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COMENTÁRIO

AO TRABALHO (tarefa 1) DO COLEGA RUI OLIVEIRA

A partir da leitura e reflexão dos textos/da matriz do colega Rui Oliveira, penso que o que,
genericamente, é dito, são dados incontestáveis.
Efectivamente, o professor bibliotecário deverá ser uma pessoa atenta, prospectiva e manter uma
postura de investigação e aprendizagem contínua; tem uma sobrecarga de tarefas que não são do
conhecimento das outras pessoas, nomeadamente, de muitos professores que passam pelas equipas das
Bibliotecas Escolares, digo eu. Como passar para a comunidade escolar todo esse nosso trabalho, relação
afectiva e empenho que nem sempre é visto (por ignorância, mesmo, ou por falta de reconhecimento)? O
colega refere que há que divulgar as funções do Professor Bibliotecário. Já experimentei afixar, num placard
da Sala dos Professores, num espaço que lá foi implementado destinado à BE/CRE, o (“recheado”) Plano
Anual de Actividades, bem como o Plano de Acção, onde constava uma enorme listagem com as tarefas que
me competia levar a cabo, durante o ano lectivo, (assim como aos restantes elementos da equipa), contudo,
parece-me que não surtiu efeito – talvez nem tenha mesmo sido lido. Pensei, no entanto, noutras formas que
talvez dessem uma maior visibilidade ao nosso trabalho e à importância do mesmo, sobretudo no que diz
respeito às dinâmicas no âmbito do Plano Nacional de Leitura, de promoção da leitura e da escrita e da
articulação e apoio ao currículo. A presença e participação activa do Professor Bibliotecário no Conselho
Pedagógico, onde estão os representantes de vários sectores do Agrupamento, nomeadamente, os
Coordenadores de Departamento e os Representantes dos Pais/Encarregados de Educação, é uma mais valia;
a apresentação contínua de relatórios de actividades, nomeadamente, nestas reuniões; a divulgação de
cartazes informativos e de divulgação de actividades pelas escolas; o uso da página do Agrupamento para o
mesmo efeito; o envolvimento da comunidade escolar (contando com os professores) e da comunidade local
nas práticas da BE; a divulgação dos dados estatísticos relativos ao acréscimo das leituras presenciais e
requisições de livros para leitura domiciliária; o levar um pouco da nossa Biblioteca à Sala dos Professores...
Penso que as mentalidades estão, lentamente, a mudar e que temos de continuar a esforçar-nos nesse
sentido. Os Directores das escolas/agrupamentos estão a ser cada vez mais envolvidos em processos
relacionados com a BE, como no caso, por exemplo, do Plano Nacional de Leitura e outros; igualmente, são
convocados para reuniões no âmbito das Bes... Tudo isto está a torná-los mais esclarecidos e sensibilizados
para a importância das dinâmicas da BE/CRE e para a importância do Professor Bibliotecário e equipa no
contexto escolar e na promoção do sucesso escolar. Ter os Directores das escolas ao nosso lado, acho que é
“meio caminho andado”.
Outra questão que é abordada pelo colega, e que gostaria de partilhar, é aquela relacionada com um
certo “individualismo pedagógico” e falta de espírito colaborativo que ainda prevalece nas cabeças de muitos
docentes, parece-me que, principalmente, dos mais antigos. Continuo com a ideia de que um grande número
de docentes restringe-se, na leccionação das suas aulas, ao uso do caderno diário, manual escolar e quadro de
giz. O lema “cada um na sua quintinha” ainda vigora um pouco, principalmente no que toca à articulação
entre Ciclos. A procura de quebrarmos barreiras e de se fazer um trabalho em interacção, que requer uma
colaboração mais activa, nem sempre é bem aceite, pois já foge das tarefas rotineiras a que comodamente se
está habituado; submeterem-se a normas, impostas por um regulamento, como um breve e simples
“Regulamento do Processo de Circulação dos Pacotes Itinerantes”, nem pensar! E quem somos nós,
