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nº 94 • Dezembro de 2009 STAL

Intensificar
Distribuição gratuita aos sócios

a luta
O caminho seguro
para mudar
de política

e o novo
A L considera qu ão
Gera l d o S T
s de intervenç
O Conselho ovo s c a m in h o
ontando
lativo abre n e política, ap
quadro legis m u d a n ç a d
para uma
reivindicativa n d a m e ntais. Págs. 2 e 3
a s fu
oito premiss

PRC 2010 Mobilidade especial Opção


Recuperar e despedimentos gestionária
poder Nova investida Acção
de compra do Governo com resultados
O Governo de José Sócrates ameaça a A luta do STAL pela aplicação da cha-
A Frente Comum defende uma actualiza- estabilidade de emprego na Administração mada «opção gestionária levou a que
ção salarial de 4,5 por cento e um aumento Local impondo a reorganização de servi- mais de 200 autarquias reconhecessem
mínimo de 50 euros em 2010. ços.
Pág. 5 e 7
este direito dos trabalhadores.
centrais Pág. 5
2 jornal do STAL DEZEMBRO 2009

Conselho Geral aprova orientações para a


A luta pelos direitos laborais, a
aplicação das medidas de opção
gestionária, a defesa da PRC/2010 e a
batalha por uma efectiva contratação
Intensificar
por políticas
colectiva, que promova a melhoria dos
direitos dos trabalhadores e garanta
igualdade de tratamento, são as
prioridades para a intervenção do STAL
aprovadas no Conselho Geral, reunido
em 4 de Dezembro na sede nacional do
sindicato.

O
Conselho Geral considerou Saudando os milhares de traba- da ofensiva governamental quer de
que os recentes resultados lhadores do poder local e regional, políticas locais.
eleitorais, particularmente empresas municipais e privadas O Conselho Geral salientou ainda
a perda da maioria absoluta do prestadoras de serviços públicos que num momento de profunda
Partido Socialista nas legislativas locais, bombeiros e profissionais crise económica a «antecipação de
de 27 de Setembro, representam ao serviço das associações huma- investimentos estruturais em áreas
«uma inequívoca condenação das nitárias que contribuíram para a como a água e o ambiente, privilegiando
políticas de direita que vêm sendo derrota da maioria absoluta do o serviço público e as parcerias público-
prosseguidas ao longo das últimas Partido Socialista, o Conselho Geral público», constitui «uma medida que
décadas e devem ser entendidos considerou que o novo quadro seguramente potenciará a criação de
como a exigência de uma mudança legislativo abre novos caminhos emprego de qualidade e o crescimento
de rumo na condução das políticas de intervenção reivindicativa económico», a par da «valorização do
económicas, laborais e sociais há para uma mudança de política, poder local e do desenvolvimento
muito reclamada pelos trabalhadores apontando desde já oito premissas do tecido produtivo», visando «o
e maioria da população». fundamentais (ver caixa). combate à pobreza, à exclusão social
Neste sentido, o Sindicato bater- e às desigualdades na distribuição da
se-á aos mais diversos níveis pela riqueza».
alteração da legislação entretanto
publicada, profundamente lesiva não Prioridade
só dos direitos dos trabalhadores aos locais de trabalho
mas também dos próprios serviços
públicos que prestam, considerando O Conselho Geral do STAL
que este é também o momento de considerou que é fundamental dar
promover «uma ampla mobilização prioridade à intervenção nos locais de
em torno dos problemas específicos trabalho e à resolução dos problemas
que afectam os trabalhadores nos específicos dos trabalhadores,
locais de trabalho», resultantes quer assumindo particular importância

Comemorações do PRC 2010


35.º aniversário Recuperar poder de compra A proposta reivindicativa co- Por outro lado, o facto de em - Afirmar uma Administração

do STAL mum (PRC) da Frente Comum pa-


ra 2010 defende uma actualiza-
ção salarial de 4,5 por cento, com
2009 a inflação ter sido teoricamen-
te inferior à actualização salarial
não altera a perda real de poder de
Pública eficiente e prestigiada,
que garanta a prestação de servi-
ços públicos de qualidade;
O Conselho Geral do STAL, que aprovou o Plano a garantia de um aumento mínimo compra sofrida entre 2000 e 2009, - Corrigir graves injustiças que
de Actividades e o Orçamento para 2010, discutiu de 50 euros para cada trabalha- que se eleva a 3,7 por cento, nos têm atingido os trabalhadores,
e aprovou ainda o logótipo e um plano de trabalho dor, como via para a recuperação salários inferiores a 1025 euros, e a em particular nos últimos anos,
para as comemorações do 35.º aniversário do Sin- do poder de compra perdido ao sete por cento para os restantes. com a legislação aprovada para
dicato, a decorrer durante o próximo ano sob o le- longo dos últimos anos. Neste contexto, a PRC para o sector;
ma «35 anos em defesa dos direitos, do Poder Lo- O documento, aprovado na Ci- 2010 define cinco objectivos fun- - Afirmar o combate aos diplo-
cal e dos serviços públicos». meira de Sindicatos realizada em damentais: mas legais da chamada reforma
Para além da edição de diversos materiais e de 20 de Novembro (disponível na ín- - Recuperar gradualmente o poder da Administração Pública, que
uma exposição comemorativa, este aniversário do tegra em www.stal.pt), considera de compra perdido pelos trabalha- representa um ataque ao Esta-
Sindicato será ainda marcado por outras iniciativas inaceitável que «em nome da cri- dores e aposentados desde 2000; do de direito democrático e aos
regionais e nacionais, designadamente, um fórum se do capitalismo» se exija mais - Eliminar a insegurança e o ar- direitos sociais e laborais e, no
dedicado à temática do sindicalismo e dos serviços sacrifícios aos trabalhadores, ao bítrio na Administração Pública, presente quadro, lutar pela alte-
públicos, o lançamento do novo cartão de associa- mesmo tempo que se incremen- como impõe a Constituição da ração a essa legislação, que re-
do, a oferta de uma peça personalizada a todos os ta «os lucros do grande capital fi- República, introduzindo regras tirou direitos fundamentais dos
associados, a realização de uma sessão solene, um nanceiro, com o apoio de milhões claras que permitam aos trabalha- trabalhadores, adquiridos ao
fórum internacional e um seminário com sindicatos e milhões de euros do orçamento dores desenvolver a sua activida- longo de mais de três décadas
de países de língua oficial portuguesa. do Estado». de profissional com segurança; de luta.
DEZEMBRO 2009 jornal do STAL 3

acção Editorial

a luta
Sem pudor
S
em pingo de pudor, Vítor Constâncio,
figurão sobejamente conhecido por auferir
um dos gordos vencimentos pagos pelo

justas
erário público, veio novamente a terreiro, sob o
pretexto do défice público, pronunciar-se sobre
as receitas, as despesas e, claro, uma vez mais

Oito sob os salários dos funcionários públicos.

premissas D esta feita, já não para aconselhar a famosa


«contenção» imposta aos trabalhadores nos
últimos anos, e que não aplicou ao seu próprio

para uma
salário nem tão pouco às mordomias que sorve
dos cofres do Estado. Desta feita, pasme-se, o
senhor governador do Banco de Portugal veio

mudança aconselhar, simplesmente, o aumento zero para


os trabalhadores da Administração Pública e 1,5

de rumo
por cento para os do sector privado..

Na resolução sobre a situação social e políti-


I sto porque, explicou aquele senhor de tão
pouca moralidade, os trabalhadores da
Administração Pública já receberam em 2009
ca, o Conselho Geral do STAL aprovou oito pre-
missas fundamentais para uma mudança de ru- muito acima do valor da inflação.
mo nas políticas governativas para a Adminis- Mas pensará Vítor Constâncio que os
tração Pública: trabalhadores e o povo deste país são tão
1. A garantia de que ao desempenho de fun- ingénuos ao ponto de não verem o seu intuito de,
ções públicas corresponda um regime de vín- à custa dos salários da Administração Pública,
culo público, que proteja os trabalhadores de
condicionar os ímpetos reivindicativos no sector
pressões políticas, económicas ou outras e as-
segure a isenção na prestação das suas fun- privado?

A
ções;
2. A regularização das situações de empre- intervenção de Vítor Constâncio é tanto mais
go precário existentes, garantindo estabilidade imoral e vergonhosa quanto é conhecido o
laboral a todos os trabalhadores que exercem papel que tem desempenhado no branqueamento
funções de carácter permanente;
3. A efectivação de direitos incluindo a «op- dos escândalos do BCP, do BPN e do BPP que
ção gestionária» e o reforço da estrutura e in- têm consumido colossais recursos públicos.

O
tervenção sindical em particular nos locais de
trabalho: «défice», essa malfadada palavra repetida
4. O reconhecimento do direito à carreira pro- à exaustão sempre que se trata de impor
fissional e à adjectivação funcional, reconhe-
sacrifícios aos trabalhadores, deixou de ser
A mudança de cendo e garantindo as especificidades profis-
questões como a aplicação das sionais, a valorização dos trabalhadores, e po- ouvida quando se despejaram às pazadas
políticas é uma
medidas de opção gestionária, exigência dos tenciando a sua motivação; milhares de milhões de euros no sistema
o combate à precariedade, as trabalhadores 5. A abolição das quotas na avaliação de de- financeiro especulativo. Mas agora, depois de
condições de higiene, saúde e e da maioria da sempenho e a negociação de um sistema mo- ter salvo os lucros do grande capital, o Governo
população tivador que garanta transparência e justiça no
segurança no trabalho, a negociação procura mais uma vez tapar o buraco à custa
das cedências de interesse público tratamento dos trabalhadores, o direito ao con-
traditório, e promova a sua valorização profis- dos rendimentos dos trabalhadores, congelando
para trabalhadores a desempenhar
sional; salários, aumentando impostos, privatizando
funções em empresas concessionárias
6. A garantia do efectivo direito de negociação serviços públicos.
de serviços públicos locais, empresas

É
e de contratação colectiva aos trabalhadores da
municipais ou outras.
São igualmente preocupações
Administração Local, nomeadamente através preciso moralidade e os trabalhadores
da revogação de diversas normas gravosas da
centrais do Sindicato os impactos exigem-na! Moralidade na gestão das contas
actual legislação como as que pretendem impor
das alterações em curso no sector a adaptabilidade dos horários de trabalho, que públicas, no controlo da despesa mas também
da água, a contratação colectiva na limitam o direito de contratação das autarquias na procura de receita. É tempo de erguermos
Administração Pública e a adaptação e que possibilitam a criação de regimes laborais a nossa voz contra o contínuo favorecimento
da «reforma» da Administração Pública, com direitos diferenciados em função da sindi- de uma minoria de ricos à custa do crescente
particularmente as consequências calização dos trabalhadores; empobrecimento da maioria que vive unicamente
7. A revisão do Código do Trabalho e a revo-
da reorganização de serviços e da
gação das normas antilaborais introduzidas pe- do seu salário.
aplicação da mobilidade.

É
los sucessivos governos;
No sector empresarial da Adminis-
8. A adopção de uma política de descentrali- por essa justiça social que nos temos sempre
tração Local têm especial relevância zação efectiva, que potencie o desenvolvimen- batido. Foi por essa mudança de política que
os processos de contratação to do Poder Local, concretize a regionalização nos pronunciámos nos recentes actos eleitorais.
colectiva, com vista à eliminação de e promova serviços públicos de qualidade para
discriminações entre trabalhadores É por esse objectivo mais amplo de um Estado
todos; e o abandono da actual estratégia priva-
com vínculo público e com vínculo tizadora nos sectores da água, saneamento e ao serviço dos trabalhadores que continuaremos
privado e à abertura de processos de resíduos sólidos. a travar no dia a dia a nossa luta reivindicativa!
negociação salarial.
4 jornal do STAL DEZEMBRO 2009

Consultório Jurídico ✓ José Torres

Contratação colectiva
Um direito consagrado
A contratação colectiva
prevista no RCTFP não passa
Activistas, delegados e dirigentes dos três sindicatos concentraram-se nas
imediações da Assembleia da República
de uma falácia do governo
para tentar legitimar novos
FECTRANS, STAL e STML ataques contra os direitos e
interesses dos trabalhadores.

