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Transformadores
1. Princípio de funcionamento
Transformador ideal:
- resistências eléctricas dos enrolamentos
nulas
- perdas no ferro nulas
- dispersões magnéticas nulas
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Máquinas Eléctricas I Transformadores 14-11-2002
de modo a equilibrar a f.m.m. induzida pela corrente I2 para restabelecer o equilíbrio entre a
tensão V1 e a f.e.m. correspondente.
2. Modelo matemático
I 2U 2
N1 N2 Z = U 1 = I 1 = U 1 I 2U 2 = a 2 U 2 = a 2 Z
U1 U2 Z
21 I 1 I 2U 2 U 2 I1 I 2 I2
U1
Mas para ser mais fiel ao transformador verdadeiro, o modelo tem que simular as
imperfeições de maior importância do transformador. Estas são:
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jX1 R1 jX2 R2
I1 I2
R0 jX0 N1 N2 Z
U1 U2
Os fluxos de fuga provocam uma f.e.m. desfasada 90º em relação à corrente percorrida e
por isso são representados por uma bobine em série com o circuito em cada lado.
A reactância X0 está no modelo devido à corrente magnetizante Iµ. O ramo que contem
esta bobine é percorrido por esta corrente que, como vimos, era necessária para a criação
do fluxo e em nada conta para a alimentação da carga.
Z21
I1 I21=I2/a
U1 R0 jX0 U21=aU2 N1 N2
U2 Z
Z0
Z2 I2
I12=aI1
U1 N1 N2 U12=U1/a R0 jX0 Z02 U2 Z
a2 a2
Este esquema é de difícil análise devido ao nó criado pela impedância Z0 ou Z02. De notar
que a corrente que passa por esse ramo é muito menor que a corrente total, já que, por
norma, a impedância Z0 ou Z02 é muito maior do que as outras impedâncias Z1 e Z21, ou Z12 e
Z2, respectivamente. Deste modo, é possível simplificar o esquema, sem elevar muito o erro,
mudando o ramo que contem a impedância Z0 ou Z02 para antes da impedância Z1 ou Z12:
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Z1t
I21=I2/a
U1 R0 jX0 U21=aU2 N1 N2
U2 Z
Z2t I2
U1 N1 N2 R0 jX0 Z
a2 a2 U2
Está claro que se pode unir as impedâncias Z1 e Z21 ou Z12 e Z2 numa única impedância:
Z 1t = Z 1 + Z 21 = R1t + jX 1t Z 2t = Z 12 + Z 2 = R2t + jX 2t
Para determinar estas impedâncias, basta apenas fazer dois ensaios: em vazio (circuito
aberto) e em curto-circuito.
• Ensaio em vazio:
I2=0
U1N U2=U1N R02 jX02 U20
a U20
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U 1N
¾ A razão de transformação: a =
U 20
¾ Perdas no ferro:
I0 = I + j Im = I 10 cos(ϕ10 ) + jI 10 sin(ϕ10 )
{a {
corrente k passa por R 0 corrente k passa por jX 0
I 12 = I a2 + j I m2 = I 12 cos(ϕ10 ) + jI 12 sin(ϕ10 )
{ {
corrente k passa por R 02 corrente k passa por jX 02
• Ensaio em curto-circuito
I2C
U1C2=U1C R02 jX02
U1C
a
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U 1C
¾ Tensão de curto-circuito nominal: u CC =
U 1N
Tensão de curto-circuito nominal é, portanto, a razão entre a tensão necessária para
percorreram as correntes nominais no circuito em curto-circuito, e a tensão nominal.
Também pode ser determinado de outras formas, como por exemplo:
U 1C U 1C 2 Z 2t I 2 N Z 2t I 2 N Z R2t + jX 2t I 2 N R2t + jX 2t I 2 N I 2 N
u CC = = = = = 2t = = =
U 1N U 2 N U 2N U 2N Z B2 U 2N U 2N I 2N
R2t + jX 2t I 2 N I 2 N R2t I 22N + jX 2t I 22N Pj X 2t I 22N
= = = + j = e R + je X
U 2N I 2N S2N S2N S2N
Estes dois últimos termos têm como nome: queda óhmica nominal ( eR ) e queda
indutiva nominal ( eX ).
Em geral, a impedância Z02 é muito maior que Z2t o que faz percorrer pelo ramo de
Z02 uma corrente muito pequena. Se a desprezarmos, temos PFE.C = 0 e I2C = I1C2 o
que resulta:
P1C
P1C = R2t I 22C = R2t I 12C 2 ⇔ R2t =
I 12C 2
U 1C 2
Z 2t =
I 2C
X 2t = Z 22t + X 22t
P1C = PJN − PFE .C = PJN ← perdas nominais no cobre
Para referir as impedâncias para o primário, basta multiplicar por a2. A impedância
Z 1t = a 2 Z 2t = R1t + jX 1t é chamada impedância combinada de fugas.
