Este documento discute três princípios fundamentais do desenvolvimento mental de crianças. Primeiro, o desenvolvimento da criança depende da assimilação da experiência acumulada pela humanidade ao longo da história, não apenas da experiência individual ou hereditária. Segundo, as capacidades humanas superiores como falar surgem da interação da criança com a linguagem no seu ambiente, não são inatas. Terceiro, as características biológicas da criança fornecem apenas as condições para o desenvolvimento de capacidades, mas é a experiência
Este documento discute três princípios fundamentais do desenvolvimento mental de crianças. Primeiro, o desenvolvimento da criança depende da assimilação da experiência acumulada pela humanidade ao longo da história, não apenas da experiência individual ou hereditária. Segundo, as capacidades humanas superiores como falar surgem da interação da criança com a linguagem no seu ambiente, não são inatas. Terceiro, as características biológicas da criança fornecem apenas as condições para o desenvolvimento de capacidades, mas é a experiência
Este documento discute três princípios fundamentais do desenvolvimento mental de crianças. Primeiro, o desenvolvimento da criança depende da assimilação da experiência acumulada pela humanidade ao longo da história, não apenas da experiência individual ou hereditária. Segundo, as capacidades humanas superiores como falar surgem da interação da criança com a linguagem no seu ambiente, não são inatas. Terceiro, as características biológicas da criança fornecem apenas as condições para o desenvolvimento de capacidades, mas é a experiência
Esta colectnea de artigos dos mais eminentes pS1CO-
logos da educao soviticos - Luria, Leontiev, Vi-
gotsky, Kostiuk, Bogoyavlensky, Menchiskaya, Kal- mikova, Natadze, Fleshner, Krutetsky, Mileryan, Zankov, Teplov --, est organizada em torno de dois grandes temas: as bases psicolgicas da aprendizagem e do desenvolvimento e as investigaes experimentais sobre problemas didcticos especficos. Neles so abordados alguns princpios bsicos da psicologia pedaggica e da pedagogia soviticas. Esses princpios dizem respeito aos problemas da comunicao, da relao desenvolvimento-aprendiza- gem e da diviso do trabalho na escola, etc. Estes artigos, escritos em problemtica directa com as tcnicas e teorias americanas do comportamento, constituem uma demonstrao de um rigoroso esp- rito cientfico e tambm de um profundo empenha- 'mente humanista, num sentido que contrasta vincada- mente com as tradies pedaggicas forjadoras de heris para a concorrncia comercial. ~\ BIBLIOTECA DE CmNCIAS PEDAGGICAS DIRIGIDA POR S~RGIO NIZA Tcnico do Centro de Observao e Orientao Mdico-Pedaggica LURIA, LEONTIEV, VIGOTSKY e Outros PSICOLOGIA E PEDAGOGIA 1- BASES PSICOLGICAS DA APRENDIZAGEM E DO DESENVOLVIMENTO Editorial Estampa tNBIGE Observaes Introduo 9 11 Ttulo do original italiano Psicologia e Pedagogia J ; I PARTE Bases psicolgicas da aprendizagem e do desenvolvi- mento ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 29 Traduo de Ana Rabaa L. S. VYGOTSKY - Aprendizagem e desenvolvi- mento intelectual na idade escolar ... ... ... ... ... 31 Capa de Soares Rocha G. S. KOSTIUK - Alguns aspectos da relao rec- proca entre educao e desenvolvimento da perso- nalidade . 51 D. N. BOGOYAVLENSKY-N. A. MENCHINS- KAYA - Relao entre aprendizagem e desen- volvimento psico-intelectual da criana em idade escolar 73 A. N. LEONTIEV - Os princpios do desenvolvimento mental e o problema do atraso mental ... ... ... 99 A. R. LURIA - O papel da linguagem na formao de conexes temporais e a regulao do comporta- mento em crianas normais e oligofrnicas ... ... 121 Todos os direitos para esta edio esto reservados por Editorial Estampa, Lda., Lisboa, 1977 I I PARTE OS estudos sobre aprendizagem na URSS de 1900 a 1960 ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... 