Motoristas entregam
O
direito à contratação colectiva
consagrado na Constituição da

5 mil assinaturas República não tem sido reconhe-


cido na Administração Pública, garantin-
do-se apenas o direito de negociação e de
O STAL e o STML em conjunto fissional sejam imputados às en- participação dos trabalhadores (Lei 23/98,
com a federação dos Sindicatos dos tidades empregadoras e não aos de 26/5).
Transportes e Comunicações (FEC- motoristas como actualmente está Esta situação foi alterada pela Lei 12-
TRANS) entregaram, no dia 19 de previsto. A/2008, de 27/2, que submeteu os traba-
Novembro, ao Presidente da Assem- Para além disso, esta classe profis- lhadores da Administração Pública ao Re-
bleia da República, uma petição com sional reclama que as acções obriga- gime do Contrato de Trabalho em Funções
mais de cinco mil assinaturas, em que tórias de formação decorram em ho- Públicas, cuja regulamentação confunde
exigem a alteração do novo diploma rário laboral e não nas horas de des- matérias absolutamente distintas, como
para aquisição de Certificado de Ap- canso, considerando que os novos inequivocamente são as concernentes à
tidão Profissional, Carta de Qualifica- regulamentos e as coimas previstas contratação colectiva e à negociação.
ção de Motorista e Formação contí- (entre 1000 e 3000 euros), ao recaí- A contratação colectiva consubstancia Ora, chamar a isto contratação é mani-
nua obrigatória. rem sobre a responsabilidade exclu- a emanação da vontade das partes parti- festamente uma clara perversão dos con-
A iniciativa foi lançada pelos três siva dos trabalhadores, constituem cipantes expressa obrigatoriamente pela ceitos, que tem como objectivo legitimar a
sindicatos, em 8 de Julho, e pre- uma verdadeiro atentado aos direitos respectiva subscrição do acordado, en- imposição de medidas lesivas dos direitos
tende que os encargos resultantes fundamentais, designadamente o di- quanto a negociação encerra apenas a dos trabalhadores, num processo supos-
das certificações e formação pro- reito ao trabalho. discussão de determinadas matérias, co- tamente radicado na livre expressão da
mo sucede na apreciação de projectos de vontade das partes.
diplomas, em que prevalece a imposição Exemplo flagrante do que referimos es-

Tribunal reintegra da vontade do governo por não estar vin-


culado à obtenção de qualquer acordo.
A regulamentação consignada no RC-
tá aliás bem patente no chamado «Acordo
Colectivo de Carreiras Gerais» celebrado
entre o governo e Sindicatos da UGT, o

dirigente sindical TFP não respeita estes conceitos uma vez


que pretende afastar da celebração de
Instrumentos de Regulamentação Colecti-
qual foi utilizado pelo Governo para refor-
çar a possibilidade de introdução do cha-
mado regime de adaptabilidade, com vista
Manuel Lopes, dirigente da DR manobra da administração dos SMAS va de Trabalho (IRCT) as entidades empre- a instituir regimes desregrados de horários
de Lisboa do STAL, foi injustamen- de Loures para tentar calar a sua voz gadoras directamente interessadas, como de trabalho que podem ir até 50 horas se-
te afastado do local de trabalho, em incómoda. Mas não se deixou intimi- é o caso das autarquias. manais e dez horas diárias em determina-
2007, onde sempre se destacou co- dar e levou o caso para tribunal. No RCTFP estão previstos os Acordos do período de referência!
mo um funcionário diligente e exem- Em 29 de Setembro, o Tribunal Ad- Colectivos de Carreiras Gerais (ACCG) e os Repudiando firmemente o seu conteú-
plar ao longo de 24 anos. ministrativo de Lisboa pronunciou-se Acordos Colectivos de Entidades Empre- do, o STAL salienta que tal «acordo» não
Sem nunca ter abdicado da defesa sobre a acção instaurada como apoio gadoras Públicas (ACEEP). Todavia, a legi- pode ser aplicado nas autarquias porque,
firme e consequente dos legítimos di- do STAL, dando razão ao dirigente e timidade para a celebração dos ACCG está pura e simplesmente, não estiveram pre-
reitos e interesses dos trabalhadores condenando o Município de Loures a conferida apenas aos membros do governo sentes na sua celebração, não o subscre-
do município, Manuel Lopes consi- reconstituir a situação anterior àquele responsáveis pelas áreas das Finanças e veram, nem mandataram ninguém para
derou a sua transferência como uma acto prepotente e ilegal. da Administração Pública (art. 347.º do RC- esse efeito.
TFP). No que respeita aos ACEEP, que só O direito à contratação colectiva é um
podem ser negociados havendo um ACCG direito de que não prescindimos. Pe-

Providência cautelar e apenas nas matérias que este abranja,


a sua celebração continua a ser conferida
aos membros do governo, embora se pre-
lo contrário, exigimos o reconhecimento
deste direito constitucional em processos
em que haja plena liberdade de discussão

impede despedimento veja uma participação residual da entidade


empregadora pública.
com todas as partes interessadas e não a
imposição a uns da vontade unilateral do
governo e de quem deseja seguir os seus
Um trabalhador com a categoria de pronta intervenção do STAL evitou Um embuste do Governo ditames!
coveiro na Junta de Freguesia de Fa- o pior. Para o efeito, temos propostas e deseja-
nhões voltou a ser alvo, no início de Considerando que o actual processo, A exclusão quase total das autarquias mos a sua discussão com todas as partes
2009, de um injusto processo discipli- à semelhança do anterior, se baseava destes processos visa notoriamente trans- interessadas, nomeadamente com as au-
nar mediante o qual o presidente da em factos incoerentes e numa funda- formar a contratação numa espécie de ne- tarquias, num clima de diálogo em ordem
autarquia pretendia despedi-lo. mentação legal insuficiente, o Sindica- gociação, em que o governo impõe os seus à obtenção de consensos que dignifiquem
O eleito autárquico já tinha em- to apresentou nas duas ocasiões provi- ditames, inclusive a entidades que não as condições de trabalho e contribuam
preendido uma tentativa semelhan- dências cautelares que foram acolhidas subscrevem directamente os instrumentos efectivamente para a melhoria das condi-
te contra o mesmo trabalhador em pelo tribunal, fazendo gorar os funestos de regulamentação colectiva de trabalho! ções de vida de todos os trabalhadores.
2007. Porém, tal como agora, a intentos do responsável local.
DEZEMBRO 2009 jornal do STAL 5

Opção gestionária

Luta com resultados


A aplicação da chamada e mobilização dos trabalhadores,
«opção gestionária», recorrendo nalguns casos a acções
instrumento que localizadas de luta.
Ainda no final de Novembro, em
permite a mudança Ponta Delgada, na sequência de uma
de posicionamento greve convocada pelo STAL, a edil
remuneratório dos municipal comunicou a decisão de
trabalhadores, constituiu aplicar a medida e pagar os respecti-
um dos objectivos vos retroactivos aos trabalhadores.
centrais da Greve Em comunicado, a regional do STAL
salientou que mesmo sem se realizar,
Nacional de 16 de a greve teve «os resultados espera-
Setembro, que registou dos», o que mostra que «é a luta dos
uma adesão global trabalhadores e sempre a luta que per-
superior a 60 por cento. mite resolver os nossos problemas!»
Também a maioria das autar- grande número de trabalhadores A greve de 16

N
a sequência desta luta or- Fruto da acção quias do distrito de Viana do Cas- que cumprem os requisitos, já que, de Setembro
ganizada pelo STAL muitas persistente telo decidiu favoravelmente, em- orçamentou a verba irrisória de 19 teve um papel
decisivo para o
autarquias (mais de 160 se- bora preveja a sua aplicação ape- 800 euros para os correspondentes reconhecimento
gundo um balanço provisório no dia A acção persistente do Sindicato e a nas em 2010. acréscimos remuneratórios. da «opção
da greve) decidiram reconhecer este determinação dos trabalhadores na lu- Todavia, o facto de o Governo ter Ora é sabido que em câmaras de gestionária»
direito dos trabalhadores que pos- ta permitiu a concretização ou o com- procurado condicionar a «opção menor dimensão, como a do Seixal como um
suem pelo menos cinco menções de promisso de aplicar este direito em gestionária» à disponibilidade de ou a do Funchal, as verbas destina- legítimo
direito dos
Bom nas últimas avaliações. mais de duas centenas de municípios verbas orçamentadas tem servido das para a mudança de posição re- trabalhadores
Entretanto, dezenas de outras no Continente e Ilhas este direito. de desculpa a alguns responsáveis e muneratória orçam as centenas de
têm vindo a tomar decisões favo- A título de exemplo realce-se que eleitos locais que, sem se preocupa- milhares de euros, de modo a abran-
ráveis em resultado da intensa ac- nos distritos de Setúbal, Portalegre e rem com o cumprimento de outros ger todos os funcionários que, de-
tividade da estrutura do Sindicato, Guarda, a grande maioria das autar- aspectos da lei, recusam utilizar este sumanamente, aguardam o direito
que se tem desdobrado em reu- quias já decidiu aplicar esta medida instrumento ou o utilizam de forma de progressão há mais de dez anos,
niões com responsáveis, insistido e pagou os respectivos retroactivos discriminatória e subjectiva. mesmo com classificações de Bom.
no esclarecimento, na organização com efeitos a 1 de Janeiro de 2009. É o caso, entre outros, da Câma- O STAL está atento e tudo fará para
ra do Porto que, tendo aprovado exigir igualdade de tratamento, quer
a aplicação da «opção gestioná- no interior de cada autarquia quer no

Negociata da UGT ria», na prática pretende excluir um conjunto da administração local.

prejudica trabalhadores Contra a retirada de direitos


O pretenso «Acordo Colectivo de Carreiras Gerais», cozinhado na
véspera das legislativas entre o Governo e a UGT, contém várias nor-
Greve nos SMTUC
mas contrárias à Constituição (como as que resultam na criação do Reunidos em plenário, no dia 13 de Novembro
regime discriminatório de trabalho nocturno: para uns, a partir das 22 de 2009, cerca de 130 trabalhadores dos Servi-
horas, para outros, a partir das 20 horas). ços Municipalizados de Transportes Urbanos de
Acresce que a sua validade está posta em causa nas autarquias, uma Coimbra, decidiram endurecer a luta, marcando
vez que estas não participaram nas negociações, não o subscreveram uma greve entre os dias 13 e 20 de Dezembro.
nem expressamente mandataram alguém para as representar, como de Para trás, estão meses de duros combates
resto reconheceu a Associação Nacional de Municípios. contra a retirada de direitos, em particular o
Condenando as tentativas de introdução de mecanismos discrimi- pagamento do subsídio de turno em 14 meses
natórios, o STAL sublinha que a Contratação Colectiva não pode servir por ano, pela mudança de nível remuneratório Os trabalhadores dos Transportes Urbanos de
para dividir os trabalhadores e criar regimes diferenciados na Adminis- nas condições previstas na «opção gestioná- Coimbra estão em luta há vários meses contra
tração Pública, nem tão pouco para desresponsabilizar o Governo das ria», o pagamento o trabalho extraordinário no a redução do subsídio de turno e pela mudança
suas obrigações enquanto e interlocutor dos sindicatos no plano da mês seguinte à sua prestação e a actualização de posição remuneratória
negociação colectiva, como parece que deseja agora fazer. dos suplementos remuneratórios.
Num pequeno número de autarquias tem havido tentativas inadmis- Os trabalhadores exigem ainda a melhoria lisações parciais continuaram entre os dias 15
síveis de aplicar os princípios daquele «acordo», lançando-se como das condições de higiene, saúde e segurança e 21. A adesão manteve-se nos 95 por cento.
«engodo» a possibilidade de jornadas contínuas, mas limitando-a aos no trabalho e a formação adequada a todos Sem respostas ao seu caderno reivindicativo,
trabalhadores associados no SINTAP/UGT, o que constitui uma into- os trabalhadores. os trabalhadores mostram-se decididos a não
lerável ingerência na vida dos sindicatos Em torno destas reivindicações, o sector co- baixar os braços. A prolongada greve de oito
O STAL alerta que este regime de horário de trabalho, sem as desejadas meçou por realizar, em Setembro, acções pú- dias marcada para Dezembro traduz a sua de-
pausas para almoço, pode ter consequências perigosas para a saúde dos blicas de protesto. A luta continuou em Outu- terminação e firmeza.
trabalhadores. Contudo, apesar de defender a opção pela jornada regular, bro com uma greve de quatro dias às duas úl- Em vésperas de Natal, não haverá transpor-
o Sindicato frisa que continuará a negociar e acordar a aplicação da jornada timas horas de cada turno, que registou uma tes públicos em Coimbra, a menos que a admi-
contínua sempre que esta corresponda aos interesses dos trabalhadores. adesão praticamente total. No mês seguinte, nistração dos SMTUC reconheça a razão dos
face à inflexibilidade da administração, as para- trabalhadores.
6 jornal do STAL DEZEMBRO 2009

