou-se todos os pontos (de 1 a 5)
dados para cada questão por cada um dos respondentes, obtendo-se um resultado parcial
de cada questão (obs.: não foram computados as notas 5, deixando-se, neste caso, um
espaço vazio, já que o respondente não pôde responder). A seguir, subtraiu-se deste
somatório parcial o número total de respondentes, de maneira a retirar da contagem
final as notas 1 – variáveis que não influenciaram a saída, para se ter a pontuação do
nível de influência para cada variável. As questões sócio-demográficas foram tratadas
estatisticamente de modo a identificar as respostas mais frequentes e formar o perfil do
aluno evadido. As demais questões abertas foram analisadas individualmente.

4. Resultados: análise e discussão


Os resultados da pesquisa foram divididos em duas partes, os resultados do instrumento
de coleta de dados em forma de questionário e a análise das entrevistas realizadas com
os alunos evadidos.
O quadro 01 apresenta uma síntese dos resultados unida às considerações propostas
pelos autores, que percebem a necessidade de se conhecer as razões que, na concepção
do aluno, incorrem na desistência do curso. Para tanto, a natureza dos motivos
assemelham-se entre as modalidades presencial e a distância. Ressalte-se que a teoria
pode ser a mesma, única e, por determinado tempo, imutável a todas as organizações;
no entanto, as especificidades de cada instituição de ensino poderão ocasionar
resultados com características distintas das aqui apresentadas.
Quadro 1. Resultados da pesquisa quanto aos principais fatores que influenciam a saída
do curso

Modalidade PRESENCIAL A DISTÂNCIA


1° Distância entre a residência e a 1° Distância entre a residência e o
Universidade pólo de ensino
Fatores relativos à
2° Estrutura física do local de ensino 2° Acesso a computador e internet
instituição
para estudo
3° Acesso a computador/internet para
estudo 3° Acesso a biblioteca
1° Contato com os professores
1° Associação entre teoria e prática
1° Ausência dos professores nos 2° Interatividade no ambiente virtual
pólos/salas de aula de aprendizagem
1° Didática dos professores 3° Qualidade das aulas/encontros
2° Atendimento do curso às presenciais
expectativas prévias 3° Adaptação à modalidade EaD
Fatores relativos ao 3° Qualidade das aulas/encontros 4° Critérios de avaliação dos alunos
curso presenciais
4° Orientação da coordenação do
3° Qualidade do curso de administração curso
4° Motivação e incentivo por parte do 5° Contato com colegas do curso
tutor/professor
5° Meios de comunicação oferecidos
5° Orientação da coordenação do curso para contato
6° Associação entre a teoria e a prática 5°Atendimento do curso às
expectativas prévias
5° Qualidade do curso
1° Tempo para estudar
2° Problemas profissionais
1° Estar cursando paralelamente outro 2° Estar cursando paralelamente
curso outro curso
1° Relacionamento com o 3° Desconhecimento prévio a
Fatores relativos ao tutor/professor respeito do curso
aluno
2° Tempo para estudar 4° Compreensão das matérias
3° Compreensão das matérias 4° Reprovação em mais de uma
3° Problemas profissionais matéria no mesmo semestre
4° Relacionamento com o tutor
5° Adaptação ao sistema
universitário em relação ao ensino
médio
5° Carga horária semanal de trabalho
5° Influência familiar

- Saída por abandono - Sexo masculino

- Masculino - 25 a 29 anos

- 15 a 24 anos - Casado e sem mudança no estado


civil
- Renda familiar se 7 S.M. sem
mudança após saída - Renda familiar de 1 a 3 S.M., com
mudança na renda após a saída
- Não trabalha
- Trabalhava durante a época da
- Não cursava ensino superior ou saída
Perfil do evadido possuía um
- Não cursava ensino superior ou
- Atualmente cursa ensino superior possuía um completo
- Ambos os pais de escolaridade de - Atualmente não cursa ensino
ensino superior completo / pós- superior
graduados
- Ambos os pais de escolaridade de
- Não ficou nenhum período sem ensino fundamental completo /
estudar antes de entrar no curso médio incompleto
-Nenhuma ação por parte da UFAL o - Não passou nenhum período sem
impediria de sair estudar antes de entrar no curso

5. Considerações
Ex-alunos afirmaram, no instrumento de coleta de dados, que a sua participação no
curso teria sido mais ativa se este fosse presencial, alegando que a motivação por parte
do tutor teria influenciado na permanência no curso. Relataram, ainda, que teria sido
muito proveitoso se tivesse existido monitoria presencial, avaliaram os módulos
disponibilizados pelo curso como muito bons, com relação ao dia e horários de estudo e
os encontros presenciais; não acharam satisfatórios; sobre as expectativas do curso,
foram satisfatórias, entretanto não se identificou com o curso. A colocação dos fatores
relativos ao aluno resultou em: primeiro lugar, Falta de tempo para estudar; segundo
lugar, Problemas profissionais e Estar cursando paralelamente outro curso; em terceiro
lugar, Desconhecimento prévio a respeito do curso de administração; em quarto lugar,
Compreensão das matérias, Reprovação em mais de uma disciplina no mesmo semestre
e Relacionamento com o tutor; e em quinto lugar, Adaptação ao sistema universitário
em relação ao ensino médio, Carga horária semanal de trabalho e Influência familiar.
Propõe-se que estudos semelhantes ao aqui apresentados sejam realizados dentro de
contextos diferentes para que os resultados venham a ser confrontados e se tenha ao
dispor semelhanças e disparidades em diferentes organizações e especificidades.

8. Referências
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