143 D. N. BOGOY AVLENSKY - N. A. MENCHlNS- KAYA - A psicologia da aprendizagem, de 1900 a 1960 145 7 OS PRINCPIOS DO DESENVOLVIMENTO MENTAL E OPROBLEMA DO ATRASO MENTAL A. N. LEONTIEV (~) J ..~ '~ Muitos milhares de crianas em vrios pases do mundo tmumdesenyolyjmento mental atrasado, ainda que emtodos os outros aspectos no sejammuito dife- rentes dos seus coetneos. Trata-se de. crjn.~ mostram incapazes de aprender adeguadamente e a, umritmo normal.ellLc.oudii~eA..definidas-.CDma..llOr- mas. Mas foi demonstrad.9--9.ye_ao colocar esm crian~as em condies..adequadas on.an.ntilizar.mto- dos especjais de. ensino.Lmuitas fazem progressos notveis e algumas conseguem inclusiy.amente_s.u.p.erar ,Q seu prprio atraso Os casos deste ltimo gnero atraem em especial a nossa ateno. Cada um deles nos faz pensar nos que continuam na categoria dos no desenvolvidos, nos que se encontram do outro lado do umbral. Estas crianas tm de ser verdadeiramente postas margem, ou est o seu destino determinado pela aco de con- dies e circunstncias, condies que poderiam ser mudadas, circunstncias que poderiam ser eliminadas para lhes permitir um desenvolvimento? (*) Professor de psicologia na Universidade de Moscovo. Conferncia pronunciada no Seminrio Internacional sobre os Problemas do Atraso Mental, promovido pela MOS em Milo, em 1959. Publicado em Problemas do desenvolvimento psquico, Moscovo, 1959, pp. 457-474. 99 I \ < 1 ( ) . : J I ...,'-'. /1. ,+. 1. . I. J . J . . 1. u . .u. ': .J,..1.J.':.1.~ H '-J _++.H' 100 , ~u '-. . \. . . . \ r f" 101 .0 desenvolvimento mental da criana sob outro ponto de vista. O objectivo desta conferncia chegar for- mulao de alguns princpios do desenvolvimento que podem eliminar, pelo menos na minha opinio, muitas das dificuldades que encontram os que trabalham com criancas mentalmente atrasadas. Limitar-me-ei a subli- nhar ~trs dos princpios mais importantes. a crzana experincia a_crian.lL~_gualitati- imento_onmgnico do comportamento anmak, Esta diferena determinada em primeiro lugar, pelo facto de que o aspecto mais importante do desenvolvimento da criana - abscu- tamente inexistente no mundo anjmal- o processo de assimilao_o.J.U@prprja.mLda_el2erincia acumq- lada pelo gnero humano no decurso da histria social. No caso dos anmas. encontramos dois tipos de ex- perincia' a experincia determinada pela flcgnese, (hereditariedade), e a experincia indiridual adquirida durante a vida; a estes dois tipos de experincia cor- respondem dois tipos de mecanism" Qs de comp.,..Qrta- menta. Por um lado, esto QS mecanismos da heredi- tariedad~, que entram em aco a partir do nascimento ou ento amadurecem gradualmente no processo de desenvolvimento ontognico; a formao destes meca- nismos produz-se segundo as leis gerais da evoluo. biolgica e um processo lento, em resposta a lentas mudanas ambientais; nos animais, estes mecanismos desempenham um papel fundamental na adaptao. Por outro lado, esto O$lllecanismos que permitem a aquisio da experincia individual. A sua caracte- rstica mais importante consiste em que, baseando-se na hereditariedade, possibilitam a formao desse com- portamento que se realiza durante a adaptao indi- vidual. Apesar dos mecanismos de aquisio da expe- 102 rincia individual permitirem aos animais adaptarem-se a rpidas mudanas de ambiente, todavia a real evo- luo destes mecanismos - tal como a dos do com- portamento hereditrio - produz-se lentamente. Deve sublinhar-se em especial o facto de que as duas formas diferentes da experincia animal e os cor- respondentes mecanismos de comportamento esto li- gados gentica e funcionalmente. Pode considerar-se como um facto estabelecido que as manifestaes do comportamento hereditrio no aparecem independen- temente da experincia individual; por outro lado, o comportamento individual forma-se sempre na base da hereditariedade da espcie. O comportamentojndi.: vidual dos animais depende, pois, semJ2IT...9.a...eifperin- cia