O regresso
✓José
Alberto
Lourenço

do défice
Economista

ou o pretexto da nova
ofensiva social
Poucas horas depois de serem ra um conjunto de medidas tomadas pelo Go-
conhecidos os resultados das verno, que contribuíram para o agravamento
eleições legislativas de 27 de das condições de vida dos portugueses.
Claro que não foi o Governo PS a vir falar no
Setembro, o INE publicava os défice orçamental mas, como sempre aconte-
dados referentes à estimativa ce nestas coisas, primeiro vêm os organismos
O STAL foi um dos sindicatos presentes na manifestação de repúdio frente à
embaixada da Turquia
do défice público para 2009, oficiais alertar para os pretensos perigos, pa-
que foram comunicados nesse
mesmo dia ao gabinete de
estatística da União Europeia
ra depois vir o governo, muito pesaroso, tomar
as medidas draconianas que pretensamente é
obrigado a tomar – corte no investimento pú-
Sindicalistas turcos
(Eurostat).
blico, redução dos apoios sociais, redução do
número de trabalhadores e diminuição dos sa- libertados
D
e acordo com o INE, Portugal deverá lários reais na administração pública, privatiza-
terminar 2009 com um défice orça- ção de serviços públicos, deterioração do ser- Os 22 activistas sindicais e de outras organizações sociais, que se
mental de 9 658,7 milhões de euros, viço nacional de saúde, degradação da escola direitos cívicos que estavam pre- manifestaram no dia 18 de Novem-
o que deverá representar 5,9 por cento do pública e cortes no valor real das reformas e sos sem acusação desde Maio, na bro, frente à Embaixada da Turquia.
PIB (refira-se que em nossa opinião e tendo pensões. Tudo para alegadamente controlar o Turquia, foram finalmente liberta- Durante a acção foi entregue uma
em conta a informação divulgada pela Direc- défice orçamental. dos pelo tribunal Izmir, após o jul- «Carta de Repúdio» exigindo a ime-
ção Geral do Orçamento até final de Agosto, gamento realizado nos dias 19 e 20 diata libertação das dez mulheres
o défice deverá ser bem superior, podendo Poder local sob mira de Novembro. e 12 homens sindicalistas, na sua
mesmo ultrapassar os 7 por cento do PIB). Haviam sido detidos arbitraria- maioria ligados ao ensino e à ad-
Nesse mesmo dia a Lusa publicava a no- O défice orçamental, sendo um problema mente nas manifestações do 1.º de ministração pública, e activistas de
tícia de que a Comissão Europeia ia abrir como é qualquer défice, não integra o conjun- Maio, em Istambul, e após uma vio- defesa dos direitos e de outras or-
um novo procedimento por défice excessi- to dos chamados défices estruturais da nossa lenta rusga policial à sede da cen- ganizações cívicas.
vo contra Portugal, devido à ultrapassagem economia – défice alimentar, energético, tec- tral sindical turca KESK, em 28 de O documento subscrito por di-
do limite dos três por cento estabelecido no nológico, educativo –, pelo que a sua redução Maio passado. versas organizações portuguesas
Pacto de Estabilidade. não pode constituir um objectivo da política Estas prisões discricionárias de- denuncia a repressão que se aba-
É claro que a notícia divulgada diz também económica, podendo até acontecer o contrá- sencadearam uma vaga de soli- te sobre sindicalistas, movimentos
que as consequências para o País serão para rio, ou seja, a necessidade do seu agravamen- dariedade internacional na qual se sociais e de oposição na Turquia e
já simbólicas, já que em tempos de crise mun- to temporário como forma de contribuir para integraram vários sindicatos portu- exige a libertação de todos os pre-
dial mais de metade dos estados da União Eu- a resolução dos défices estruturais, estes sim gueses, designadamente o STAL, e sos políticos.
ropeia deverão ultrapassar os três por cento de decisivos para o futuro do país e para a resolu-
défice orçamental. No entanto, não deixa de ter ção do próprio «problema» orçamental.
significado político que poucas horas depois
das eleições que deram a maioria relativa ao
Por outro lado, o regresso do fantasma do
défice orçamental não augura nada de bom
Beja, Cuba e Almodovar
PS, os portugueses tenham sido uma vez mais
confrontados com o défice orçamental, o qual
foi pretexto nos últimos quatro anos e meio pa-
no que diz respeito aos recursos financeiros
que o poder central disponibilizará para as
autarquias nos próximos anos.
Despedimentos
Nos últimos quatro anos e meio muitos fo-
ram os ataques à autonomia do poder local
levados a cabo pelo Governo com o pretexto
e perseguições
do controlo do défice orçamental, nomeada- Assim que assumiu os destinos da cutivos autárquicos dos municípios
mente através da nova Lei das Finanças Lo- Câmara de Beja, a nova maioria socia- de Cuba e Almodôvar contra traba-
cais (Lei n.º 2/2007), em que a preocupação lista apressou-se a utilizar as alegadas lhadores que integraram listas opo-
fundamental foi reduzir as transferências para dificuldades financeiras para anunciar sitoras nas últimas eleições.
os municípios em sede de orçamento do Es- despedimentos, designadamente me- Unilateralmente, a autarquia reti-
tado e criar mecanismos de controlo dos ní- diante a não renovação contratos a rou responsabilidades e meios pa-
veis de endividamento das autarquias, apesar prazo e a inexplicável suspensão dos ra o desempenho eficaz de funções
de com isso não só se colocar em causa a au- estágios profissionais de 16 técnicos. a vários trabalhadores, impôs-lhes
tonomia financeira e administrativa dos muni- O STAL condena esta atitude do alterações de local de trabalho e de
cípios como a sua própria sobrevivência. executivo camarário e salienta que horários de trabalho.
Agora que o fantasma do défice orçamen- os trabalhadores em causa desem- O STAL alerta que algumas des-
tal volta a surgir cabe aos recém-eleitos au- penham tarefas de carácter perma- tas medidas são ilegais e anti-
tárquicos em conjunto com as populações, nente, devendo por isso ser con- constitucionais e declara que re-
que sofrem os efeitos do garrote financeiro cluídos com urgência os concursos correrá a todas as formas para
dos últimos anos, erguerem a sua voz e re- gerais de admissão abertos pela combater estes actos, seja atra-
chaçarem os novos ataques que se avizi- anterior gestão. vés da denúncia e do recurso aos
nham contra a autonomia do poder local. Igualmente condenável é o com- tribunais, seja pela mobilização
portamento persecutório dos exe- dos trabalhadores.
DEZEMBRO 2009 jornal do STAL 7

Relatório 2008 da DGAL

A explosão
Só em 2008, o número de
precários nas autarquias
dos precários
Este divórcio entre as palavras e
os actos tem uma expressão numé-
passado, dois terços (8919) foram
feitas a prazo.
doras do executivo socialista, que
arrasaram o estatuto dos funcioná-
locais aumentou 21 por rica. Em 2008, segundo o Instituto Este aumento fulgurante da preca- rios públicos, nem das persistentes
Nacional de Estatística, havia 727 riedade, que afecta muito particular- políticas de desmantelamento dos
cento. Dois terços das mil contratados a termo certo nos mente as jovens gerações, não pode direitos dos trabalhadores e dos ser-
contratações foram diferentes sectores da economia, ou ser dissociado das reformas destrui- viços públicos.
efectuados a termo. seja, mais seis por cento do que no
Ao todo os precários ano anterior.
já representam 18 por Nas autarquias locais, porém, o nú-
cento do universo de mero de contratos a termo (por tempo
indeterminado e resolutivo) elevou-se
trabalhadores do sector. no mesmo período a 19 664, ou seja,

A
precariedade laboral constitui mais 21 por cento que no ano ante-
uma das principais chagas so- rior, constata o relatório da Direcção
ciais em Portugal. Demagogi- Geral das Autarquias. A este número
camente, o Governo declara-se em- há ainda a acrescentar a parte dos
penhado em combater esta tendên- falsos recibos verdes que permanece
cia, agravada com a crise económica incluída na categoria de prestação de
e o disparo do desemprego, mas as serviços, a qual representa 2410 tra-
medidas que tem tomado vão no sen- balhadores (1,9 %) num do universo
tido inverso. É o caso do recente de- de 126 863 funcionários.
creto-lei, publicado em Setembro, que Assim, a percentagem de contra-
impõe a contratação precária dos téc- tados a termo nas autarquias pas-
nicos que asseguram as actividades sou de 13 por cento, em 2007, para
de enriquecimento curricular (EAC) no 18 por cento, em 2008. Das 13 430
1º ciclo do ensino básico. novas admissões efectuadas no ano

Carreiras subsistentes Actividades O STAL defende


a vinculação e o
enquadramento
de enriquecimento curricular
Petição para
dos técnicos de
AEC

