O MODELO DE AUTO-AVALIAÇÃO DAS BIBLIOTECAS ESCOLARES:

metodologias de operacionalização (parte I)

INTRODUÇÃO

Avaliar é uma acção estratégica essencial para as organizações ou estruturas, que

querem responder de forma eficaz à missão que lhes foi confiada. Pois, só uma análise
cuidadosa permite a criação de planos de acção eficazes, capazes de responder às
exigências que se colocam a cada momento.

Também para as Bibliotecas Escolares, a quem se exige que contribuam de forma

significativa para o sucesso educativo dos alunos, se coloca este desafio e esta exigência
de avaliação, com vista conhecer e demonstrara à comunidade escolar e educativa o
valor que tem e o seu impacto na acção de ensino-aprendisagem.

Esta avaliação que se quer bem estruturada e eficaz, requer a participação de toda a
comunidade escolar, pelo que coloca ao professor bibliotecário como motor de uma
mudança de mentalidade sobre a própria avaliação. É necessário passar de práticas de
avaliação centradas em inputs, para uma avaliação que consiga demonstrar os seus
outcomes – ou seja – o seu impacto no ensino e na aprendizagem, com vista à
consecução da missão da escola, em última análise, o sucesso educativo.

Os primeiros passos na escola já foram dados em anos anteriores, através da

participação em fases experimentais de implementação do Modelo de Auto-avaliação
das Bibliotecas Escolares proposto pela RBE.

DOMÍNIOS DE AVALIAÇÃO

O Modelo de Auto-avaliação proposto pela RBE apresenta 4 domínios a serem

avaliados que correspondem às áreas essenciais para que a BE cumpra, de forma
efectiva, a sua missão ao serviço do processo educativo.
Este Modelo de Auto-avaliação das BE foi testado nos últimos dois anos por diversas
Bibliotecas Escolares, entre elas a desta – EB 23 Professor Galopim de Carvalho. No
passado ano lectivo a avaliação incidiu sobre o Domínio A – Apoio ao desenvolvimento
curricular.

Procurando neste ano um novo Domínio para observar e avaliar mais detalhadamente
optou-se pelo B – Leitura e literacias. Além do facto de ser imperativo avançar no
processo de avaliação para um domínio ainda não avaliado, foi também factor
determinante o desejo de conhecer melhor este domínio, avaliar o impacto de alguns
projectos já iniciados neste campo e detectar o seu impacto nas aprendizagens dos
alunos.

INDICADORES

O Modelo de Auto-avaliação das BE prevê que para cada domínio ou subdomínio

existam diferentes indicadores que apontam para zonas nucleares de intervenção.
O domínio B, por nós seleccionado, tem 3 indicadores temáticos.
Destes três seleccionamos dois que nos parecem mais pertinentes e que correspondem
um a um indicador de processo, através do qual podemos aferir a acção da BE e
conhecer o que está a ser feito no âmbito da promoção da leitura e outro a um indicador
de impacto, direccionado para os resultados, permitindo medir o que se conseguiu com
as acções levadas a efeito e qual o seu impacto nas atitudes e competências dos alunos.

OBJECTIVOS A ATINGIR

Pretende-se com a avaliação do Domínio B nos indicadores B1 e B3 conhecer o

impacto da acção da Biblioteca Escolar da EB23 Professor Galopim de Carvalho ao
nível da promoção da leitura e das literacias e verificar se:

A colecção da BE corresponde às necessidades da comunidade educativa no
âmbito tanto da leitura informativa como recreativa;

A BE desenvolve actividades de promoção da leitura suficientes, diversificadas e
que correspondam às reais necessidades dos seus utilizadores;

A BE promove a leitura em articulação com as diferentes áreas curriculares;

A BE fomenta a leitura em diferentes suportes e capacita os seus utilizadores
para a utilização desses suportes;

A BE segue as orientações do PNL e participa e/ou fomenta as actividades por
este propostas;

Os alunos usam a BE para actividades de leitura sejam estas relacionadas com as
tarefas escolares ou recreativas;

Os alunos revelam progressos no domínio da leitura, nomeadamente ao nível da
quantidade de leitura efectuada;

Os alunos lêem em diferentes suportes e manifestam progressos ao nível do
desenvolvimento de competências leitores;

Os alunos participam nas diferentes actividades de promoção da leitura que lhe
são proporcionadas.
METODOLOGIA

Como já foi referido, os indicadores apontam para as zonas nucleares de intervenção em

cada domínio e permitem de elementos de medição que irão permitir a apreciação sobre
a qualidade da BE no domínio em causa.