da espcie, comportamento instintivo has.eado nos reflexos incondicionais (hereditariedade), tLda exp.e: rincia individual que se desenvolve durante a olJ1Qg,.: nese por meio dos reflexos ccndccnados, A funo fundamental que o mecanismo de formao da expe- rincia individual permite realizar aos animais a adaptao do comportamento da espcie aos elementos mutveis do ambiente. O desenvolvimento ontogentico dos animais pode representar-se como a acumulao da experincia individual e uma subsequente adapta- o reflexa inata a condies externas complexas e dinmicas. O caso do homem c.Qlllllletamente diferente. ll f) ~ contr*rio .dos animai~, o. hOlpem. tem ?utro tipo g e fi'.,\- J aperlenCla: a , 11"-, i r". "tQ1w'hf't u m tl Esta nao ccincde com a experincia,da espcie, biologicamente herdada, nem com a experincia individual, apesar de frequentemente se confundjr com estilo Qual , ento, essa experincia exclusiva do homem? No decurSO da histria, os homens.,_gQY.emad.Qs-p--L. leis sociais, desenvolveram caracterstjcas mentais..su; neriores. Mjlhares de anos de histria social produzi- ram mais, a este respeito, do que milhes da.anoa.de evoluo bjolgica. As concplistas do desenyolyjmento ~ocial acumularam-se gradualmente, transmitindo-se de geraco em gerao Foj assim que se consolidaram. 103 104 ~>,j;" \r-t , .\ r 105 Por exemlllo, a criana encmura a linguagenLno IDundo que a rodeia; a linguagem um produto objec- tiyo da actjyidade das geraes humanas precedentes No processo de desenvolvimento, a crianaap-IQ.wia-se da linguagem Isto significa que na criana se formaIl! apacidades e funes especificamente humanas: a ca:" pacidade de falar e entender, as funes de ouvir e de articular a linguagem falada. .e....estas.canacidades e funces no so inatas, mas surgem durante a ontog.n.es.e, Q..j.]jias faz surgir? Antes de tudo, a existncia da linguagem no ambiente da criana.. Enquanto s caractersticas biolgicas herdadas pela criana, constituem apenas as cQndies necessrias para possibilitar a forma...!Ldes.- tas capacidades 'e Iunces. Por exemplo: para que se desenvolvam na criana. o ouvido e a palavra necessrio que possua os rgos do ouvido e os rgos que servem para a formao dos sons. Mas s a existncia objectiva dos sons da lin- guagem no ambiente da criana pode explicar porque se desenvolve a funo auditiva. At o tipo de ouvido que possui - e o predomnio nele do timbre ou do tom - e os diversos fenmenos que lhe so acessveis, dependem das caractersticas fonticas da linguagem que assimila. etermina o processo de apropriao, pelos ivduos, da exnenencia humana acumu- histria social e realizada.nos nro- iectivos da.actividade colectiva? necessrio salientar antes de mais que se trata sempre, de um fenmeno activo. Para se apropriar dos objectos ou dos fenmenos preciso empreender lima actiyidade adequada ao contedo no objecto QU no fenmeno dado. Quando dizemos, por exemplo, que a criana assimila instrumentos, isto significa que comea a us-los com preciso, que forma as corres- pondentes aces e operaes motoras e mentais. Podem formar-se estas aces e operaes na criana sob a influncia do prprio objecto? Natural- mente que no. Estas aces e operaes esto contidas, 106 dadas no objecto; mas subjectivamente, para a criana; so apenas tarefas. Em tal caso, o que leva a criana a formar as aces ou as operaes e as capacidades e funes necessrias para a sua realizao? A verdade que as suas relaes com o mundo qJle a rodeia so medjdas pelas suas relaes com as pessoas. comunica cOIILeJLn.a prtica por meio do discurSQ. Examinemos uma criana pequena que assimila uma colher, por exemplo. Comecemos por um caso imaginrio. A uma criana que nunca tenha visto uma colher, coloca-se-Ihe uma na mo. Que far a criana? Manej-la-, virando-a de um lado para o outro, fa- zendo rudo, tentando lev-Ia boca, etc. Por outras palavras, no a capacidade social para a usar, ine- rente sua forma particular, o que se manjfesta