Técnicos a prazo
repor justiça Num momento em que se veri-
fica uma subida exponencial dos
dores são essenciais para o normal
funcionamento das escolas.
Com o objectivo de eliminar as nais que também se repercutem na vínculos precários nas autarquias Este entendimento é de resto
injustiças e discriminações criadas organização e bom funcionamento (+21% em 2008), o Governo pu- partilhado pelo próprio presidente
pelo novo regime de carreiras, o dos serviços. blicou em Setembro um decreto- da Associação Nacional de Muni-
STAL lançou uma petição dirigida à Entre outras aberrações, tem par- lei em que impõe aos municípios cípios, Fernando Ruas, que admi-
Assembleia da República, em que ticular relevância o caso dos traba- a celebração de contratos de tra- te ter «mais de 200» contratados
apela aos deputados para corrigi- lhadores que acederem por con- balho a termo resolutivo, parcial a prazo na sua autarquia (Viseu) e
rem a legislação imposta prepoten- curso a funções de chefia e que, ou integral, com os técnicos habi- reconhece que «cobrem necessi-
temente pelo governo de José Só- na altura da transição para o novo litados para as actividades de en- dades permanentes» (DN, 02.11).
crates no anterior mandato. regime, se viram em posição infe- riquecimento curricular (AEC). Por outro lado, o facto de as AEC
Em causa estão as chamadas rior à dos seus subordinados hie- Este diploma, na esteira de an- terem sido remetidas para as autar-
«carreiras subsistentes», em que rárquicos. teriores ataques gravíssimos à quias ao abrigo de contratos pro-
foram colocados muitos trabalha- O STAL preveniu o governo para segurança de emprego público e grama em nada altera o carácter
dores cujas funções profissionais estas distorções e insuficiências da aos direitos laborais, visa legitimar permanente destas actividades. E
não são enquadráveis no regime lei durante o processo de adapta- os intoleráveis abusos de que são existindo estes contratos há qua-
definido pelo governo, que subs- ção da Lei 12-A/2008 à Administra- vítimas muitos milhares de traba- tro lectivos, o que se exige é um
tituiu mais de 1500 carreiras por ção Local. Porém, o secretário de lhadores, predominantemente jo- enquadramento definitivo que pro-
apenas três: Técnico Superior, As- Estado Adjunto e da Administração vens, que hoje asseguram neces- mova a estabilidade profissional e
sistente Técnico e Assistente Ope- Local rejeitou as propostas sindi- sidades permanentes do serviço o estatuto destes trabalhadores,
racional. cais, alegando que aquela não era nas escolas. com benefício para própria quali-
O resultado é que um grupo signi- a sede própria para proceder à al- Embora o governo alegue que dade do ensino.
ficativo de trabalhadores da Admi- teração da lei. a contratação destes técnicos se Tendo-se pronunciado sobre o
nistração Local foi prejudicado pelo Cabe agora aos deputados ac- destina a colmatar necessidades projecto de diploma, o STAL de-
simples facto de o novo regime não cionar os mecanismos legais que temporárias, obrigando as autar- fendeu a vinculação e soluções
contemplar a especificidade das tem ao seu dispor para pôr termo quias a abrirem antes de cada ano de enquadramento viáveis, de-
suas funções. A transição para as às injustiças criadas e permitir uma lectivo os respectivos concursos, a signadamente em actividades de
«carreiras subsistentes» provocou adequada adaptação da lei às es- verdade é que, tal como o restante planeamento ligadas à Educação
uma quebra de expectativas e ge- pecificidades funcionais da Admi- pessoal, também estes trabalha- e à Cultura.
rou graves incongruências funcio- nistração Local.
8 jornal do STAL/DE

Reorganização de serviços, mobilidade es


Com uma miríade de novos decretos,
regulamentações e adaptações

Governo invest
decorrentes da famosa Lei 12/A 2008
(que destruiu o vínculo público de
nomeação e os regimes de carreiras
e de remunerações), o Governo
de José Sócrates prossegue a sua
ofensiva contra os direitos laborais

contra trabal
e a estabilidade de emprego na
Administração Pública, definindo agora
como alvo preferencial a Administração
Local.

E
m 2009, o Governo mante-

das autarquias
ve a sua violenta cruzada
contra os direitos laborais e
sociais, instituindo ou consolidando
uma série de medidas que destru-
íram conquistas históricas dos tra-
balhadores obtidas em árduos pro-
cessos de luta.
No que respeita aos trabalhado-
res em regime de direito privado,
destaca-se o chamado novo «Có- 12-A/2008, de 27/2) foi completada lhadores da Administração Pública, rias superiores só é possível nas
digo do Trabalho» (Lei 7/2009, de com a entrada em vigor de diversa nos quais sobressai, naturalmente, carreiras de assistente técnico e de
12/2), que agrava a regulamentação regulamentação emanada daquela o respeitante ao vínculo público de assistente operacional, mas mes-
laboral anteriormente imposta pelo Lei, como é o caso do Regime do nomeação, bilateralmente estabele- mo aqui as condições são tão limi-
contestado código de Bagão Félix, Contrato de Trabalho em Funções cido, mas usurpado unilateralmente tativas que este direito se torna pra-
aprovado pela maioria PSD/CDS. Públicas (RCTFP – Lei 59/2008, de pelo executivo socialista. ticamente residual.
Para os trabalhadores da Adminis- 11/9), do regime de transição de Sobressai igualmente a destruição Ao mesmo tempo prolongou-se o
tração Pública, que sentem directa- carreiras (D. Lei 121/2008, de 11/7) do regime de carreiras, indissocia- congelamento da evolução na ca-
mente os efeitos de muitas normas e do regime sobre posições e ní- velmente ligado ao sistema retribu- tegoria detida, a chamada progres-
do direito privado por efeito do ale- veis remuneratórios das carreiras/ tivo, que se traduziu na eliminação são, iniciado em 2005 (Lei 43/2005,
gado processo de «convergência», categorias (Decreto Regulamentar de mais de 1500 carreiras do regime de 29/8) e prosseguido pela referi-
ou seja, de nivelamento dos direitos 14/2008, de 31/7). geral, que abrangiam centenas de da Lei 12-A/2008, que estabeleceu
por baixo, o ano de 2009 ficou nega- profissões específicas e indispensá- novas regras para a progressão que
tivamente marcado pela publicação Progressões dificultadas veis, e na sua substituição por ape- passou a ser designada «alteração
de novos diplomas redutores e pela Promoções congeladas nas três, estruturadas de forma a li- do posicionamento remuneratório».
consolidação da vigência de outros quidar na prática o direito de promo- De tudo isto têm resultado prejuízos
antes publicados. Todos estes diplomas se com- ção e incrementar a mais desregra- incalculáveis para os trabalhadores,
A destruição do vínculo públi- plementam e integram na vasta e da flexibilidade e polivalência. muitos dos quais foram e continu-
co de nomeação e dos regimes de longa ofensiva do Governo contra De facto, por efeito dessa estru- am privados há longos anos, no-
carreiras e de remunerações (Lei os direitos elementares dos traba- tura, o direito de acesso a catego- meadamente desde 2001/2002, de
qualquer evolução na categoria e
dos respectivos acréscimos remu-

Mobilidade especial nas autarquias neratórios.


Nesta matéria a Lei 12-A/2008 é
de tal forma penalizadora que ape-
A pretexto de uma suposta adapta- Com efeito, as medidas preconizadas tas, isto é, o despedimento colectivo ou nas torna obrigatória a alteração
ção da lei 12-A/2008 à Administração visando a «racionalização de efectivos» por extinção do posto de trabalho. do posicionamento remuneratório
Local, o Governo fez publicar o D. Lei constituem um atentado sem preceden- É certo que a aplicação do regime de quando os trabalhadores acumu-
209/2009, de 3/9, dotando-se de mais tes ao direito ao trabalho e à segurança mobilidade especial às autarquias só po- larem dez pontos nas respectivas
um instrumento legal para limitar e des- de emprego de todos os trabalhadores, derá efectuar-se após a adaptação da Lei avaliações do desempenho. Toda-
truir direitos. incluindo os ex-nomeados que transita- 53/2006, de 7/12. Mas não restam dúvidas via, como só são consideradas as
Particular preocupação é suscitada ram para o RCTFP. de que é essa a intenção do Governo. avaliações atribuídas desde 2004,
pela forma como este diploma trata a Neste domínio, destaca-se o artigo e estas na maioria dos casos ape-
matéria relativa à «cedência de interes- 6.º do referido diploma o qual determina Emprego ameaçado nas representam um ponto por ano
se público», que se aplica aos trabalha- que, se os postos de trabalho forem in- (correspondente a «Bom»), o direito
dores da Administração Local coloca- feriores aos efectivos existentes, os tra- O novo diploma determina expressa- à mudança obrigatória de posicio-
dos em empresas de direito privado na balhadores excedentários são coloca- mente que os trabalhadores que transita- namento só se verificará em 2014,
área dos serviços das autarquias. A re- dos em situação de mobilidade especial ram do regime de nomeação para o RC- se não houver classificações ne-
dacção confusa desta regulamentação ou, se for o caso, objecto da aplicação TFP, embora mantenham as anteriores gativas!
pode gerar interpretações mais restri- das disposições adequadas de cessa- formas de cessação da relação jurídica de
tivas do que as decorrentes da própria ção da relação jurídica de emprego pú- emprego (art. 88.º, n.º 4, da Lei 12-A/2008), Exigir a opção gestionária
Lei 12-A/2008. blico, como expressamente determina o podem ser colocados em situação de mo-
Porém, mais grave é o facto de o mes- n.º 3 desse normativo. bilidade especial, assim que este regime for Entretanto, a Lei prevê de forma
mo decreto-lei vir adaptar à Administração Ficam assim bem claros os propósitos adaptado à Administração Local. ardilosa que o direito à mudança de
Local o diploma sobre «Extinção, Fusão e do Governo de aplicar não só o regime Os restantes trabalhadores podem ser posicionamento possa ter lugar em
Reestruturação de Serviços da Adminis- de mobilidade especial aos trabalhado- objecto de despedimento colectivo ou por condições mais favoráveis por «op-
tração Pública e Racionalização de Efecti- res da Administração Local, mas tam- extinção do posto de trabalho, após um ção gestionária». Neste caso, os tra-
vos» (D. Lei 200/2006, de 25/10) e com ele bém as formas de cessação da relação ano na situação de mobilidade especial, balhadores que detenham pelo me-
a chamada «mobilidade especial». jurídica de emprego legalmente previs- como prevê o art. 33.º da Lei 12-A/2008. nos cinco «Bons» consecutivos nas
avaliações efectuadas desde 2004
EZEMBRO 2009 9

