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“A escola portuguesa actual enfrenta vários desafios no sentido de corresponder,

por um lado, a uma melhoria na qualidade do processo de ensino-aprendizagem e, por


outro, na procura de uma integração activa e positiva de todas as crianças e jovens no
contexto da escola e das aprendizagens que aí se realizam. Neste contexto, o papel da
biblioteca escolar tem vindo a assumir uma importância crescente.”
(autor desconhecido)

Análise ao trabalho da colega


Maria Luísa Carreiro Filipe

A minha análise incide sobre a tabela matriz apresentada pela formanda Maria
Luísa Carreiro Filipe, do Agrupamento de Escolas de Vila Velha de Ródão, porque faz
parte do meu distrito e porque tenho ouvido vários comentários sobre o bom trabalho
que tem desenvolvido na sua biblioteca.
Logo, aqui, já se poderá falar em avaliação. Penso que, talvez de uma forma
inconsciente, informal e não intencional, poderemos dizer que a avaliação está, sempre,
presente no trabalho da BE e estamos, constantemente, a ser avaliados por tudo o que
realizamos. Contudo e tal como refere Tood (2001) a nossa prática terá de ser “baseada
em evidências, terá de ser uma prática direccionada a demonstrar o poder real e
tangível do seu contributo para os objectivos de aprendizagem da escola - metas que,
embora expressa de formas diferentes, têm conceitos de construção, de conhecimento e
de compreensão humana. A evidência da sua directa e concreta contribuição para a
melhoria da aprendizagem na escola deve ser o conteúdo da sua mensagem, o conteúdo
do seu interesse público e a substância das negociações”.
Despertou-me a atenção os vários projectos que desenvolve e as diversas
actividades no sentido de promover a formação para a leitura e as literacias. Pelo que
diz, é uma prática que vem realizando, já há algum tempo, desde o pré-escolar. Tal
como refere Tood (2006), quando os alunos têm nos professores bibliotecários um papel
claramente definido como especialistas em literacia da informação as suas
oportunidades de aprendizagem são, certamente, reforçadas.
Na análise que fiz à sua tabela também reparei que apostam na formação tanto
do professor bibliotecário como na restante equipa. Este aspecto é bastante importante
pois, o professor bibliotecário tem que estar preparado para atender os alunos em todas
as suas vertentes.
Embora, a colega, referencie, nas fraquezas, a dificuldade em articular com os
departamentos curriculares e/ou professores, posso perceber que tem havido um grande
esforço para que isso aconteça, pois diz, no espaço dedicado à “BE como espaço de
conhecimento e aprendizagem, trabalho cooperativo e articulado com departamentos e
docentes”, que tem havido articulação e trabalho cooperativo entre docentes,
departamento, ciclos, professores de Educação Especial, Área de Projecto e Estudo
Acompanhado. Acho que é uma boa conquista! Para mim tem sido uma grande
dificuldade, mas, estou a trabalhar nesse sentido e uma vez que este é o primeiro ano
como professora bibliotecária nesta escola, penso que aos poucos o vou conseguir.
Por outro lado, as parcerias que mantêm com a Biblioteca Municipal e Câmara
Municipal são, também, uma mais-valia para o trabalho da BE.
O facto de possuírem uma verba própria é também muito bom pois, “Não se
podem fazer omeletas sem ovos”. Esse é, também um dos nossos pontos fracos.
Quanto aos recursos humanos, refere a fala de instabilidade na equipa da BE.
Penso que, de uma forma geral, este problema é sentido por todos nós, assim como a
falta de elementos nas equipas. Daí, a referência que faz à falta de tempo para gerir
tantas tarefas e, no caso da colega, apenas com treze horas e outros cargos, de facto o
tempo não chega. Por isso, eu penso que é fundamental ter uma equipa consistente,
permanente e com formação para apoiar a biblioteca.
Ross Todd (2001) referiu que “a marca de uma biblioteca escolar do século XXI
não é as colecções, os seus sistemas, a sua tecnologia, o seu pessoal, os seus edifícios,
mas as suas acções e evidências que demonstram que faz uma diferença real para a
aprendizagem do aluno, que contribua, de forma significativa, para o desenvolvimento
da compreensão humana, ou seja, fazendo e construindo o conhecimento”. Eu
concordo plenamente mas, penso que esta tarefa não é fácil e para isso, também, temos
que ter algumas condições para isso e na minha opinião, estas condições, ainda, não
existem em toda as escolas. Contudo, também, concordo que o professor bibliotecário
deve ter acção, compromisso e responsabilidade, com implicações nas práticas e na
forma como interage com a escola. Tal como refere Tood (2001) cabe-lhe, transformar a
biblioteca escolar em “espaço de conhecimento, por oposição a um espaço de
informação”. Cabe-lhe entender a biblioteca escolar além da colecção e além do espaço.
Cabe-lhe transformá-la “num espaço de conexões de links e multi-referências”, seja ao