criana, mas as suas propriedades fsicas, gerais e na- turas, Vejamos agora um caso real. A me ou a educa- dora do de comer criana com a colher; depois de um certo tempo, colocam a colher na mo da criana, e ela tratar de comer por si s. Viu-se que num pri- meiro tempo os seus movimentos esto subordinados capacidade natural de levar boca o que tm na mo. Nas mos da criana, a colher no toma a neces- sria posio horizontal e pO' isso a comida cai sobre o babete. Naturalmente, a me no fica indiferente e ajuda a criana, tomando parte nas suas aces; origi- nam-se, pois, aces combinadas e desenvolve-se a ca- pacidade de usar a colher. A criana assimila a colher como objecto humano. Usa-se este exemplo para colocar outra questo. presumvel que a capacidade de utilizao de uma colher poderia formar-se na criana margem da socie- dade, independentemente; da relao com os adultos, ou seja da mesma maneira que se formam os hbitos n~s animais? Mais ainda, poderia colocar-se uma cnana em condies tais que isto ocorresse. Mas esta hiptese seria totalmente abstracta. Uma criana no \ 107 108 erincia hist.rica assimilada 109 fu'ndamento anatmico-fisiolgico destas capacidades e Junes. Sob um ponto de vista cientfico, materialista, impossvel naturalmente, postular a existncia de capa- cidades efunes quecaream dergos especializados. Durante muito tempo fizeram-se tentativas para loca- lizar os processos mentais superiores em estruturas es- pecficas do crebro, morfologicamente consolidadas. A presena no homem de variadas capacidades e fun- es depende da presena das correspondentes estrutu- ras cerebrais inatas, ou seja de rgos especficos para estas funes. Esta afirmao tambm vlida no que respeita s capacidades criadas no homem durante o desenvolvimento social; por outras palavras, presume- -sea sua directa dependncia da hereditariedade. Apesar de ser necessrio aceitar a primeira afir- mao - ou seja, que todas as capacidades e funes representam o funcionamento de rgos especficos-, impossvel aceitar semreservas a segunda afirmao. Esta contrasta comfactos perfeitamente estabelecidos. Como pode conciliar-se a concepo segundo a qual as funes mentais superiores do homem tm um fun- damento morfolgico prprio, coma afirmao de que estas funes no so morfologicamente estveis, mas que setransmitem por meio da herana social? Em determinado aspecto, aproximamo-nos da solu- o deste problema graas ao desenvolvimento da fisio- logia da actividade nervosa superior. Referimo-nos em ~eiro lu a 1o ' .scos deq: M S~hi) no de I. P. P e dos seus colegas ~. Anojin tambm o trabalho de . ncarado 110 C) Novoobrazoxaniya. 111 u .motor~. ~o processo de forma~o desta nova estrutura, l;l~~produzidas pelos efeitos motores destes actos. reflexos esto ligadas entre si. Estas aces, ao repre- sentarem um sistema motor funcional, tm sempre ao princpio uma forma externa mxima diferenciada. Com a posterior separao das componentes motoras externas, as aces reduzem-se gradualmente e as suas conexes tornam-se apenas cerebrais internas, conexes infracentrais. Esta aco em geral est estabilizada, abreviada (2), e comea a tornar-se automtica. bvio que, quando umas aces reflexas - ante- riormente independentes e separadas - determinam a constituio de uma nova aco, aquelas perdem, por reduo, os seus laos motores externos, com todas as possibilidades de adaptao destes ltimos. Por isso o reforo ou o no reforo pode referir-se agora apenas ao efeito final da aco no seu conjunto. Isto cria a dinmica especfica destes sistemas funcionais. Como demonstraram os dados experimentais, estes sistemas caracterizam-se pelo facto de que a consolidao do trao final do sistema leva inibio da maioria dos traos intermdios e a uma posterior compreenso do sistema; a ausncia de reforo engendra, pelo contr- rio, a desinibio destes traos. Isto pode explicar-se, hipoteticamente, pelo facto de que a inibio (ou seja o no reforo) do trao final do sistema, provoca, pela lei de induo, a excitao dos traos que estavam inibidos. A manifestao externa desta especial dinmica que, quando estas aces, que representam sistemas o Svertivatsya. 