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físico dos Estados Unidos da América cujo trabalho incidiu sobre história e filosofia da
ciência, tornando-se um marco importante no estudo do processo que leva ao
desenvolvimento científico.
Vida
Obra
Seu primeiro livro foi A Revolução Copernicana, publicado em 1957. Mas foi em 1962, com
a publicação do livro Estrutura das Revoluções Científicas que Kuhn se tornou conhecido
não mais como um físico, mas como um intelectual voltado para a história e a filosofia da
ciência.
Todavia, foi na Universidade de Harvard, quando teve que preparar um curso de ciências
para não cientistas, que pela primeira vez, ele utilizou exemplos históricos de progressos
científicos. Dessa experiência, Kuhn percebeu que a o desenvolvimento da ciência, numa
perspectiva histórica, era muito diferente da apresentada nos textos de Física ou mesmo
de Filosofia da Ciência. O livro Estrutura das Revoluções Científicas foi, então, um texto
produzido e direcionado a um público filosófico, mesmo não sendo um livro de filosofia.
Isso porque, conforme ele mesmo dizia, Kuhn criticava o positivismo sem conhecê-lo em
profundidade, assim como não se sentia influenciado pelo pragmatismo de William James
e John Dewey.
A repercussão do seu livro foi tão grande na comunidade acadêmica que, já na segunda
edição, em 1970, Kuhn apresentou um pós-escrito, no qual seus pontos de vista são, em
alguma medida, refinados e modificados. E, para responder às acusações de
irracionalismo, ele escreve, em 1974, um ensaio intitulado Reconsiderando os paradigmas
e, logo depois, desenvolve com maior profundidade as descontinuidades históricas, que
foram apresentadas em outro livro chamado Teoria do corpo negro e descontinuidade
quântica - 1894-1912, publicado em 1979.
A polêmica sobre a obra de Thomas Kuhn gira em torno da noção de paradigma científico
e da "incomensurabilidade" entre os paradigmas. Ken Wilber defende (em seu livro A
União da Alma e dos Sentidos) que a idéia de paradigmas proposta por Kuhn tem sido
apropriada e abusada por grupos e indivíduos que tentam fazê-la parecer uma declaração
de que a ciência é arbitrária. Entretanto, a obra de Kuhn abriu espaço pra toda uma nova
abordagem de estudos chamados Social Studies of Science(estudos sociais da ciência)
que desembocou no Programa Forte da Sociologia.
Especula-se que Kuhn tenha se apropriado de muitas das idéias de Ludwick Fleck (como
paradigma, revolução paradigmática, ciência normal, anomalias, etc), médico polonês que
pouco escreveu sobre história da ciência e que permaneceu e permanece desconhecido
de muitos.
• A estrutura das revoluções científicas. 7.ª ed. São Paulo: Perspectiva, 2003. ISBN
85-273-0111-3.
• O caminho desde a estrutura. São Paulo: Editora UNESP, 2006. ISBN 85-7139-658-2