nível das colecções, seja ao nível da integração/interacção com a escola. Cabe-lhe
definir “acções, por oposição a posições e um trabalho persistente de demonstração do
valor e do impacto da BE”. O sentido e a força desse impacto têm que ser obtidos com
recurso a evidências, num movimento cada vez mais pertinente de mudança entre “dizer
ou relatar” e a necessidade de “demonstrar” o que se faz (Todd 2008).
Parece-me, também, que estão a fazer uma boa gestão da colecção, consultando
os departamentos curriculares e cobrindo as necessidades da escola, embora sinta, tal
como nós, a necessidade de uma Política de Desenvolvimento de Colecções.
Scolasthy (2008); Williams, Dorothy e Coles, Caroline (2001)), citados por Elsa
Conde e Rosa Canhoto Martins, referem que “A literatura sobre as bibliotecas
escolares baseada em diversos estudos realizados nos Estados Unidos da América, no
Reino Unido ou outros Países Anglófonos, atesta o impacto que uma BE com uma
colecção adequada e com condições e recursos humanos qualificados pode ter no
sucesso educativo e nas aprendizagens e identifica os domínios fundadores de uma BE
efectiva e de qualidade.”
Em relação à informatização do catálogo, felicito a colega por estar quase
completo. No meu caso, também está, mas não foi realizada por mim. Quando cheguei à
biblioteca esse trabalho já estava feito, o que me tirou uma sobrecarga. Contudo, agora
terei de proceder à correcção de alguns erros pontuais e sistemáticos. O passo seguinte
será a implementação do código de barras. Usando o “sistema automatizado da
biblioteca da escola pode fornecer dados sobre a circulação de materiais de biblioteca,
estes dados podem ser correlacionados com programas de aprendizagem, os resultados
dos testes, os resultados da missão para ver se há padrões que indicam que o uso da
biblioteca faz a diferença. Por exemplo, pode mostrar que a classe que tem a maior
circulação, ou a classe onde os processos de aprendizagem colaborativa inquérito
foram implementados pontuaram mais alto na compreensão de leitura ou domínio de
conteúdo.” (Tood, 2001)
Foi referido que, na BE da colega, existe uma boa procura por parte dos alunos
mas, por parte dos professores e funcionários é fraca. Na nossa BE, sentimos o mesmo,
isso talvez devido à fraca imagem que, as pessoas, ainda têm da BE e do professor
bibliotecário. Talvez devêssemos apostar, também, em formação para toda a
comunidade educativa, incluindo pais e encarregados de educação. A implementação do
modelo de auto-avaliação, também irá provocar mudanças nas escolas, mudando
opiniões, pontos de vista e responsabilidades.
Elsa Conde e Rosa Canhoto Martins referem que “A percepção do valor da BE e
do seu papel e a necessária intervenção da escola nem sempre se cumpre. A ausência
dessa percepção, aliada à falta de liderança do professor bibliotecário, desaproveita
estas potencialidades e centra, não raro, a responsabilidade pelo sucesso da biblioteca
escolar no professor bibliotecário. Pretende-se, com o processo de avaliação, envolver
os diferentes actores, identificar gaps e extrair responsabilidades colectivas face aos
resultados obtidos”
No que respeita, ao mundo digital, é verdade! A sua evolução é de tal forma
elevada que nós não conseguimos acompanhar, de forma eficiente, toda a tecnologia e
informação a ela inerente. Mas penso que, tal como diz o provérbio “Roma e Pavia não
se fizeram num dia”, também nós não podemos querer fazer tudo de uma só vez. Por
isso teremos de traçar prioridades e estratégias para podermos alcançar os nossos
objectivos. Sendo que, o principal é servir os nossos alunos na busca de informação e ao
mesmo tempo dar-lhes a matéria-prima para que eles próprios construam o seu
conhecimento. Nos textos que li gostei muito da seguinte frase dos autores, Zmuda e
Harada (2008), em que diziam que uma das metas a atingir por qualquer biblioteca era
ouvir …”o som dos alunos envolvidos na construção do conhecimento e da
comunicação do pensamento, a oportunidade de ver que o investimento de recursos
afecta positivamente o desempenho dos alunos nas suas tarefas de ordem superior e as
práticas docentes, o sentimento de satisfação de que a biblioteca é o mais rico em
informação, investigação, em recursos e pedagogicamente rico em sala de aula.” Estes
autores referem, ainda, que nas escolas de hoje, o professor bibliotecário deve ser um
especialista em aprendizagem e com a experiência profunda de conteúdo sobre a
natureza da investigação e da construção do conhecimento que é adequada ao
desenvolvimento do estudante do século XXI. Referem, também, citando AASL (2007)
que “O recém-publicado Normas para o 21-Century Learner exige que os alunos
construam o conhecimento através da exploração e análise de ideias, informações e
pontos de vista e para comunicar a sua aprendizagem através da ’fé’ e da transferência
de tarefas orientadas.”

