Вы находитесь на странице: 1из 2

[Setúbal na Rede] - As Orientações Educacionais dos Professores e a ...

1 de 2

Imprimir
• 10-03-2008 •
Educação
por Fernando Vieira
(Professor do Instituto Piaget de Organização do Sistema Educativo
e Desenvolvimento Curricular)

As Orientações Educacionais dos Professores e a


Nova Avaliação de Desempenho no contexto do
Decreto-Regulamentar n.º 2/2008

O principal objectivo deste artigo acerca do novo sistema de avaliação do desempenho do


pessoal docente, expresso e assumido no Decreto-regulamentar n.º2/2008 de 10 de Janeiro, é
apresentar aos seus leitores linhas de reflexão para posterior debate e discussão, contribuindo
para o conhecimento desse mesmo sistema de avaliação.

Trata-se da expressão do que poderá ser a exequibilidade da legislação, partindo do pressuposto que
se trata de um produto curricular que deverá ser colocado em acção nas escolas portuguesas, de
acordo com a sua própria gestão temporal, o mais cedo possível.

Parece-me unânime que a avaliação docente anterior teria que ser reestruturada e é um facto que os
docentes têm que ser avaliados. É de presumir que o novo sistema vem de alguma forma colmatar as
lacunas existentes no sistema de avaliação anterior…Da leitura e análise deste Decreto-regulamentar
(DR) podemos inferir três tipos de problemáticas que são necessárias reflectir:

A - Aspectos e congruências do desempenho e da gestão da carreira dos Professores;


B - Estratégias de operacionalização da avaliação proposta;
C - Teorias implícitas e Orientações educacionais acerca do Ensino.

A) Seria interessante perceber qual a estrutura teórica e a base de investigação onde assenta este
novo modelo de avaliação de Professores. Terá um propósito formativo, orientado, como o próprio DR
assim indica, para o desenvolvimento e formação profissional?

Ou terá subjacente um conceito de desenvolvimento profissional baseado em critérios sumativos?


Qualquer um destes sistemas de avaliação levanta necessariamente critérios de exequibilidade como
aponta a investigação realizada neste sentido. É sobretudo a resposta a estes critérios de
exequibilidade e a implementação dos sistemas de avaliação, e deste em particular, que é preciso
fornecer uma resposta clara e rigorosa. Até que ponto o resultado dos indicadores de medida
propostos: a) A melhoria dos resultados escolares dos alunos e b) A redução do abandono escolar
poderão ser exclusivamente centrados (como objectivos individuais) no papel do Professor?

À luz do modelo proposto a avaliação será feita por objectivos individuais (do Docente) em função dos
objectivos da Instituição Escolar no respeito pelo seu Projecto Educativo de Escola (PEE) e Plano
Anual de Actividades (PAA) (considerado o Projecto Curricular de Turma (PCT), se assim for
estabelecido no regulamento interno (RI) de cada agrupamento de escolas ou escolas não
agrupadas). Será legítimo questionar qual a responsabilização dos pais e Encarregados de Educação
no processo educativo, tendo em conta os dois indicadores de medida mencionados. Em suma e a
este respeito, é necessário clarificar, numa perspectiva de responsabilização, o plano de acção do
próprio professor. Outro aspecto que será necessário reflectir nesta dimensão de análise é a própria
formação inicial de professores.

A maior parte dos professores titulares, professores avaliadores e com assento no conselho
pedagógico, (e desta feita responsáveis por elaborar os instrumentos de medida normalizados que
posteriormente servirão para recolher a informação passível de avaliar), não tiveram nos seus planos
de estudos das suas Universidades, (ou não tão aprofundadamente), disciplinas de metodologia de
investigação em Ciências de Educação. De notar que a investigação em Supervisão Pedagógica tem
evoluído bastante em termos científicos nos últimos anos.