✓ José Torres

special e despedimentos

te
lhadores
s podem subir de posição remunera- tos, o tornam ainda mais nefasto Na verdade, sob a capa de uma nistração Local, impondo procedi-
A violenta
cruzada do
tória, mas essa decisão fica total- para os trabalhadores. pretensa reorganização dos servi- mentos à imagem e semelhança da Governo destruiu
mente dependente da vontade dos As linhas mestras deste regime ços, este diploma impõe novos mo- Administração Central, desprezando conquistas
dirigentes máximos do serviço e es- são: delos de organização que, na práti- a autonomia do Poder Local, bem históricas dos
tá condicionada por lei à existência - As novas formas de despedi- ca, conferem aos órgãos executi- como as propostas formuladas pelo trabalhadores
obtidas
de verbas orçamentais expressa- mento na Administração Pública, se vos amplas e discricionárias com- STAL com vista à instituição de um
em árduos
mente destinadas a esse fim. bem que formalmente não abran- petências, em muitos aspectos fora sistema mais simples e justo. processos de
Por pressão do STAL e da luta de- jam os ex-nomeados que transita- de qualquer controlo efectivo dos No essencial, o regime de ava- luta
terminada dos trabalhadores, que ram para o RCTFP (ver abaixo «mo- órgãos deliberativos. liação permanece inquinado pelo
se mobilizaram na expressiva greve bilidade especial»); Por outro lado, a aplicação des- intolerável sistema de quotas, dis-
de 16 de Setembro para reclamar a - A introdução da chamada «adap- ses novos modelos organizacionais positivo que denuncia o objectivo
aplicação da «opção gestionária», tabilidade de horários» prevendo a conduzirá à aludida «racionaliza- primordial de utilizar este sistema
foi possível obter a aplicação deste definição de um determinado «perí- ção de efectivos», com as inerentes dito de «avaliação» como mais um
direito numa parte já bastante con- odo de referência», ao longo do qual consequências para os trabalhado- instrumento destinado à diminui-
siderável das autarquias. o horário poderá atingir as 50 horas res considerados excedentários. ção dos encargos com os trabalha-
No entanto, este importante êxi- semanais e as dez horas diárias. Esta Deste modo, a imposição às autar- dores, ou seja das suas remunera-
to do combate sindical está ainda modalidade, que ameaça desestabi- quias da «racionalização de efectivos» ções, restringindo o mais possível
longe do seu termo, já que muitos lizar a vida pessoal e familiar dos tra- e da «reorganização de serviços», pa- as hipóteses de poderem progredir
executivos autárquicos, escudan- balhadores, só poderá ser introduzi- ra além de um ingerência na sua auto- nas respectivas categorias.
do-se numa lei iníqua, continuam a da por Instrumento de Regulamenta- nomia, constitui um sinal claro de que Impõe-se por isso a sua suspen-
alegar falta de verbas para defrau- ção Colectiva de Trabalho (IRCT). o Governo pretende sujeitar os traba- são imediata e a substituição por
dar as legítimas expectativas dos - A proibição da conversão dos lhadores do sector ao ignóbil regime um sistema negociado de avalia-
trabalhadores. contratos a termo em contratos de mobilidade especial e aos despe- ção, devendo utilizar-se transitoria-
Neste quadro, apenas a persis- sem termo, norma que transitou da dimentos sem justa causa. mente a avaliação curricular.
tente luta dos trabalhadores unidos anterior legislação apesar de con- Mas se estes são apenas os ins-
em torno do seu sindicato – o STAL, trariar o disposto no Código do Tra- SIADP – um regime trumentos legislativos mais recen-
poderá obrigar os executivos autár- balho, o que demonstra que a ale- intolerável tes, os trabalhadores não esque-
quicos a reconhecer o seu direito gada convergência de regimes (pri- cem diversos outros, igualmente
de evolução profissional. vado e público) só se efectua naqui- Associado desde o início a es- perversores de direitos, como, por
Ao mesmo tempo urge exigir a al- lo que ao Governo convém. ta ofensiva antilaboral, o regime exemplo, os que se prendem com a
teração deste dispositivo legal, no - A introdução da contratação de avaliação do desempenho (SIA- aberrante alteração do estatuto da
sentido de tornar a sua aplicação colectiva, que no fundo se resu- DAP) não é mais do que um meca- aposentação.
obrigatória, pondo fim às intolerá- me a um simulacro negocial, sem- nismo para desvalorizar o trabalho A urgência de travar e inverter es-
veis situações de flagrante injustiça pre controlado e imposto pelo Go- e os trabalhadores e congelar o seu ta cruzada do Governo contra os
e discriminação entre trabalhadores verno; desenvolvimento profissional. serviços públicos e os seus traba-
de diferentes autarquias, os quais, - A nova regulamentação do exer- Instituído em 2004 e aplicado lhadores – constituindo os primei-
consoante o critério subjectivo dos cício da liberdade sindical, agora às autarquias em 2006 (decreto ros direitos sociais de todos os por-
eleitos locais, são alvo de tratamen- fortemente condicionada compa- regulamentar 6/2006), foi altera- tugueses e os segundos o garante
tos diferenciados apesar de preen- rativamente com as normas ante- do em 2007 (Lei 66-B/2007, de da sua prestação em condições de
cherem requisitos idênticos. riores. 28/12), em ordem a ser adapta- igualdade – é sentida não só por
do à Administração Local até ao todos quantos no sector lutam legi-
O odioso RCTFP «Reorganização» imposta final do corrente ano (decreto re- timamente em defesa dos seus di-
às autarquias gulamentar 18/2009, de 4/9), es- reitos e salários, mas também por
O Regime do Contrato de Traba- tabelecendo novas regras para camadas cada vez mais amplas da
lho em Funções Públicas (RCTFP), Em articulação com este diploma, os processos de avaliação a par- população, sobre as quais se reper-
em vigor desde Janeiro de 2009, foi confluindo nos mesmos objectivos, foi tir de 2010. cutem com especial intensidade os
directamente inspirado no Código publicado o D. Lei 305/2009, de 23/10, Também nesta matéria o Governo efeitos das políticas privatizadoras
do Trabalho, mas sofreu adapta- que determina que as autarquias de- não revelou a mínima preocupação de «mercado», que lançaram o País
ções ao sabor das conveniências vem proceder à reorganização dos res- de proceder a uma adaptação con- para um abismo de retrocesso eco-
do Governo, que, em certos aspec- pectivos Serviços até 31/12/2010. sentânea com a realidade da Admi- nómico e empobrecimento geral.
10 jornal do STAL DEZEMBRO 2009

O STAL esteve
representado no 9.º
Congresso do sindicato
sul-africano dos
Água pública

Uma luta
trabalhadores municipais

Depois de José Sócrates


ter afirmado que o seu
Congresso
Para mudar
governo se manterá fiel
ao seu programa, à sua
na África estratégia, aos seus
valores, ficou claro que
do Sul a sociedade iria continuar a seguir a
cartilha neoliberal e que
o cobiçado sector da
Sob o lema «Para o sindicatos do país. No entanto, este apoio não
água não escaparia a tais
aprofundamento a consciência os inibe de dirigirem duras críticas a determina-
dos aspectos das políticas governamentais, co- «valores».
da classe trabalhadora»,
mo aliás aconteceu durante este congresso.
decorreu entre 3 e 6 de

U
A sociedade sul-africana está ainda hoje con- ma vez conhecido o progra-
Novembro, na cidade sul- frontada com inúmeros problemas herdados do ma de governo – que em ma-
africana de Bela-Bela (província passado de exploração colonial e de apartheid. téria de recursos hídricos se
de Limpopo), o 9.º Congresso Apesar de vultuosos investimentos do Estado ao propõe «consolidar e reforçar o PE-
do SAMWU, Sindicato Nacional nível dos serviços públicos básicos como a água, AASAR 2007-2013, tirando partido
dos Trabalhadores Municipais saneamento, educação e habitação, e das inegá- do QREN e dando especial atenção
veis melhorias visíveis no terreno, continuam por às carências que ainda persistem
da África do Sul. suprir necessidades urgentes nesta área. nos sistemas em baixa e ao reforço
Numa realidade social contrastada, os sindi- da sustentabilidade económica e fi-

A
convite daquela organização sindical, catos têm uma forte influência na definição das nanceira dos sistemas já instalados»
o STAL fez-se representar no congres- políticas públicas, integrando através da sua – a conclusão que podemos retirar é
so da SAMWU pelo dirigente nacional, central COSATU o Congresso Nacional Africa- que o «novo» executivo socialista in-
José Manuel Marques, que teve oportunidade no. sistirá na criação de condições para
se inteirar dos problemas com que se debatem Manifestando uma firmeza ideológica e um a privatização dos serviços de água
os trabalhadores municipais sul-africanos e da carácter de classe hoje pouco comuns nos pa- e saneamento.
realidade do País. íses ocidentais, os sindicatos sul-africanos, em Tal como até aqui, a estratégia
A África do Sul é governada desde 1994 pelo particular o SAMWU, afirmam-se claramente privatizadora tem como principais
ANC (Congresso Nacional Africano), organiza- como organizações que lutam pela superação instrumentos a Águas de Portugal
ção que liderou a resistência contra o apartheid do capitalismo, pelo progresso social e pela (AdP), grupo público que assume
e que conta com o apoio da generalidade dos construção de uma sociedade socialista. um papel cada vez mais destaca-
do na concentração e centralização Na prática, o sector público ficará

Turquia
destes serviços públicos essen- responsável pelos investimentos e
ciais, subtraindo aos municípios o custos associados enquanto o pri-
seu controlo e gestão, e a imposi- vado irá gerir e organizar a parte lu-

Sindicatos trocam experiências ção de um regime de tarifas e pre-


ços que visa assegurar aos futuros
operadores privados a rendibilidade
crativa do sistema.

Privatização
A convite da Federação de Sindicatos Euro- A acção dos sindicatos turcos é dificul- do negócio. em larga escala
peus de Serviços Públicos (EPSU), uma dele- tada por diversos constrangimentos legais, Embora este seja um processo
gação do STAL deslocou-se à Turquia, na se- designadamente a exigência de uma repre- que vem de longe, no último ano Ao mesmo tempo, o modelo das
gunda quinzena de Novembro, para participar sentatividade superior a 50 por cento dos iniciou-se uma nova etapa com a in- «parcerias» preconiza a privatiza-
num encontro com diversas centrais sindicais trabalhadores em qualquer local de traba- trodução das chamadas «parcerias ção a curto prazo e em larga esca-
daquele país. lho para que lhes possa ser reconhecido o Estado-autarquias» para a gestão la dos actuais serviços municipais
Em debate estiveram as formas de organi- direito de negociação, bem como a obriga- em «baixa», que comporta enormes de água e saneamento, com todo
zação sindical dos dois países, a intervenção toriedade do reconhecimento notarial dos perigos para a água pública. o cortejo de graves consequências:
em torno dos direitos dos trabalhadores da pedidos de sindicalização, cujo custo se Previstas no Plano Estratégico de perda de controlo democrático,
Administração Pública, a defesa dos serviços eleva a um valor equivalente a cerca de 50 Abastecimento de Água e Sanea- aumento significativo dos preços,
públicos e o diálogo social. euros. mento de Águas Residuais (PEAA- afastamento dos serviços das po-
SAR II), estas «parcerias» foram inau- pulações, diminuição dos investi-

Cooperação com Moçambique guradas com a criação da Águas da


Região de Aveiro. O seu formato é o
de «empresas gestoras de activos
mentos e da qualidade da sua pres-
tação, esvaziamento do papel dos
municípios que ficarão com os ser-
O STAL integra um projecto de apoio à realiza- gresso constitutivo do SINAFP, as organi- e concedentes de serviços». Isto é, viços mais deficitários, redução dos
ção do II Congresso do Sindicato da Função Pú- zações sindicais congéneres sul-africanas empresas que terão como função postos de trabalho.
blica de Moçambique (SINAFP), que decorrerá SAMWU (Administração Local) e NEHA- obter e garantir os financiamentos Conforme prescreve o documen-
em Maputo durante os próximos dias 26, 27 e 28 WU (Educação e Saúde), incluindo ago- necessários à realização das obras to da AdP entregue aos municípios:
de Janeiro, sob o lema «Consolidar o sindicato, ra também a Internacional de Serviços necessárias nos municípios que adi- «Quando o pessoal afecto aos ser-
valorizar os funcionários e agentes do Estado». Públicos-África, o sindicato dinamarquês ram, a sua contratação e pagamento viços de água e saneamento das
Neste projecto internacional participam LO-FTF e diversas organizações sindicais e, em seguida, a concessão a priva- câmaras municipais [que adiram à
desde 2001, data da realização do con- brasileiras. dos da operação do sistema. parceria com a Águas de Portugal],
DEZEMBRO 2009 jornal do STAL 11

✓ Jorge Fael

decisiva pagar a conta de bens e serviços


básicos, o aumento dos preços as-
sociado a estas «parcerias» tornará
a água inacessível para mais am-
plos estratos da população.