Para cada um destes indicadores o Modelo aponta factores críticos de sucesso que
servem de exemplos de operacionalização. Para cada indicador são também indicados
possíveis instrumentos de recolha de evidências e ainda acções de melhoria para
melhorar o desempenho da BE nesse domínio.

Assim, tal como preconiza o Modelo de Auto-avaliação das BE a avaliação será feita
com base na recolha de evidências referentes as factores críticos de sucesso, por meio
dos instrumentos de recolha propostos, e tendo já como referência as acções de melhoria
aconselhadas.

PLANO DE AVALIAÇÃO

Factores críticos de sucesso
A BE disponibiliza uma colecção variada e
adequada aos gostos e interesses de
informação dos utilizadores.
A BE identifica problemáticas e dificuldades
neste domínio e delineia em colaboração
com a escola acções e programas que
melhorem as situações identificadas.
A BE apoia activamente a implementação de
projectos de promoção de leitura, como o
PNL.
B.1 Trabalho da BE ao serviço da promoção da leitura
Métodos e instrumentos a
utilizar
Avaliação da colecção – análise
estatística da colecção face aos
parâmetros preconizados pela RBE.
Análise das sugestões de aquisições
apresentadas pelos utilizadores.
Análise do relatório da BE relativo ao
ano lectivo anterior.
Análise do Plano anual de actividades
da Escola.
Análise do Plano de Actividades da BE
no âmbito da leitura.
Inquérito aos professores QP2.
Planificação da recolha e Calendarização das acções
tratamento de dados
Recolha de dados no catálogo – Até final do 1.º Período.
tratamento estatístico dos mesmos.
Recolha e listagem dos folhetos da Mensalmente até final do ano lectivo.
caixa de sugestões.
Recolha das sugestões de aquisição dos Até final de elaboração dos Projectos
departamentos – Actas de Grupos e curriculares de Turma e das planificações
Departamentos das aulas de PNL (Outubro, Novembro).
Listagem das dificuldades e lacunas Até final do 1.º Período
detectadas no ano anterior.
Verificação do Plano Anual de Até final do 1.º período
Actividades para verificar se aponta
intervenções no sentido de responder a
essas lacunas.
Listagem de actividades de promoção Novembro
da leitura desenvolvidas pela BE.
Tratamentos dos dados do inquérito. Junho de 2010.
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Factores críticos de sucesso
A BE desenvolve, de forma sistemática,
actividades no âmbito da promoção da
leitura: sessões e clubes de leitura, fóruns,
blogs ou outras que associem diferentes
formas de leitura, de escrita ou de
comunicação com o objectivo de promover
o gosto pela leitura.
A BE incentiva a leitura informativa,
associando-se e articulando com os
departamentos no desenvolvimento das
actividades de ensino/ aprendizagem ou a
projectos e actividades que incentivem a
leitura informativa.
B.1 Trabalho da BE ao serviço da promoção da leitura
Métodos e instrumentos a
utilizar
Análise das actividades do Plano anual
de actividades da BE e respectivos
relatórios.
Análise do Blogue da BE numa grelha
criada para o efeito.
Análise dos “Desafios da quinzena”
relacionados com actividades de
leitura, através de grelhas quantitativas
e qualitativas criadas para o efeito.
Trabalho de planificação com os
diferentes Departamentos curriculares
– Análise das grelhas de planificação.
Inquérito aos docentes QP2.
Planificação da recolha e Calendarização das acções
tratamento de dados
Recolha dos dados relativos às Ao longo do ano lectivo.
actividades de promoção da leitura em
grelhas quantitativas. Recolha de dados
qualitativos em relatórios.
Recolha da opinião escrita de
participantes sobre as actividades.
Criação da grelha de registo Novembro 2009.
Preenchimento da mesma e tratamento Junho 2010.
dos dados.
Criação das grelhas necessárias. Novembro de 2009
Preenchimento das grelhas e Junho de 2010.
tratamento dos dados.
Listagem das actividades Até final do ano lectivo.
desenvolvidas em colaboração com os
Departamentos curriculares.
Tratamento estatístico dos dados. Junho 2010.
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 B.1 Trabalho da BE ao serviço da promoção da leitura
Factores críticos de sucesso Métodos e instrumentos a Planificação da recolha e Calendarização das acções
utilizar tratamento de dados