Diagrama Fasorial
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jX1I1 r r r
I0 = Ia + Im
R1I1 r r
I2 = 0
r r
-E1 U1 I1 = I 0
r r r
I0=I1 U 1 = − E1 + ( R1 + jX 1 ) I 1
Ia r r
Im φ E2 = U 2
r r
− E1 = jωN 1φ
r r
E2=U2 E 2 = − jωN 2φ
Vamos fazer agora uma análise mais complexa, colocando uma carga no secundário.
Fig.11. Circuito equivalente do transformador para o ensaio com uma determinada carga
r r r
jX1I1 I 1 = I 21 + I 0
r r r
U 1 = − E1 + ( R1 + jX 1 ) I 1
R1I1 r r
U1 -E1 I 2 = − aI 21
ϕ1 I1
r r r
U 2 = E 2 − ( R2 + jX 2 ) I 2
I21 r r
− E1 = jωN 1φ
I0 r r
φ E 2 = − jωN 2φ
I2 Agora temos um circuito com carga. Já existe uma
ϕ2 E2 corrente no secundário cuja fase depende do factor de
potência de Z. A corrente I1 é agora a soma da corrente
U2 I0 com a corrente que vai para o secundário I21. Existem
perdas no secundário o que provoca uma queda de
tensão igual a E2 – U2. De notar que:
R2I2
N 1 E1 I U I
a= = = 2 ≠ 1 ≠ 2
N 2 E 2 I 21 U 2 I 1
jX2I2 Compara este diagrama com o da fig.2.
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r
E2
R2 I 2 cos ϕ X 2 I 2 sin ϕ
r
ϕ U2 ϕ
r r r
I2 R2 I 2 jX 2 I 2
Este excerto da parte inferior do diagrama da fig.12. é importante pelo facto de deduzir uma
r
aproximação. Se considerarmos que o vector E 2 é praticamente igual à sua componente
horizontal na fig. 13, podemos aproximá-lo por:
E 2 ≈ U 2 + R2 I 2 cos ϕ + X 2 I 2 sin ϕ
Todas as variáveis desta equação são escalares, e não vectores.
Perdas
Qualquer que seja a máquina eléctrica, ela tem perdas. Quanto maiores as perdas, pior o
aproveitamento da máquina. A grandeza que mede o seu aproveitamento é o rendimento.
O rendimento é calculado pela expressão:
Pu Pu
η= =
Pabs Pu + Pp
em que Pu é igual à potência útil, Pabs é igual à potência absorvida e Pp é igual às
perdas. No caso do transformador, as perdas são as perdas no cobre ( PJ ) e as perdas no
ferro ( PFE ).
Seguindo as grandezas da fig.11, a potência útil é igual a potência activa fornecida à
carga, logo:
Pu = U 2 I 2 cos(ϕ 2 )
A potência absorvida é a potência fornecida ao transformador, logo:
Pabs = U 1 I 1 cos(ϕ1 )
As perdas no cobre são as potências dissipadas nas resistências R1 e R2, logo:
PJ = R1 I 12 + R2 I 22
As perdas no ferro são a potência dissipada na resistência R0. logo:
PFE = R0 I a2
Portanto, a equação do rendimento pode ser reescrita da seguinte forma:
Pu U I cos(ϕ 2 ) Pu U 2 I 2 cos(ϕ 2 )
η= = 2 2 = =
Pabs U 1 I 1 cos(ϕ1 ) Pu + Pp U 2 I 2 cos(ϕ 2 ) + R1 I 12 + R2 I 22 + R0 I a2
Para o caso dos circuitos equivalentes simplificados, a fórmula é naturalmente mais
simples, por isso, fica para vocês fazerem.
η A fig. 13 representa a curva característica
do rendimento, dependendo de I2. Nela se
η max repara que o rendimento é máximo quando as
perdas no cobre são iguais às perdas no ferro e
que o valor da corrente para esse rendimento é
menor que o valor da corrente nominal.
É obvio que em circuito aberto (em vazio) e
em curto-circuito o rendimento é nulo, visto que
em circuito aberto não há potência útil porque
não há corrente, e em curto-circuito não há
potência útil porque não há carga.