Defender
a gestão municipal

Aos municípios cabe a decisão O movimento popular em Itália mobiliza-se contra uma lei que pretende impor a privatização da
final sobre o modelo de gestão da água
água. A opção pela gestão pública
municipal, sem prejuízo do apro-
fundamento da visão intermunici-
pal, é inquestionavelmente a única
que permite servir melhor o interes-
«Salvar a água»
Campanha
se público, respeitar e valorizar os
trabalhadores e assegurar os direi-
tos das populações. E que por isso
mesmo, é alvo de todas as chanta-

em Itália
gens e pressões.
A notícia da «oferta» de 60 mi-
lhões de euros pela empresa Águas
do Ave à Câmara Municipal da Pó-

contra lei
voa do Varzim em troca da rede de
água e saneamento, a que se junta-
ria mais um milhão durante 50 anos,

privatizadora
a título de arrendamento, é mais um
exemplo do assédio constante a
que estão sujeitos os eleitos autár-
quicos na sua actividade pública.
Neste caso, o edil recusou a «ge-
nerosa» proposta feita em vésperas
das autárquicas, respondendo que
exceder em número o quadro de essa decisão caberia ao próximo O governo italiano, presidido blicas da propriedade e da gestão do domí-
pessoal optimizado que está sub- executivo. No entanto, manifestou por Sílvio Berlusconi, aprovou nio hídrico e dos serviços de captação e dis-
jacente à elaboração dos estudos a opinião de que «a edilidade de- em Setembro passado uma tribuição de água.
iniciais, a mesma entrará como de- ve manter sob a sua alçada o siste- Em 2007, com o objectivo de inverter as pri-
dução à compensação financeira – ma», lembrando que «quem fez es-
proposta de lei que constitui vatizações então já em marcha no sector, o Fó-
dedução na retribuição a pagar aos sas concessões perdeu o domínio uma autêntica via verde para a rum lançou uma proposta de lei da água de ini-
municípios». Para bom entendedor sobre o tarifário e pouco tempo de- privatização da água. ciativa popular que recolheu mais de 400 mil
meia palavra basta. pois, o preço para os consumidores assinaturas. Apesar de até hoje o documento

O
Assinale-se que estas «parce- subiu terrivelmente». decreto, que entretanto passou no continuar a aguardar exame na comissão parla-
rias» para a distribuição de água em Num quadro em que muitos mu- Senado e foi aprovado no Parla- mentar respectiva, o Movimento alcançou uma
«baixa» (directamente aos consumi- nicípios se revelam bem mais per- mento através de um voto de con- importante vitória com a aprovação, na anterior
dores) poderão abranger cerca de meáveis às investidas privatizado- fiança, no dia 18 de Novembro, conta com a legislatura, de uma moratória de um ano sobre
153 municípios e afectar largas cen- ras, alguns deles capitulando, é cer- oposição de um amplo movimento cívico reu- novas concessões/privatizações, aguardando
tenas de trabalhadores que, para to, sob o garrote financeiro do po- nido em torno do Fórum Italiano da Água. adopção de uma nova lei da água.
além de «privatizados», serão igual- der central, a luta das populações Esta organização tem apelado nos últimos Entretanto, na sequência da ruptura da coli-
mente «optimizados» para caberem e trabalhadores em defesa da água meses à mobilização popular para impedir a gação de centro-esquerda liderada por Romano
nos futuros mapas de pessoal das pública e dos serviços municipais aprovação final da nova lei, alertando para o Prodi, em Fevereiro de 2008, o processo foi con-
novas empresas. É disto exemplo de água e saneamento adquire uma seu conteúdo destruidor: gelado. As eleições antecipadas de Abril desse
as pressões na Águas de Aveiro importância acrescida e pode de- - A entrega da gestão do serviço público de ano trouxeram de novo ao poder a direita lidera-
para que os trabalhadores aceitem sempenhar um papel decisivo. interesse económico a empresas ou socieda- da por Berlusconi, que reactivou a ofensiva con-
transitar para um horário de 40 ho- Só a organização, a mobilização, des mediante a abertura de concurso público tra a água pública, aproveitando o desastre elei-
ras semanais. o esclarecimento, o envolvimento ou, em alternativa, a sociedades mistas (pú- toral sofrido pelos partidos de esquerda.
Por outro lado, as populações só dos trabalhadores e das popula- blico-privado), em que a participação privada No novo quadro de relação de forças, o
terão a perder com esta mudan- ções na defesa dos seus direitos, nunca poderá ser inferior a 40 por cento; movimento popular permaneceu activo, pro-
ça radical: a factura será cada vez na defesa da água pública, pode- - O fim da gestão destes serviços por em- movendo acções e protestos em todo o país,
mais cara, em nome do sacrossanto rão constituir uma barreira sólida e presas exclusivamente públicas até 31 de agora no âmbito de uma campanha nacional
princípio da recuperação de custos, eficaz para travar o avanço devas- Dezembro de 2011. intitulada: «Salvar a Água». Esta campanha,
estipulado na lei da água. E se já tador do negócio dos privados e as- O Fórum Italiano da Água foi criado com o que o STAL apoia e com a qual nos solidari-
hoje muitos milhares de portugue- segurar que a água continuará a ser objectivo de afirmar a água como um bem co- zamos, pode ser visitada em www.acquabe-
ses declaram que não conseguem de todos e para todos. mum e defender o regresso às entidades pú- necomune.org.
12 jornal do STAL DEZEMBRO 2009

Formação Profissional

O direito à valorização
Após 15 anos de
Programa na Madeira
tivos, técnicos profissionais e téc-
ininterrupta actividade nicos superiores.
Só durante o III Quadro Comunitá-

Cooperação frutífera
na área da formação
rio de Apoio (2000-2006) foram rea-
profissional, o STAL lizadas mais de 2100 acções de for-
viu os seus projectos mação para um total acima de 26 mil
serem injustificadamente Ao contrário do que sucedeu glês (nível I e II), Relações e Aten-
trabalhadores. Ou seja, apenas nes- no Continente, o programa de dimento ao Público, Liderança e
chumbados te período de seis anos, um em cada formação do STAL, aprovado pe- Gestão de Conflitos, SIADAP – Sis-
pelas entidades cinco trabalhadores da Administra- la Direcção Regional do Emprego tema de Avaliação de Desempe-
governamentais. ção Local frequentou acções de for- e Formação Profissional, está em nho dos Trabalhadores da Admi-
mações promovidas pelo STAL. pleno desenvolvimento. nistração Pública, Código do Pro-

O
Sindicato iniciou a sua ac- Trata-se de um balanço invejável Apresentado em Abril, este pro- cedimento Administrativo, Regime
tividade na formação pro- que coloca o Sindicato com uma jecto foi aprovado em Agosto, ini- Jurídico de Vínculos e Carreiras,
fissional logo no início do das entidades formadoras mais re- ciando-se os esforços para a sua Férias Faltas e Licenças, Código
II Quadro Comunitário de Apoio levantes no sector das autarquias lo- concretização num período afectado do Trabalho, Jardinagem, Igualda-
(1994-1999), com o objectivo de cais. Este facto é reforçado pelo re- pelas eleições para a Assembleia da de de Género, Licenciamentos Di-
República e para as autarquias. versos e Sensibilização de HST.
Todavia, apesar dos condicio- O balanço é bastante positi-
nalismos decorrentes destes dois vo, a julgar tanto pela opinião
processos eleitorais, o empe- pelos formadores como, e fun-
nhamento da estrutura regional damentalmente, pelas aprecia-
do Sindicato, no diálogo com as ções dos formandos que, na
autarquias e na divulgação das generalidade, têm valorizado o
acções junto dos trabalhadores, conteúdo das acções e a com-
permitiu já concluir parte signifi- petência dos monitores, reco-
cativa das acções aprovadas. nhecendo a importância desta
O programa inclui cursos de In- formação para a sua actividade
formática (nível I e II), Internet, In- profissional.

Pública), Cármen Pignatelli, que geria Numa reunião solicitada pelo Sin-
na altura esta área, qualificou a acti- dicato, na Secretaria de Estado da
vidade do STAL como «um exemplo Administração Local, o represen-
de boas práticas formativas». Tam- tante do Governo confessou que
bém durante os governos de António «era contra a possibilidade das or-
Guterres a formação ministrada pelo ganizações sindicais realizarem for-
STAL foi amplamente reconhecida. mação profissional».
As acções de
formação do alargar o acesso a este direito a um conhecimento generalizado da boa A experiência acumulada e os re- Esta premissa ideológica antidemo-
STAL estão a ser vasto número de trabalhadores que organização e qualidade dos cursos sultados alcançados ao longo de crática não terá sido estranha à deci-
bem recebidas continuavam a ser marginalizados. realizados, tanto por parte dos seus década e meia de actividade leva- são do organismo governamental de
pelas autarquias Desde então o STAL promoveu participantes como por parte das câ- ram dezenas de autarquias a soli- impedir a aprovação do projecto de
e trabalhadores
milhares de acções no Continente maras, serviços municipalizados e citar ao STAL o estabelecimento de formação do STAL para 2008, defrau-
e Ilhas, abrangendo várias deze- algumas empresas municipais. protocolos de formação no âmbi- dando as expectativas das entidades
nas de milhares de trabalhadores Num livro publicado em 1999, a to do actual quadro comunitário de que já tinham protocolos com o Sindi-
dos diversos sectores profissio- gestora do PROFAP (Programa de apoio (QREN - Quadro de Referên- cato e de muitos milhares de trabalha-
nais, desde operários, administra- Apoio à Formação da Administração cia Estratégico Nacional). dores que, desta forma, se viram im-
Todas essas propostas foram con- possibilitados de aceder a este direito.
templadas na candidatura apresen- Apesar das legítimas expectativas

Escola Nacional de Bombeiros tada pelo Sindicato ao Programa


Operacional do Potencial Humano
do STAL, o Governo não permitiu a
apresentação de novas candidaturas

Novo estatuto gera apreensão


(POPH), actual entidade gestora da à formação profissional na Adminis-
formação profissional, na qual se tração Local para 2009, ao contrário
propunha realizar cerca de 700 ac- do que sucedeu na Administração
ções de formação, para um total su- Central. Sintomaticamente, há indí-
A alteração do estatuto da Escola Nacional de Pretendendo esclarecer um conjunto de ques- perior a 10 500 trabalhadores. cios de que foram concedidas faci-
Bombeiros (ENB), permitindo a criação no seu tões laborais que a reestruturação coloca, o STAL O projecto do STAL correspondia lidades a outras organizações ditas
seio de um «centro de recursos», que incluirá dirigiu um pedido de reunião urgente ao respon- assim às necessidades identifica- sindicais, ultrapassando os próprios li-
uma Academia de Bombeiros e Protecção Ci- sável da tutela, sublinhando que os direitos dos das pelas autarquias e sentidas pe- mites da lei, facto que estamos a ave-
vil, criou uma atmosfera de incerteza entre os 90 trabalhadores devem ficar salvaguardados antes los trabalhadores que, entretanto, ti- riguar e sobre a qual tomaremos posi-
profissionais que até aqui asseguraram o funcio- da entrada em pleno funcionamento da nova es- nham sido sujeitos ao novo sistema ção caso se confirme tal situação.
namento da instituição. trutura prevista para início do próximo ano. de avaliação (SIADP), o qual obriga à Com a entrada em funções do no-
No futuro centro serão integrados 600 traba- Concretamente, os trabalhadores da ENB exi- frequência de acções de formação. vo governo socialista, num quadro
lhadores dos vários serviços da Autoridade Na- gem ser informados sobre o projecto do «cen- Todavia, numa atitude claramente político alterado no Parlamento, o
cional de Protecção Civil, entre os quais a Força tro de recursos», o papel da nova academia e os discriminatória, contrária ao bom- Sindicato e os trabalhadores conti-
Especial de Bombeiros, os Centros Distritais de quadros de pessoal em que serão integrados, senso e ao dever de isenção, o go- nuarão a bater-se para que os seus
Operações de Socorro (CDOS) e o respectivo bem como obter garantias sobre a manutenção verno socialista de José Sócrates direitos e os seus interesses sejam
centro nacional (CNOS). dos actuais direitos e regalias. empenhou-se em afastar o STAL da respeitados, designadamente na
actividade de formação. área da formação profissional.
DEZEMBRO 2009 jornal do STAL 13

Bombeiros profissionais

Governo atrasa
negociação
✓ António Santos

Uma história
Apesar dos anúncios sapadores e municipais, remunera- com a Secretaria de Estado, em
de lutas
pré-eleitorais, a ções e organização dos tempos de ofício de 9 de Setembro, para que A história do STAL é um relato de um longo
regulamentação das trabalho entre outras matérias, eram lhes fossem enviados os documen- percurso marcado por lutas e vitórias, recuos
há muito reclamados pelo STAL ao tos em falta. e derrotas, sempre com a determinação e con-
carreiras, remunerações abrigo da lei de negociação. A resposta tardou mais de um fiança de que é possível uma vida melhor.
e organização dos Foi com esse objectivo que cer- mês, o tempo de se realizar as elei- Aos primeiros passos dados em 1975 para a
tempos de trabalho ca de meia centena de activistas ções legislativas e as autárquicas. criação do STAL estão associadas a conquis-
continua a ser protelada sindicais se concentraram frente Só em 23 de Outubro, o STAL re- ta de um salário mínimo, a garantia do direito
ao aumento salarial, as garantias legais para
pelo Governo. à Secretaria de Estado, em 7 de cepcionou a carta do Gabinete do
o exercício da actividade sindical, a conquis-
Agosto, onde entregaram uma re- Secretário de Estado da Protecção
ta do direito ao subsídio de férias pago a 100
solução e marcaram novo protesto Civil. Nela, para surpresa do Sin-