A BE promove encontros com escritores ou
outros eventos culturais que aproximem os
alunos dos livros ou de outros materiais/
ambientes e incentivem o gosto pela leitura.
A leitura em ambientes digitais é
incentivada e as possibilidades facultadas
pela WEB como o hipertexto, o e-mail,
blogs, wikis, slideshare, youtube… são
exploradas.
Análise do Plano anual de Actividades
da BE – elaboração de listagens de
actividades e de participantes nas
mesmas.
Questionários a alunos QA2.
Estatísticas de utilização da BE para
consulta de pontos de acesso à Web.
Estatísticas de entradas no Blogue da
BE
Listagem de eventos. Ao longo do ano lectivo.
Análise de relatórios e tratamento
estatístico dos dados.
Realização do inquérito a uma amostra Junho de 2010.
de alunos pré-definida e tratamento
estatístico dos dados.
Produção de gráficos estatísticos.
Preparação do Blogue da BE para Novembro de 2009.
contagem de entradas.

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 B.3 Impacto do trabalho da BE nas atitudes e competências dos alunos, no âmbito da leitura e das literacias.
Factores críticos de sucesso
Os alunos usam a biblioteca para ler de
forma recreativa, para se informar ou para
realizar trabalhos escolares.
Os alunos, de acordo com o seu nível de
escolaridade, manifestam progressos nas
competências de leitura, lendo mais e com
maior profundidade.
Os alunos desenvolvem trabalhos onde
interagem com equipamentos e ambientes
informacionais variados, manifestando
progressos nas suas competências no âmbito
da leitura e das literacias.
Métodos e instrumentos a utilizar
Estatísticas de utilização da BE para
actividades de leitura – recolha de dados por
amostra em grelhas criadas para o efeito.
Aplicação de grelhas de observação dos
alunos durante a utilização da BE – O2.
Questionários a alunos QA2.
Análise de trabalhos realizados pelos alunos
em sequência de actividades de leitura
informativa e recreativa.
Estatísticas de leitura domiciliária e sua
progressão ao longo do ano – recolha de
dados no programa de empréstimos.
Questionários aos alunos QA2.
Análise de trabalhos dos alunos.
Questionários aos professores QP.
Planificação da recolha e Calendarização das acções
tratamento de dados
Criação das grelhas de registo, sua Maio de 2010.
aplicação e tratamento estatísticos dos
dados.
Tratamento estatístico dos dados e sua Dezembro de 2009 e Maio de 2010.
análise.
Realização do inquérito a uma amostra Junho de 2010.
de alunos pré-definida e tratamento
estatístico dos dados.
Produção de gráficos estatísticos.
Preparação do Blogue da BE para Novembro de 2009.
contagem de entradas.
Tratamento estatístico dos dados. Junho de 2010.
Criação de grelhas de análise dos Ao longo do ano lectivo.
trabalhos dos alunos e seu
preenchimento.
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 B.3 Impacto do trabalho da BE nas atitudes e competências dos alunos, no âmbito da leitura e das literacias.
Factores críticos de sucesso Métodos e instrumentos a utilizar Planificação da recolha e Calendarização das acções
tratamento de dados

Os alunos participam activamente em
diferentes actividades associadas à promoção
da leitura (Clubes de leitura, fóruns de
discussão, jornais, etc.).
Inscrições de alunos em clubes e Análise estatística dos dados. Ao longo do ano lectivo.
actividades.
Listagens de alunos presentes em eventos
ligados à promoção da leitura.

Análise dos relatórios das actividades e dos Criação de uma grelha de análise de
clubes. relatórios e sua aplicação.

Trabalho realizado por:

Fátima Rocha – Agrupamento de JI e Escolas Professor Galopim de Carvalho

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