112 funcionais, encontram uma dificuldade, tendem a alar- gar-se e). Quando conduzem ao efeito final requerido, abreviam-se cada vez mais, at ao ponto de j no produzirem o efeito requerido; por conseguinte, os tra- os inibidos continuam libertos e o sistema torna a ser de novo eficaz. Nas experincias realizadas no nosso laboratrio da Universidade de Moscovo, seguimos detalhadamente a formao de determinados sistemas sensoriais funcio- nais, e de modo particular dos sistemas de percepo dos tons. Com estas experincias pudemos reorganizar activamente o ouvido dos sujeitos, activando e regu- lando um importante componente motor (conciliando a percepo do som e o seu tom fundamental com o canto em voz alta). Em posteriores experincias, ainda no publicadas, decidimos substituir esta componente por outra - ou seja, um vigor adequado dos msculos da mo criado especificamente para este fim. - Os resultados preliminares destas experincias indicam a possibilidade de efectuar esta substituio. Estas lW!Sti~, outras realizadas ~ normais,. e os eSlldos de(! R;tiiiiLe_ds ..seus.colegas com as crianas mentalmente atrasadas, permitem for- mular a seguinte afirmao que resume tudo o que se disse: a criana no na~c.ecoIIL.rgQu>r.eparados para cump.rir funili:s..-que representaIlLO..Pmduto do desen- yolyimento histrico do homem;, estes rgos desen- volvem-se durante a vida da criana. derivam da sua -12ropriao da experincia histrica. Os rgos destas funes so os sistemas funcionais cerebrais (crgos fisiologicamente mveis do crebro, segundo Uj- tomsky), formados com o processo efectjyo de apra- priaq. Os reS1lltados das inyestiga~es demonstram gye fi. o~mao destes sistemas no se produz da mesma ma- eIra em toda,Las crianas.; segundo a modalidade e as condies do processo de desenyolYimento, Rodem (') Razvertivatsiya, ou seja desenvolver-se, abrir-se. 113 114 115 116 " :> anterior etapa de desenvolvimento. Em segupdo lugar, bdiyersos tipos de processo. Sob o ponto de vista dos " problemas do atraso, gostaria de salientar algo, s. e . -. o. objectjvo fundamental do professor apenas propqrciQ- Dar criana det~!.:miuadas noes, sem da!.: aten.,Q manejra como a mesma crian.a..procede - Que ope- raes lisa para resolyer os problemas gue se colo- cam de forma que no se controla...a sua posterior transformao, o desenvolvimento pode ser perturbado. Para esclarecer o que penso, posso citar algumas experincias que realizei uma vez numa escola de crian- as mentalmente atrasad Observei que alguns alunos contavam s escondidas com os dedos quando faziam operaes mentais artm- ticas. Pedi uma rgua, dei duas a cada criana e disse- -Ihes que as colocassem em cima da carteira quando respondessem. Viu-se que, nestas condies, a maioria dos alunos no conseguia fazer somas. Uma anlise mais profunda demonstrou que, quando somavam, aqueles alunos continuavam a estar de facto na etapa da operao externa de contar com as coisas e no passavam etapa seguinte. Por isso, na aprendizagem das matemticas, no podiam avanar para alm das operaes com nmeros at dez, sem uma ajuda espe- cial. Para avanar, era necessrio, em vez de as levar etapa seguinte, regressar etapa inicial das prprias operaes externas, e havia que condensan correcta- mente estas operaes, transferi-Ias para o plano da linguagem, e reorganizar de novo a capacidade de con- tar mentalmente e ). A investigao demonstrou que esta reorganizao pode produzir-se realmente, mesmo no caso de crian- as muito atrasadas. especialmente importante notar que nos casos em que o atraso menor, d-se a sua completa eliminao. t, (') Alguns estudos de S. L. Slavina sobre este assunto, foram traduzidos em Psichology in lhe Soviet Union, cit., pp. 205-212. 117 118 ---- 119