A
por cento.
pós várias acções de luta para 3 de Setembro. Todavia, es- dicato, afirmava-se que, afinal, os A histórica greve de 13 dias em 1976 (de 3 a
junto da Secretaria de Esta- ta última acção seria desconvoca- anexos dos «anteprojectos remeti- 16 de Junho) está ligada à luta pelo reconhe-
do da Protecção Civil, uma da, já que, na véspera, as portas dos para parecer se encontram em cimento legal do STAL (a publicação dos seus
delegação do STAL e do Sindicato abriram-se e os referidos projectos fase de elaboração, pelo que ainda Estatutos), mas com ela também conquistá-
do Município de Lisboa (STML) foi de diploma foram transmitidos aos não é possível enviá-los». mos o direito ao subsídio de refeição.
recebida, em 2 de Setembro, tendo- sindicatos. Conclui-se, portanto, que a pro- Com a criação de uma plataforma de en-
lhe sido finalmente remetidos dois Lamentavelmente, ambos os pro- palada regulamentação não passou tendimento entre sindicatos da administração
projectos de lei sobre matérias es- jectos entregues pelo Governo re- de mais uma manobra do Governo pública (a Frente Comum) torna-se possível
senciais para o sector. metem para «anexos» parte impor- para, em período pré-eleitoral, criar apresentar um conjunto de reivindicações co-
Estes dois documentos, que ver- tante das matérias, impossibilitan- nos bombeiros profissionais a falsa muns aos trabalhadores, a Proposta Reivindi-
cativa Comum (PRC).
sam sobre as carreiras dos bom- do uma análise completa. De ime- perspectiva de uma resolução rápi-
É este processo que vai permitir, em 1977,
beiros profissionais das autarquias, diato o STAL e o STML insistiram da dos seus problemas. a uniformização de critérios para toda a Ad-
ministração Pública (Central, Regional e Lo-
cal) e que vai também conduzir, em 1979, na
sequência de importantes negociações com o
Governo, ao estabelecimento de acordos em
matérias tão relevantes como o Estatuto da
Aposentação e a reestruturação de carreiras.
O direito à anuidade dos aumentos salariais,
com referência a Janeiro de cada ano, é uma
A conquista obtida à custa de uma dura luta, a
regulamentação greve de cinco dias em Abril de 1981.
de condições Pelas liberdades e contra a repressão junta-
mínimas para os mo-nos a todos os trabalhadores portugueses
trabalhadores nas Greves Gerais de 1982.
das associações Situações houve, em que a nossa luta foi tra-
humanitárias vada em condições particularmente difíceis e
de bombeiros é num contexto de clara limitação de direitos e
a reivindicação
liberdades. Na memória de alguns estarão ain-
central deste
sector da certamente presentes as vigílias reprimidas
e a prisão de dirigentes sindicais. Noutras si-
tuações vimos frustradas as nossas justas ex-

Abaixo-assinado nos Açores pectativas pelas negociatas entre o poder e


pseudo organizações sindicais.

Pelas condições mínimas


Mas continuámos, e mesmo «quando a nos-
sa festa se estragou e o mês de Novembro se
vingou» prosseguimos o reforço do Sindicato
e da unidade dos trabalhadores, alcançando
A coordenadora regional dos Nesta sequência, a secretaria re- Com este abaixo-assinado, o STAL novas conquistas ou, pelo menos, travando os
Açores do STAL lançou, em Outu- gional criou uma comissão técni- pretende superar este impasse, re- planos mais agressivos e mais limitadores de
bro, um abaixo-assinado para exigir ca que deu por terminados os seus cordando às autoridades regionais direitos. Merece realce a conquista do horário
a publicação da regulamentação de trabalhos em 8 de Janeiro de 2009. que elas próprias reconheceram a semanal máximo de trabalho de 40 horas se-
condições mínimas para os traba- Um mês depois o Jornal Oficial da necessidade de criar um conjunto de manais e o Novo Sistema Retributivo (1989).
lhadores das associações humani- Região publicou um aviso relati- regras de trabalho uniformes para os Hoje enfrentamos uma ofensiva sem prece-
tárias de bombeiros dos Açores. vo ao projecto de regulamento de cerca de 280 trabalhadores ao servi- dentes contra os direitos adquiridos. A des-
truição das carreiras, do vínculo, do horário
Este processo foi desencadeado pe- condições mínimas para os tripu- ço de 17 associações humanitárias
de trabalho. A história mostra-nos que só te-
lo STAL, em 2006, altura em que o Sin- lantes de ambulância das AHB dos de bombeiros, materializando um di- mos um caminho a seguir: a luta firme e con-
dicato valorizou a disponibilidade da Açores. Desde então, o assunto reito elementar num sector de espe- sequente. A grande maioria dos trabalhadores
parte do governo regional para consi- não teve qualquer outro desenvol- cial importância para a protecção e estará ao lado do seu Sindicato.
derar a sua proposta de regulamento. vimento. segurança de pessoas e bens.
14 jornal do STAL DEZEMBRO 2009

STAL repudia novo ataque contra Serviços Sociais N.º 94

Defender
DEZEMBRO 2009
Publicação
de informação
sindical do STAL

o associativismo
Propriedade
STAL – Sindicato
Nacional dos
Trabalhadores
da Administração
Local

O STAL manifestou a sua Director:


veemente oposição a qualquer Santos Braz

nova tentativa que vise a


suspensão das verbas legalmente Coordenação
e redacção:
atribuídas pelas autarquias José Manuel Marques
aos Serviços Sociais dos e Carlos Nabais
trabalhadores da Administração
Local. Conselho

R
Editorial:
eagindo prontamente a indícios de que Adventino Amaro
o Tribunal de Contas, no decurso de au- António Augusto
ditorias efectuadas, estaria a preparar- António Marques
Helena Afonso
se para exigir a devolução dos subsídios rece-
Isabel Rosa
bidos pelos Serviços Sociais, o STAL solicitou Jorge Fael
audiências aos grupos parlamentares e reuniu José Torres
com Secretário de Estado a quem expressou a Miguel Vidigal
sua total oposição a semelhante medida. Victor Nogueira
Na audiência com o membro do governo, em
27 de Novembro, os representantes do sindi- Colaboradores:
cato salientaram os relevantes fins prossegui- Adventino Amaro
dos por estas instituições nascidas do associa- António Marques
tivismo e das contribuições dos trabalhadores Jorge Fael,
José Alberto Lourenço
e lembraram que já em 2007 foram alvo de um
José Torres
ataque semelhante. Os espectáculos de Natal são uma das muitas iniciativas de carácter social, cultural, recreativo ou Manuel Gameiro
Naquele ano, por força de normas contidas desportivo, realizadas pelos serviços sociais dos trabalhadores das autarquias. Rodolfo Correia
no Orçamento de Estado, assistiu-se à tentativa Victor Nogueira
da retirada dos subsídios com o argumento de Na reunião com o STAL, o secretário de Es-
que eram ilegais. No entanto, face à demonstra-
ção pelo Sindicato da sua inteira legalidade (a
tado mostrou-se conhecedor do problema e in-
formou que irá tomar todas as medidas que es- Delegados Grafismo:
Jorge Caria

falecidos
própria lei das autarquias locais os prevê), e à tiverem ao seu alcance com vista a se encontrar
forte mobilização dos trabalhadores, o Governo as soluções adequadas, comprometendo-se a
foi obrigado a recuar. comunicar ao Sindicato outros desenvolvimen- Redacção
e Administração:
Como o STAL recordou, foi então emitido um tos do processo.
R. D. Luís I n.º 20 F
despacho do Secretário de Estado do Orça- O STAL reitera a sua solidariedade e integral Rui Veiga 1249-126 Lisboa
mento que acolheu a posição sindical, deter- apoio a todas estas instituições e aos seus be- Rui Veiga, de 39 anos, Tel: 21 09 584 00
minando que as referidas normas orçamentais neficiários e a sua inteira disponibilidade para faleceu no dia 26 de Ou- Fax: 21 09 584 69
não eram aplicáveis às autarquias. continuar esta luta, que se tornou cíclica, na tubro, no Hospital de Vila Email:
jornal@stal.pt.
defesa de tão importantes conquistas dos tra- Real, para onde foi trans-
Site Internet:
Uma questão recorrente balhadores. portado após ter sofri- www.stal.pt
Para além das diligências institucionais, o do um enfarte do mio-
Apesar dessa decisão, segundo informações STAL irá contactar as diversas organizações cárdio.
chegadas ao Sindicato, o Tribunal de Contas sociais e propor a realização de um amplo de- Trabalhador da Asso- Composição:
pré&press
estará a analisar as verbas atribuídas aos Ser- bate sobre a problemática, procurando a to- ciação de Bombeiros Vo-
Charneca de Baixo
viços Sociais em 2007, baseando-se precisa- mada de posições conjuntas e um plano de luntários de Freixo de Espada à Cinta, asso- Armazém L
mente nas normas do OE, cuja aplicação o Go- intervenção convergente em defesa destas ciado do STAL desde 2006, Rui Veiga foi nes- 2710-449
verno isentou expressamente as autarquias. instituições. se ano eleito delegado sindical, funções que Ral - SINTRA
desempenhava actualmente.

Representantes SHST
Impressão:
Vítor Ventura Lisgráfica
Faleceu, no dia 6 de Ou- R. Consiglieri
tubro, aos 57 anos, Vítor Pedroso, nº90,
A Direcção Regional de Lisboa do STAL tem Torres Vedras, no dia 8 de Outubro, eleitos três Manuel Ventura Câmara, 2730-053 Barcarena
vindo a promover a eleição para representantes representantes efectivos e três suplentes; e na trabalhador da Câmara
dos trabalhadores para a Segurança, Higiene e Câmara Municipal de Torres Vedras; no dia 22 Municipal de Ponta Delga- Tiragem:
Segurança no Trabalho em diversos câmaras e de Outubro, sendo eleitos cinco representantes da, onde era delegado sin- 57 000 exemplares
serviços municipalizados do distrito. efectivos e cinco suplentes. dical do STAL. Distribuição gratuita
Estes processos decorreram designadamen- Também no distrito de Aveiro, a estrutura do aos sócios
te na Câmara Municipal de Sintra, dia 29 de STAL levou a cabo, no dia 22 de Julho, a elei- Aos familiares e amigos,
Setembro, onde foram eleitos sete represen- ção dos representantes para a SHST na Câma- o Jornal do STAL manifesta sentidas condo- Depósito legal
tantes efectivos e sete suplentes; nos SMAS de ra Municipal de Ovar. lências Nº 43‑080/91
DEZEMBRO 2009 jornal do STAL 15

Protesto
Um livro, um autor
emas de Metamorfoses, uma boa
parte dos poemas de Arte de Músi-
ca, quase todo o romance Sinais de
✓ António Marques Fogo e a novela O Físico Prodigioso,
além dos ensaios académicos sobre
A sua obra representa Camões.

e revolta
uma viagem agreste e por Por revolta e protesto adquiriu a
vezes violenta numa terra cidadania brasileira, que viria a con-
servar até morrer.
que se desfaz e apodrece Conjuntamente com outros demo-
nas mãos sujas de um cratas funda a Unidade Democráti-
regime opressor que asfixia ca Portuguesa, faz parte da redac-
Portugal. ção do jornal Portugal Democrático
e anima o Centro Republicano Por-

em Jorge de Sena
tuguês em São Paulo.