B) Será necessário perceber a operacionalização do DR em termos de recursos humanos, temporais


e materiais. Em relação aos recursos humanos existe a clara evidência implícita, ainda que as escolas
não estejam organizadas nos departamentos propostos, a saber: a) Línguas; b) Ciências Sociais e
Humanas; c) Matemática e Ciências Experimentais e d) Expressões, que será esta a
departamentalização a ser utilizada neste modelo de avaliação. Um coordenador de Departamento
(avaliador) de Línguas que tenha a cargo 30 colegas (avaliados) terá que fazer neste período de
avaliação (2007-2009), 60 observações de aulas (na situação normal do DR: observação de pelo
menos 3 Unidades Didácticas diferenciadas, teria um total de 90 observações), a análise documental
das decisões pré-interactivas (planeamento), a verificação do processo de avaliação das
aprendizagens dos alunos dos seus colegas e preocupar-se naturalmente com a sua própria
avaliação, não esquecendo a sua principal vocação, a realização das suas próprias actividades
lectivas.

http://www.setubalnarede.pt/content/index.php?action=articlesDetailFo&rec=9947&tpPage=Print
[Setúbal na Rede] - As Orientações Educacionais dos Professores e a ... 2 de 2

Teremos evidentemente que questionar, ainda que esperemos que as escolas elaborem instrumentos
de registo fidedignos e devidamente validados, como é que um professor de Educação musical
avaliará um professor de Educação Física e vice-versa, ou seja as aéreas científicas e curriculares de
cada departamento são distintas e com objectos científicos e didácticos diferenciados conforme a sua
especificidade; é justamente por isso que estão no currículo dos alunos. Estará um licenciado em
Ciências Agro-pecuárias habilitado a observar um licenciado em Educação Física (disciplina
extremamente específica em termos científicos e didácticos)? E se pensarmos no Departamento de
Línguas? A Coordenadora licenciada em português e Inglês que avaliará a colega de Latim e Grego…
Se a solução for delegar competências na avaliação e observação da qualidade e eficácia do
professor e qualidade de ensino (aspectos bem diferentes a avaliar!) será justo perceber as regras e
normas dessa mesma delegação.

Em relação à dimensão temporal importa pelo menos indagar-nos acerca do porquê do período
temporal a que esta avaliação se refere…dois anos escolares (e períodos de avaliações anuais) serão
suficientes para aferir e apreciar o graus de excelência de um docente, bem como o desenvolvimento
do próprio Ensino e Aprendizagem? E os meios profissionais mais problemáticos? E como "medir" o
impacto e influência do contexto socioeducativo?

É um direito, segundo o DR, dos docentes, aos meios e condições necessários ao seu desempenho
em harmonia com os objectivos individuais traçados, o que significa que os professores terão
condições materiais óptimas e instalações escolares de excelência para desenvolverem nos seus
alunos as competências essenciais previstas no final de cada ciclo de escolaridade (assumindo que
este é o objectivo individual de primeira prioridade para qualquer professor). Na avaliação, existe uma
mútua dependência entre o Individuo e a Organização, assim não existem bons professores sem boas
escolas, nem a transformação das escolas será uma realidade sem o empenhamento dos
professores.

C) Podemos definir Orientação educacional como a concepção que cada professor tem do que ensina
e para que ensina. No fundo um sistema de crenças, valores e ideias que enquadram o seu próprio
ensino. É necessário analisar, sistematizar e aprofundar qual o objecto de avaliação dos professores.
Existe a este respeito uma diversidade de perspectivas não sendo consensual em matéria de
investigação. Divergindo as concepções do que é ser professor e do que é um ensino eficaz,
naturalmente que serão diversas as respostas avaliativas, tendo como uma das principais
consequências o pôr em causa a capacidade indispensável para conduzir o processo de avaliação por
parte do avaliador.

Por outro lado, e ainda neste campo das concepções, os Professores não estão cultural e
profissionalmente habituados a realizarem um trabalho de colaboração. É pois premente que seja feito
um exercício reflexivo adequado, tanto na redacção dos objectivos individuais, como na construção
dos Instrumentos de registo, e ainda na avaliação das fichas de auto e avaliação propostas (pelo
Ministério da Educação). Esta avaliação não pode ser vista como um evento, mas sim como um
processo, com as devidas adaptações, em que o trabalho de colaboração entre os diferentes autores
e agentes de ensino tem que ser uma inequívoca realidade.

Fernando Vieira - 10-03-2008 12:25

Fechar

http://www.setubalnarede.pt/content/index.php?action=articlesDetailFo&rec=9947&tpPage=Print

Вам также может понравиться