I2
vazio PJ = PFE I2N c.c. Fig.14. Curva de característica do rendimento
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Exemplo
A1 W1 r R
A2 W2 s S
A3 W3 t T
Ensaia-se o transformador em vazio pelo lado BT (baixa tensão), visto ser mais fácil aplicar
uma tensão de 400 V do que 15000 V. Os resultados foram os seguintes:
Ensaio em vazio
A1 15.5 A
A2 14.0 A
A3 15.3 A
W1 850 W
W2 680 W
W3 410 W
V 400 V (tensão composta)
A potência em vazio, ou seja, as perdas no ferro, é a soma das potências de cada fase:
PFE = P0 = 850 + 680 + 410 = 1940W
Nota: Para transformadores monofásicos, só haveria tensão simples, uma potência e uma
corrente. As perdas no ferro seriam iguais à única potência.
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Tensão SN
Lado Corrente : I 1N = 1
Tensão de c.c : uCC = 5% ⋅ U 1N
(U1N) 3 ⋅U 1N
1000000
AT 15000 I 1N = = 38.5 A u CC = 0.05 × 15000 = 750V
3 × 15000
1000000
BT 400 I 1N = = 1443.4 A u CC = 0.05 × 400 = 20V
3 × 400
Está claro que é muito mais fácil arranjar uma fonte de alimentação de 750 V que possa
debitar 38.5 A do que uma de 20 V que possa debitar 1443.4 A. Assim sendo, a alimentação
é feita pelo lado AT.
A1 W1 R r
A2 W2 S s
A3 W3 T t
Ensaio em curto-circuito
A1 34.5 A
A2 34.0 A
A3 34.6 A
W1 4250 W
W2 4020 W
W3 4160 W
V 660 V (tensão composta U)
1
SN é a potência nominal das três fases. Para analisar só uma fase divide-se SN por 3. U1N é a tensão
composta, ou seja, entre 2 fases. Para analisar a tensão simples divide-se U1N por 3 . A corrente I1N já
S N U1 N SN
é de só uma fase. Reduz-se todas as grandezas a uma só fase: = I1 N ⇔ I1 N = .
3 3 U1 N 3
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PJ 12430
PJ = 3R1 I 12 ⇔ R1 = = = 3.501Ω
3I 1 3 × 34.4 2
2
Como era de esperar, os valores são iguais das duas maneiras. De notar que este valor é a
resistência dos enrolamentos referida ao primário (R1t do esquema da fig.3).
A impedância Z1t do esquema da fig.3 que aqui designaremos por Z1 é calculada através da
simples lei de Ohm. É igual à razão entre a tensão (simples) aplicada numa das fases do
primário e a corrente que a percorre:
U s 660 3
Z1 = = = 11.08Ω
I1 34.4
Já agora, X1 será:
X 1 = Z 12 + R12 = 10.51Ω
Qual a tensão no secundário quando o transformador estiver a ¾ de plena carga com
cosϕ 2 = 0.8 indutivo?
¾ Usamos a fórmula derivada da fig. 13: E 2 ≈ U 2 + R2 I 2 cos ϕ 2 + X 2 I 2 sin ϕ 2 .
¾ ¾ de plena carga equivale a dizer que passa uma corrente no secundário de valor
igual a ¾ da corrente nominal no secundário.
¾ A razão de transformação é a = 15000 / 400 = 37.5
¾ R2 = R1 / a 2 = 0.0022Ω
¾ X 2 = X 1 / a 2 = 0.0075Ω
¾ A fórmula pode ser reescrita da seguinte forma:
U 20 = U 2 S + R2 3 I 2 N cos ϕ 2 + X 2 3 I 2 N sin ϕ 2
4 4
¾ Substituindo os valores:
400
= U 2 S + 0.0022 × 3 × 1443.4 × 0.8 + 0.0075 × 3 × 1443.4 × 0.6
3 4 4
U 2 S = 224.2V
¾ Finalmente, o resultado deve ser dado em tensão composta:
U 2 = 224.2 × 3 = 388V
Nota: Se o factor de potência fosse capacitivo, a fórmula seria
E 2 ≈ U 2 + R 2 I 2 cos ϕ − X 2 I 2 sin ϕ e a tensão U2 poderia ser maior do que U20 porque
uma carga capacitiva fornece energia reactiva ao transformador.
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= 0.983 = 98.3%
Qual o rendimento máximo para 1000 A?
Nestas condições, o rendimento é máximo quando cos ϕ 2 = 1 .
400
3⋅ ⋅ 1000 ⋅ 1
3U 2 I 2 cos(ϕ 2 ) 3
η= =
3U 2 I 2 cos(ϕ 2 ) + PFE + PJ 400 1000
2
S = 3U 2 N I 2 I 2N PJN
1940
1000000 ⋅ ⋅1
S ⋅ cos(ϕ 2 ) 15569.5
η= =
S ⋅ cos(ϕ 2 ) + PFE + PJ
{ 1000000 ⋅ 1940 ⋅ 1 + 1940 + 1940
= PFE
15569.5
= 0.989 = 98.9%
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