J
orge de Sena nasceu em Lis- Em 1965, devido à deterioração da
boa, a 2 de Novembro 1919, política no Brasil, parte para os Es-
quando a Europa despertava tados Unidos (1965-1978), onde foi
dos horrores de uma guerra terrível. professor convidado na Universida-
De origem castrense, filho único de de Wisconsin. Em 1970 mudou-
de uma infância apagada, fez a es- se para Santa Barbara, como cate-
cola primária e parte dos estudos maiores intelectuais portugueses da drático efectivo do Departamento de
liceais no Colégio Vasco da Gama, época, as letras agitam-se e as opi- Espanhol e Português. Na sua ama-
em Lisboa. O restante do curso se- niões concorrem para a ideia de que da Califórnia viria a falecer em 4 de
cundário frequentou-o no Liceu Ca- podemos estar na presença de um Junho de 1978.
mões onde, no 6.º e 7.º ano de Ciên- «gigante que não aceita caber nesta
cias, teve como professor na aula de pátria ingrata». Uma obra monumental
Físico-Químicas uma personalidade Os amigos encorajam-no e em
que marcou o seu futuro de intelec- 1942 publica o seu primeiro livro de A obra de Jorge de Sena é monu-
tual, o grande poeta Rómulo de Car- poemas a que chama ostensivamen- mental em género e volume. Vasta e
valho, conhecido sob o pseudónimo te Perseguição, e que viria a afirmar multifacetada, compreende mais de
literário de António Gedeão. um estilo denso, muito difícil, pouco 20 colectâneas de poesia, uma tra-
Na Faculdade de Ciências de Lis- dado a sonoridades musicais, rude, gédia em verso, uma dezena de pe-
boa preparou-se para a admissão verdadeiramente culto e sobretudo ças em um acto, mais de 30 contos,
na Escola Naval, conseguindo entrar inteligente marcando uma poesia uma novela e um romance, e cerca
aos 17 anos, e com a melhor classifi- com uma intensidade que a coloca de 40 volumes dedicados à crítica
cação. Após uma «viagem de instru- além das correntes surrealistas. e ao ensaio (com destaque para os
ção», diríamos mais de selecção po- Em 1947 inicia a sua profissão co- estudos sobre Camões e Pessoa, à
lítica, no navio-escola Sagres, é-lhe mo engenheiro civil (na Câmara Mu- história e à teoria literária e cultu-
negado a carreira de Oficial de Mari- nicipal de Lisboa, na Direcção-Geral ral, ao teatro, ao cinema e às artes
nha, porque «não tinha perfil». Essa dos Serviços de Urbanização e na plásticas, sem esquecer as tradu-
chaga da exclusão vai transportá-la Junta Autónoma de Estradas). ções de poesia, de ficção, teatro e
ate à morte, dada a injustiça de ensaio.
tremenda que o regime sala- Casa em 1949 com Mécia de Na ficção, destacam-se as três co-
zarista acintosamente lhe co-
lava ao corpo.
Ode à Mentira Freitas Leça. A vida obriga-o
a trabalhar para além da pro-
lectâneas de contos, Andanças do
Demónio (1960), Novas Andanças do
Jorge de Sena optou en- Crueldades, prisões, perseguições, injustiças, fissão como revisor, tradutor e Demónio (1966); Os Grão-Capitães
tão pela engenharia civil. Ma- como sereis cruéis, como sereis injustas? director-literário. (1976); a novela O Físico Prodigioso
triculou-se na Faculdade de Quem torturais, quem perseguis, Em Janeiro de 1955 publica (1977) e o romance fortemente auto-
Ciências de Lisboa e foi lá, quem esmagais vilmente em ferros que inventais, As Evidências (poema em 21 biográfico Sinais de Fogo (1979). Na
no jornal Movimento, que pu- apenas sendo vosso gemeria as dores sonetos). O livro foi apreendi- poesia muitos dos poemas de Pe-
blicou o seu primeiro poema que ansiosamente ao vosso medo lembram do pela PIDE sob a acusação dra Filosofal (1950), As Evidências
denominado «Nevoeiro». Eis e ao vosso coração cardíaco constrangem. de «subversivo» e «pornográ- (1955), Fidelidade (1958), Metamor-
que nasce para a cultura por- Quem de vós morre, quem de por vós a vida fico». foses (1963), Peregrinatio ad Loca
lhe vai sendo sugada a cada canto
tuguesa um vulto que até ho- Por ter participado no gol- Infecta (1969) e Exorcismos (1972)
dos gestos e palavras, nas esquinas
je não deixou de surpreender das ruas e dos montes e dos mares pe revolucionário da Sé, em ficarão, por certo, a fazer parte do
pela intensidade, diversida- da terra que marcais, matriculais, comprais, 1959, que se propunha der- nosso património poético.
de, valor intrínseco, civilida- vendeis, hipotecais, regais a sangue, rubar o regime de Salazar, foi No espólio do escritor ainda exis-
de, combatividade e revolta esses e os outros, que, de olhar à escuta obrigado a refugiar-se no Bra- tem diversos manuscritos por explo-
intelectual. e de sorriso amargurado à beira de saber-vos, sil (1959-65), onde chegou a 7 rar e muita correspondência para es-
Foi concluir ao Porto, em vos contemplam como coisas óbvias, de Agosto desse mesmo ano. tudo. Jorge de Sena, o grande escri-
1944, o seu curso de enge- fatais a vós que não a quem matais, Assume a docência, primei- tor, ainda tem muito para revelar.
nharia, para o qual viria a con- esses e os outros todos... - como sereis cruéis, ro, como catedrático de Teo- Os restos mortais de Jorge de Sena,
tribuir a preciosa ajuda sobre- como sereis injustas, como sereis tão falsas? ria da Literatura, na Faculdade um ser humano sensível, preocupado,
tudo financeira de dois gran- Ferocidade, falsidade, injúria de Filosofia, Ciências e Letras agastado com a pátria que o deserdou
são tudo quanto tendes, porque ainda é nosso
des amigos Ruy Cinatti e Jo- de Assis, no Estado de São enquanto filho e fez dele um enteado,
o coração que apavorado em vós soluça
sé Blanc de Portugal, também a raiva ansiosa de esmagar as pedras Paulo, depois, em 1961, co- regressaram a Portugal em 11 de Se-
eles destacadas referências dessa encosta abrupta que desceis. mo catedrático de Literatura tembro passado, 31 anos após o seu
da cultura portuguesa. Ao fundo, a vida vos espera. Descereis ao fundo. Portuguesa, na Faculdade de falecimento na Califórnia, e repousam
Em 1940, depois de ter pu- Hoje, amanhã, há séculos, daqui a séculos? Filosofia, Ciências e Letras de finalmente no Cemitério dos Prazeres,
blicado os poemas «Mastros» Descereis, descereis sempre, descereis. Araraquara, até 1965. onde envergonhadamente lhe foram
e «Ciclo», nos «Cadernos de No Brasil terminará a sua te- concedidos dois palmos de terra.
Poesia» da famosa Presen- in Pedra Filosofal de Jorge de Sena se de doutoramento e foi lá Jorge de Sena e a sua memória
ça, revista onde colaboram os que escreveu muitos dos po- merecem muito mais.
16 jornal do STAL DEZEMBRO 2009

Tratado de Lisboa

Um golpe contra o País


Resumo da luta
9 Agosto – A CGTP-IN realiza em
e os trabalhadores
A entrada em vigor do Tratado de Lisboa,
Lisboa uma Conferencia Sindical so-
irmão gémeo da «constituição europeia» que
bre diálogo social e negociação co-
lectiva. os povos rejeitaram, representa um duro golpe
contra a independência e a soberania do País,
27 de Agosto – O STAL convoca constituindo uma nova investida do grande
uma greve de polícias municipais, capital à qual os trabalhadores e as amplas
com concentração junto ao MAI. camadas populares continuarão a resistir.

O
16 de Setembro – Os trabalhado- actual Tratado de Lis- «constituição europeia», reco-
res da Administração Local realizam boa, em vigor desde 1 nhecendo que as suas amplas
uma greve nacional. de Dezembro, é uma implicações para a indepen-
réplica exacta da «constitui- dência e soberania nacional O tratado de Lisboa foi imposto à revelia dos povos
27 de Setembro – O Partido Socia- ção europeia» que foi rejeitada exigiam uma debate nacional
lista perde a maioria absoluta nas em 2005 nos referendos em e uma votação democrática. Chantagem e mentira zes necessárias até o Não se
eleições legislativas. França e na Holanda. O mo- Foi aliás expressamente transformar em Sim.
do como acaba de ser impos- com este objectivo que PS e Foi também recorrendo à Após 16 meses de uma
2 de Outubro – Os agentes únicos to aos povos traduz o carác- PSD procederam em 2005, mentira e à chantagem que as terrorista campanha de inti-
dos TUB-EM realizam uma greve ter antidemocrático da União já depois dos referendos em potências dominantes da UE midação do povo irlandês,
parcial em defesa de reivindicações Europeia. França e na Holanda, à revisão removeram o último obstáculo já num quadro de uma gra-
específicas. Conscientes de que o seu da Constituição da República, que inesperadamente veio tra- ve crise económica e incer-
projecto federalista e militaris- que passou a prever o referen- var a marcha federalista. teza no futuro, o segundo
6 a 9 de Outubro – Os trabalhadores ta apenas serve os interesses do sobre «a aprovação de tra- Na Irlanda, o único país em referendo irlandês, em 2 de
dos SMTUC levam a efeito uma Gre- do grande capital, as cúpulas tado que vise a construção e que se realizou um referen- Outubro, franqueou-lhes o
ve nas duas últimas horas de cada políticas que dominam a UE aprofundamento da união eu- do, o tratado de Lisboa foi caminho.
jornada, exigindo a mudança de ní- decidiram impedir a realização ropeia», como é indiscutivel- chumbado em 13 de Junho Todavia, a imposição de
vel remuneratório para todos os tra- de consultas populares, quer mente o caso do «tratado de de 2008, com mais de 53 por um super-estado de carác-
balhadores. nos países onde estas sempre Lisboa». cento dos votos. Contudo, ter imperialista, dirigido pelo
acompanharam os sucessivos Mais tarde, porém, o primei- mostrando o seu profundo grande capital contra os tra-
8 Outubro – Os trabalhadores dos passos da integração europeia ro-ministro José Sócrates foi desprezo pelas regras demo- balhadores e os seus direitos
TUB-EM voltam à greve. quer naqueles, como é o caso ao parlamento dar o dito por cráticas, os arautos europe- sociais, económicos e políti-
de Portugal, onde os respecti- não dito, alegando que o trata- ístas afirmaram logo que os cos, terá inevitavelmente pela
9 Outubro – Os trabalhadores que vos governos se tinham com- do de Lisboa era diferente do irlandeses teriam de votar de frente a crescente resistência
prestam serviço na Divisão Muni- prometido a referendar a dita tratado constitucional. novo, e que o fariam as ve- dos povos.
cipal de Obras Públicas da CM do
Porto realizam uma greve para exigir
a melhoria das condições no refeitó-
Cartoon de: Miguel Seixas

rio municipal.

11 de Outubro – Realizam-se as
eleições autárquicas

19 de Novembro – Numa acção


conjunta o STAL, a FECTRANS e o
STML entregam na Assembleia da
República uma petição pela altera-
ção do Decreto-Lei 126/09 de 27 de
Maio.

15 a 21 de Novembro – Os traba-
lhadores dos SMTUC fazem greve
nas duas últimas horas de cada jor-
nada.

20 de Novembro – A Cimeira da
Frente Comum aprova a proposta de
PRC para 2010.

4 de Dezembro – Reúne em Lisboa


o Conselho Geral do STAL, sob o le-
ma «Pelos direitos, salários e servi-
ços públicos, Intensificar a luta nos
locais de trabalho, esclarecer, mobi-
lizar e unir os trabalhadores».

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