Concluindo, a biblioteca escolar está em mudança e para muitos de nós esta é


também uma fase de adaptação a novas competências ligadas ao desempenho em
contexto biblioteconómico. Com efeito, o desenvolvimento de competências de
avaliação organizacional, causando um novo ciclo de competências e um novo patamar
de exigência no desempenho do professor bibliotecário, constituindo esta fase de
mudança um novo processo de aprendizagem, mesmo para aqueles que trabalham em
bibliotecas escolares há mais tempo. Trata-se de aprender novos papéis organizacionais
ao longo de várias etapas em que assumem particular destaque a auto-eficácia e os
objectivos de cada biblioteca escolar.
O enfoque na acção, na diferença que a biblioteca escolar faz na escola, nas
aprendizagens e no sucesso educativo convida, também, a uma, necessária,
compreensão de que essa diferença acontece através da mudança de práticas mais
centradas nos resultados que essas práticas comportam e menos nos processos que
seguimos para a obtenção desses resultados.
A avaliação permite identificar os pontos fracos/fortes e reorientar processos e
acções, com vista à melhoria.
Segundo Elsa Conde e Rosa Canhoto Martins “A criação de um Modelo para
avaliação das bibliotecas escolares visa dotar as escolas/ bibliotecas de um quadro de
referência e de um instrumento que lhes permita a melhoria contínua da qualidade e a
transformação das bibliotecas escolares em organizações capazes de aprender e de
crescer através da recolha sistemática de evidências, conducentes a processos
regulares de auto-avaliação. Pretende-se, com a sua criação, que as bibliotecas
escolares ganhem visibilidade e obtenham a plena integração na escola com a qual
interagem e mantém uma relação orgânica.”

BILBIOGRAFIA

CONDE, Elsa e MARTINS, Rosa (s/d). Modelo de Auto-Avaliação da BE:


Princípios estrutura e metodologias de operacionalização. Newsletter nº 5, RBE;
TODD, Ross (2001). A Conferência IASL 2001. Auckland, Nova Zelândia;
ZMUDA, Allison e HARADA, H. Violet (s/d). Reformulando a Biblioteca de
Média do Especialista como um Especialista de Aprendizagem;

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