professores bibliotecários, para ir dizer que os meninos devem ter o direito, o prazer, de levar esses livros
para casa (na sequência de uma requisiçãozinha, feita pela BE, em papéis que acompanham os baús), talvez, mesmo, o privilégio,
pois alguns, sabemos, não terão livros seus nem dinheiro para os comprar?
De qualquer forma, continuemos a insistir, que algo se vai conseguindo aos poucos. Consegui, por
exemplo, motivar uma professora do 1º Ciclo (do grupo dos “resistentes”) a estar presente, com os seus
alunos do 4º ano, numa actividade que ocorreu, no passado dia trinta de Outubro, na Biblioteca da minha
escola, a qual consistiu numa sessão com uma nova escritora de literatura infanto-juvenil. Foi um encontro
animado, didáctico, com uma breve apresentação de parte das histórias, contando igualmente com a
presença da ilustradora e onde houve bastante interacção, que talvez tenha aberto as portas para vindas mais
frequentes àquele espaço. (É de notar que a Escola do 1º Ciclo mais próxima fica a uns 500 metros da Escola
Sede onde se encontra a BE.)
Continuo a levar material didáctico e de pedagogia para um expositor na Sala dos Professores (tal
poderá ser polémico, mas é uma das formas que encontrei de fazer chegar aos colegas tanto material – livro e
não livro – que se encontra sub-aproveitado na BE/CRE ; “Não vai Maomé à montanha, vai a montanha a
Maomé”), bem como a fazer listagens de material que temos, de apoio às aulas, que passo aos
Departamentos. Quanto à minha presença, enquanto Professora Bibliotecária, nas reuniões de Departamento
e de Conselho de Docentes, a ideia que tenho é que iria ser vista como uma intrusa, uma “persona non grata”.
Haveremos de lá chegar, pois!
Outro ponto que pretendo comentar (o último, caso contrário este texto ficaria demasiado extenso),
ou, talvez, questionar, é o que diz respeito à Literacia da Informação:
Concordo que “se não houver uma autêntica construção do conhecimento por parte do aprendente,
ele limitar-se-á a fazer “copy – paste” e chamará a isso trabalho intelectual.”. Igualmente concordo que,
sendo a Biblioteca um espaço apetrechado com computadores ligados à Internet, fará sentido haver
professores a apoiar esses alunos nos seus trabalhos - apesar de a maior parte de nós, desde professores das
áreas cuurriculares disciplinares a professores das NACs, ensinarmos os alunos a elaborar um trabalho de
pesquisa e treinarmos, nas nossas aulas, a pesquisa, selecção e tratamento da informação, não admitindo o
simples “copy – paste”. Agora, a questão é a seguinte: quem vai estar na Biblioteca disponível para
acompanhar e apoiar estes alunos que lá aparecem sozinhos, para fazer trabalhos de pesquisa e a maior parte
das vezes nos intervalos (pois geralmente já vão com um professor/orientador)? Sou eu, Professora
Bibliotecária, com apenas treze horas semanais na BE e trabalho em mãos quanto baste, muitas vezes, a ter
que dar resposta a solicitações que eram para ontem? São os outros elementos da equipa – com uma média
de quatro horas semanais aí de serviço e uma agenda de tarefas igualmente muito importantes para fazer?
Será a funcionária, que igualmente não tem “mãos a medir”, bem como não tem a formação académica e
pedagógica do professor? Ou pior: quem vai estar disponível para acompanhar professores com as suas
turmas a desenvolver este tipo de trabalho?
Esporadicamente, nós, professores da equipa, até o poderemos fazer, mas não me parece que seja
com todos estes condicionalismos que pretendem que a Literacia da Informação funcione nas Bibliotecas.
Há, assim, questões para as quais eu gostaria de ter esclarecimento.

Mª Cristina N. Delgado
Escola E.B. 2,3 Dr. Bissaya Barreto

Castanheira de Pêra, 3 de Novembro de 2009

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